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Suínos / Peixes Saúde animal

Resposta imune induzida pelo alimento: conectando (mais uma vez) nutrição e imunidade

O sistema imune é uma das mais complexas áreas de estudo dentro da biologia, desafiando desde os profissionais da saúde/nutrição até os pesquisadores da biologia evolutiva. Porém, a necessidade de conhecer mais profundamente as interações entre nutrição e resposta imune é consenso, pois permitirá o refinamento das estratégias que, em última análise, podem melhorar o bem-estar e o desempenho dos animais.

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Fotos: Divulgação/Elanco

É tarefa do sistema imunológico identificar o que é próprio ou não do organismo animal para protegê-lo através de ações deflagradas por uma complexa rede de órgãos, células e moléculas. Imunologia é uma área bastante complexa e seu estudo aprofundado pode requerer longos anos. O mesmo acontece com aqueles que se dedicam a estudar os mecanismos necessários para a correta nutrição dos animais. Por isso, compreender profundamente as duas  áreas (imunologia e nutrição) é tarefa para poucos… Mas, afinal, por que o nutricionista precisa  entender sobre resposta imune? O que há por trás dos “soldadinhos que nos defendem das doenças”?

Reconhecendo o inimigo

Vários mecanismos são utilizados pelo sistema imune para cumprir sua função primordial de defesa, com respostas iniciais da imunidade inata, seguidas pelas reações tardias da imunidade adquirida. Trabalhar com dois níveis diferentes de resposta imune é uma forma de contornar a diferença nas taxas de evolução entre os patógenos e seus hospedeiros. Aves e suínos se reproduzem apenas algumas vezes ao ano, especialmente no ambiente natural, onde grande parte da evolução destas espécies ocorreu. Por outro lado, a evolução dos patógenos é muito mais rápida, uma vez que parasitas, bactérias e vírus podem se multiplicar em questão de dias, horas ou minutos.

A primeira linha de defesa é chamada de imunidade inata, natural ou nativa. Este componente do sistema imune é filogeneticamente muito antigo e está presente mesmo em plantas e insetos, inclusive nos indivíduos saudáveis. A imunidade inata é responsável por bloquear a entrada de microrganismos e eliminar rapidamente aqueles que conseguem chegar aos tecidos do hospedeiro. Seus mecanismos compreendem barreiras físicas, químicas e biológicas, além de componentes celulares e moléculas solúveis.

A resposta imune adquirida possui especificidade e diversidade de reconhecimento, memória, especialização de resposta, autolimitação e tolerância a componentes do próprio organismo. Por outro lado, a ação do sistema imunológico inato independe de estímulo prévio e normalmente sua resposta será a mesma em encontros repetidos com um patógeno (sem memória). Isso acontece por que o sistema reconhece estruturas que são comuns a diversas classes de microrganismos e que não estão presentes nas células normais do hospedeiro. Este reconhecimento é realizado pelos ‘receptores de reconhecimento de padrões’ localizados nas membranas e no interior das células (Figura 1).

Figura 1 – Processo de reconhecimento de padrões pelo sistema imune inato

As moléculas capazes de ativar a imunidade inata são chamadas de ‘padrões moleculares associados ao patógeno’ (PAMP, do inglês, pathogen-associated molecular patterns). Além delas, moléculas expressas por células danificadas do hospedeiro (DAMP) também podem ser reconhecidas pelo sistema inato. Neste último caso, conteúdo mitocondrial ou fragmentos de DNA e RNA podem ser reconhecidos como indicativos de que houve danos às células do indivíduo.

A interação entre receptores e PAMP guarda semelhança com a complementaridade entre antígeno e anticorpo (imunidade adquirida). Porém, no caso das respostas inatas, não há diversidade nem capacidade adaptativa para novos receptores ou novos padrões moleculares além daqueles já programados no código genético.

No caso dos PAMP, os receptores de reconhecimento de padrões evoluíram para identificar estruturas que são geralmente essenciais para a sobrevivência e infectividade dos microrganismos, ou seja, que normalmente são conservadas evolutivamente. Dessa forma, os patógenos seguem sendo reconhecidos mesmo após mutações ou quando não expressam seus alvos de reconhecimento.

Amigo ou inimigo?

A resposta imune inata é muito rápida, mas relativamente inespecífica. Na prática, uma ampla gama de substâncias (ácidos nucleicos, lipídios da parede celular, proteínas e carboidratos) pode atuar como PAMP. A regra geral é ser algo não encontrado no organismo do hospedeiro, mas que é componente comum em patógenos. Porém, isso não significa que os compostos que atuam como PAMP sejam encontrados exclusivamente em organismos patogênicos.

Embora a função fisiológica do sistema imune seja a vigilância e a defesa contra microrganismos infecciosos, outras substâncias estranhas podem gerar respostas imunes, mesmo que não infecciosas. Assim, uma definição mais inclusiva da resposta imune deveria citar que esta é uma reação aos componentes de microrganismos e pequenos agentes químicos que são reconhecidos como estranhos, independente da sua consequência fisiológica ou patológica.

Exemplos de fontes não patogênicas de PAMP são as paredes celulares de diversas plantas e leveduras, que frequentemente são utilizadas para alimentação de humanos e animais. Além de desnecessária, esta ativação da resposta imune inata demanda o consumo de energia que poderia ser utilizada para outras atividades metabólicas, como crescimento ou produção.

Resposta imune induzida pelo alimento

Os beta-mannanos, também conhecidos como beta-galactomananos, são polissacarídeos não amiláceos solúveis em água. Os beta-mannanos não são digeridos por animais não-ruminantes e estão entre os principais fatores anti-nutricionais para estas espécies, sendo frequentemente associados ao aumento na viscosidade da digesta e redução no aproveitamento dos nutrientes das rações.

Os beta-mannanos podem ser encontrados na superfície de diversos microrganismo patogênicos e, por isso, sua presença no lúmen intestinal é identificada pelo sistema imune inato animal (PAMP).

Um exemplo está na Figura 2, onde a estrutura da parede celular da Candida albicans é apresentada.

Figura 2. Estrutura da parede celular da Candida albicans, onde o β-1,4 manano é encontrado

Porém, por compor a parede celular vegetal, especificamente a fração de hemicelulose (Figura 3), esta substância também está presente em vários ingredientes utilizados para fabricação de ração, em especial nos grãos de soja. Nestes grãos, os beta-mannanos estão principalmente associadas com a casca e a fração fibrosa do farelo. Palmiste e goma de guar também são fontes ricas deste polissacarídeo, embora sem uso frequente no Brasil. A concentração de beta-mannanos em outros ingredientes é apresentada na Tabela 1.

Quando os alimentos são ingeridos eles passam pelo processo de digestão e, nesse ponto, os beta-mannanos e outras substâncias que podem atuar como PAMP são liberadas. Esses elementos livres entram em contato com células do sistema imune presentes no trato digestório e provocam sua ativação.

Figura 3. Estrutura da parede celular do grão de soja, onde o β-1,4 manano é encontrado

O acionamento dos macrófagos se dá tanto pela fagocitose dos PAMP quanto por contato com receptores de superfície, causando exacerbada sintomatologia inflamatória nos animais. Uma das hipóteses de atuação dos PAMP é através da estimulação do fator NF-kappa B. O efeito de um extrato contendo altos níveis de beta-mannanos e de uma solução de LPS foi testada (in vitro) sobre monócitos humanos. Foi verificado que os beta-mannanos ativam o fator NF-kappa B pela mesma via de ativação que os LPS. Esse fator é responsável pela expressão de vários genes em células de defesa do organismo, em especial nos monócitos e macrófagos ativados. Dentre os principais genes regulados pelo fator NF-kappa B estão: citocinas pró-inflamatórias, quimiocinas, enzimas inflamatórias, moléculas de adesão, receptores e inibidores de apoptose.

Para a completa sensibilização dos macrófagos são necessários no mínimo dois sinais, como por exemplo, a exposição a interferon-gama e a beta-mannanos ou LPS. No entanto, uma previa exposição dos macrófagos ao beta-mannanos pode torná-los mais reativos ao segundo sinal. Estudos apontam que o interferon-gama e beta-mannanos possuem sinergismo bilateral levando a uma ativação de macrófagos mais forte em comparação com outros mecanismos.

Em última análise, a ativação do sistema imune induz repartição de recursos, onde parte da energia que seria utilizada para crescimento do animal é desviada para proliferação de células de defesa. O processo interfere, portanto no potencial de desempenho dos animais.

Tabela 1. Conteúdo de β-mananos nos principais ingredientes utilizados em dietas para aves e suínos.

INGREDIENTES                     MÉDIA, %        MÍNIMO, %        MÁXIMO, %

Aveia                                                    0,31                       –                              –

Canola                                                 0,08                       0,07                       0,09

Canola, bagaço                                 0,13                       –                              –

Canola, farinha                                 0,18                       0,13                       0,37

Cevada                                                0,42                       0,37                       0,46

DDGS                                                   0,57                       0,23                       1,09

Girassol, farinha com casca            0,62                       0,53                       0,69

Girassol, farinha sem casca             0,57                       0,42                       0,75

Milho                                                   0,14                       0,09                       0,22

Milho, farinha de glúten                 0,17                       0,10                       0,24

Palmiste, farinha                              7,24                       5,34                       10,90

Soja, cascas                                        6,67                       6,43                       6,91

Soja, farelo 44% PB                         0,79                       0,38                       1,30

Soja, farelo 46% PB                         0,69                       0,33                       1,15

Soja, farelo 48% PB                         0,59                       0,28                       1,00

Soja, farinha fermentada                0,59                       0,58                       0,59

Soja, Full Fat                                      0,71                       0,42                       1,05

Trigo                                                     0,27                       0,11                       0,42

Trigo, farelo                                       0,25                       0,21                       0,34

Custos nutricionais da resposta imune

Muitas evidências científicas estão validando a estreita relação entre a nutrição, a saúde intestinal e a imunidade dos animais. Além da função crítica na digestão e absorção dos nutrientes, o intestino também pode ser considerado o maior órgão imune do organismo. Por conta desta forte relação entre os sistemas, a nutrição dos animais pode influenciar a imunidade através de vários mecanismos.

Uma das vias mais evidentes desta relação é o alto “custo” nutricional associado com o desenvolvimento e a ativação do sistema imune. As células do sistema imune, assim como qualquer célula do organismo, demandam nutrientes para sua manutenção e multiplicação. Além disso, os nutrientes também são necessários para a produção de outras proteínas acessórias na resposta imune.

Os custos nutricionais da ativação e manutenção da resposta imune são difíceis de serem estimados uma vez que variam com inúmeros fatores, tanto do animal (ex: espécie e genética), como do patógeno (ex: virulência e período de exposição). Em geral, o sistema imune adaptativo é caro para ser desenvolvido, mas barato para ser utilizado.

Por outro lado, o custo para o desenvolvimento da imunidade inata é bastante baixo, porém, os custos para sua ativação são altos e repetidos a cada encontro com o “patógeno em potencial”.

Experimentos com alimentação pareada para simular o impacto da redução de consumo (frequentemente observada na fase aguda da resposta) indicaram que o sistema imune responde por 9% do uso de nutrientes em frangos de corte. De modo bastante particular, os custos energéticos são frequentemente relacionados com o desenvolvimento e ativação da resposta imune, sendo induzidos tanto na fase aguda quanto para proliferação de leucócitos e anticorpos.

Além dos custos diretos da ativação da resposta imune, existem outras demandas que podem ser consideradas a longo prazo. Por exemplo, quando os processos pró-inflamatórios são mantidos, as consequências de comprometimento de tecidos e uso de nutrientes podem se prolongar por mais tempo. O estresse oxidativo é outra forma de indução de custos a longo prazo, embora os estudos nessa área ainda sejam bastante empíricos e a quantificação deste impacto seja complexa.

A proteção do organismo por um sistema imune eficiente é certamente necessária e positiva. Porém, os investimentos na imuno-competência podem afetar negativamente outras funções biológicas, como o crescimento dos animais, por conta dos custos nutricionais envolvidos. Essa relação é especialmente válida quando a resposta imune é gerada por alimentos (FIIR), ou seja, por PAMP sem consequência fisiológica grave ou patogenia associada. Nestes casos, o custo da ativação virá sem benefícios. Nesses casos, as consequências nutricionais e econômicas de gerar uma resposta inflamatória são relacionadas inversamente com o desempenho dos animais.

Outros “custos” da Fiir e dos beta-mannanos

As consequências positivas da ativação do sistema imune são indiscutíveis e incluem a defesa do organismo e a promoção de respostas vacinais. Porém, também existem consequências negativas, especialmente nos casos em que a resposta imune é gerada sem a presença efetiva de um patógeno (como na FIIR).

Muitas dessas  consequências  são compartilhadas com doenças entéricas ou outras reações inflamatórias exageradas, como a redução na absorção de nutrientes, perda de fluídos e disbiose. Algumas dessas consequências negativas são listadas na Figura 4 e detalhadas a seguir.

Figura 4. Consequências negativas associadas aos beta-mannanos

A inflamação é uma resposta genérica e, por isso, é considerada um mecanismo da imunidade inata. Esses processos são parte de uma resposta biológica complexa do intestino a uma possível ameaça. Além dos sinais clássicos, perda de integridade intestinal e de função absortiva também são frequentemente observados após a inflamação.

O prejuízo no aproveitamento dos nutrientes pode ser agravado ainda mais no caso específico da ativação de resposta imune por beta-mannanos, pois estas substancias atuam diretamente sobre a absorção de nutrientes. Os beta-mannanos são considerados fatores antinutricionais importantes, frequentemente relacionados com piora na viscosidade e aproveitamento nos nutrientes.

Os beta-mannanos são fortemente hidrofílicos, o que representa uma função importante durante o processo germinativo das plantas, auxiliando na disponibilização de reservas de água para o embrião. A mesma propriedade que é útil para as plantas pode ser prejudicial para os animais. Alimentos ricos em beta-mannanos aumentam a viscosidade da digesta, o que interfere no tempo de trânsito intestinal e o aproveitamento de nutrientes. O consumo de dietas com alta viscosidade pode levar ao aumentar do trato digestório dos animais, provavelmente para compensar a alteração na taxa de passagem da digesta. Como o trato digestório representa um custo metabólico relevante para o animal, essa alteração de tamanho pode impactar nas exigências nutricionais para mantença.

Por outro lado, o prejuízo absortivo associado aos beta-mannanos ocorre provavelmente devido sua interação com a glicocálix que leva ao espessamento da camada de muco e impede fisicamente a absorção. Alterações na liberação de hormônios e modificação no tempo de trânsito intestinal também foram observadas em decorrência da ação dos beta-mannanos.

Animais alimentados com dietas contendo ingredientes com altos níveis de beta-mannanos têm menor absorção de glicose e ácido pirúvico. Além disso, esses mesmos animais apresentam menor liberação de insulina, glucagon e peptídeo insulinotrópico dependente de glicose. Os carboidratos no trato gastrointestinal superior estimulam a liberação de peptídeo insulinotrópico dependente de glicose, porém com a presença de beta-mannanos sua liberação é reduzida proporcionando uma menor absorção de glicose. Com baixa glicemia, a insulina tende a ser secretada em menor quantidade podendo levar a menor absorção de amino ácidos estimulada pela insulina. Aumento no consumo de água em frangos de corte também foi associado a dietas com alta concentração de beta-mannanos, assim como existem relatos de aumento na umidade de cama.

Uma maior disponibilidade de nutrientes não absorvidos dentro do lúmen intestinal cria um ambiente favorável para a proliferação de microrganismo patogênicos ou não. Dentre os não patogênicos, pode ocorrer a multiplicação de organismos que degradam sais biliares, levando a redução na taxa de absorção de gordura e aminoácidos. Em frangos de corte criados sobre camas, o acréscimo no percentual de água da excreta (devido a maior viscosidade) causa aumento na ocorrência de calos de patas. Todos estes fatores combinados levam a obtenção de lotes desuniformes, especialmente se os animais enfrentarem algum desafio sanitário concomitante.

As partículas de alimento não digeridas no lúmen intestinal também servem de substrato para o crescimento bacteriano indesejável. Os processos inflamatórios colaboram para a disbiose, pois também alteram o ambiente oxidativo e metabolômico do intestino.

Em casos assim, a microbiota comensal benéfica e diversa pode ser alterada para uma população com diversidade reduzida e desenvolvimento de populações ruins para a saúde intestinal.

A perturbação da integridade intestinal também é frequentemente acompanhada de aumento na permeabilidade, que pode colaborar para a perda de digestibilidade e absorção dos nutrientes, além de favorecer a passagem de toxinas e ou patógenos. Esta via de transporte pode permitir que fatores pró-inflamatórios locais adquiram efeito sistêmico, alcançando outros órgãos e ativando proteínas de fase aguda. Citocinas e proteínas de fase aguda podem induzir reações antagônicas aos processos produtivos com redirecionamento dos nutrientes (inicialmente destinados para crescimento) para funções de defesa do organismo.

São reações negativas em cascata, cuja gravidade depende da extensão na ativação do sistema imune e também da coparticipação de outros desafios (sanitários, por exemplo). Entretanto, é importante que o nutricionista conheça e considere estes pontos na escolha dos ingredientes que irão compor as dietas dos animais, tanto aqueles que colaboram como fontes de beta-mannanos, como no uso da beta-mananase como ferramenta para contornar este desafio.

Conclusão

O sistema imune é uma das mais complexas áreas de estudo dentro da biologia, desafiando desde os profissionais da saúde/nutrição até os pesquisadores da biologia evolutiva. Porém, a necessidade de conhecer mais profundamente as interações entre nutrição e resposta imune é consenso, pois permitirá o refinamento das estratégias que, em última análise, podem melhorar o bem-estar e o desempenho dos animais.

As referências bibliográficas estão com o autor. Contato via: marcos.silva@elancoah.com.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor suinícola e da piscicultura acesse gratuitamente a edição digital Suínos e Peixes.

 

Fonte: Por Marcos Kipper da Silva, consultor técnico saúde nutricional da Elanco.

Suínos / Peixes

O que faz o Vale do Piranga ser o polo mineiro de incentivo à suinocultura?

Além de oferecer oportunidades de aprendizado e capacitação por meio de seminários, ampliando as habilidades dos colaboradores de granjas e profissionais da área, feira facilita o acesso dos produtores rurais do interior mineiro às mais recentes tecnologias do agronegócio.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

A Suinfair, maior feira de suinocultura de Minas Gerais, acontece no Polo Mineiro de Incentivo à Suinocultura, situado no Vale do Piranga, uma área que se destaca nacionalmente pela sua produção suinícola. Esta região representa, aproximadamente, 35% do rebanho de suínos de Minas Gerais, produzindo anualmente cerca de 370 milhões de quilos de carne suína. O trabalho diário de levar alimento à mesa de diversas famílias faz com que mais de cinco mil empregos sejam gerados diretamente pela suinocultura, além das mais de trinta e cinco mil pessoas que trabalham indiretamente na área.

Com um histórico consolidado, a região foi oficialmente reconhecida como Polo Mineiro de Incentivo à Suinocultura por meio de legislação, o que fortalece ainda mais a cadeia produtiva local. Nesse contexto, a Suinfair surge como uma iniciativa voltada para as necessidades específicas dos suinocultores.

Além de oferecer oportunidades de aprendizado e capacitação por meio de seminários, ampliando as habilidades dos colaboradores de granjas e profissionais da área, a Suinfair facilita o acesso dos produtores rurais do interior mineiro às mais recentes tecnologias do agronegócio.

Desde equipamentos estruturais até grandes máquinas agrícolas e robôs, os suinocultores têm a chance de conhecer de perto as inovações do mercado e estabelecer contatos diretos com os fabricantes. Isso resulta na concretização de negócios baseados em condições justas, fomentando o crescimento dos produtores e incentivando a presença dos fornecedores na região.

A Suinfair é, portanto, um evento feito sob medida para a suinocultura, representando uma oportunidade única de aprendizado, networking e desenvolvimento para todos os envolvidos nesse importante segmento do agronegócio.

Fonte: Assessoria Suinfair
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Suínos / Peixes

PorkExpo Brasil & Latam 2024 abre inscrições para receber trabalhos científicos do mundo inteiro

Disputa científica tradicional da suinocultura vai distribuir R$ 6 mil em dinheiro e reconhecer as quatro pesquisas mais inovadoras da indústria da carne suína.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Inscrições para envio de trabalhos científicos à PorkExpo Brasil & Latam 2024 estão abertas. Esse é um convite conhecido da suinocultura internacional há mais de duas décadas. Encontro inovador, que debate de ponta a ponta a cadeia produtiva da suinocultura, vai confirmar mais uma vez a tradição de incentivar as pesquisas da indústria mundial da carne suína, com a Mostra de Trabalhos Científicos, que será realizada nos dias 23 e 24 de outubro, no Recanto Cataratas Thermas Resort & Convention, em Foz do Iguaçu (PR).

O evento reúne o 12º Congresso Latino Americano de Suinocultura e o 2º Congresso Nacional Mulheres da Suinocultura, que seguem com as inscrições abertas aqui.

A 12ª edição convida pesquisadores e estudiosos para contribuir com seus conhecimentos e inovações. “Em cada edição da PorkExpo são recebidos ao menos 200 trabalhos”, exalta a CEO da PorkExpo Brasil & Latam 2024, Flávia Roppa

Neste ano, a premiação vai premiar quatro pesquisas científicas, sendo três referencias e um grande vencedor. O total da premiação chega a R$ 6 mil.

Flávia explica que os trabalhos devem abranger temas essenciais à atividade, como produção, sanidade, bem-estar animal, marketing da carne suína, economia, extensão rural, nutrição, reprodução, aproveitamento de resíduos e meio Ambiente, refletindo a amplitude e profundidade tecnológica que o setor apresenta a cada década que passa. “A PorkExpo apoia consistentemente o conhecimento por parte dos pesquisadores, professores, profissionais e estudantes, que buscam inovações para subsidiar a produção de campo, a indústria de processamento e o aumento do consumo da nossa carne pelos consumidores. Um propósito que ratificamos em duas décadas. E esperamos pela participação máxima desses estudiosos, do mundo inteiro”, enfatizou Flávia.

Inscrições

Os trabalhos precisam ser totalmente inéditos e entregues impreterivelmente até o dia 11 de agosto, podendo ser redigidos em Português, Inglês ou Espanhol. “Todos serão submetidos pelo site da Universidade Estadual do Oeste do Paraná. Os inscritos precisam informar o e-mail, telefone para contato e endereço completo de uma pessoa que vai ser a responsável pelo trabalho para futuros contatos com a organização do evento”, informa a CEO da PorkExpo.

Os interessados devem enviar os trabalhos formatados em duas páginas, em papel A4 (21 x 29,7 cm), digitados no Word para Windows, padrão 6.0 ou superior e salvos na extensão .doc, fonte dos textos em Arial, para o endereço: flavia@porkexpo.com.br. “Não serão aceitos trabalhos fora do padrão”, reforça Flávia.

Todas as informações referentes às inscrições e normas de redação podem ser consultadas clicando aqui. Os autores dos trabalhos avaliados pela Comissão Científica serão comunicados da sua aceitação ou não. “Participe e faça a diferença. Não perca a chance de participar desse movimento que define o amanhã da suinocultura. Junte-se aos líderes que estão construindo o futuro da indústria mundial de carnes”, convida Flávia, acrescentando: “Esperamos por sua ideia eficiente e inovadora”.

Fonte: Com informações da assessoria PorkExpo Brasil & Latam
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Suínos / Peixes Rápida atuação da Adapi e Mapa

Piauí registra e encerra casos de Peste Suína Clássica sem impacto nas exportações

Ações de vigilância no estado piauiense foram intensificadas e as equipes de defesa agropecuária estaduais e federais estão elaborando um plano estratégico de vacinação contra a PSC, com o objetivo de reduzir o risco de propagação da doença.

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Foto: Divulgação

O Governo do Piauí, por meio da Agência de Defesa Agropecuária do Piauí (Adapi) e da Secretaria de Assistência Técnica e Defesa Agropecuária (Sada), registrou em abril três novos focos de Peste Suína Clássica (PSC) no estado. Através de um comunicado divulgado, na tarde desta quinta-feira (25), a Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS) frisou que a disseminação da enfermidade tem sido uma preocupação crescente para os suinocultores brasileiros, especialmente desde 2019, quando sua incidência ganhou maior destaque na região nordestina.

O Serviço Veterinário Oficial da área, em colaboração com o Ministério da Agricultura e Pecuária (DSA/Mapa), está intensificando as atividades de vigilância no estado piauiense. Além disso, estão elaborando um plano estratégico de vacinação contra a PSC, com o objetivo de reduzir o risco de propagação da doença.

Até o momento, foram identificados 35 focos em 14 municípios da região Centro-Norte no Piauí. Todos esses focos foram controlados por meio do sacrifício dos suínos afetados. Recentemente, foram reportados três novos focos que afetaram 60 suínos em três propriedades no município de São José do Divino (PI), conforme notificação feita pelo Mapa à Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) em 17 de abril.

É importante ressaltar que o Piauí faz parte dos 11 estados que compõem a Zona não Livre da Doença. No entanto, a ocorrência desses focos na região não afeta a situação das Zonas Livres (Zl) da doença no Brasil, nem interfere nas exportações oriundas dos estados da zona livre de PSC.

De acordo com informações do Mapa, São José do Divino (PI) abriga cerca de 12 mil suínos domésticos, distribuídos em aproximadamente 274 pequenas e médias propriedades.

Focos identificados em pequenas propriedades

Semelhantes aos casos anteriores, os focos recém-confirmados em São José do Divino foram detectados em pequenas propriedades rurais, onde a comercialização local ou de subsistência é predominante. “Estes produtores têm enfrentado alta mortalidade e baixos índices de produtividade em seus rebanhos, em função do comprometimento da saúde dos suínos devido a doença, impactando a produção local”, informa a ABCS, em nota.

Portanto, a ocorrência desses casos em regiões endêmicas como o Piauí representa um alerta significativo para o setor da suinocultura brasileira e para o Serviço Veterinário Oficial (SVO) como um todo. “É essencial uma união de esforços entre o poder público e a iniciativa privada para erradicar a PSC na zona não livre da doença, envolvendo interesses coletivos na implementação de políticas públicas relevantes para o aprimoramento da suinocultura nacional, conforme estabelecido pelo Plano Brasil Livre de PSC, publicado em 2019 pelo Mapa”, evidencia a ABCS, no comunicado à imprensa.

Zona não Livre de PSC

A Associação Brasileira dos Criadores de Suínos destaca que o Piauí está situado na Zona não Livre de PSC e que os focos de PSC nessa região não afetam a comercialização e exportação da carne suína proveniente dos estados produtores que compõem a Zona Livre da doença – Acre, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Paraná, Rio de Janeiro, Rondônia, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Sergipe, São Paulo, Tocantins e Distrito Federal – , além de quatro municípios amazonenses, conforme ilustrado na Figura 03.

Figura 3 – Mapa demonstrativo do Brasil representando as zonas livre e não livre de PSC, conforme reconhecidos pela Organização Mundial de Saúde Animal. Fonte: Adaptado de OMSA (2023).

“As regiões livres de PSC seguem medidas rigorosas de controle e prevenção estabelecidas pelo Mapa, com vigilância contínua e altos padrões de biosseguridade nas granjas, garantindo a saúde dos animais. Além disso, o serviço de inspeção em todos os frigoríficos e a rastreabilidade na suinocultura, associados ao controle de qualidade das agroindústrias, diferenciam nosso país e asseguram a qualidade dos produtos suinícolas brasileiros”, frisa na nota a ABCS.

Posicionamento da ABCS

O presidente da ABCS, Marcelo Lopes, diz que a questão da Peste Suína Clássica é de extrema importância para o setor suinícola nacional. Ele reitera o compromisso da ABCS em colaborar com as autoridades governamentais e demais instituições do setor privado da suinocultura para fornecer suporte técnico e orientação aos criadores de suínos em todo o país, visando proteger a saúde do rebanho e a sustentabilidade econômica da suinocultura brasileira.

Lopes também ressalta a importância da vacinação, da implementação de programas de biosseguridade nas granjas, da rigorosa lavagem e desinfecção dos veículos, e da comunicação imediata ao Serviço Veterinário Oficial em caso de suspeita da doença. Além disso, a Associação está trabalhando ativamente para fornecer suporte técnico e orientação aos criadores de suínos em todo o país, visando proteger a saúde do rebanho e a sustentabilidade econômica da suinocultura brasileira.

Fonte: Com informações da ABCS
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