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Suínos / Peixes

RAC acelera compostagem de suínos e aves

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A preocupação da agroindústria, dos órgãos ambientais e até mesmo dos produtores acerca do destino de animais mortos já não é mais uma novidade. Fatores como a mortalidade diária em aviários e granjas de suínos ou até mesmo catástrofes ambientais tornaram-se cotidianos no processo produtivo. 

Neste sentido, a principal preocupação é sobre a forma de dispensa dessas carcaças, que pode por vezes, ocorrer em margens de rios, fossas e outros locais passíveis de contaminação do ar, solo ou da água. Além disso, outro fator relevante é que muitos dos animais morrem vítimas de alguma patogenia, fato que torna ainda mais preocupante o destino dos restos mortais, levando em consideração o risco de transmissão de doenças. 

Como solução para tantos desafios, muitos produtores são adeptos à compostagem, um processo natural em que os microrganismos, como fungos e bactérias, são responsáveis pela degradação de matéria orgânica. No caso dos dejetos de animais, as carcaças são dispostas junto a camadas de material vegetal seco, como serragem, por exemplo, em pilhas ou baias. Neste caso, a mistura só ocorre após a decomposição total das carcaças.

Contudo, o sócio-gerente da CCP Soluções Ambientais e coordenador de Negócios da Agrobona Insdústria de Equipamentos, zootecnista Juliano Tormena Caliman, explica que o que era para ser uma solução, em alguns casos se torna um problema.

“Se o manejo para a compostagem estática não é feito da maneira correta, diversos problemas podem se estender por vários meses, como a produção de muito chorume; se há baixa umidade, não conseguimos a decomposição correta da matéria orgânica, o que leva a um período longo até a degradação da carcaça; a falta de revolvimento reduz a presença de oxigênio na massa e, pelo longo período necessário para decomposição, o produtor não consegue nem manejar a compostagem devido a gases acumulados e falta de oxigênio, gerando mau cheiro”, expõe.

Solução

Foi pensando no aperfeiçoamento deste processo que o zootecnista participou do desenvolvimento de um equipamento que objetiva reduzir os pontos negativos da compostagem: o Roto Acelerador de Compostagem (RAC). 

Caliman explica que o equipamento permite que a compostagem ocorra da maneira correta, com o equilíbrio dos fatores. “A compostagem é um processo aeróbio, onde se trabalha com a relação Carbono/Nitrogênio, umidade, temperatura e Oxigênio. Neste processo, o Carbono é proveniente de materiais vegetais, como a maravalha, serragem e palhas em geral, e as carcaças têm uma presença grande de material orgânico rico em nutrientes e Nitrogênio”, explica.

Conforme o zootecnista, no RAC é possível trabalhar com quantidades ideais de Carbono e Nitrogênio, bem como de umidade e revolvimento do material. Por ser um sistema fechado, outro ponto positivo é a possibilidade de controle das variáveis do processo, como temperatura, umidade e oxigenação, além de diminuir problemas de mau cheiro e atração de insetos causados pela anaerobiose em sistemas convencionais. 

“Não existe receita de bolo para fazer compostagem, o tempo varia de acordo com a forma de manejo, o que acontece no RAC é que a fase termofílica é acelerada, proporcionando um processo cinco vezes mais rápido, além de otimizar a mão de obra e realizar a compostagem em grandes volumes de resíduos”, diz.

Projeto-piloto
Há quase dois anos, o produtor Pedro Pies recebeu o primeiro equipamento de RAC para compostagem de suínos em sua propriedade, localizada em Maripá, no Oeste do Paraná. Junto ao filho Daniel e a esposa Janete, Pedro mantém 4,5 mil suínos de terminação e apostou na tecnologia para melhorar ainda mais a qualidade do processo produtivo. 

“Pela falta de mão de obra gerada pela condição insalubre do serviço, comecei junto com meu filho a pesquisar formas para melhorar esse processo e conhecemos o roto acelerador de aves. A partir daí, passamos a realizar estudos e testes junto com os técnicos durante alguns meses para desenvolver um triturador que comportasse carcaças de suínos”, explica.

Após passar pela aprovação do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) e da equipe de Segurança do Trabalho da BRF – a qual Pies é integrado -, o RAC entrou em funcionamento. O suinocultor conta que, apesar do custo do equipamento ser cerca de 30% maior do que uma composteira tradicional, os benefícios do processo automatizado não são superiores. 

“Com o manejo correto, a compostagem estática demorava no mínimo seis meses para o animal começar a se degradar, isso quando não acontecia o apodrecimento ao invés da decomposição, o que deixava o odor ainda mais forte, além de atrair moscas e outros animais”, comenta. 

Por outro lado, segundo o produtor, em cerca de dez dias de processamento no RAC, os dejetos animais já não aparecem mais, dando vez para um composto uniforme e estabilizado, livre de cheiro, de risco sanitário e ambiental. 

Confira a matéria completa na edição impressa "Nutrição & Saúde Animal" de O Presente Rural.

Fonte: O Presente Rural

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Suínos / Peixes

Preços do suíno vivo encerram abril com movimentos distintos

Segundo pesquisadores deste Centro, em Minas Gerais, compradores estiveram mais ativos na aquisição de novos lotes de animais, levando suinocultores daquele estado a reajustarem positivamente os valores. Já em outras praças, as cotações seguiram em queda, pressionadas pela demanda enfraquecida.

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Foto: Ari Dias

Os preços do suíno vivo no mercado independente encerraram abril com movimentos distintos entre as regiões acompanhadas pelo Cepea.

Segundo pesquisadores deste Centro, em Minas Gerais, compradores estiveram mais ativos na aquisição de novos lotes de animais, levando suinocultores daquele estado a reajustarem positivamente os valores.

Já em outras praças, as cotações seguiram em queda, pressionadas pela demanda enfraquecida.

Para a carne, apesar da desvalorização das carcaças, agentes consultados pelo Cepea relataram melhora das vendas no final de abril.

Quanto às exportações, o volume de carne suína embarcado nos 20 primeiros dias úteis de abril já supera o escoado no mês anterior, interrompendo o movimento de queda observado desde fevereiro.

Segundo dados da Secex, são 86,8 mil toneladas do produto in natura enviadas ao exterior na parcial de abril, e, caso esse ritmo se mantenha, o total pode chegar a 95,4 mil toneladas, maior volume até então para este ano.

 

Fonte: Assessoria Cepea
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Suínos / Peixes

Embaixador da Coreia do Sul visita indústrias da C.Vale

Iniciativa pode resultar em novos negócios no segmento carnes da cooperativa

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Visitantes conheceram frigorífico de peixes - Fotos: Assessoria

A C.Vale recebeu, no dia 25 de abril, o embaixador da Coreia do Sul, Lim Ki-mo, e o especialista de negócios da embaixada sul-coreana, Rafael Eojin Kim. Eles conheceram os processos de industrialização de carne de frango, de peixes e da esmagadora de soja, além da disposição dos produtos nos pontos de venda do hipermercado da cooperativa, em Palotina.

O presidente da C.Vale, Alfredo Lang, recepcionou os visitantes e está confiante no incremento das vendas da cooperativa para a Coréia do Sul. “É muito importante receber uma visita dessa envergadura porque amplia os laços comerciais entre os dois países”, pontuou. Também participaram do encontro o CEO da cooperativa, Edio Schreiner, os gerentes Reni Girardi (Divisão Industrial), Fernando Aguiar (Departamento de Comercialização do Complexo Agroindustrial) e gerências de departamentos e indústrias.

O embaixador Lim Ki-Mo disse ter ficado admirado com o tamanho das plantas industriais e a tecnologia do processo de agroindustrialização da cooperativa. “Eu sabia que a C.Vale era grande, mas visitando pessoalmente fiquei impressionado. É incrível”, enfatizou o embaixador, que finalizou a visita cantando em forma de agradecimento pelo acolhimento da direção e funcionários da C.Vale.

 

Fonte: Assessoria CVale
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Suínos / Peixes

Doença do edema em suínos: uma análise detalhada

Diagnóstico da doença pode ser desafiador devido à rápida progressão da condição e à sobreposição de sintomas com outras enfermidades.

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Foto e texto: Assessoria

A doença do edema (DE) é um importante desafio sanitário em nível global na suinocultura. Com alta prevalência a patologia ocasiona perdas econômicas ao setor associadas, principalmente, com a morte súbita de leitões nas fases de creche e recria.

A doença foi descrita pela primeira vez na literatura por Shanks em 1938, na Irlanda do Norte, ao mesmo tempo que Hudson (1938) registrava sua ocorrência na Inglaterra.

Ao pensarmos no controle da enfermidade, a adoção de medidas de manejo adequadas desempenha um papel fundamental na prevenção da disseminação do Escherichia coli, o agente causador da DE.  Desta forma, é essencial reforçar práticas, como o respeito ao período de vazio sanitário durante a troca de lotes, a limpeza e desinfecção regular de todos os equipamentos e baias ocupadas com produtos adequados, e a garantia de que as baias estejam limpas e secas antes da introdução dos animais. Embora possam parecer simples, a aplicação rigorosa dessas ações é indispensável para o sucesso do manejo sanitário.

A toxinfecção característica pela DE é causada pela colonização do intestino delgado dos leitões por cepas da bactéria Escherichia coli produtoras da toxina Shiga2 (Vt2e) e que possuem habilidade de aderência às vilosidades intestinais, sendo uma das principais causas de morbidade e mortalidade em suínos, resultando em perdas econômicas significativas e impactos negativos na indústria suinícola.

Durante a multiplicação da bactéria (E.coli) no trato gastrointestinal dos suínos, a toxina Shiga 2 (Vt2e) é produzida e absorvida pela circulação sistêmica, onde induz a inativação da síntese proteica em células do endotélio vascular do intestino delgado, em tecidos subcutâneos e no encéfalo. A destruição das células endoteliais leva ao aparecimento do edema e de sinais neurotóxicos característicos da doença (HENTON; HUNTER, 1994).

Como resultado, ocorre extravasamento de fluido para os tecidos circundantes, resultando em edema, hemorragia e necrose, especialmente no intestino delgado. Além disso, a toxina pode desencadear uma resposta inflamatória sistêmica, exacerbando ainda mais os danos aos tecidos e órgãos afetados.

Os sinais clínicos da doença do edema em suínos variam em gravidade, mas frequentemente incluem, incoordenação motora com andar cambaleante que evolui para a paralisia de membros, edema de face, com inchaço bem característico das pálpebras, edema abdominal e subcutâneo, fezes sanguinolentas e dificuldade respiratória. O edema abdominal é uma característica marcante da doença, muitas vezes resultando em distensão abdominal pronunciada. Além disso, os suínos afetados podem apresentar sinais neurológicos, como tremores e convulsões, em casos graves.  Em toxinfecções de evolução mais aguda, os animais podem ir a óbito sem apresentar os sinais clínicos da doença, sendo considerado morte súbita.

O diagnóstico da doença do edema em suínos pode ser desafiador devido à rápida progressão da condição e à sobreposição de sintomas com outras doenças. No entanto, exames laboratoriais, como cultura bacteriana do conteúdo intestinal ou de swabs retais podem ajudar a identificar a presença. Quando há alto índices de mortalidade na propriedade, pode se recorrer a técnicas de necropsia, bem como a histopatologia das amostras de tecidos intestinais, sobretudo a identificação do gene da Vt2e via PCR, para o diagnóstico definitivo da doença

O tratamento geralmente envolve a administração de antibióticos, como penicilina ou ampicilina, para combater a infecção bacteriana, juntamente com terapias de suporte, como fluidoterapia e controle da dor.

Embora tenhamos métodos diagnósticos eficientes, o tratamento da doença do edema ainda é um desafio recorrente nas granjas. Sendo assim, prevenir a entrada da doença do edema no rebanho ainda é a melhor opção. Uma dieta rica em fibras, boas práticas de manejo sanitário, evitar situações de estresse logo após o desmame e a prática de vacinação são estratégias eficazes quando se diz respeito à prevenção (Rocha, 2016). Borowski et al. (2002) demonstraram, por exemplo, que duas doses de uma vacina composta por uma bactéria autógena contra E. coli, aplicadas em porcas e em leitões, foram suficientes para obter uma redução da sintomatologia e mortalidade dos animais acometidos.

A doença do edema em suínos representa um desafio significativo para a indústria suinícola, com sérias implicações econômicas e de bem-estar animal. Uma compreensão aprofundada dos mecanismos subjacentes à patogênese da doença, juntamente com a implementação de medidas preventivas e de controle eficazes, é essencial para minimizar sua incidência e impacto. Ao adotar uma abordagem integrada os produtores podem proteger a saúde e o bem-estar dos animais, ao mesmo tempo em que promovem a sustentabilidade e a rentabilidade da indústria suína.

Referências bibliográficas podem ser solicitadas pelo e-mail gisele@assiscomunicacoes.com.br.

Fonte: Por Pedro Filsner, médico-veterinário gerente nacional de Serviços Veterinários de Suínos da Ceva Saúde Animal.
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