Conectado com
VOZ DO COOP

Notícias Safra 2018/19

Quebra da safra de soja deve passar de 30% no Oeste e Sudoeste do Paraná

De acordo com presidentes de Sindicatos Rurais, sojicultores têm colhido abaixo da média histórica e já fazem cálculos para a renegociação de dívidas

Publicado em

em

Divulgação/Mapa

O impacto da falta de chuvas regulares na safra de soja do Paraná deve ser significativo nas regiões Oeste e Sudoeste do Paraná. A estimativa extraoficial do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná (Seab) é de que a quebra de safra seja superior a 30% nessas áreas. Nesta semana, o órgão havia divulgado um boletim que aponta que 12% da lavoura paranaense estão em condições consideradas ruins. O relatório detalhado da safra será publicado na última semana de janeiro.

“Em algumas áreas produtoras, principalmente as das regiões Oeste e Sudoeste, as perdas devem ser maiores que 30%. Isso ainda não está oficializado, mas as informações que temos apontam para isso”, ressaltou o diretor do Deral, Salatiel Turra, em entrevista ao Sistema FAEP-SENAR-PR.

A técnica do Departamento Técnico Econômico (Detec) do Sistema FAEP/SENAR-PR Ana Paula Kowalski explica que a falta de chuvas significativas na fase de formação dos grãos prejudicou a produtividade no ciclo atual. O principal impacto recaiu, principalmente, sobre os produtores que fizeram o plantio logo após o vazio sanitário. Os sojicultores que plantaram posteriormente ainda podem minimizar as perdas.

“Quem plantou mais cedo, de um modo geral, está tendo um prejuízo maior, porque enfrentou um período de estiagem mais crítico em uma fase que as lavouras precisavam de chuva, na fase de enchimento dos grãos. Para quem plantou mais tardiamente pode ter uma produtividade maior, se voltar a chover em níveis ideais”, diz.

Ainda, a técnica do Sistema FAEP/SENAR-PR acrescenta que as altas temperaturas registradas nos últimos 30 dias também prejudicaram o desenvolvimento dos grãos.

Em dezembro de 2018, quando a estiagem começou a se agravar justamente no período de desenvolvimento das lavouras, o Deral reduziu a estimativa de produção em 500 mil toneladas, para 19,1 milhões de toneladas. Nesta semana, o boletim atualizado apontou que 12% da área plantada está em condições consideradas ruins; 30% em condições intermediárias; e 58% em boas situações.

“Na região Oeste, temos produtores que vão apenas conseguir cobrir o custo operacional. Estão prevendo dificuldades com investimentos ou mesmo para pagar os financiamentos, cujas parcelas começam a vencer”, aponta Ana Paula.

Impacto

O vice-presidente do Sindicato Rural de Palotina, Edmilson Zabotti, afirmou que as perdas médias dos produtores do município serão superiores aos 35%. A produtividade esperada era de 4,2 mil quilos por hectare, mas os sojicultores têm colhido, em média, 2 mil quilos por hectare. O volume é bem menor que a produtividade registrada no município na safra passada: 3,6 mil quilos por hectare.

“As lavouras estavam bem conduzidas, com tudo certinho, mas nos últimos 30 dias faltou o principal: a chuva”, diz Zabotti. “Vamos ter produtores que vão colher 2,9 mil quilos por hectare. Mas tem regiões daqui em que o produtor retirou entre 1,2 mil e 2,4 mil quilos por hectares”, completou.

Segundo o presidente do Sindicato Rural de Cascavel, Paulo Orso, os informes dos sojicultores dão conta de que as lavouras “não se desenvolveram bem” e reforçou que, em alguns casos, a quebra vai bater na casa dos 60%. “Já teve produtor que plantou milho sem ter colhido a soja. A quebra vai ser muito significativa”, aponta.

Sudoeste

O mau desempenho provocado pela falta de chuvas não se restringe ao Oeste. Na região Sudoeste, o cenário é bem parecido. Em Verê, os produtores têm colhido, em média, 2 mil quilos por hectare, quando a produtividade dos últimos anos girava em torno dos 4,4 mil quilos por hectare. Segundo o presidente do Sindicato Rural do município, Jaimir Colognese, alguns sojicultores tiveram que antecipar a colheita, para não perder a produção.

“Eu, por exemplo, planto 217 hectares. Em 40%, a lavoura está completamente comprometida. Em 40%, eu vou conseguir uma produtividade baixa, na faixa de mil quilos por hectare. No restante, que eu plantei tardiamente, a produtividade deve ser boa, se tiver chuva”, diz. “De todo modo, é um início de colheita anormal e bem prejudicado para a gente”, completa.

Diante do cenário, as entidades sindicais manifestam preocupação em relação ao aspecto financeiro. Segundo os sindicalistas, produtores já fazem cálculos para renegociar dívidas. “Para gente, foi uma calamidade. O produtor que está colhendo 1,5 mil quilos por hectare nem irá conseguir cobrir os custos de produção”, destaca Orso. “Temos situações que não valeria nem a pena o produtor colocar a colheitadeira para trabalhar. Mas o produtor vai encaminhar a colheitadeira por causa do seguro rural”, ressalta Zabotti.

Clima

As perspectivas climatológicas para as próximas semanas, no entanto, não são muito animadoras aos produtores de soja do Estado. As frentes frias que virão do Sul não terão força para chegar ao Paraná. A estiagem deve afetar principalmente as áreas Central e Norte do Estado.

“Serão dias mais secos, com predomínio de sol e altas temperaturas. Se a chuva chegar, será em baixo volume e mal distribuída. Essa condição permanece até o dia 14 de janeiro”, aponta Graziella Gonçalves, meteorologista do Climatempo.

Entre o dia 15 e 21 de janeiro, as precipitações devem chegar em um volume maior ao Paraná, atingindo também toda a região Central. A faixa Norte, no entanto, deve continuar sofrendo com a estiagem.

“O alerta é que há possibilidades de tempestades, com quedas de granizo. E são fenômenos difícil de se prever com antecedência, porque serão ocorrências pontuais e bem localizadas”, diz a meteorologista.

As condições devem melhorar somente a partir da última semana de janeiro, com chuvas distribuídas ao longo dos finais de tarde. Esse panorama deve se manter até a metade de fevereiro, quando as precipitações voltam a oscilar.

“Fevereiro deve ir bem na primeira quinzena. Depois, as chuvas devem ser mal distribuídas. Isso dura até março e abril, quando devemos ter chuvas volumosas e generalizadas em todo o Estado”, projeta Graziella.

Fonte: Sistema Faep

Notícias

Governo federal destaca papel da Embrapa no crescimento da agricultura nacional

Durante cerimônia de comemoração aos seus 51 anos, entidade pública estabeleceu sete acordos de cooperação técnica, dos quais dois têm abrangência internacional.

Publicado em

em

Foto: Divulgação/Arquivo OPR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou, na quinta-feira (25), da cerimônia de comemoração dos 51 anos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Em discurso, ele destacou o papel da Embrapa no desenvolvimento da agricultura nacional, em especial no Cerrado, e prometeu trabalhar para garantir recursos para suprir as necessidades da empresa. “É uma coisa tão absurda imaginar que um centro de conhecimento como a Embrapa deixe de fazer uma pesquisa porque falta R$ 1 milhão, R$ 2 milhões. Eu diria que é irresponsabilidade de todo mundo”, disse Lula, provocando a presidente da Embrapa, Silvia Massruhá, a apresentar os projetos da empresa.

“E não é bondade minha, não, é reconhecimento do que a Embrapa significa para esse país. O que a gente precisa calcular é que cada centavo que a gente coloca na Embrapa retorna para este país  em milhares de reais, que se transformam em dólares e que fazem a gente ser o maior exportador de carne, de soja, de milho, do que quiser”, afirmou.

Lula disse que a Embrapa é a referência máxima da tecnologia brasileira e defendeu a divulgação das soluções da empresa para a agropecuária em todo o mundo. Ele citou, como exemplo, que as soluções para o Cerrado brasileiro podem ser aproveitadas na Savana africana.

Foto: Divulgação/Embrapa

“Há 50 anos, ninguém dava um tostão furado por uma terra no Cerrado. Falavam: ‘essa terra não presta, a árvores nem crescem, elas ficam tortas’. Até que veio a Embrapa com pesquisa e transformou o Cerrado brasileiro numa coisa extraordinária de produção agrícola, fazendo com que o Brasil chegasse ao topo da produção, com pouca gente no mundo capaz de competir com o Brasil”, disse.

Parcerias
Durante a solenidade, a Embrapa estabeleceu sete acordos de cooperação técnica, dos quais dois têm abrangência internacional: um com o Banco Mundial e outro com a Agência de Cooperação Internacional do Japão (Jica). Os cinco restantes selam novas parcerias com os ministérios da Fazenda; do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar; da Agricultura e Pecuária e da Ciência, Tecnologia e Inovação, além de envolverem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável do Nordeste (Consórcio Nordeste).

Também foram lançadas soluções tecnológicas para a agropecuária e entregues homenagens a profissionais e pesquisadores da Embrapa. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu muda de um pequizeiro que produz frutos sem espinhos, desenvolvida pela empresa.

A Embrapa é uma empresa pública, vinculada ao Ministério da Agricultura e Pecuária, que foi criada em 1973 para desenvolver soluções tecnológicas para um modelo de agricultura e pecuária adequado às condições brasileiras. Em celebração, a Embrapa realiza o evento Embrapa 50+, a revolução do futuro começa agora, com atividades até sábado (27) na sede da empresa.

A empresa informou que entrou em um novo ciclo, alinhando suas ações de pesquisa agropecuária às agendas nacionais e globais, como as de transição alimentar, climática, energética e digital.

Soberania e segurança alimentar; alimentos saudáveis e novas tendências de consumo; inclusão socioprodutiva e combate à fome e à miséria; saúde única; multifuncionalidade da agricultura e agricultura de baixo carbono; e conservação e uso racional da biodiversidade são exemplos de questões emergentes que estão no foco da Embrapa.

Fonte: Agência Brasil
Continue Lendo

Colunistas

Genética: o pilar sustentável da produção animal

casamento entre a excelência genética e a inovação tecnológica não só impulsiona o progresso da pecuária, mas também consolida seu compromisso com a sustentabilidade e responsabilidade ambiental.

Publicado em

em

Foto: Divulgação/ABS

A tríade imponente de sanidade, bem-estar e genética não é apenas uma teoria, mas sim a espinha dorsal de toda a produção animal. Esses três pilares não só garantem a eficiência, mas também são a base de uma abordagem verdadeiramente sustentável para a produção animal. Contudo, como a realidade do campo nos lembra incansavelmente, tudo começa com a genética.

Fotos: Divulgação/Arquivo OPR

Em um cenário em que as discussões sobre sustentabilidade ganham cada vez mais relevância e alcance, a urgência de ações concretas se torna evidente. Diariamente, vemos uma crescente pressão e culpabilização sobre a produção animal em relação aos impactos ambientais, como emissões de gases do efeito estufa e desmatamento. É hora de agir rapidamente, trazendo clareza aos debates por meio de dados concretos relacionados à capacidade da produção animal de ser sustentável, e a genética é o insumo permanente.

No contexto desafiador da produção animal sustentável, a genética se destaca como o alicerce desde o primeiro momento, moldando os anos subsequentes após cada seleção criteriosa. Ao longo de décadas, testemunhamos de perto os avanços tecnológicos no campo do melhoramento genético animal, uma saga de progresso que assegura a continuidade dos alelos favoráveis – as verdadeiras engrenagens que impulsionam a produção animal.

A busca por características que potencializam a eficiência animal está no centro das atenções e é amplamente adotada. Esta abordagem tem permitido a coleta de fenótipos relevantes, evidenciando a capacidade de animais com alto mérito genético em manter padrões elevados de qualidade e desempenho, ao mesmo tempo em que demonstram uma excepcional eficiência na conversão alimentar, no rendimento de carcaça e na redução do tempo de permanência na fazenda. Os pecuaristas contabilizam, ao final, um saldo positivo rastreado e almejado.

Na vanguarda da inovação na pecuária, a implementação estratégica de linhagens terminais nos rebanhos emerge como um exemplo marcante de avanço. Esta abordagem, que capitaliza a complementaridade entre raças e explora a heterose, tem impulsionado de forma notável a eficiência produtiva. Resultados tangíveis são observados na redução substancial do tempo de confinamento dos animais, além de um notável aumento no peso e rendimento da carcaça, bem como na qualidade da carne.

Além disso, destacamos a importância da aplicação de tecnologias de ponta e metodologias inovadoras, como as ômicas, que têm revolucionado o cenário da seleção genética. Este vasto campo promete uma nova era na pesquisa e aplicação, permitindo a identificação e expressão de características altamente desejáveis. Entre elas, destaca-se a atenção aos pilares da sustentabilidade, bem como a compreensão aprofundada da microbiota ruminal, cujo papel crucial na mitigação das emissões de gases do efeito estufa é cada vez mais reconhecido.

Assim, o casamento entre a excelência genética e a inovação tecnológica não só impulsiona o progresso da pecuária, mas também consolida seu compromisso com a sustentabilidade e responsabilidade ambiental.

Em resumo, a manutenção da conexão ciência-indústria-campo é um elemento vital na busca pela produção sustentável, permitindo a produção de animais mais eficientes, saudáveis e adaptados ao meio ambiente, garantindo estabilidade na produção animal e um futuro alimentar seguro e saudável para as gerações futuras.

Nessa jornada, há um setor engajado e com a busca incessante pela excelência genética, pois sabemos que é a partir dela que construímos os fundamentos de um amanhã mais promissor para a produção animal sustentável, sem esquecer de garantir a subsistência da próxima geração de agricultores e pecuaristas.

Fonte: Por Laís Grigoletto, gerente de Serviços Genéticos Corte Latam da ABS.
Continue Lendo

Notícias Trabalho integrado

Mapa promove reunião com os Superintendentes Federais de Agricultura

Encontro contou com a participação do ministro Carlos Fávaro nesta quinta-feira (25), que destacou a importância da atuação das SFAs nos estados.

Publicado em

em

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, participou na quinta-feira (25) de uma reunião com os Superintendentes Federais de Agricultura (SFAs) na gestão 2024, na sede do Ministério .

Na ocasião, o ministro Fávaro destacou o papel fundamental das Superintendências para o trabalho efetivo do Mapa. “São os porta-vozes responsáveis por comunicar sobre todas as ações realizadas pelo Ministério nos estados”, disse ele.

Fotos: Divulgação/Mapa

Organizada pela Coordenação-Geral de Apoio às Superintendências (CGAS), o encontro teve por objetivo a apresentação e alinhamento das necessidades e prioridades em conjunto com as SFAs. Ainda, foram apresentados os sete novos Superintendentes dos estados de Mato Grosso (MT), Distrito Federal (DF), Amazonas (AM), Amapá (AP), Piauí (PI), Ceará (CE) e Roraima (RR).

Fávaro também apresentou as atividades que estão sendo realizadas para a melhora dos trabalhos nos pontos focais dos estados com modernidade, como a melhora da internet e wi-fi. A partir do mês de maio, as Superintendências, os Laboratórios e as demais estruturas, contarão com rede sem fio com mais segurança e proteção.

O coordenador geral de Apoio às Superintendências (CGAS), Raul Amaducci, ressaltou a importância da interlocução entre a Sede e as SFAs. “Agradeço essa parceria que faz com que tenhamos resultados nos estados”, expressou.

O encontro teve início na quarta-feira (24), com encerramento nesta quinta-feira (25). Os superintendentes participaram de reuniões com representantes das Secretarias para apresentações sobre o trabalho das áreas.

Participaram do encontro o secretário executivo substituto da Secretaria Executiva, Cleber Soares, o subsecretário de Orçamento, Planejamento e Administração, Fernando Soares e os superintendentes de 27 estados federativos.

Fonte: Assessoria Mapa
Continue Lendo
CBNA – Cong. Tec.

NEWSLETTER

Assine nossa newsletter e recebas as principais notícias em seu email.