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Avicultura

Protocolo de bem-estar animal estabelece padrões para aprimorar condições de vida das poedeiras

A necessidade de tal protocolo se tornou evidente diante da complexidade dos sistemas de produção animal e da urgência em otimizar tanto os aspectos produtivos quanto os indicadores de bem-estar.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Existe uma crescente preocupação com o bem-estar dos animais nas cadeias de produção de alimentos, o que tem impulsionado mudanças significativas nas práticas industriais. Na Europa, em resposta a essa demanda foi desenvolvido um Protocolo de Qualidade de Bem-Estar para Poedeiras, que além de estabelecer padrões para uma avaliação robusta e confiável dos índices produtivos das aves, possibilitando uma estimativa precisa da condição de bem-estar dos lotes em cada granja avaliada, promove também uma abordagem prática para garantir a saúde dos animais, atendendo às demandas dos consumidores por produtos éticos e de alta qualidade.

Zootecnista Midiã Nascimento dos Santos: “Medidas corretivas podem ser implementadas precocemente, evitando assim a propagação de um problema” – Foto: Jaqueline Galvão/OP Rural

A necessidade de tal protocolo se tornou evidente diante da complexidade dos sistemas de produção animal e da urgência em otimizar tanto os aspectos produtivos quanto os indicadores de bem-estar. “Este protocolo foi desenvolvido para avaliar e melhorar o bem-estar de animais de produção, além das aves, também dos suínos, ruminantes e outras espécies”, afirmou a zootecnista Midiã Nascimento dos Santos.

A implementação deste protocolo implica em uma série de diretrizes e práticas específicas que devem ser seguidas pelos produtores. Desde o manejo adequado das instalações até a nutrição balanceada e o controle sanitário eficaz, cada aspecto do ciclo de produção é cuidadosamente considerado para garantir o bem-estar das poedeiras.

Além disso, o Protocolo de Qualidade de Bem-Estar para Poedeiras busca não apenas aprimorar as condições de vida dos animais, mas também promover a transparência e a responsabilidade na indústria de produção animal. “Ao adotar essas práticas, o setor demonstra um compromisso tangível com o bem-estar animal, atendendo as crescentes expectativas dos consumidores por produtos provenientes de sistemas de produção éticos e responsáveis”, menciona a profissional.

Guia prático

Mais do que um simples conjunto de diretrizes, esse protocolo é um guia prático e abrangente para a avaliação do bem-estar animal, abordando quatro princípios fundamentais: alimentação adequada, alojamento adequado, boa saúde e comportamento apropriado.

Para cada um desses princípios existem alguns critérios de bem-estar, em que os produtores devem adotar medidas específicas. Isso inclui garantir que as aves tenham acesso constante a alimentos e água, fornecer um ambiente de alojamento confortável e espaçoso, manter a saúde das aves através de cuidados veterinários adequados, promover comportamentos naturais e sociais, uma boa relação entre humanos e animais, e um estado emocional geral positivo. “Essas medidas podem ser baseadas em recursos disponíveis, no manejo e no animal”, afirma Midiã, complementando: “As medidas, que são obtidas diretamente do animal, também são conhecidas como indicadores iceberg, os quais podem revelar problemas subjacentes no manejo ou no ambiente, indicando a necessidade de ajustes para garantir o bem-estar ideal das poedeiras”.

Avaliação da condição corporal

A zootecnista explica que cada princípio contém alguns critérios de bem-estar para avaliar a condição corporal das aves, com score que vai de 0 a 2. A avaliação da condição corporal oferece uma maneira direta de identificar possíveis problemas relacionados à alimentação e competição por alimentos, permitindo que os produtores ajam rapidamente para garantir o bem-estar adequado das aves.

Por exemplo, no princípio de Alimentação Adequada, entre os critérios avaliados estão Fome Prolongada, medida que vai indicar deficiência nutricional ou algum tipo de competição por ração que acaba impedindo que esse animal consuma a quantidade devida de alimento para aquela determinada linhagem e idade. “Neste princípio, o animal avaliado com score 0 significa que sua condição corporal é considerada normal, com músculos presentes no contorno da quilha conforme o desejado. Já o score 1 indica condição moderada, em que a quilha pode ser vista levemente; e o score 2 é severo, mostrando que a quilha é proeminente, o que é um indicativo de que a ave não está consumindo alimentos em quantidade suficiente para atender às suas necessidades nutricionais”, detalha Midiã.

Investigação em cada caso

A profissional menciona que, como as medidas são baseadas no animal, o produtor terá uma visão mais clara dos impactos do ambiente sobre as aves. “Mesmo que o ambiente pareça estar adequado, isso não necessariamente significa que está causando um efeito positivo no bem-estar das aves. Por exemplo, mesmo que o número de comedouros esteja adequado, em algumas gaiolas as aves dominantes podem estar impedindo que as outras consumam a quantidade desejada de alimento”, detalha.

Porém, um fator importante deste sistema é sua capacidade de prevenir que os problemas se agravem. Midiã diz que ao verificar constantemente as aves, tanto o produtor quanto o sistema de auditoria podem detectar os sintomas iniciais de um problema antes que se torne mais grave. “Medidas corretivas podem ser implementadas precocemente, evitando assim a propagação do problema. Ao adotar essa abordagem, os produtores garantem não apenas a saúde e o bem-estar das aves, mas também a sustentabilidade e a eficiência de suas operações”, salienta.

No entanto, a zootecnista reforça que essa avaliação tem suas limitações. “Embora forneça informações valiosas sobre o bem-estar das poedeiras, nem sempre identifica a causa raiz dos problemas, exigindo uma investigação mais aprofundada”, evidencia.

Além disso, a correção efetiva desses problemas pode demandar outras medidas complementares. “Para garantir melhorias significativas na produção e no bem-estar das aves, é importante que essas medidas estejam integradas a práticas de manejo, ambiência e nutrição adequadas. Apenas quando todos esses aspectos estão alinhados é que se pode obter resultados realmente positivos”, ressalta.

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Fonte: O Presente Rural

Avicultura

Exportação de carne de frango gaúcha cai nos primeiros cinco meses deste ano

Queda é de 4,4% em relação ao mesmo período do ano passado e reflete impacto dos eventos climáticos no estado.

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Foto: Claudio Neves

O Rio Grande do Sul fechou o mês de maio com embarque de 56,4 mil toneladas de carne de frango in natura e processada, volume que indica queda de -11,4% na comparação com igual período do ano anterior. A redução também se fez sentir na receita acumulada do intervalo, totalizando US$ 99,2 milhões, equivalente a -23,2% sobre 12 meses atrás. O volume exportado de janeiro a maio deste ano somou 295,4 mil toneladas, baixa de -4,4% ocasionando também queda no faturamento deste período, que foi de US$ 526,6 milhões, recuo de -16,2% na comparação com o mesmo período do ano passado, que finalizou em US$ 628,2 milhões.

Já o cenário das vendas internacionais de ovos gaúchos em volumes, mantém evolução. O Rio Grande do Sul enviou 621,3 toneladas no quinto mês do ano, -12,6% do volume total de 2023, que somou 711,1 toneladas. No entanto, no acumulado dos cinco primeiros meses do ano, apurou-se um crescimento de 23,1% nos embarques da proteína ovos, ou seja, foram exportadas 2,7 mil toneladas de ovos, quando no mesmo período do ano passado foram 2,2 mil toneladas de ovos

A receita apontou redução de -41,6%, caindo de US$ 2,4 milhões em maio de 2023 para US$ 1,4 milhão em maio do corrente. As receitas acumuladas nos cinco primeiros meses do ano, na faixa de US$ 6,6 milhões, apontaram queda de -22,6% em relação a 2023 quando as cifras chegaram a US$ 8,5 milhões.

Presidente executivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul (Asgav/Sipargs), José Eduardo dos Santos: “Algumas indústrias foram prejudicadas e diretamente afetadas pelas enchentes e também a obstrução de estradas e quedas de pontes, uma situação que retardou nossas exportações” – Foto: Divulgação/Asgav

O presidente executivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul (Asgav/Sipargs), José Eduardo dos Santos, explica que os embarques no período apurado, tanto de carnes quanto ovos, acusam o impacto das cheias no estado que prejudicaram a logística de escoamento e a operacionalização de parte das exportações. “Algumas indústrias foram prejudicadas e diretamente afetadas pelas enchentes e também a obstrução de estradas e quedas de pontes, uma situação que retardou nossas exportações”, ressalta Santos.

Embarques nacionais de carne de frango alcançam 451,6 mil toneladas em maio
O contexto nacional assinala 451,6 mil toneladas de carne de frango in natura e processada exportadas em maio. Esse número de 2024, apontou crescimento de 4,2% sobre o total embarcado no mesmo mês de 2023, que fechou com 433,3 mil toneladas. As receitas totais obtidas com as exportações de maio chegaram a US$ 818,7 milhões, queda de -5,6% comparado ao mesmo mês do ano passado, com US$ 867,4 milhões.

Em relação ao fechamento dos cinco meses de 2024, as exportações computadas entre janeiro e maio deste ano alcançaram 2,152 milhões de toneladas, volume -1,4% abaixo do saldo acumulado do mesmo período de 2023, com 2,183 milhões de toneladas. No mesmo período, a receita acumulada alcançou US$ 3,8 bilhões, -10,2% abaixo do que o total registrado no período janeiro a maio de 2023, com US$ 4,2 bilhões.

Indústria e Produção de Ovos nacional exporta 6,9 mil toneladas no período

As exportações de maio atingiram 1,3 mil toneladas de ovos, gerando uma receita de US$ 3 milhões. Os dois indicadores demonstram queda em relação aos períodos do ano passado, com percentuais de -68,9% e -70,1% respectivamente. A movimentação dos cinco primeiros meses, com uma exportação de 6,9 mil de toneladas de ovos, acusou retração de -42,1% comparada com as 11,9 mil toneladas exportadas no mesmo período de 2023.  No que se refere aos resultados de faturamento, no período apurado constata-se de janeiro a maio deste ano, US$ 14,2 milhões, diminuição de -52% comparado ao mesmo período do ano passado, quando a cifra atingiu o patamar de US$ 29,6 milhões.

Fonte: Assessoria Asgav/Sipargs
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Avicultura

Gripe aviária: Finlândia será primeiro país a ofertar vacina em humano

País adquiriu 20 mil doses da vacina para imunizar 10 mil pessoas com duas doses cada. A segunda dose deve ser administrada três semanas após a primeira.

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Foto: Divulgação/Freepik

O Instituto Finlandês de Saúde e Bem-Estar informou que deve iniciar “o mais rápido possível” a vacinação, em humanos, contra a gripe aviária. O país será o primeiro no mundo a ofertar esse tipo de imunização.

Em nota, o país destacou ter adquirido 20 mil doses da vacina, montante suficiente para imunizar 10 mil pessoas com duas doses cada. A segunda dose deve ser administrada três semanas após a primeira.

A vacina será distribuída entre pessoas com mais de 18 anos e que, em razão do trabalho ou de outras circunstâncias, apresentam risco aumentado de contrair a doença. O governo finlandês estabeleceu como público-alvo:

– pessoas em contato com animais de fazendas voltadas para o processamento do couro;

– pessoas que trabalham com aves domesticadas, mantidas em criadouro;

– pessoas envolvidas no manuseio e no abate de aves e de outros animais doentes ou mortos, como funcionários de instalações de processamento de subprodutos animais;

– pessoas que trabalham com anilhagem de pássaros (marcação individual com um pequeno anel de metal na pata);

– pessoas que trabalham com aves selvagens;

– pessoas que trabalham em zoológicos e aviários;

– médicos veterinários;

– profissionais de laboratório que manuseiam o vírus da gripe aviária ou amostras que possam contê-lo;

– contatos próximos de um caso suspeito ou confirmado de gripe aviária.

O comunicado destaca que não há casos confirmados de gripe aviária em humanos na Finlândia e que a vacinação é preventiva.

O instituto reporta que, em 2023, o país registrou mortes em massa de aves selvagens causadas pela infecção por gripe aviária. “O vírus também se espalhou amplamente pelas fazendas de produção de peles, causando alta morbidade e mortalidade em animais.”

Fonte: Agência Brasil
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Avicultura Glicerídeos de ácido butírico

Os benefícios da tributirina e da monobutirina

O uso de fontes de ácido butírico como aditivo alimentar na produção de aves e suínos, e mais ainda, na forma dos glicerídeos tributirina e monobutirina, são estratégias inovadoras que contribuem na produção de animais saudáveis e sistemas de produção mais eficientes.

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Foto: Shutterstock

Entre os aditivos utilizados na produção animal, a tecnologia do ácido butírico já é consenso entre os principais produtores de aves e suínos, visto as inúmeras vantagens que este promove sobre o desempenho dos animais, principalmente os relacionados à saúde intestinal.

O ácido butírico possui uma ação específica de estimular o crescimento e desenvolvimento das células epiteliais, responsáveis pela absorção dos nutrientes, pois é utilizada como fonte de energia rápida e prontamente disponível para os enterócitos, favorecendo sua multiplicação e/ou recuperação. Assim, disponibilizar quantidades maiores de ácido butírico a partir do intestino tem efeito direto sobre melhora na digestibilidade e aumento na absorção dos nutrientes, com reflexos positivos sobre o aumento no ganho de peso e melhora na conversão alimentar.

Entre as diferentes fontes de ácido butírico existentes no mercado, a tecnologia dos glicerídeos, como os mono, di e triglicerídeos de ácido butírico, se destacam pela eficiência, estabilidade e resultados que proporcionam na produção animal. Sendo estes ácidos ligados ao glicerol através de uma ligação covalente que não sofrem influência do pH, e portanto, não são solubilizadas no pH ácido estomacal, são liberadas somente a partir do intestino, de forma lenta e gradual, ao longo de todo o trato gastrointestinal.

Além disso, atributos como a ausência de odor característico do ácido butírico, e resistência as altas temperaturas, possibilitando o uso em rações peletizadas e extrusadas, reforçam as vantagens no uso desta tecnologia.

A tributirina, um triglicerídeo de com três moléculas de ácido butírico, ganha vantagem em comparação com produtos revestidos convencionais, pois permite que mais moléculas desse ácido sejam entregues diretamente no intestino delgado, já que a técnica de esterificação aumenta as concentrações deste ácido em até duas a três vezes. Esse ácido butírico auxilia na reparação das vilosidades intestinais, aumenta a integridade das membranas e inibe o crescimento de bactérias prejudiciais, promovendo a saúde intestinal dos animais.

Artigo escrito pelo zootecnista, doutor em Nutrição de Aves e Suínos e gerente técnico da Feedis, Silvano Bünzen – Foto: Divulgação/Feedis

Estudos

Vários autores têm apontado o efeito positivo da suplementação de tributirina sobre o desempenho e saúde intestinal em aves e suínos. A tributirina promove o aumento da taxa de sobrevivência e o ganho de peso diário, principalmente em animais jovens, por atuar diretamente sobre o crescimento das células intestinais, melhorando a digestibilidade e absorção de nutrientes.

Já os α-monoglicerídeos como a α-monobutirina tem sido considerada pela sua alta atividade antimicrobiana, principalmente sobre as bactérias gram-negativas, e por isso mesmo pode ser utilizada como uma estratégia importante para as fases de crescimento e final, fases estas com maior pressão sanitária e contaminação. Vários trabalhos descritos na literatura mostram efeito positivo da monobutirina sobre o desempenho e na recuperação de animais criados em condições com alto desafio para infecções intestinais.

O efeito promissor dos monoglicerídeos se destaca como estratégia de melhorar a saúde e a produtividade através da redução de patógenos em humanos e animais, buscando-se alternativas para redução no uso de antibióticos. Sua ação imonomuduladora e capacidade de modulação da microbiota tem sido relatada por diferentes pesquisadores.

Eficiência

Assim, o uso de fontes de ácido butírico como aditivo alimentar na produção de aves e suínos, e mais ainda, na forma dos glicerídeos tributirina e monobutirina, são estratégias inovadoras que contribuem na produção de animais saudáveis e sistemas de produção mais eficientes. Sua capacidade de fornecer ácido butírico diretamente ao intestino delgado faz dela uma escolha valiosa para produtores preocupados com a saúde e o crescimento de seus animais.

As referências bibliográficas estão com o autor. Contato: silvano.bunzen@feedis.com.br.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor avícola acesse a versão digital de Avicultura de Corte e Postura clicando aqui. Boa leitura

Fonte: Por Silvano Bünzen, zootecnista, doutor em Nutrição de Aves e Suínos e gerente técnico da Feedis
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