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Projeto Techfuturo tem mais da metade dos projetos na área do agronegócio

Dos 21 projetos, dois têm apenas propostas relacionadas ao agronegócio

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Fotos: Divulgação

Produção de carne em laboratório, robôs para a alimentação de suínos, aplicador inteligente de herbicidas, teste em tempo real de nível de contaminação bacteriana, entre outros. Alguns destes projetos parecem ter saído de alguma história de ficção científica, mas são bem concretos.

Eles fazem parte dos 37 projetos do Programa Techfuturo, da Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia, financiado em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado (Fapergs) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no Rio Grande do Sul (Sebrae-RS).  Os recursos são de R$ 5,6 milhões para o desenvolvimento dos projetos, em um período de 18 meses.

“Nosso objetivo é promover a conexão entre pesquisas inovadoras e os setores estratégicos da economia. Os recursos investidos nessas soluções geram mais valor e contribuem para o desenvolvimento do Estado através da inovação”, destaca o secretário de Inovação, Luís Lamb.

Dos 37 selecionados, 21 são do agronegócio, o que corresponde a 56,75%. São projetos inovadores que utilizam as chamadas tecnologias portadoras de futuro como inteligência artificial, biotecnologia, dispositivos web, conectividade, entre outros.

As cidades com maior número de projetos aprovados no setor do agronegócio são Porto Alegre com quatro, Santa Maria com três e Canoas e Rio Grande, com dois cada.

“O agro gaúcho avança cada vez mais ao futuro, investindo em novas tecnologias, que trazem consigo a possibilidade de melhora no desempenho da produção agropecuária gaúcha. O Projeto Techfuturo é uma grande iniciativa do governo do estado, e a predominância de projetos voltados ao campo só confirma o grande interesse dos nossos pesquisadores em contribuir ainda mais com nossas produções”, destaca o secretário Covatti Filho.

Os projetos com destaque no agronegócio

Dos 21 projetos selecionados do Techfuturo, sete são da área de biotecnologia, quatro de inteligência artificial, três de manufatura avançada, dois de internet das coisas e um nas áreas de conectividade, dispositivos web, sistemas de energia e software e hardware, incluindo blockchain (tecnologia criptográfica de registro de transações).  Entre as áreas, oito são das engenharias, seis das ciências agrárias, quatro das ciências biológicas e três da matemática.

Carne de Laboratório

Um dos projetos é o de desenvolvimento dos primeiros produtos de carne de laboratório do Rio Grande do Sul e do Brasil. De acordo com a proposta, será realizada a extração e o cultivo de células satélites musculares bovinas e desenvolvido hidrogéis à base de colágeno e gelatina para realização de cultivo celular tridimensional.  O cultivo das células nos hidrogéis será analisado em relação a parâmetros macrométricos e histológicos sobre a formação de tecido biomimético a carne consumida atualmente. Ele será desenvolvido em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

“O recurso do Techfuturo está sendo o ponto de partida para o desenvolvimento da primeira carne cultivada em laboratório do Brasil. No Brasil e no RS, ainda não existem iniciativas nesse sentido, por isso queremos ser os pioneiros no desenvolvimento e lançamento deste produto”, afirma Bibiana Matte, diretora científica do Núcleo Vitro (www.nucleovitro.com).

Este tipo de projeto já vem sendo desenvolvido em outros países há mais de 20 anos, como Estados Unidos, Israel e Singapura, primeiro país a aprovar a venda deste produto.

Robô alimentador de suínos

Outro projeto aprovado busca, através da inteligência artificial, desenvolver um robô alimentador de suínos, com precisão e gestão em tempo real. Ele será realizado em parceria com a UFRGS e busca reduzir o custo de ração e excreção de nutrientes. Hoje, o Brasil é o 4º maior produtor de suínos do mundo e o Rio Grande do Sul é o 3º maior produtor de suínos do Brasil.

De acordo com Giovani Molin, Diretor da Roboagro, “é o “empurrão” que precisávamos para tirar do papel e colocar na prática bons projetos que trarão muitos benefícios para o setor. Certamente esse estímulo e o formato da parceria empresas + universidades, proporcionará a aplicação da base científica trazendo ganhos reais na colocação dessas melhores práticas no dia a dia dos consumidores/usuários dessas inovações”. O que tem de melhor na ciência logo, logo, estará dentro das granjas e em todo setor da suinocultura, destaca ele.

Redução no uso de agrotóxicos na lavoura

O projeto de um aplicador inteligente de agrotóxicos é um sistema de reconhecimento que possibilita o controle localizado de plantas daninhas infestantes de lavouras de soja e milho através de visão computacional e inteligência artificial. Ele utiliza Redes Neurais Convolucionais (do inglês Convolutional Neural network ou ConvNet), que é uma classe de rede neural artificial do tipo feed-forward, que vem sendo aplicada com sucesso no processamento e análise de imagens digitais. Estas redes são utilizadas em imagens tomadas em tempo real por dispositivo embarcado. O projeto, desenvolvido em parceria com a UFRGS, apresenta potencial de redução do uso de herbicidas entre 40% e 90%, dependendo das condições da lavoura. Esse resultado possibilita a redução dos custos de produção agrícola, otimização de recursos e diminuição do impacto ambiental.

“Entendemos que o projeto TechFuturo é um marco na área de inovação e desenvolvimento tecnológico para o Estado do Rio Grande do Sul e uma forma importante de impulsionar novas ideais e gerar desenvolvimento tecnológico. O investimento em ciência e tecnologia impulsiona o desenvolvimento de Startups, faz com que capital intelectual permaneça no Estado e gere valor, contribuindo para uma melhor distribuição de renda” afirma Ismael Scheeren, Diretor de Tecnologia da Accore Systems.

Sistema de energia e software e hardware

Dos 21 projetos, dois têm apenas propostas relacionadas ao agronegócio. É o de sistemas de energia, que vai desenvolver um novo VANT (Veículo Aéreo Não Tripulado) de pulverização agrícola que funcione a combustão, aumentando a eficiência do voo e reduzindo custos. E também o projeto de software e hardware, incluindo blockchain, que vai desenvolver um instrumento eletrônico automatizado e portátil que identifique e mostre em tempo real o nível de contaminação bacteriana de uma solução. Ele poderá ser utilizado em amostras de leite, de aditivos de ração animal, alimentos, frigoríficos, entre outros.

O público-alvo deste primeiro edital do Techfuturo foram empresas dos setores estratégicos da matriz produtiva gaúcha, de qualquer porte, com CNPJ ativo e registrado no RS e enquadradas dentro das categorias de empresa de pequeno porte, microempresa ou MEI; tecnologias abertas entre empresas de qualquer porte; grandes e médias empresas.

Para saber mais sobre o Techfuturo, instituído pelo Decreto 55.382 de 23 de julho de 2020, clique aqui (https://www.inova.rs.gov.br/techfuturo)

Fonte: Ascom SEAPDR
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Notícias

Com presença de autoridades, 89ª ExpoZebu será aberta oficialmente neste sábado

Expectativa é que 400 mil pessoas passem pela maior feira da pecuária zebuína do mundo até o dia 6 de maio, 35 comitivas internacionais com 700 estrangeiros.

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Foto: Divulgação/ABCZ

Será aberta oficialmente neste sábado (27), a 89ª ExpoZebu – Genética Além das Fronteiras. O presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), Gabriel Garcia Cid, fará a abertura da solenidade às 10 horas no Parque Fernando Costa, em Uberaba (MG).

Confirmaram presença no evento o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, o governador do Ceará, Elmano de Freitas, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Carlos Fávaro, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, o secretário de Defesa Agropecuária do Mapa, Carlos Goulart.

A expectativa é que 400 mil pessoas passem pela maior feira da pecuária zebuína do mundo até o dia 6 de maio, 35 comitivas internacionais com 700 estrangeiros.

A ExpoZebu deste ano ressalta a força da cadeia produtiva da carne e do leite destacando avanços da genética zebuína, a relevância dos subprodutos da pecuária, trazendo ampla gama de produtos e serviços especializados.

Além disso, evidencia para criadores, investidores, profissionais do setor, estudantes e toda a comunidade as mais recentes técnicas de produção, manejo de rebanhos, nutrição animal, inovação tecnológica e oportunidades de negócios, apresentando muito mais do que uma exposição de gado.

Esta edição conta com 2.520 animais que participarão dos julgamentos entre os dias 28 e abril a 4 de maio. A programação também inclui o 2º Congresso Mundial de Criadores de Zebu (Comcebu), o 44º Torneio Leiteiro, 38 leilões, 8 shoppings de animais, palestras educativas, workshops práticos, demonstrações ao vivo voltadas ao impulsionamento da eficiência e produtividade porteira adentro.

Além disso, atrações para todos os públicos como a tradicional Feira de Gastronomia e Alimentos de Minas, a 39º Mostra do Museu do Zebu e shows, o que contribui para a movimentação da economia com geração de 4.200 empregos diretos e indiretos.

O Parque Fernando Costa estará aberto para visitação durante os dias de feira das 7h30 às 22h. Especialmente neste sábado, os visitantes poderão degustar pipoca e algodão doce gratuitamente no período da manhã.

A ‘89ª ExpoZebu – Genética Além das fronteiras’ é uma realização da ABCZ, com patrocínio de Cervejaria Petrópolis – Itaipava, Neogen, Banco do Brasil, Cachaça 51: uma boa ideia, Sistema CNA/Senar, Programa leilões, Chevrolet, SETPAR empreendimentos e Caixa – Governo Federal e apoio de Geneal, Sicoob Credileite, Prefeitura de Uberaba – Geoparque, Sindicato Rural de Uberaba e Fazu.

Fonte: Assessoria ABCZ
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Milho sofre queda de 8% na produção da segunda safra no Paraná

Expectativa atual é que sejam produzidas 13,5 milhões de toneladas nesta safra em uma área de 2,4 milhões de hectares. No campo, 10% das lavouras estão em condições ruins, 21% em condição mediana e 69% em condição boa.

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A produção do milho na segunda safra 2023/24 deve ter uma redução no Paraná. A expectativa atual é que sejam produzidas 13,5 milhões de toneladas nesta safra em uma área de 2,4 milhões de hectares, uma perda de 8% no volume comparativamente à expectativa inicial de produção, de 14,7 milhões de toneladas.

De acordo com o Departamento de Economia Rural (Deral), o cenário ainda é desafiador para a safra. No campo, 10% das lavouras estão em condições ruins, 21% em condição mediana e 69% em condição boa. As informações constam no relatório da Previsão Subjetiva de Safra (PSS), divulgada na quinta-feira (25). “A colheita ainda não teve início e mais perdas podem ser registradas, a depender das condições climáticas”, ressalta o analista do Deral, Edmar Gervásio.

Fotos: Jaelson Lucas/AEN

Segundo ele, os preços estão estáveis com relação ao mês anterior, em parte reflexo de uma produção menor não somente no Paraná, mas no País como um todo.

Soja

A colheita dos 5,76 milhões de hectares de soja está praticamente encerrada e a expectativa é de que sejam produzidas 18,3 milhões de toneladas, 3,5 milhões de toneladas a menos do que o previsto nas estimativas iniciais.

Trigo

Estima-se uma retração de 19% na área de trigo colhida em relação a 2023, passando de 1,41 milhão de hectares para 1,14 milhão de hectares. A revisão com números similares, mas ainda menores, acontece em um momento de preços em torno de R$ 65 na cotação do dia 24 de abril, uma pequena valorização em relação ao último dia útil de março, quando a saca era cotada em torno de R$ 64. “Os preços internos tiveram pouca influência da valorização das cotações internacionais observada na última semana e do dólar mais valorizado no último mês e, consequentemente, não atingiram um patamar suficiente para reanimar e mudar o posicionamento dos produtores de trigo”, diz o engenheiro agrônomo do Deral Carlos Hugo Godinho.

Da área projetada, 5% já está semeada e os trabalhos ocorreram em boas condições. A semeadura continuará a ocorrer na neutralidade do Oceano Pacífico, mas durante o desenvolvimento da cultura é provável a volta do La Niña. Nesse caso aumenta o risco de seca e geada e diminui o risco de chuvas na colheita. Se o Estado sair ileso da transição entre os fenômenos, a produção de trigo pode superar a do ano anterior, com as produtividades compensando a redução de área.

Atualmente, projeta-se uma safra de 3,8 milhões de toneladas para 2024, 4% superior às 3,6 milhões de toneladas obtidas em 2023.

Com as novas revisões, a expectativa é de que o Paraná produza, no total, aproximadamente 40,38 milhões de toneladas de grãos na safra 2023/24.

Feijão

Com 9% da área da segunda safra de feijão colhida e 35% das lavouras a campo já em maturação, o Deral estima uma produção recorde dessa cultura no Paraná.

Apesar dos temores dos produtores de feijão pelas lavouras mais tardias, especialmente em função da qualidade, o volume esperado é de 774 mil toneladas em uma área recorde de 402 mil hectares, 36% superior à da segunda safra 2022/2023. De acordo com os técnicos, a colheita está ocorrendo bem e as últimas chuvas melhoraram o aspecto das lavouras. “É uma produção recorde para a segunda safra e, que se confirmada, deve ser uma das maiores produções de feijão do Estado”, explica Marcelo Garrido, chefe do Deral.

Olericultura

De acordo com o Deral, 93% da área de 10,7 mil hectares da segunda safra de batata está plantada, e a colheita chegou a 26% nesta semana. A produção estimada é de 334,5 mil toneladas, 1,2% menor que a média prevista no início do ciclo, segundo o engenheiro agrônomo Paulo Andrade. No atacado, a saca de 25kg da batata comum especial lavada foi cotada a R$ 100,00, uma queda de 16,7% em uma quinzena.

O tomate da primeira safra teve a área total reavaliada para 2,5 mil hectares, principalmente por conta da revisão de 75 hectares na região de Londrina. Estima-se que sejam produzidas 145,6 mil toneladas. Na segunda safra, no último mês, houve uma evolução de 8% na área plantada e de 22% na área colhida. Devem ser produzidas 106,2 mil toneladas em 1,6 mil hectares. Quanto aos preços no atacado, a caixa de 20kg do tomate longa vida teve preço arrefecido em 18,8% no mesmo período.

Fonte: Com AEN-PR
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Colunistas

A revolução das soluções baseadas na natureza

A necessidade das empresas compensarem suas emissões, combinada à garantia de integridade e qualidade dos projetos NBS, deve resultar em um mercado promissor e no provável aumento dos valores dos créditos de carbono, que já proporcionam um retorno atrativo quando comparado a outras atividades econômicas, especialmente a pecuária extensiva em pastagens degradadas.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

“Hell de Janeiro”. A sensação térmica recorde de 62,3ºC registrada em uma estação do Rio de Janeiro durante a terceira onda de calor de 2024 gerou uma série de memes e muito desconforto, para dizer o mínimo. De acordo com um estudo liderado pela UFRJ, 48 mil pessoas morreram por ondas de calor entre 2000 e 2018 no Brasil. No ano passado, nove ondas de calor assolaram o país, num total de 65 dias com temperaturas muito acima da média histórica – até os anos 1990, eram sete dias em média de calor atípico, segundo dados do Instituto de Pesquisas Espaciais (INPE).

Definitivamente, as mudanças climáticas são a principal ameaça que a humanidade enfrenta. No último ano, a temperatura global esteve muito próxima do 1,5ºC acima dos níveis pré-industriais, marco limite do acordo de Paris, e para que não seja ultrapassado esse limiar as emissões de gases de efeito estufa devem ser reduzidas em 43% até 2030 (em relação a 2019), conforme a ONU. Para atingir essa meta ousada são necessárias diversas estratégias e atores, e contar com o engajamento das empresas para a redução e compensação das suas emissões.

As soluções baseadas na natureza (NBS, na sigla em inglês) podem proporcionar mais de um terço das reduções de emissões necessárias até 2030, de acordo com um estudo da The Nature Conservancy (TNC). É o caso de projetos de conservação e restauração florestal, e de manejo de terras agrícolas. Essas soluções não apenas ajudam a enfrentar as mudanças climáticas, mas também podem melhorar a saúde do solo, conservar e aumentar a biodiversidade e equilibrar o ciclo hidrológico, além de promover o desenvolvimento social de comunidades tradicionais.

Segundo o estudo da TNC, os projetos do tipo REDD+ (Reduções de Emissões provenientes de Desmatamento e Degradação) podem evitar a emissão de aproximadamente 3 GtCO2e (bilhões de toneladas equivalentes de dióxido de carbono) com a conservação de florestas nativas. Enquanto os projetos do tipo ARR (Afforestation, Reforestation and Revegetation) podem remover cerca de 1,6 GtCO2e da atmosfera com a restauração florestal. Já os projetos de ALM (Agricultural Land Management) podem garantir que mais de 5 GtCO2e sejam compensados com a adoção de boas práticas e tecnologias na agricultura e na pecuária. Os recursos financeiros para esses projetos vêm do mercado de carbono, onde empresas e governos do mundo inteiro estão estabelecendo metas de carbono zero (net zero) e regulamentações.

Mas, para que esse mercado atinja todo o seu potencial, é preciso garantir a qualidade e integridade dos créditos de carbono, gerados de acordo com padrões robustos e reconhecidos. Os projetos NBS precisam ter adicionalidade e monitoramento para assegurar o cumprimento de seus objetivos e proporcionar benefícios para o clima, para as comunidades e para a biodiversidade por um período mínimo de 40 anos. Os órgãos certificadores do mercado voluntário de carbono, como a Verra, têm buscado constantemente o aperfeiçoamento de suas metodologias para garantir a consistência dos projetos e a confiança do mercado.

A integridade e qualidade dos projetos estão ligadas à transparência, rastreabilidade e segurança. Tecnologias avançadas, como drones com sensores LiDAR e inteligência artificial, são importantes para aumentar a transparência e acurácia na mensuração do carbono e no monitoramento da biodiversidade e da degradação florestal. Tecnologias sociais, incluindo aplicativos de monitoramento ambiental comunitário e mecanismos de resolução de conflitos e geração de renda, fomentam a gestão colaborativa e a participação ativa em projetos NBS – as ações sociais são essenciais para assegurar a segurança e eficácia dos projetos no longo prazo, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida.

A necessidade das empresas compensarem suas emissões, combinada à garantia de integridade e qualidade dos projetos NBS, deve resultar em um mercado promissor e no provável aumento dos valores dos créditos de carbono, que já proporcionam um retorno atrativo quando comparado a outras atividades econômicas, especialmente a pecuária extensiva em pastagens degradadas. De acordo com um estudo da McKinsey, a demanda pelos créditos aumentará 15 vezes ou mais até 2030 e até 100 vezes até 2050, fazendo esse mercado saltar de US$1 bilhão em 2021 para US$50 a 100 bilhões até o final desta década.

Neste cenário, o Brasil possui uma posição promissora: 15% do potencial global de compensação de carbono por meio de soluções baseadas na natureza concentra-se em seu território, o equivalente a quase 2 GtCO2e – e apenas 1% dessa capacidade é aproveitada atualmente. Para que o país possa se beneficiar desse potencial de crescimento, faz-se necessário também a formação de pessoal capacitado para atender o aumento da demanda. Hoje o mercado já está carente de profissionais tanto na área de desenvolvimento de projetos NBS, quanto na área de auditoria por parte dos órgãos de verificação e validação dos projetos, bem como na área de sustentabilidade dentro das empresas.

Cobrir essas lacunas é essencial para termos condições de descarbonizar a economia, com agricultura e pecuária regenerativas e baseadas na floresta em pé, consolidando o Brasil como uma potência mundial em sustentabilidade. Esta é a revolução das Soluções Baseadas na Natureza.

Fonte: Por Danilo Roberti Alves de Almeida, engenheiro florestal, mestre em Ciências de Florestas Tropicais e doutor em Recursos Florestais.
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