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Primeira soja transgênica totalmente brasileira chega ao mercado

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A Embrapa e a Basf lançam o Sistema de Produção Cultivance, que representa um marco para a ciência brasileira por conter a primeira soja geneticamente modificada totalmente desenvolvida no Brasil. A tecnologia combina a utilização de cultivares de soja com o uso de um herbicida de amplo espectro de ação para o manejo de plantas daninhas de folhas largas e estreitas.
O sistema atenderá a todas as regiões do País. Porém, nesse primeiro momento, alcançará oito estados brasileiros de forma parcial: Mato Grosso do Sul, Goiás, Mato Grosso, São Paulo, Paraná, Minas Gerais, Rondônia, Bahia e DF. A distribuição leva em consideração as características das cultivares que serão colocadas no mercado na safra 2015/2016. À medida que houver registros de novas cultivares de soja, a comercialização será expandida para outros estados. A soja Cultivance está aprovada para importação em 17 países e na União Europeia.
"É a primeira vez que uma planta de soja geneticamente modificada, completamente desenvolvida no Brasil, desde o laboratório até a comercialização, entra no mercado, com aprovação nos principais países importadores dessa importante oleaginosa", destaca Maurício Antônio Lopes, presidente da Embrapa. "Trata-se de uma tecnologia totalmente verde-amarela, desde a concepção à comercialização, além de ser uma importante e viável alternativa às já existentes", afirma o vice-presidente sênior da divisão de proteção de cultivos para América Latina da Basf, Eduardo Leduc.
O diferencial está na combinação de variedades geneticamente modificadas e no uso de herbicidas da classe das imidazolinonas para o controle de plantas daninhas. "Essa ferramenta, ao ser integrada ao sistema de produção de soja, abre perspectiva para que o produtor brasileiro possa rotacionar herbicidas com diferentes mecanismos de ação para o manejo de plantas daninhas de difícil controle", explica o pesquisador da Embrapa Soja, Carlos Arrabal Arias. Ele se refere à possibilidade de o produtor alternar entre diferentes tecnologias para evitar a seleção de plantas daninhas resistentes.  
O Brasil tem atualmente 34 casos de resistência de plantas daninhas. A cada safra, o manejo de espécies como a buva, o azevém e o capim-amargoso preocupa mais produtores, técnicos e pesquisadores. "Isso porque as plantas daninhas competem com a soja por luz, água e nutrientes, o que pode reduzir a produtividade", explica o pesquisador Fernando Adegas, da Embrapa Soja. "Também interferem na eficiência da colheita, no aumento do nível de impurezas e na umidade dos grãos", relata. Por isso, a expectativa da Embrapa e da Basf é que o Sistema Cultivance possa ser opção tecnológica para o manejo das áreas afetadas por plantas daninhas de difícil controle.
Longo trajeto de pesquisa
O desenvolvimento dessa tecnologia levou quase 20 anos, considerando desde a pesquisa em laboratório até seu registro comercial e chegada ao campo. "Tivemos aproximadamente 35 cientistas envolvidos no desenvolvimento e na geração de dados que subsidiaram seu processo de liberação comercial no Brasil, isso sem considerar as equipes de apoio de laboratórios, casas de vegetação e campo", explica Arias.
A Basf possui a patente do gene ahas (gene aceto-hidroxiácido sintase), extraído da planta Arabdopsis thaliana, que confere tolerância ao herbicida da classe das imidazolinonas. Em 1997, a Basf disponibilizou o gene ahas para a Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (DF), que desenvolveu um método inovador de transformação vegetal, possibilitando sua introdução no genoma da soja. Segundo Elibio Rech, pesquisador da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, a Cultivance é uma demonstração da capacidade e da competência da ciência e da tecnologia nacionais. "É um produto de alto valor agregado com muito potencial para incrementar ainda mais o agronegócio brasileiro", afirma. Além disso, é um exemplo prático de alto impacto envolvendo parceria público- privada e pode contribuir significativamente para consolidar a importância do Brasil na biotecnologia mundial.
Seguindo rigorosos processos de segurança, a Embrapa Soja (PR) realizou vários cruzamentos genéticos para obter cultivares com grande potencial produtivo e que expressassem tolerância ao herbicida da classe das imidazolinonas.
Na safra 2006/2007, a Embrapa passou a avaliar como as plantas transgênicas se comportavam no meio ambiente. "Tínhamos que realizar testes para comprovar a segurança da tecnologia para o meio ambiente, para a saúde humana e animal e, paralelamente, trabalhar no desenvolvimento de cultivares comerciais de soja", lembra Arias.
No caso da Cultivance, por três safras foram conduzidos experimentos em sete locais do Brasil para avaliar se as plantas transgênicas tinham padrão de comportamento similar às convencionais. Os pesquisadores compararam as características gerais da planta, como rendimento, ciclo de desenvolvimento, resistência ao acamamento, altura de plantas, qualidade de sementes, de óleo, teor de proteína, entre outros.
Além das avaliações realizadas a campo, os produtos geneticamente modificados passam por diversos testes em laboratório para análise de equivalência nutricional dos grãos e de caracterização molecular.  Para realizar os ensaios a campo, a Embrapa e a Basf solicitaram anualmente  à Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) autorização para implantar os experimentos de soja transgênica. "Depois de aprovado, o experimento passou por constante fiscalização do Ministério da Agricultura", conta Arias.
Em 2009, a CTNBio aprovou formalmente a comercialização da tecnologia Cultivance no mercado brasileiro. Em seguida, Basf e Embrapa buscaram aprovação dessa tecnologia em diversos países compradores da soja brasileira, como China e União Europeia.
Em 2013, foi feito o primeiro registro comercial de uma cultivar do Sistema Cultivance. Embora tenha sido aprovada no Brasil em dezembro de 2009, as duas empresas desenvolvedoras decidiram aguardar as aprovações dos países importadores da soja brasileira, como China, Estados Unidos, Japão e, por fim, a União Europeia, para lançar a tecnologia no Brasil. "Por isso, foram quase 20 anos desde o início da pesquisa conjunta até sua regulamentação comercial nos principais países compradores da soja brasileira", diz Arias.

A importância da rotação de princípios ativos

O uso excessivo e frequente de um mesmo herbicida na mesma lavoura tem como uma das principais consequências o aparecimento de plantas daninhas resistentes. Voltado à solução desse problema, o Sistema de Produção Cultivance chega ao mercado como opção tecnológica para auxiliar os agricultores no manejo de plantas daninhas resistentes ao glifosato, principal herbicida utilizado atualmente por sojicultores. Entre os 34 casos de resistência de plantas daninhas a herbicidas registrados no Brasil, alguns são de espécies de buva, azevém, capim-amargoso e chloris resistentes ao glifosato.

O pesquisador Fernando Adegas, da Embrapa Soja, explica que a seleção de plantas daninhas resistentes a herbicidas é resultado do uso continuado do mesmo produto na mesma área, sem a rotação de mecanismos de ação. Ao se usar o mesmo herbicida, por um longo período de tempo, o produto elimina a maioria das plantas daninhas, mas seleciona as que são mais tolerantes e as resistentes a ele. "A médio e longo prazos, as plantas resistentes selecionadas aumentam nas lavouras e começam a causar problemas para seu controle", explica.
Mais de 90% dos 31 milhões de hectares cultivados com soja no Brasil utilizam sementes de plantas geneticamente modificadas para a resistência ao herbicida glifosato. Atualmente, estima-se que a resistência ao glifosato esteja disseminada em aproximadamente 30% da área geográfica de cultivo de soja. "Isso não significa que todas as propriedades dentro dessa área de abrangência têm problema de resistência", revela Adegas. "Mesmo assim é um número alarmante", ressalta.
Nesse cenário, o Cultivance é uma ferramenta a mais para que o produtor brasileiro possa realizar o manejo das plantas daninhas resistentes ao glifosato, pois utiliza um herbicida de outro mecanismo de ação, do grupo das imidazolinonas, registrado com o nome de Soyvance Pré. O herbicida deve ser aplicado logo após a semeadura da soja até o primeiro estágio de desenvolvimento da cultura (estádio V1) na operação denominada de Plante e Aplique.
"Cada vez mais, será preciso investir em opções de manejo que envolvam a diversificação de culturas e a rotação de químicos com diferentes mecanismos de ação", explica o chefe-geral da Embrapa Soja, José Renato Bouças Farias.  Nos laboratórios e campos experimentais da Embrapa, os pesquisadores, em parceria com outras instituições, vêm identificando medidas que podem ser adotadas para evitar a seleção de populações resistentes e garantir que os agricultores tenham alternativas eficientes e seguras para controlar as pragas.

Fonte: EMBRAPA

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Instituto Ovos Brasil apresenta nova diretoria e estabelece metas ambiciosas para o futuro

Edival Veras segue como presidente e Ricardo Santin continua como presidente do Conselho Deliberativo.

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Edival Veras foi reconduzido ao cargo de presidente do IOB: "Com esta nova equipe, estamos mais preparados do que nunca para promover o desenvolvimento sustentável da avicultura e informar sobre os benefícios do ovo" - Foto: Divulgação/IOB

Foi realizada no dia 10 de abril, a Assembleia Geral Ordinária do Instituto Ovos Brasil (IOB) na qual foram realizadas eleições para gestão do próximo triênio. Para composição da nova diretoria, Airton Junior cedeu seu posto de diretor comercial a Anderson Herbert, enquanto Gustavo Crosara foi nomeado novo diretor técnico, sucedendo Daniela Duarte.

Anderson Herbert, que também desempenha o papel de diretor de exportação na Naturovos, traz ao instituto uma experiência de mais de vinte anos no setor alimentício. “Estou honrado em contribuir para esta nova fase do IOB. Com minha experiência, espero fortalecer a atuação do Instituto no mercado”, afirmou Herbert.

Gustavo Crosara, médico veterinário com vasta experiência no setor de ovos, tendo contribuído incessamente como os temas regulatórios e de articulação do setor, liderando hoje a Somai Nordeste, expressou entusiasmo com sua nova posição. “A oportunidade de contribuir com o IOB é estimulante. Tenho grande confiança no potencial do setor e estou comprometido com o crescimento e a inovação contínua da instituição”, destacou Crosara.

Edival Veras segue na presidência e também foram eleitos os Conselhos Deliberativo e Fiscal. Ricardo Santin segue como presidente do Conselho Deliberativo e seguem na diretoria da entidade Tabatha Lacerda como diretora administrativa, e Nélio Hand como diretor financeiro. Veras compartilhou suas expectativas para este novo ciclo: “Com esta nova equipe, estamos mais preparados do que nunca para promover o desenvolvimento sustentável da avicultura e informar sobre os benefícios do ovo. Estamos ansiosos para trabalhar juntos e atingir nossos objetivos ambiciosos que beneficiarão a indústria e a sociedade como um todo. Quero também expressar nossa gratidão a Airton Junior e Daniela Duarte por sua dedicação e contribuições durante suas gestões, que foram fundamentais para o nosso progresso”, ressalta.

Sobre O Instituto Ovos Brasil
O Instituto Ovos Brasil é uma entidade sem fins lucrativos, que foi criada em 2007 com objetivo de educar e esclarecer a população sobre as propriedades nutricionais do ovo e os benefícios que o alimento proporciona à saúde. Entre seus propósitos, também destaca-se a missão de desfazer mitos sobre seu consumo. O IOB tem atuação em todo o território nacional e hoje é referência em informação sobre ovos no Brasil.

Fonte: Assessoria Instituto Ovos Brasil
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Asbia: 50 anos de ações para o avanço da inseminação artificial em bovinos

Por meio de importantes iniciativas para democratizar cada vez mais o acesso à genética de qualidade a todos os pecuaristas, associação teve papel crucial no crescimento da adoção pela tecnologia no Brasil.

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Foto: Divulgação/Asbia

A Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia) completa 50 anos de sua fundação em 26 de novembro de 2024. Foi nesse dia, em 1974, que a criação da entidade foi oficializada no Parque Estadual da Água Branca, na Barra Funda, em São Paulo (SP). “De lá para cá, a Asbia colaborou com a evolução da pecuária, tomando iniciativas importantes de compartilhamento de conhecimento com o Index Sêmen, Index Embriões e com o Manual de Inseminação Artificial em Bovinos, entre outros”, detalha Nelson Eduardo Ziehlsdorff, presidente da Asbia.

Há 50 anos, entre diferentes gestões, a entidade segue sendo a representação do produtor em importantes frentes, garantindo que as esferas federais, estaduais e municipais ouçam a voz dos pecuaristas por melhores condições. Além disso, a Asbia compartilha conhecimento e dados estatísticos importantes sobre a evolução da adoção da biotécnica reprodutiva. “O Index Sêmen é uma das nossas iniciativas mais antigas, com 40 anos de história. Temos o orgulho de ter ao nosso lado o Centro de Estudos em Economia Aplicada, da Universidade de São Paulo (Cepea/USP), nessa missão de compilar dados estatísticos sobre o mercado de genética bovina brasileira para disseminarmos de tempos em tempos um panorama completo do uso da genética bovina com toda a cadeia de produção”, destaca Nelson.

A Asbia nasceu com alguns papéis bem definidos, que são executados em sua totalidade desde o início, como busca por consecução de linhas de crédito para pecuaristas, participação ativa em congressos, exposições, feiras, leilões, torneios e eventos de abrangência nacional, buscando a promoção do desenvolvimento das biotecnologias reprodutivas para fomentar o uso da inseminação artificial em todo o país. “A produção de carne e leite brasileira já é uma das mais importantes do mundo, mas sabemos que há oportunidade para ampliarmos bem essa produtividade. Isso porque, de acordo com dados do Index Sêmen de 2023, apenas 23% das fêmeas de corte e 12% das fêmeas leiteiras foram inseminadas no Brasil. O ganho genético na adoção da inseminação é imensurável e beneficia toda a cadeia a longo prazo, e é inegável o mar de oportunidades que temos para crescer”, ressalta o presidente.

Por meio de importantes iniciativas para democratizar cada vez mais o acesso à genética de qualidade a todos os pecuaristas, a Asbia teve papel crucial no crescimento da adoção pela tecnologia. Desde 1996, o número de doses adquiridas por pecuaristas para melhoria do rebanho cresceu de forma exponencial, saindo de cinco milhões de doses para as 25 milhões comercializadas em 2021 – um recorde histórico.

Com um número de associados sólido – composto por empresas de genética, saúde e nutrição animal, agropecuárias e outras entidades importantes do agro, a Asbia tem buscado potencializar a sinergia entre seus 40 membros para esclarecer a importância da inseminação como um fator de vantagem competitiva sustentável para toda a cadeia produtiva da pecuária – buscando otimizar a produção de forma sustentável.

Fonte: Assessoria Asbia
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Após crescer 70% nas últimas quatro safras, área dedicada ao trigo pode diminuir

Menores patamares de preços do cereal somados a incertezas climáticas e aos altos custos explicam a possível redução no cultivo.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Após aumentar nas últimas quatro safras, com salto de mais de 70% entre 2019 e 2023, a área dedicada ao trigo sinaliza queda neste ano.

Segundo pesquisadores do Cepea, os menores patamares de preços do cereal somados a incertezas climáticas e aos altos custos explicam a possível redução no cultivo.

A Conab projeta recuo médio de 4,7% na área semeada com a cultura em relação à temporada anterior, pressionada pelo Sul, com queda estimada em 7%.

No Paraná, o Deral aponta forte redução de 19% na área destinada ao trigo, para 1,14 milhão de hectares.

Apesar disso, a produção deverá crescer 4% no mesmo comparativo, atingindo 3,8 milhões de hectares no estado, em decorrência da maior produtividade.

 

Fonte: Assessoria Cepea
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