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Preço do Suíno Vivo não se Sustentará pela Falta de Fundamentos

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A proximidade do segundo turno das eleições presidenciais vem provocando expectativa e ansiedade neste final de outubro, mas não somente isto. Para quem, de alguma forma, participa da cadeia produtiva da carne suína brasileira outro tema vem provocando debates e gerando ansiedade, o preço do suíno vivo, que após chegar aos três dígitos a arroba já provoca situações de confusão mental, com previsões de mais altas e crença na possibilidade de manutenção do atual status quo da atividade. No entanto, não há fundamentos de mercado suficientes para sustentar a realidade atual.

Do lado da oferta, por mais que o ritmo de crescimento de 2013 e 2014 seja bem inferior ao do período de 2008 a 2012, já ficou para trás o momento de menor média mensal de abates, que foi entre outubro de 2013 a março de 2014. A partir de março deste ano, mesmo que lentamente, a tendência é de crescimento da curva de oferta, com o segundo trimestre de 2014 encerrando com um abate 5% maior que o primeiro, de acordo com os dados do Sistema de Informações Gerenciais dos Serviços de Inspeção Federal do Ministério da Agricultura (SIGSIF/MAPA).

Assim, pensar em um novo aumento dos preços, já recordes, tendo como fundamento a oferta de animais para o abate, somente se justificaria se fosse o caso de uma tendência de queda na produção, o que definitivamente não me parece ser o momento. Muito provavelmente, ao contrário do que acontece na economia brasileira, todos os trimestres de 2014 terão crescimento da oferta quando comparados com o trimestre imediatamente anterior, mesmo que pequeno, com um segundo semestre melhor que o primeiro, e neste caso com números mais robustos. A partir disso não vejo condição para mais aumentos de preços analisando a oferta de suínos.

Pelo lado da demanda, a situação é mais complexa. Vamos primeiro à demanda externa, mais fácil de analisar porque já temos os números consolidados de 3/4 do ano. De janeiro a setembro o Brasil embarcou pouco mais de 348 mil toneladas de carne suína, o que vai consolidando 2014 como pior dos últimos 10 anos em termos de volumes exportados. Não consigo fazer correlação entre maiores preços pagos no mercado internacional com aumento dos preços internos se não há aumento do volume exportado. Há aí uma grande confusão, ou seja, as razões de bons preços no mercado interno são totalmente diferentes das razões de excelentes preços no mercado externo, e mesmo com recorde de preço no mercado internacional nossa exportação vai ser a menor em uma década, por uma simples razão, não temos acesso há muitos mercados.

No cenário da demanda interna, desde 2010 há um forte trabalho para consolidar o caminho de crescimento do consumo per capita, no entanto, a crise de 2012, erroneamente, fez com que grande parte da cadeia produtiva deixasse de acreditar que estávamos avançando. Digo erroneamente porque a crise que estourou em 2012 já vinha sendo lentamente gestada desde o início do aumento das cotações internacionais das commodities agrícolas, fato agravado seriamente no caso brasileiro pelo súbito aumento do preço do milho em razão do volume recorde de exportação do cereal em razão da grave seca nos Estados Unidos.

O principal fator gerador da crise foi o aumento gradativo do custo de produção, e como acontece sempre nestes casos, em determinado momento o produtor começa a ofertar mais animais porque seu custo aumentou, e com isso gera um desequilíbrio no mercado, o preço cai, oferta-se ainda mais suínos para cobrir os custos que estão aumentando, o mercado já em desequilíbrio volta a cair, e assim vai se formando uma crise. O momento atual é exatamente o contrário. A oferta reduzida pela crise encontrou um mercado bastante ajustado, e com incentivo do consumo, formou-se um cenário propício ao aumento das cotações.

O preceito básico da economia não mudou, e preço é aquilo que equilibra oferta e demanda. O atual mostra claramente que a demanda doméstica suportaria uma oferta maior, no entanto é muito difícil e precisamos pesquisar mais o mercado brasileiro de carne para saber o tamanho dessa demanda. Cito três fatores para demonstrar o desequilíbrio entre oferta e demanda: i) o histórico de preços do suíno vivo; a relação preço de venda x custo de produção; e a comparação do preço da carne suína com as carnes de boi e de frango.

A análise do histórico de preços vai nos dar uma indicação de quais cotações equilibram oferta e demanda; a relação preço de venda x custo de produção vai nos mostrar que numa economia estabilizada a atual margem de lucro não condiz com nenhum mercado de commodities, e não será com carne suína que isso vai ser diferente; e a comparação com as carnes concorrentes indica que estamos perdendo a guerra na gôndola do supermercado.

Carne suína é para ser comparada com carne de frango, e não com carne de boi. Quando o preço da carne suína se aproxima da carne bovina e se distancia perigosamente da carne de frango é para dizer que ultrapassamos o sinal da prudência, que o mercado está muito desequilibrado, que vamos perder consumidores. No mundo inteiro é assim, as carnes mais baratas e por isso mesmo as que mais aumentam seu consumo são frango e suíno.

E isto é o que está acontecendo no mercado brasileiro. Trabalhamos o incremento da demanda, aconteceu este incremento de demanda, não conseguimos manter o equilíbrio entre oferta e demanda, o desequilíbrio levou a uma situação de especulação, os preços subiram muito, e infelizmente, a última reação desta cadeia, é a perda de clientes na gôndola do supermercado.  

O equilíbrio do mercado é algo muito difícil de ser estabelecido teoricamente. Conseguimos saber quando há desequilíbrio, tanto para um lado quanto para o outro, em favor do consumidor ou em favor do produtor. E o interessante é que o mercado é como uma reação química, daquelas em que a gente vai adicionando o reagente e em um determinado momento apenas uma gota a mais é suficiente para mudar a cor da substância. Assim é o mercado, vamos adicionando oferta e o preço vai buscando o equilíbrio entre oferta e demanda, e em dado momento qualquer oferta a mais é capaz de “virar” o mercado, de fazer pender o prato da balança para o outro lado.

Em resumo, não há nenhum fundamento para justificar os atuais preços. A oferta já começou aumentar, no mercado externo não aumentamos os volumes, pelo contrário teremos a menor exportação dos últimos 10 anos e no mercado interno a carne suína já perdeu competitividade na gôndola devido aos altos preços de venda e a comparação com as carnes concorrentes, sobretudo de frango. Cabe-nos neste momento compreender as razões e buscar as soluções para evitar que quando o prato da balança começar a pender para o outro lado não se coloque peso demais.

Fonte: Fabiano Coser

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Colômbia abre mercado para exportação de grãos secos de destilaria

Com esta nova autorização, o agronegócio brasileiro alcança sua 105ª abertura neste ano, totalizando 183 aberturas em 58 destinos desde o início de 2023.

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Foto: Shutterstock

O Governo da Colômbia autorizou, a partir desta sexta-feira (06), a exportação pelo Brasil de grãos secos de destilaria ao país, conhecidos como DDG ou DDGS, para aquele país.

O insumo é uma fonte proteica e energética utilizada na produção de ração para ruminantes, suínos, aves, peixes e camarões. Os DDG/DDGS são gerados a partir da produção de etanol de milho na segunda safra.

A plantação é feita na mesma área da safra principal, após a sua colheita e no mesmo ano agrícola. Assim, não demanda terra adicional para ser cultivada, o que resulta em melhor aproveitamento dos recursos naturais.

Com esta nova autorização, o agronegócio brasileiro alcança sua 105ª abertura neste ano, totalizando 183 aberturas em 58 destinos desde o início de 2023.

Fonte: Assessoria Mapa
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Câmara Temática de Gestão de Risco Agropecuário cria GTs para fortalecimento das políticas públicas no setor

Objetivo é enfrentar os desafios críticos no setor, como os riscos climáticos, operacionais, de crédito e a necessidade de inovação tecnológica.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Em busca de aprimorar as políticas públicas voltadas ao setor do agronegócio, a Câmara Temática de Gestão de Risco Agropecuário do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) criou quatro Grupos de Trabalho (GTs) focados em temas prioritários como inovação tecnológica, riscos climáticos, operacionais e crédito. “A criação desses GTs é uma resposta ao crescente reconhecimento da importância de uma abordagem estruturada para lidar com os riscos que afetam a produção agrícola. A adesão de representantes de todos os setores envolvidos, como seguradoras, produtores e o próprio governo, mostra o comprometimento com a sustentabilidade e a resiliência do agro brasileiro”, destacou o presidente da Câmara Temática, Vitor Ozaki. 

O GT de Política Integrada de Gestão de Riscos na Agropecuária visa propor uma política que vá além do seguro rural, englobando outros riscos da cadeia produtiva como os tecnológicos, sanitários e logísticos.  

Já o GT de Inovação Tecnológica, Científica e de Negócios se propõe a desenvolver novas ferramentas digitais e modelos de parceria para modernizar o ZARC (Zoneamento Agrícola de Risco Climático) e melhorar o acesso às informações de risco. 

Tem também o GT de Integração Crédito e Seguro Rural com foco na criação de sinergias entre as políticas de crédito rural e o seguro rural, buscando aumentar a resiliência financeira dos produtores e melhorar o acesso a financiamentos sustentáveis, como o FIAGRO. 

E, por último, o GT de Acompanhamento e Inovações no Programa de Subvenção ao Prêmio de Seguro Rural (PSR) que será responsável por monitorar a execução do PSR, identificar desafios orçamentários e operacionais, além de propor inovações que expandam o alcance do programa entre os produtores rurais. 

A gestão de risco é um tema estratégico para o agronegócio brasileiro, que tem enfrentado desafios cada vez maiores devido à imprevisibilidade climática e às oscilações do mercado. Nesse contexto, o papel da Câmara Temática e dos GTs se torna ainda mais relevante para assegurar a sustentabilidade financeira dos produtores rurais e a competitividade do setor. “A Câmara Temática é um espaço privilegiado de debate técnico que permite aprimorar as políticas públicas e integrar diversos atores do setor, gerando soluções concretas para problemas complexos. As contribuições dos Grupos de Trabalho serão decisivas para o futuro da gestão de risco no agronegócio”, afirmou o diretor de Gestão de Risco, Jônatas Pulquério.   

Os Grupos de Trabalho terão prazos de até 12 meses para a entrega de relatórios finais, com diagnósticos e propostas que visam aprimorar a gestão de risco no agro, além de fortalecer programas como o PSR e o PROAGRO.  

Com essas iniciativas, o Mapa reafirma seu compromisso com a criação de soluções integradas e inovadoras, capazes de enfrentar os desafios e garantir o crescimento sustentável do agronegócio no Brasil. 

Fonte: Assessoria Mapa
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Portaria define 11 novos postos para adidos agrícolas na África, Ásia e Américas

Com a ampliação, o Brasil passa a contar com sete adidos agrícolas em embaixadas na África e fortalecerá sua presença em importantes parceiros econômicos e mercados potenciais, expandindo as oportunidades para o setor agrícola nacional.

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O Ministério da Agricultura e o Ministério das Relações Exteriores definiram os locais dos 11 novos adidos agrícolas do Brasil no exterior. As futuras adidâncias serão na Argélia, Bangladesh, Chile, Costa Rica, Emirados Árabes Unidos, Etiópia (incluindo União Africana, Djibuti e Sudão do Sul), Filipinas (incluindo Ilhas Marshall, Micronésia e Palau), Irã, Malásia (incluindo Brunei), Nigéria e Turquia.

Com a ampliação, o Brasil passa a contar com sete adidos agrícolas em embaixadas na África e fortalecerá sua presença em importantes parceiros econômicos e mercados potenciais, expandindo as oportunidades para o setor agrícola nacional. “As novas adidâncias reflete o reconhecimento da importância do agronegócio e de sua maior inserção no mercado internacional para o Brasil. Com os novos postos iremos potencializar ainda mais as oportunidades para o setor, gerando empregos e renda para os brasileiros, principalmente em virtude das aberturas de mercados”, pontuou o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.  

No mês de julho, o Governo Federal havia assinado o Decreto presidencial autorizando o aumento das adidâncias agrícolas de 29 para 40 postos. Essa ampliação do número foi a maior desde que a função foi criada, em 2008, pelo Decreto nº 6.464, já que estão sendo implementadas de uma única vez. 

Os adidos agrícolas desempenham funções de assessoramento junto às representações diplomáticas brasileiras no exterior. Suas principais atividades envolvem a identificação de oportunidades de comércio, investimentos e cooperação para o agronegócio brasileiro. Para isso, mantêm interlocução com representantes dos setores público e privado, formadores de opinião relevantes na sociedade civil e academia. 

Atualmente, há adidos agrícolas nos seguintes locais: África do Sul, Alemanha, Angola, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Canadá, China (dois adidos), Colômbia, Coreia do Sul, Egito, Estados Unidos da América, França (Delegação do Brasil junto às Organizações Internacionais Econômicas Sediadas em Paris), Índia, Indonésia, Itália (Delegação Permanente do Brasil junto à Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura e aos Organismos Internacionais), Japão, Marrocos, México, Suíça (Delegação do Brasil junto à Organização Mundial do Comércio e outras organizações econômicas em Genebra), Peru, Reino Unido, Rússia, Singapura, Tailândia, Bélgica (Missão do Brasil junto à União Europeia em Bruxelas, dois adidos) e Vietnã. 

Fonte: Assessoria Mapa
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