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Possível calote da chinesa Evergrande pode impactar o agro brasileiro

Para os produtores e operadores do agronegócio brasileiro o mais importante nesse momento é cautela

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Foto: O Presente Rural

Por Claudine Saldanha Cesar Pinheiro Machado*

O anúncio, na última segunda-feira, do gigante Evergrande, um dos maiores conglomerados empresariais da China, sobre a dificuldades de honrar seus pagamentos, fez com que as bolsas de valores de todo o mundo despencassem. Além de ser uma das grandes incorporadoras, eles também têm investimentos importantes nos setores de alimentação, bebidas e carros elétricos. Somado a isso, são donos do maior time de futebol da China, o Guangzhou, atual campeão da Liga Chinesa e o maior vencedor do campeonato nacional.

A empresa é tão importante que se estima que ela seja responsável por em torno de 2% do PIB atual chinês. Fato é que recentemente eles fizeram um empréstimo no valor de US$ 300 bilhões sendo a maioria desse dinheiro emprestado via o sistema financeiro, justificando investimentos na área do seu setor imobiliário. Esta movimentação já estava sendo bastante questionada e acompanhada pelos analistas. Há dúvidas acerca do potencial contágio que isso teria no próprio sistema financeiro da China e pelo tamanho da empresa no sistema financeiro global.

Como dizem os mais antigos, para entender o presente e o futuro temos que olhar para o passado.  Por exemplo, em 2008 o caso do Lehman Brothers, foi o prenúncio da grande crise financeira que resultou em grandes reflexos. O valor que estava envolvido na época era ligeiramente superior ao atual. Mas, para os analistas isso acende uma luz de alerta no mercado financeiro, principalmente pelos efeitos que isso vai causar em primeiro lugar num nível de atividade interna da China e, em segundo lugar, na possibilidade de para o sistema financeiro chinês e em consequência para o sistema financeiro Internacional.

Isso com certeza vai impactar no agro brasileiro de várias formas. Em primeiro lugar, um eventual default do Evergrande vai afetar a atividade econômica interna na China. E isso vai diminuir a demanda por commodities brasileiras. O mercado já vem assistindo a uma diminuição do apetite chinês, que já vinha restringindo a sua atividade e diminuindo as importações com vistas a garantir certos padrões ambientais para as olimpíadas de inverno que vão acontecer em Pequim, somente em fevereiro de 2022.

Muitos analistas já vinham avisando que a China estava fazendo estoques de commodities, em especial de minério de ferro, aço e produtos agrícolas, já com vistas a baixar um pouco a demanda por importação durante o início do próximo ano. Essa crise do Evergrande vem acirrar mais ainda essa diminuição da voracidade chinesa pelas commodities em geral e claro impactando no nível de demanda para o agronegócio brasileiro.

Um possível contágio para o sistema financeiro da China e em consequência para o sistema financeiro Internacional pode levar a uma nova crise Internacional como aquela que vivemos com a quebra do Lehman Brothers em 2008. Essa crise teria um impacto muito forte no nível da demanda, pelo menos nas commodities brasileiras.

Além dos efeitos diretos e indiretos que uma crise financeira pode causar em termos de limitações de crédito, falências, desemprego e reputação para atrair investimentos, existem fatores influenciados por questões culturais envolvendo a China e a Ásia do Leste. Estes locais tradicionalmente consomem uma gama maior de alimentos do que se consome nos países ocidentais, ou seja, a possibilidade de encontrar substitutos para os produtos alimentares brasileiros no mercado local é mais vasta na Ásia do que em outros países. Portanto, a paleta de alimentação deles é mais fácil de adaptar. Há um choque de demanda, como pode acontecer no caso do Evergrande.

Muitos analistas vêm questionando se o Evergrande seria um caso tão grave e, se o governo chinês nesse caso viria intervir para salvar o conglomerado. Não se pode esquecer que o governo chinês já vem conduzindo uma política de aumentar a regulação sobre esses grandes conglomerados e diminuir a influência tanto econômica quanto política que eles têm. Não está claro, ainda, se o governo vai ou não salvar o Evergrande. A maioria dos analistas imagina que eles vão ajudar os trabalhadores estimados em mais de 125 mil funcionários.

Neste momento, talvez ganhe algum tipo de ajuda para os trabalhadores, mas não para a empresa em si. É muito provável que por questões políticas internas a China deixe que o Evergrande quebre, faça o seu ajuste necessário no seu setor imobiliário, que não foi feito em outros lugares, e saia na frente nesse quesito e, aumente o controle do partido comunista chinês sobre certos setores da economia. Que ainda estavam na mão de grandes conglomerados.

É sempre importante lembrar que os chineses têm planos de lançar a sua moeda digital durante as olimpíadas de inverno de 2022. Isso pode ser uma oportunidade da China de prestar um auxílio financeiro direto para sua população sem a interferência do mercado financeiro, ou seja, é possível que a China abandone o mercado financeiro à sua própria sorte.

 

Como fica o câmbio?

Com relação ao câmbio é importante lembrar que, muito provavelmente, com o lançamento da moeda digital chinesa segure um pouco a desvalorização do yuan, que perdeu muito valor em relação ao dólar nos últimos dias com as notícias do Evergrande. Isso tem um impacto direto nas exportações brasileiras porque com o yuan mais fraco, o produto brasileiro fica mais caro para o consumidor chinês. Diminuindo ainda mais uma demanda que já vem se diminuindo nos últimos meses.

Para os produtores e operadores do agronegócio brasileiro o mais importante nesse momento é cautela. É importante ter na mesa um plano. É importante uma estratégia financeira para se proteger sobre uma eventual turbulência e começar a pensar em mercados alternativos para os seus produtos, caso a demanda chinesa não atenda a compra da produção brasileira, como vinha fazendo nos últimos anos. Uma estratégia de hedge e

Fonte: Assessoria

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Faesc celebra publicação da lei que reduz burocracia para Declaração do Imposto Territorial Rural 

Medida retira a obrigatoriedade de utilização do ADA para redução do valor devido do ITR e autoriza o uso do CAR para o cálculo de área.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc) celebra a conquista da Lei 14.932/2024 que reduz a burocracia da Declaração do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (DITR) para os produtores. A legislação foi publicada, na última quarta-feira (24), no Diário Oficial da União pelo Governo Federal.

A medida retira a obrigatoriedade de utilização do Ato Declaratório Ambiental (ADA) para redução do valor devido do ITR e autoriza o uso do Cadastro Ambiental Rural (CAR) para o cálculo de área tributável do imóvel.

O presidente do Sistema Faesc/Senar e vice-presidente de finanças da CNA, José Zeferino Pedrozo, ressalta que a publicação da Lei representa um avanço para o agronegócio. “Nós, da Faesc, e demais federações, trabalhamos em conjunto com a CNA, pela desburocratização e simplificação da declaração do ITR para o produtor rural. Essa conquista significa menos burocracia, mais agilidade e redução de custos para o campo, o que é fundamental para impulsionar a competitividade e o desenvolvimento do setor produtivo”.

De acordo com o assessor técnico da CNA, José Henrique Pereira, com a publicação da Lei 14.932/2024, o setor espera a adequação da Instrução Normativa 2.206/2024 que ainda obriga o produtor rural a apresentar o ADA neste ano, para fins de exclusão das áreas não tributáveis do imóvel rural. “A nova Lei já está em vigor e desobriga a declaração do Ato Declaratório Ambiental, então esperamos que a Receita Federal altere a Instrução Normativa e que a lei sancionada comece a valer a partir da DITR 2024”, explicou.

A norma é originária do Projeto de Lei 7611/17, do ex-senador Donizeti Nogueira (TO) e de relatoria do deputado federal Sérgio Souza (MDB/PR). O texto tramitou em caráter conclusivo e foi aprovado pela Câmara dos Deputados em dezembro do ano passado.

De acordo com a IN 2.206/2024, o prazo para apresentação da DITR 2024 começa a partir do dia 12 de agosto e vai até 30 de setembro de 2024.

Fonte: Assessoria Faesc
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Sancionada lei que permite o uso do CAR para cálculo do ITR

Nova legislação permite que os produtores utilizem o Cadastro Ambiental Rural para calcular a área tributável, substituindo o atual Ato Declaratório Ambiental.

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Foto: Roberto Dziura Jr

A nova legislação permite que os produtores utilizem o Cadastro Ambiental Rural (CAR) para calcular a área tributável, substituindo o atual Ato Declaratório Ambiental (ADA). O governo federal sancionou na última terça-feira (23) a Lei 14932/2024, uma medida que visa modernizar o sistema de apuração do Imposto Territorial Rural (ITR) e reduzir a burocracia para os produtores rurais.

Ex-presidente da FPA, deputado Sérgio Souza, destaca que medida visa a modernização do sistema tributário rural – Foto: Divulgação/FPA

Aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJC) da Câmara dos Deputados em dezembro de 2023, o projeto de lei (PL 7611/2017) foi relatado pelo ex-presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado Sérgio Souza (MDB-PR). O parlamentar destacou a importância da nova lei, afirmando que o CAR é um dos instrumentos mais avançados hoje para compatibilizar a produção com a preservação ambiental.

“O Cadastro Ambiental Rural é uma das ferramentas mais importantes do mundo em termos de compatibilização da produção agropecuária com os ditames da preservação ecológica. É, certamente, um instrumento que cada vez mais deve ser valorizado”, afirmou Sérgio Souza.

Atualmente, para apurar o valor do ITR, os produtores devem subtrair da área total do imóvel as áreas de preservação ambiental, apresentando essas informações anualmente ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), por meio do ADA. Esses mesmos dados também são incluídos no CAR, conforme exigência do Código Florestal.

Com a nova lei, essa duplicidade de informações será eliminada, facilitando o processo para os produtores. “Não faz sentido que o produtor rural seja obrigado a continuar realizando anualmente o ADA, uma vez que todas as informações necessárias à apuração do valor tributável do ITR estão à disposição do Ibama e da Receita Federal por meio do CAR”, ressaltou Sérgio Souza.

Fonte: Assessoria FPA
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Governo gaúcho anuncia medidas para atenuar perdas causadas pelas enchentes na cadeia leiteira

No Programa da Agrofamília, os R$ 30 milhões em bônus financeiros para custeio e investimentos no Plano Safra 2023/2024, estarão disponíveis a partir da segunda quinzena de agosto nas agências do Banrisul. Outros R$ 112,9 milhões serão destinados para a compra, pelo Estado, de leite em pó.

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Foto: Gisele Rosso

O pacote de medidas do Governo do Rio Grande do Sul para reerguer a agricultura gaúcha após a tragédia climática que assolou a produção primária inclui ações específicas destinadas ao setor do leite: bônus de 25% em financiamentos e compra de leite em pó. “Chegam em boa hora e são importantes porque beneficiam o pequeno produtor com subvenção, que é fundamental. Além da compra do leite em pó num volume considerável”, destaca Darlan Palharini, secretário-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat).

No Programa da Agrofamília, os R$ 30 milhões em bônus financeiros para custeio e investimentos no Plano Safra 2023/2024, estarão disponíveis a partir da segunda quinzena de agosto nas agências do Banrisul. Outros R$ 112,9 milhões serão destinados para a compra, pelo Estado, de leite em pó. A aquisição será feita junto às cooperativas gaúchas que não tenham importado leite, ao longo do ano vigente do programa, para atender mais de 100 mil crianças em municípios com Decreto de Calamidade.

O dirigente, que acompanhou o anúncio feito pelo governador Eduardo Leite e pelo secretário de Desenvolvimento Rural, Ronaldo Santini, na manhã desta quinta-feira (25/07), lembra que o setor ainda aguarda uma posição sobre a liberação do Fundoleite. “Recentemente, foi solicitado junto à Secretaria Estadual da Fazenda a atualização de saldos. A estimativa é dos valores se aproximem de R$ 40 milhões”, indica Palharini.

Fonte: Assessoria Sindilat-RS
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