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Notícias Expoabra 2023

Pesquisadores da Embrapa Cerrados mostram inovações, desafios e oportunidades para a agricultura do Cerrado

Sebastião Pedro abordou o programa Frente, que dará suporte técnico à Rota da Fruticultura RIDE-DF.

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Foto: Breno Lobato

Com palestras em painéis sobre a fruticultura na RIDE-DF, tecnologias de produção para o Cerrado e tecnologias inovativas, a Embrapa Cerrados (DF) participou da semana de plenárias promovida durante a 31ª edição da Expoabra, feira agropecuária realizada de 3 a 17 de setembro no Parque Granja do Torto, em Brasília.

O primeiro painel, “Fruticultura: visão de futuro para a Rota RIDE-DF”, realizado na manhã de segunda-feira (11), focalizou a Rota da Fruticultura na Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno (RIDE-DF), iniciativa do governo federal que tem como objetivo a inclusão produtiva e o desenvolvimento sustentável da agricultura familiar da região do DF e 33 municípios do Entorno, com ações voltadas ao desenvolvimento da cadeia produtiva de frutas como açaí e mirtilo, visando ao estabelecimento de um polo frutícola nacional.

Ao comentar os novos desafios de pesquisa com açaí e mirtilo, o chefe geral da Embrapa Cerrados, Sebastião Pedro, lembrou o processo de transformação do Cerrado, nos últimos 45 anos, em importante produtor de alimentos, levando o Brasil a se tornar um grande exportador de produtos como soja, milho, café e carnes. “Sabemos que o caminho é longo, mas é possível, com pesquisa, alcançar resultados neste ambiente. Quando nos chegou a ideia do açaí, planta tropical de floresta úmida, e do mirtilo, planta de clima temperado, refletimos e aceitamos o desafio. Não estamos dando um tiro no escuro, porque existe um sistema de pesquisa estabelecido na Embrapa Cerrados, nas universidades e nas empresas estaduais e distritais de pesquisa e extensão rural”, afirmou.

Ele falou sobre o Frente – Programa de Inovação de Suporte à Rota da Fruticultura na RIDE-DF, que busca a introdução dessas espécies frutíferas, que têm comprovada aptidão de mercado; desenvolver tecnologias de produção de frutas; além de induzir o desenvolvimento das cadeias produtivas na região. “Vamos dar o suporte técnico, encontrar os problemas, pesquisar e procurar resolvê-los”, disse, explicando a estrutura e a equipe multidisciplinar da Embrapa Cerrados, que tem trabalhos em fruticultura e agricultura familiar.

O programa prevê experimentos piloto na Unidade, o ajuste tecnológico nas áreas de produção e a realização, paralelamente, de pesquisa e desenvolvimento nos laboratórios e nas propriedades rurais. Entre as ações que estão sendo implementadas, ele citou a formação de coleção de cultivares e do laboratório de micropropagação de mudas isentas de patógenos, além de estudos de manejo, aclimatação de mudas, estabelecimento das culturas, nutrição, doenças, insetos, manejo da irrigação, pós-colheita, entre outras.

“Teremos que aprender muito e transferir o conhecimento para formarmos a cadeia produtiva, gerar empregos, renda e sustentabilidade para a região”, comentou. “É uma caminhada longa, mas sabemos onde queremos chegar. O desafio está posto, o objetivo está claro e temos muita fé no sucesso deste projeto”, completou.

Também participaram do painel o coordenador da Rota das Fruticultura RIDE-DF Luiz Curado, da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), e Adriana Nascimento, engenheira agrônoma da Emater-DF, que detalharam as ações da iniciativa.

Tecnologias de produção

O chefe-adjunto de Transferência de Tecnologia da Unidade, Fábio Faleiro, participou do painel seguinte, “Tecnologias de produção do Cerrado para o Mundo”. Ele lembrou que a revolução da produção agropecuária no Brasil a partir da década de 1970 se deu com a conquista do Cerrado e com as tecnologias desenvolvidas para os sistemas de produção animal e vegetal da região, bem como para o uso dos recursos naturais.

O Cerrado atualmente tem contribuições significativas para a produção nacional de carne bovina (34%), cana-de-açúcar (36%), soja (50%), café (23%), feijão (43%), milho (49%), sorgo (83%) e algodão (86%). “Podemos então dizer que a base dessa conquista são a pesquisa, tecnologia e inovação, além da força do produtor rural brasileiro e das políticas públicas”, comentou, explicando sobre o Sistema Nacional de Pesquisa Agropecuária, formado pela Embrapa e outras instituições de pesquisa, universidades públicas e privadas, empresas e organismos financiadores.

Nesse sentido, Faleiro destacou o foco de atuação da Embrapa Cerrados – ampliar o conhecimento, a preservação e a utilização racional dos recursos naturais do Bioma Cerrado, desenvolver sistemas de produção vegetal e animal sustentáveis e realizar a inclusão produtiva, democratizando e dando capilaridade às tecnologias desenvolvidas para pequenos, médios e grandes produtores, proprietários de mais de 1 milhão de imóveis rurais na região.

O pesquisador comentou sobre diversas tecnologias que revolucionaram a produção agropecuária no Cerrado, como a tropicalização da soja, do trigo e de frutas de clima temperado; o café e culturas alternativas como a cevada e o girassol; o melhoramento genético de bovinos de corte e de leite e de gramíneas e leguminosas forrageiras; a Fixação Biológica de Nitrogênio; a correção da acidez e o manejo da fertilidade dos solos; a caracterização, manejo e conservação do solo e da água e, mais recentemente, a Bioanálise de Solo (BioAS); o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc); tecnologias de mecanização agrícola; o manejo integrado de insetos-pragas, doenças, plantas daninhas e nematoides; sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta; a recuperação e renovação de pastagens degradadas. Informações sobre essas e outras tecnologias estão disponíveis aqui e aqui.

Ao falar sobre a busca do equilíbrio entre agronegócio, sociedade e recursos naturais, Faleiro salientou que a ocupação antrópica desordenada e o extrativismo predatório são incompatíveis com a agricultura sustentável. “A agricultura é a vocação do Brasil e é o que sustenta o País do ponto de vista econômico, social e ambiental. Temos pequenos, médios e grandes produtores que sobrevivem do campo e merecem o nosso respeito”, afirmou, ressaltando que o agro brasileiro é baseado em ciência e tecnologia nacionais que garantem incrementos de produção e de produtividade todos os anos.

Para mostrar como a agropecuária brasileira é criticada injustamente, ele apresentou um gráfico que aponta que as lavouras ocupam apenas 7,8% das terras no Brasil e as pastagens 21,2%. “66,3% do território nacional é destinado a áreas de preservação. Além de produzir, o produtor brasileiro é ambientalista, pois 33,2% de toda a área preservada no País está nos imóveis rurais. Isso não existe em nenhum outro lugar no mundo”, salientou.

Entre os novos desafios, Faleiro apontou o desenvolvimento de novas tecnologias para a economia circular; o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU); a adoção de práticas sustentáveis na agricultura; o uso de biomassa, resíduos, bioinsumos e energia renovável; novas tendências de consumo e agregação de valor; novos dados e informações sobre recursos naturais; competitividade e sustentabilidade; segurança e defesa zoofitossanitária; enfrentamentos de mudanças de clima; automação de processos, agricultura de precisão e digital; e o desenvolvimento regional sustentável e a inclusão produtiva.

O pesquisador lembrou que existem no Brasil vários sistemas de produção e perfis de produtores, com alta e com baixa capacidade de investimento. “Temos que desenvolver tecnologias adaptadas para cada grupo de produtores, considerando o desenvolvimento regional e o uso de boas práticas agrícolas que garantam a segurança das pessoas, a segurança alimentar, o meio ambiente e o bem estar animal. Com ciência e tecnologia, é possível produzir e preservar o meio ambiente ao mesmo tempo”, apontou.

Carlos Banci, engenheiro agrônomo da Emater-DF, foi o outro palestrante do painel. Ele falou sobre os principais desafios enfrentados pelos produtores rurais do Cerrado, como recursos financeiros, custos envolvidos e acesso à tecnologia; as principais oportunidades no sentido da sustentabilidade da região, com destaque para o cooperativismo, também visto como grande desafio.

Tecnologias Inovativas

O chefe-adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Cerrados, Lineu Rodrigues, foi um dos palestrantes do painel “Tecnologias Inovativas para o Agro”, realizado na terça-feira (12). Segundo ele, meio ambiente e agricultura não devem se opor, mas caminhar juntos. “O negócio do agro é produzir alimentos e não conseguiremos atender à demanda crescente por alimentos sem um meio ambiente saudável. Por outro lado, não teremos um meio ambiente saudável sem uma agricultura forte e sustentável”, enfatizou.

Também participaram do painel o secretário de Ciência e Tecnologia e Inovação do DF, Gustavo Amaral, e a superintendente da Superintendência Científica, Tecnológica e de Inovação da Fundação de Apoio à Pesquisa do DF (FAPDF), Renata Vianna.

“Se nos anos 1970, as tecnologias de destaque estavam relacionadas à correção dos solos, hoje o foco é a questão da sustentabilidade”, afirmou o pesquisador. Ele citou algumas tecnologias de destaque desenvolvidas ao longo dos últimos anos e que possuem esse pilar, como é o caso da Bioanálise de Solos (BioAS), dos remineralizadores de solo, dos bioinsumos, assim como tecnologias conservativas, como a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta e aquelas relacionadas ao melhoramento genético animal e vegetal.

Rodrigues pontuou, no entanto, que o grande gargalo da produção agrícola nos dias atuais é a questão dos recursos hídricos. “E isso não faz sentido num país que tem 12% das reservas hídricas do planeta”. De acordo com ele, as águas das chuvas são as melhores que estão disponíveis, mas elas estão cada vez mais concentradas e incertas. “Por conta disso, a questão da agricultura irrigada passa mais do que nunca a ser fundamental, pois traz estabilidade à produção, o que permite um maior planejamento por parte dos produtores”.

O pesquisador pontuou alguns projetos que estão sendo conduzidos nesse sentido, como o que busca gerar coeficientes técnicos de irrigação para manejo de culturas anuais, bem como aqueles que se propõem a avaliar, adaptar e desenvolver técnicas de manejo de irrigação, avaliar métodos, modelos e sensores de manejo de irrigação, além de capacitar irrigantes sobre as técnicas de irrigação. “Precisamos pensar juntos em como vamos avançar quando o assunto é água. Esse é o grande desafio”.

Fonte: Assessoria Embrapa Cerrados

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Faesc celebra publicação da lei que reduz burocracia para Declaração do Imposto Territorial Rural 

Medida retira a obrigatoriedade de utilização do ADA para redução do valor devido do ITR e autoriza o uso do CAR para o cálculo de área.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc) celebra a conquista da Lei 14.932/2024 que reduz a burocracia da Declaração do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (DITR) para os produtores. A legislação foi publicada, na última quarta-feira (24), no Diário Oficial da União pelo Governo Federal.

A medida retira a obrigatoriedade de utilização do Ato Declaratório Ambiental (ADA) para redução do valor devido do ITR e autoriza o uso do Cadastro Ambiental Rural (CAR) para o cálculo de área tributável do imóvel.

O presidente do Sistema Faesc/Senar e vice-presidente de finanças da CNA, José Zeferino Pedrozo, ressalta que a publicação da Lei representa um avanço para o agronegócio. “Nós, da Faesc, e demais federações, trabalhamos em conjunto com a CNA, pela desburocratização e simplificação da declaração do ITR para o produtor rural. Essa conquista significa menos burocracia, mais agilidade e redução de custos para o campo, o que é fundamental para impulsionar a competitividade e o desenvolvimento do setor produtivo”.

De acordo com o assessor técnico da CNA, José Henrique Pereira, com a publicação da Lei 14.932/2024, o setor espera a adequação da Instrução Normativa 2.206/2024 que ainda obriga o produtor rural a apresentar o ADA neste ano, para fins de exclusão das áreas não tributáveis do imóvel rural. “A nova Lei já está em vigor e desobriga a declaração do Ato Declaratório Ambiental, então esperamos que a Receita Federal altere a Instrução Normativa e que a lei sancionada comece a valer a partir da DITR 2024”, explicou.

A norma é originária do Projeto de Lei 7611/17, do ex-senador Donizeti Nogueira (TO) e de relatoria do deputado federal Sérgio Souza (MDB/PR). O texto tramitou em caráter conclusivo e foi aprovado pela Câmara dos Deputados em dezembro do ano passado.

De acordo com a IN 2.206/2024, o prazo para apresentação da DITR 2024 começa a partir do dia 12 de agosto e vai até 30 de setembro de 2024.

Fonte: Assessoria Faesc
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Sancionada lei que permite o uso do CAR para cálculo do ITR

Nova legislação permite que os produtores utilizem o Cadastro Ambiental Rural para calcular a área tributável, substituindo o atual Ato Declaratório Ambiental.

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Foto: Roberto Dziura Jr

A nova legislação permite que os produtores utilizem o Cadastro Ambiental Rural (CAR) para calcular a área tributável, substituindo o atual Ato Declaratório Ambiental (ADA). O governo federal sancionou na última terça-feira (23) a Lei 14932/2024, uma medida que visa modernizar o sistema de apuração do Imposto Territorial Rural (ITR) e reduzir a burocracia para os produtores rurais.

Ex-presidente da FPA, deputado Sérgio Souza, destaca que medida visa a modernização do sistema tributário rural – Foto: Divulgação/FPA

Aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJC) da Câmara dos Deputados em dezembro de 2023, o projeto de lei (PL 7611/2017) foi relatado pelo ex-presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado Sérgio Souza (MDB-PR). O parlamentar destacou a importância da nova lei, afirmando que o CAR é um dos instrumentos mais avançados hoje para compatibilizar a produção com a preservação ambiental.

“O Cadastro Ambiental Rural é uma das ferramentas mais importantes do mundo em termos de compatibilização da produção agropecuária com os ditames da preservação ecológica. É, certamente, um instrumento que cada vez mais deve ser valorizado”, afirmou Sérgio Souza.

Atualmente, para apurar o valor do ITR, os produtores devem subtrair da área total do imóvel as áreas de preservação ambiental, apresentando essas informações anualmente ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), por meio do ADA. Esses mesmos dados também são incluídos no CAR, conforme exigência do Código Florestal.

Com a nova lei, essa duplicidade de informações será eliminada, facilitando o processo para os produtores. “Não faz sentido que o produtor rural seja obrigado a continuar realizando anualmente o ADA, uma vez que todas as informações necessárias à apuração do valor tributável do ITR estão à disposição do Ibama e da Receita Federal por meio do CAR”, ressaltou Sérgio Souza.

Fonte: Assessoria FPA
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Governo gaúcho anuncia medidas para atenuar perdas causadas pelas enchentes na cadeia leiteira

No Programa da Agrofamília, os R$ 30 milhões em bônus financeiros para custeio e investimentos no Plano Safra 2023/2024, estarão disponíveis a partir da segunda quinzena de agosto nas agências do Banrisul. Outros R$ 112,9 milhões serão destinados para a compra, pelo Estado, de leite em pó.

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Foto: Gisele Rosso

O pacote de medidas do Governo do Rio Grande do Sul para reerguer a agricultura gaúcha após a tragédia climática que assolou a produção primária inclui ações específicas destinadas ao setor do leite: bônus de 25% em financiamentos e compra de leite em pó. “Chegam em boa hora e são importantes porque beneficiam o pequeno produtor com subvenção, que é fundamental. Além da compra do leite em pó num volume considerável”, destaca Darlan Palharini, secretário-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat).

No Programa da Agrofamília, os R$ 30 milhões em bônus financeiros para custeio e investimentos no Plano Safra 2023/2024, estarão disponíveis a partir da segunda quinzena de agosto nas agências do Banrisul. Outros R$ 112,9 milhões serão destinados para a compra, pelo Estado, de leite em pó. A aquisição será feita junto às cooperativas gaúchas que não tenham importado leite, ao longo do ano vigente do programa, para atender mais de 100 mil crianças em municípios com Decreto de Calamidade.

O dirigente, que acompanhou o anúncio feito pelo governador Eduardo Leite e pelo secretário de Desenvolvimento Rural, Ronaldo Santini, na manhã desta quinta-feira (25/07), lembra que o setor ainda aguarda uma posição sobre a liberação do Fundoleite. “Recentemente, foi solicitado junto à Secretaria Estadual da Fazenda a atualização de saldos. A estimativa é dos valores se aproximem de R$ 40 milhões”, indica Palharini.

Fonte: Assessoria Sindilat-RS
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