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Pesquisadores criam “dicionário” para genes bovinos

Até então, muitos genes não estavam decodificados, eram desconhecidos ou não se conhecia seu significado

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Arquivo/OP Rural

Trabalho recente da equipe da pesquisadora Luciana Regitano, da Embrapa Pecuária Sudeste (SP), conseguiu melhorar a tradução do que está escrito no genoma do bovino, ou seja, relacionar genes às características que eles expressam, como maciez da carne, quantidade de gordura, etc. O genoma pode ser entendido como um livro que indica o que a célula precisa produzir. Até então, muitos genes não estavam decodificados, eram desconhecidos ou não se conhecia seu significado. Os resultados foram publicados na revista Nature.

Os dados obtidos permitirão diversos avanços que vão desde direcionar programas de melhoramento genético bovino até desenvolver animais que apresentem carnes sob medida com detalhes como maciez e sabor determinados.

O trabalho, conhecido como anotação funcional do genoma bovino, foi realizado pela bolsista de pós-doutorado Marcela Maria de Souza, orientada por Regitano. Ela construiu uma espécie de “dicionário” com todos os genes de bovinos que atuam como fatores de transcrição, ou seja, codificam proteínas que ativam ou bloqueiam as expressões de outros genes, o que também define como os efeitos desses genes vão “aparecer” na carne.

Antes desses resultados, a pesquisa recorria à anotação do material genético de outras espécies para traçar paralelos com os bovinos. Luciana Regitano conta que eram utilizados bancos de dados de humanos e camundongos. Relacionando esses resultados com outros resultados do projeto “Bases moleculares da qualidade da carne de bovinos da raça Nelore”, financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), os estudos da Embrapa identificaram diferenças de expressão dos genes relacionadas a características de qualidade da carne.

A “tradução” dos genes bovinos

Para entender mais facilmente o significado da descoberta, a pesquisadora da Embrapa propõe a analogia de se imaginar o DNA como se fosse um livro. “Imagine que você tivesse que traduzir um livro de um idioma desconhecido para o seu. Há uma sequência de letras que são as bases. Determinadas letras podem representar genes ou não. O DNA do genoma do boi ainda não foi completamente traduzido, ou seja, boa parte ainda está em linguagem incompreensível”, explica. De acordo com ela, mesmo os “trechos sem genes” são considerados importantes, pois podem regular a função dos genes.

Atualmente, existe indicação de quais genes do boi poderiam ser fatores de transcrição (que codificam proteínas que regulam a expressão dos genes) e como vão produzir proteínas. Antes era feita a chamada predição in silico, (obtida em uma simulação computacional) com base em modelos conhecidos.

Marcela estudou esses genes e atualizou o “dicionário” de genes humanos que são fatores de transcrição. Com essa base, ela procurou correspondentes no boi. Para cada correspondente, buscou na literatura experimentos que confirmassem que esses genes codificavam fatores de transcrição.

“Ainda há trechos desse livro em idioma incompreensível, mas ela traduziu, checou e verificou se aqueles correspondentes entre humanos e bovinos que tinham evidência de serem fatores de transcrição eram, de fato, como nos humanos”, detalha Luciana Reginato. “Procuramos, por exemplo, variações de DNA que são importantes para que o animal produza uma carne melhor e apresente maior eficiência do uso dos alimentos”, informa.

A pesquisa trabalha com um volume de dados gigantesco, o chamado big data. Um dos maiores desafios envolvidos é conseguir filtrar o que interessa e remover o que não interessa para cada estudo em particular. “Com a pesquisa da Marcela, conseguimos focalizar atenção nas partes mais interessantes. Queremos encontrar fatores que regulam a maciez e já temos o conjunto de dados mais importante para procurar essas variações”, informa Regitano.

“É como se tivéssemos que localizar uma pessoa em determinada cidade no mundo, mas não soubéssemos onde procurá-la. A pesquisa da Marcela indicou o continente, o país e o Estado onde a cidade se localiza. Agora o caminho para localizar a pessoa está mais perto”, compara a cientista.

Pesquisa representa avanço para a raça Nelore

O trabalho de análise da expressão relacionada aos alelos (cada uma das formas possíveis do mesmo gene) foi projeto do doutorado de Marcela Maria de Souza, orientado pela pesquisadora Luciana Regitano, da Embrapa Pecuária Sudeste. “Conseguimos identificar alguns genes, já associados anteriormente com importantes características de produção animal, que apresentam a expressão majoritária de um ou outro alelo”, afirmou Souza. Recentemente, ela foi contratada pela Universidade de Iowa (Uiowa), nos Estados Unidos, para onde se mudou no fim de 2018.

“O legal é que aproveitamos os dados já disponíveis gerados pelo projeto temático ‘Bases moleculares da qualidade da carne de bovinos da raça Nelore’, financiado pela Fapesp, para investigar a expressão alélica, um campo de pesquisa que está ganhando força recentemente e ainda pouco se sabe em bovinos quando comparado a humanos e camundongos”, revela a pesquisadora. De acordo com ela, o estudo conseguiu identificar genes com esse padrão em bovinos, mais especificamente em Nelore, que é a principal raça do rebanho brasileiro.

“A identificação de genes importantes para produção animal que apresentam expressão monoalélica, ou seja, apenas uma cópia é expressa, pode contribuir para aumentar a acurácia dos programas de melhoramento e o nosso trabalho é o primeiro a descrever vários genes com esse padrão na raça Nelore”, conclui.

Fonte: Embrapa Pecuária Sudeste

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Faesc celebra publicação da lei que reduz burocracia para Declaração do Imposto Territorial Rural 

Medida retira a obrigatoriedade de utilização do ADA para redução do valor devido do ITR e autoriza o uso do CAR para o cálculo de área.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc) celebra a conquista da Lei 14.932/2024 que reduz a burocracia da Declaração do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (DITR) para os produtores. A legislação foi publicada, na última quarta-feira (24), no Diário Oficial da União pelo Governo Federal.

A medida retira a obrigatoriedade de utilização do Ato Declaratório Ambiental (ADA) para redução do valor devido do ITR e autoriza o uso do Cadastro Ambiental Rural (CAR) para o cálculo de área tributável do imóvel.

O presidente do Sistema Faesc/Senar e vice-presidente de finanças da CNA, José Zeferino Pedrozo, ressalta que a publicação da Lei representa um avanço para o agronegócio. “Nós, da Faesc, e demais federações, trabalhamos em conjunto com a CNA, pela desburocratização e simplificação da declaração do ITR para o produtor rural. Essa conquista significa menos burocracia, mais agilidade e redução de custos para o campo, o que é fundamental para impulsionar a competitividade e o desenvolvimento do setor produtivo”.

De acordo com o assessor técnico da CNA, José Henrique Pereira, com a publicação da Lei 14.932/2024, o setor espera a adequação da Instrução Normativa 2.206/2024 que ainda obriga o produtor rural a apresentar o ADA neste ano, para fins de exclusão das áreas não tributáveis do imóvel rural. “A nova Lei já está em vigor e desobriga a declaração do Ato Declaratório Ambiental, então esperamos que a Receita Federal altere a Instrução Normativa e que a lei sancionada comece a valer a partir da DITR 2024”, explicou.

A norma é originária do Projeto de Lei 7611/17, do ex-senador Donizeti Nogueira (TO) e de relatoria do deputado federal Sérgio Souza (MDB/PR). O texto tramitou em caráter conclusivo e foi aprovado pela Câmara dos Deputados em dezembro do ano passado.

De acordo com a IN 2.206/2024, o prazo para apresentação da DITR 2024 começa a partir do dia 12 de agosto e vai até 30 de setembro de 2024.

Fonte: Assessoria Faesc
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Sancionada lei que permite o uso do CAR para cálculo do ITR

Nova legislação permite que os produtores utilizem o Cadastro Ambiental Rural para calcular a área tributável, substituindo o atual Ato Declaratório Ambiental.

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Foto: Roberto Dziura Jr

A nova legislação permite que os produtores utilizem o Cadastro Ambiental Rural (CAR) para calcular a área tributável, substituindo o atual Ato Declaratório Ambiental (ADA). O governo federal sancionou na última terça-feira (23) a Lei 14932/2024, uma medida que visa modernizar o sistema de apuração do Imposto Territorial Rural (ITR) e reduzir a burocracia para os produtores rurais.

Ex-presidente da FPA, deputado Sérgio Souza, destaca que medida visa a modernização do sistema tributário rural – Foto: Divulgação/FPA

Aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJC) da Câmara dos Deputados em dezembro de 2023, o projeto de lei (PL 7611/2017) foi relatado pelo ex-presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado Sérgio Souza (MDB-PR). O parlamentar destacou a importância da nova lei, afirmando que o CAR é um dos instrumentos mais avançados hoje para compatibilizar a produção com a preservação ambiental.

“O Cadastro Ambiental Rural é uma das ferramentas mais importantes do mundo em termos de compatibilização da produção agropecuária com os ditames da preservação ecológica. É, certamente, um instrumento que cada vez mais deve ser valorizado”, afirmou Sérgio Souza.

Atualmente, para apurar o valor do ITR, os produtores devem subtrair da área total do imóvel as áreas de preservação ambiental, apresentando essas informações anualmente ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), por meio do ADA. Esses mesmos dados também são incluídos no CAR, conforme exigência do Código Florestal.

Com a nova lei, essa duplicidade de informações será eliminada, facilitando o processo para os produtores. “Não faz sentido que o produtor rural seja obrigado a continuar realizando anualmente o ADA, uma vez que todas as informações necessárias à apuração do valor tributável do ITR estão à disposição do Ibama e da Receita Federal por meio do CAR”, ressaltou Sérgio Souza.

Fonte: Assessoria FPA
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Governo gaúcho anuncia medidas para atenuar perdas causadas pelas enchentes na cadeia leiteira

No Programa da Agrofamília, os R$ 30 milhões em bônus financeiros para custeio e investimentos no Plano Safra 2023/2024, estarão disponíveis a partir da segunda quinzena de agosto nas agências do Banrisul. Outros R$ 112,9 milhões serão destinados para a compra, pelo Estado, de leite em pó.

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Foto: Gisele Rosso

O pacote de medidas do Governo do Rio Grande do Sul para reerguer a agricultura gaúcha após a tragédia climática que assolou a produção primária inclui ações específicas destinadas ao setor do leite: bônus de 25% em financiamentos e compra de leite em pó. “Chegam em boa hora e são importantes porque beneficiam o pequeno produtor com subvenção, que é fundamental. Além da compra do leite em pó num volume considerável”, destaca Darlan Palharini, secretário-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat).

No Programa da Agrofamília, os R$ 30 milhões em bônus financeiros para custeio e investimentos no Plano Safra 2023/2024, estarão disponíveis a partir da segunda quinzena de agosto nas agências do Banrisul. Outros R$ 112,9 milhões serão destinados para a compra, pelo Estado, de leite em pó. A aquisição será feita junto às cooperativas gaúchas que não tenham importado leite, ao longo do ano vigente do programa, para atender mais de 100 mil crianças em municípios com Decreto de Calamidade.

O dirigente, que acompanhou o anúncio feito pelo governador Eduardo Leite e pelo secretário de Desenvolvimento Rural, Ronaldo Santini, na manhã desta quinta-feira (25/07), lembra que o setor ainda aguarda uma posição sobre a liberação do Fundoleite. “Recentemente, foi solicitado junto à Secretaria Estadual da Fazenda a atualização de saldos. A estimativa é dos valores se aproximem de R$ 40 milhões”, indica Palharini.

Fonte: Assessoria Sindilat-RS
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