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Bovinos / Grãos / Máquinas

Pecuaristas de corte usam modelo integrado de produção

Experiência hoje exitosa começou pela dificuldade que produtores individuais encontravam para vender o rebanho

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As alianças mercadológicas de produtores de carne bovina ganham espaço no Paraná e deixam o produtor amparado em um modelo cooperativista de negócio. São sete alianças no Estado, que congregam produtores para que consigam, com mais facilidade, acessar mercados, barganhar preços de insumos e produzir carnes padronizadas. Uma delas fica em Pato Branco, no Sudoeste do Paraná, que há pouco tempo evoluiu para o sistema de integração e redesenhou a maneira de produzir. Os sócios fazem a recria dos animais e os encaminham para uma única fazenda, onde é feita a engorda, ou acabamento, para a industrialização das carnes.

A experiência hoje exitosa começou pela dificuldade que produtores individuais encontravam para vender o rebanho. “Por volta do ano de 2005 os produtores aqui da região estavam enfrentando dificuldades na comercialização. Havia oferta de animais, mas pouca opção de venda. Nesse tempo, em todo o Paraná, foram criadas alianças mercadológicas. Foi quando criamos a Novicarnes, pois sentíamos essa dificuldade de acessar mercado”, afirma o gerente da Novicarnes, Isonel Rosin.

O profissional se desdobra entre o frigorífico com marca própria, pela manhã, e a fazenda onde é feito o acabamento dos animais, à tarde. Ao lado de 1,5 mil animais – em janeiro serão 2,5 mil -, ele conta que a aliança permitiu a solidez do negócio para os sócios. “São 23 sócios, de 11 propriedades, que se uniram e hoje fazem a recria, abatem só animais com menos de 24 meses e comercializam com marca própria, ganhando mais com carnes mais nobres”, comenta o gerente da aliança.

Mudanças

Até o ano de 2014, explica Isonel, a Novicarnes abatia animais sem distinção, mas mudou o posicionamento para abater animais mais jovens, segundo ele, por exigência do consumidor. “Em 2014 a gente abateu 36 mil animais, pois a gente abatia com mais de dois anos, abatia vaca. Em 2015, começamos a concentrar o abate só em gado precoce. Naquele ano, foram 28 mil abates. Em 2016, foram 18 mil cabeças. Agora, voltamos a evoluir. Em 2017 foram 20 mil cabeças, com 70% abaixo de 24 meses, e em 2018 serão 25 mil abates no ano”, comenta Isonel.

Para ele, uma das vantagens da aliança de Pato Branco é o sistema criado para a engorda dos animais. “Cada sócio faz a recria na sua fazenda (até os 21 meses). Depois, encaminham os animais para essa fazenda, que é alugada, onde concentramos o acabamento dos animais. Aqui eles ficam por cerca de cem dias até irem para o abate”, comenta. “Assim o produtor pode se concentrar em uma fase específica e se especializar naquilo. E ainda teremos uma propriedade exclusiva para o acabamento, o que também melhora o desempenho”, explica. “A pecuária de corte está caminhando para a integração, assim como acontece com a suinocultura e a avicultura”, sugere o profissional.

Robusto

Esse modelo, com a fazenda exclusiva para acabamento, no modelo de confinamento, começou em 2013, lembra o gerente, quando a dificuldade era ter constância de animais para alimentar a demanda do frigorífico. “Locamos essa fazenda porque a gente sentia dificuldade em ter constância de animais. Fizemos algumas melhorias e ampliações. Hoje (novembro) são 1,5 mil confinados. Mas já estamos fazendo novas ampliações para chegarmos a aproximadamente 50% da demanda do frigorífico. Em 2018 os associados devem produzir seis mil cabeças, mas nosso planejamento é aumentar esse número para oito mil em 2019 e 12 mil animais/ano em 2020. Com isso, vamos atender cerca de 50% da capacidade do frigorífico”, explica.

Na fazenda também são cultivados 200 alqueires de milho usado no acabamento, garantindo menores custos na formulação das dietas. As lavouras são cultivadas com o adubo produzido pelos dejetos dos animais. “Nós fazemos nossa silagem de milho, o que nos deixa menos suscetíveis às flutuações de mercado. Temos menor custo para produzir esse milho porque todo o dejeto dos animais vai para a lavoura”, comenta. No ano passado, foram consumidas dez mil toneladas de silagem. A ração completa a dieta na fazenda de engorda. “A comida aqui é à vontade. O animal é tratado ao menos cinco vezes por dia. Ele precisa atingir um peso ideal em menos de 24 meses”, comenta.

Raças

Na fazenda de acabamento os animais são segregados de acordo com as raças, explica o gerente, com destaque para o Angus e o Hereford. “Separamos eles por raça. De um lado fica só Angus, de outro o Hereford, que temos certificado. Em outros locais, fica a linha geral, com diversas raças, como Nelore, Charolês, Brahman, etc.”, cita Isonel. “O Angus e o Hereford têm uma carne mais marmorizada, que fica mais saborosa. O mercado paga um pouco a mais por isso”, comenta, falando sobre os motivos da segregação.

A Aliança

O faturamento da aliança mercadológica Novicarnes fechou 2017 em R$ 12 milhões. Para este ano, com os novos investimentos na ampliação da capacidade de produção da fazenda de acabamento, a diretoria estima um faturamento de R$ 20 milhões. A entidade, composta por 23 sócios, emprega cinco pessoas na fazenda de acabamento e outras 65 no frigorífico. A carne é distribuída para as regiões Sudoeste, Sul, Central e Metropolitana de Curitiba.

2017 e 2018

De acordo com Isonel, a aliança garantiu segurança a seus cooperados nesse ano de Operação Carne Fraca e queda nos preços da arroba. “Ao contrário do mercado de carnes em geral, vimos o ano de 2017 passar com muita tranquilidade. Enquanto grande parte da pecuária retraiu, nós crescemos”, aponta. Com projeções ousadas, a Novicarnes espera que 2018 seja melhor que o ano que passou. “Nossos projetos nos deixam muito confiantes para o ano que vem (2018)”, pontua o produtor de Pato Branco.

Mais informações você encontra na edição do Anuário do Agronegócio Paranaense de janeiro/fevereiro de 2018.

Fonte: O Presente Rural

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Bovinos / Grãos / Máquinas Em Uberaba (MG)

Casa do Girolando será inaugurada durante 89ª ExpoZebu

A raça Girolando terá agenda cheia na feira, incluindo lançamento do Ranking Rebanho, encontro com comitivas internacionais, julgamento e assembleia geral.

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Foto: Divulgação/Girolando

Tudo pronto para mais uma participação da raça Girolando na ExpoZebu (Exposição Internacional de Raças Zebuínas), que acontece entre sábado (27) e 05 de maio, em Uberaba (MG). A partir deste ano, a Associação Brasileira dos Criadores de Girolando passa a contar com um espaço fixo dentro do Parque Fernando Costa, a “Casa do Girolando”, onde recepcionará os visitantes ao longo de todo o evento.

A inauguração da Casa do Girolando será na próxima segunda-feira (29), a partir das 18 horas. “O parque é palco de importantes exposições ao longo de todo o ano, como a ExpoZebu e a Expoleite, que contam com a presença da raça Girolando. E agora poderemos atender a todos na Casa do Girolando, levando mais informação sobre a raça para os visitantes”, assegura o presidente da entidade, Domício Arruda.

Durante o evento, também acontecerá o lançamento do Ranking Rebanho 2023, que traz os melhores criadores que melhor desempenham o trabalho de seleção, produção e sanidade dentro de seus rebanhos. “O Ranking Rebanho é uma referência para os criadores de Girolando que buscam melhorar seus indicadores e, como consequência, elevar a rentabilidade de seus negócios”, diz o coordenador Técnico do Programa de Melhoramento Genético da Raça Girolando (PMGG), Edivaldo Ferreira Júnior. Outro evento marcado para o dia 29 de abril, a partir das 13h, é a Assembleia Geral Ordinária, para prestação de contas.

A associação ainda receberá comitivas internacionais durante a 89ª ExpoZebu. Estão agendados encontros com grupos da Índia e do Equador, quando serão apresentados os avanços da raça Girolando, que é uma das que mais exporta sêmen no Brasil.

Competições

A raça Girolando competirá em julgamento nos dias 29 e 30 de abril, pela manhã e tarde, sob o comando do jurado Celso Menezes. Participarão 120 animais de 17 expositores.

Fonte: Assessoria da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando
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Bovinos / Grãos / Máquinas

Embrapa propõe políticas para reaproveitamento de pastagens degradadas

Brasil tem pelo menos 28 milhões de hectares de áreas de pastagens em degradação com potencial para conversão em agricultura, reflorestamento, aumento da produção pecuária ou até para produção. de energia.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

O Brasil tem pelo menos 28 milhões de hectares (ha) de áreas de pastagens em degradação com potencial para conversão em agricultura, reflorestamento, aumento da produção pecuária ou até para produção de energia. O volume de hectares equivale ao tamanho do estado do Rio Grande do Sul.

O cerrado é o bioma com o maior número de áreas em degradação. Os estados com as  maiores áreas são o Mato Grosso (5,1 milhões de ha), Goiás (4,7 milhões de ha), Mato Grosso do Sul (4,3 milhões de ha), Minas Gerais (4,0 milhões de ha) e o Pará (2,1 milhões de ha).

Para ter uma ideia das possibilidades de reaproveitamento, se toda essas áreas fossem usadas para o cultivo de grãos (arros, feijão, milho, trigo, soja e algodão) haveria uma aumento de 35% a área total plantada no Brasil (comparação com a safra 2002/2023).

A extensão do problema e as diferentes possibilidades de reaproveitamento econômico dessas áreas fizeram o governo federal a criar no final do ano passado o Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas em Sistemas de Produção Agropecuários e Florestais Sustentáveis (Decreto nº 11.815/2023).

Para implantar o programa, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Embrapa, publicou em um livro mais de 30 sugestões de políticas públicas, que o país tem experiência e tecnologia desenvolvida para implantação.

Planejamento 
Apesar da expertise acumulada, a efetivação é um desafio. Cada área a ser recuperada exige estudo local. O planejamento das ações “deve levar em consideração informações sobre o ambiente biofísico, a infraestrutura, o meio ambiente e questões socioeconômicas. Além disso, é preciso avaliar o histórico de evolução pecuária no local e entender quais fatores condicionam a adoção dos sistemas vigentes”, descreve o livro publicado pela estatal.

A partir do planejamento, é necessário criar condições para o reaproveitamento das áreas: crédito, capacitação dos produtores e assistência. “É preciso integrar políticas públicas, fazer com que os produtores rurais tenham acesso ao crédito, ampliar o serviço de educação no campo, e dar assistência técnica e extensão rural para a estruturação de projetos e para haja um trabalho contínuo e não uma coisa pontual”, assinala o engenheiro agrônomo Eduardo Matos, superintendente de Estratégia da Embrapa.

Nesta sexta-feira (26), a empresa faz 51 anos de funcionamento. A cerimônia de comemoração, nesta quinta-feira (25), contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Um exemplar do livro foi entregue à comitiva presidencial.

No total, as áreas de pastagem ocupam 160 milhões de hectares, sendo aproximadamente 50 milhões de hectares formados por pasto natural e o restante pasto plantado. A área de produção de grãos totaliza 78,5 milhões de hectares, e as florestas plantadas para uso econômico ocupam uma área aproximada de 10 milhões de hectares.

De acordo com o IBGE, a atividade agropecuária ocupa mais de 15 milhões de pessoas no Brasil. Um terço desses empregos são na pecuária bovina (4,7 milhões). O país é o segundo maior produtor de carne bovina do mundo e o maior exportador (11 milhões de toneladas).

Fonte: Agência Brasil
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Bovinos / Grãos / Máquinas

Rentabilidade ao produtor de leite melhora impulsionada pela redução dos custos de produção e pela sazonalidade da oferta

Mercado de leite enfrenta um cenário desafiador, marcado por incertezas, queda na oferta interna e nos preços ao consumidor.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

O mercado nacional e global de leite ainda segue sob grandes incertezas. Na área internacional, os preços perderam um pouco o ritmo de elevação, influenciado principalmente, por uma menor demanda chinesa. Além disso, o gigante asiático vem estimulando a produção interna substituindo parte da importação.

O leite em pó integral fechou em US$3.269/tonelada no leilão GDT do dia 16 de abril. No mesmo mês em 2023 este preço estava no patamar de US$ 3.100/tonelada. Na Argentina, a oferta de leite segue complicada por uma piora na rentabilidade nas fazendas. Nos dois primeiros meses do ano, a produção de leite da Argentina caiu 13,6% na comparação com o mesmo período do ano passado.

Foto: Ari Dias

Já no mercado interno, as cotações de leite e derivados vêm reagindo, mas o cenário de menor competitividade em preços e queda de braço com as importações permanece. No primeiro trimestre de 2024, as importações brasileiras totalizaram 560 milhões de litros, com alta de 10,8% em relação a 2023. O diferencial de preços, tanto do leite em pó quanto do queijo muçarela, está mais favorável ao derivado importado.

Enquanto isso, governos estaduais tem se manifestado com medidas tributárias e fiscais para tentar reduzir a entrada de derivados lácteos oriundos do exterior. Vale lembrar que em 2023 as importações responderam por 9% da produção doméstica e um recuo nesse volume tende a deixar a oferta mais restrita, sustentando os preços internos. Mas também irá exigir uma resposta mais rápida da produção interna, suprindo a demanda brasileira.

Sazonalidade da produção de leite

A sazonalidade da produção de leite no Brasil é bastante pronunciada, mesmo considerando o crescimento dos sistemas de produção de maior adoção de tecnologias. Os meses de abril, maio e junho são aqueles de menor produção de leite e isso acaba refletindo nos preços neste momento. Os mercados de leite UHT e queijo muçarela tem registrado valorizações, ainda que modestas.

O preço ao produtor também vem registrando elevação, pelo quarto mês consecutivo.

Do ponto de vista macroeconômico, os indicadores de crescimento do PIB vêm melhorando, com perspectivas de expansão próxima de 2% em 2024. No comércio, as vendas dos supermercados seguem positivas, com expansão de 4,7% nos últimos 12 meses, enquanto a média do comércio em geral mostrou elevação de apenas 1,7%. Os indicadores do mercado de trabalho têm registrado crescimento importante. Em janeiro o salário real médio do brasileiro cresceu 4% sobre janeiro de 2023. O número de pessoas ocupadas também aumentou.

Foto: Fernando Dias

O preço dos lácteos ao consumidor, por outro lado, recuaram 2,8% nos últimos doze meses. No caso do UHT, a queda foi de 5,6%, o que acaba ajudando nas vendas. Neste mesmo período a inflação brasileira foi de 3,9%. Ou seja, os lácteos vêm contribuindo para redução da inflação brasileira neste momento.

Custo de produção

Na atividade de produção de leite, as informações de custo de produção têm mostrado um cenário mais positivo. Os preços de importantes insumos recuaram, contribuindo com queda no ICPLeite-Embrapa que, nos últimos 12 meses finalizados em março de 2024, apresentou recuo de 5,58%.

O farelo de soja recuou de 23% em relação a abril de 2023, ficando abaixo de R$2 mil/tonelada. No caso do milho, a queda foi também importante, com o cereal recuando 18,5% na comparação anual. Portanto, a combinação de recuo nos custos de produção com elevação no preço do leite vai sinalizando um ambiente de recuperação de rentabilidade para o produtor de leite, após um cenário difícil observado no segundo semestre de 2023.

Cadeia produtiva do leite

De todo modo, é importante avançar em uma agenda de competitividade da cadeia produtiva do leite, sobretudo com foco em melhorias na eficiência média das fazendas e na gestão. Tem sido observado uma heterogeneidade muito grande nos custos de produção de leite, em alguns casos com diferenças de até R$ 0,80 por litro. A importação traz perdas econômicas relevantes para o setor lácteo no Brasil, mas buscar cotações mais alinhadas ao cenário global é uma forma de reduzir estruturalmente as compras externas. Para isso a competitividade em custos é determinante. O momento ainda é de bastante incerteza, inclusive global. Internamente, a entressafra pode dar um fôlego para a alta recente dos preços de leite.

Fonte: Assessoria Centro de Inteligência do Leite
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