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Paralisação: tratando câncer com morfina

Em um paralelo ortodóxico, a greve dos caminhoneiros faz pensar num câncer não tratado

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Artigo escrito por Roberta Züge, diretora administrativa do Conselho Científico Agro Sustentável (CCAS); vice-presidente do Sindicato dos Médicos Veterinários do Paraná (SINDIVET); médica veterinária doutora pela Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (FMVZ/USP)

É difícil um cidadão brasileiro que não conheça alguém que tenha sucumbido ao câncer. Outros tantos conhecem casos de sucesso, onde o doente se recuperou da enfermidade. Quem acompanhou de perto um paciente que tenha vencido a doença, conhece as dores e mazelas que passam a maioria deles. Os tratamentos, de modo geral, trazem consequências que são percebidas por todos e, pior ainda, sentidas pelo paciente. Mas, para os que desejam a cura, este é o caminho a ser percorrido.

Em paralelo, as pesquisas demonstram que muitos conseguem, ao menos, minimizar a dor com a utilização de medicamentos. É clássica a premissa entre os profissionais da área, que de todos os sintomas de um enfermo com diagnóstico de câncer, a dor é o mais receado, mesmo quando comparado à expectativa da morte.

No entanto, nem precisa ser especialista para saber que, somente tratar a dor, não irá proporcionar a cura. A dor acomete de 60 a 80% dos pacientes com câncer, sendo 25 a 30% na ocasião do diagnóstico e, de 70 a 90% dos pacientes com doença avançada, classificam a dor como de moderada a grave. A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou a dor associada ao câncer uma Emergência Médica Mundial e, em 1986, publicou um guia de tratamento que pode proporcionar alívio da dor em 90% dos pacientes.

A mesma OMS publicou uma escala de analgesia para tratamento da dor oncológica e orientou o uso de anti-inflamatórios não esteroides para dor leve no primeiro degrau, opioide fraco para dor moderada no segundo e opioide potente para dor intensa no terceiro degrau.

Caso um paciente queira somente não sentir a dor, poderá ter o alívio com o uso de opioides potentes. Utilizando apenas morfina, não terá as consequências do tratamento, os enjoos, as fraquezas, as quedas de cabelo, etc.  Mas, claro, o câncer irá corroer por dentro. Gradativamente irá tomando os órgãos e, dependendo da origem e malignidade, irá sucumbir em poucos meses ou após alguns anos.

Em um paralelo ortodóxico, a greve dos caminhoneiros  faz pensar num câncer não tratado. Temos uma frota imensa de caminhões “aviltada” pelos subsídios de  governos anteriores inundando a frota nos últimos anos. Várias empresas foram abertas e equipadas com muitos caminhões. O livre mercado é cruel, a lei da concorrência não se revoga facilmente. Quem precisa trabalhar, diminui sua margem e ganha a concorrência.

Mas, o problema é bem anterior a isso, arrisca-se até a dizer que o diagnóstico do câncer era precoce. Não há país sério que tenha sua logística baseada em rodovias. O transporte por caminhões, que chegam praticamente a qualquer lugar, deve ser utilizado para curtas distâncias: buscar o leite nas propriedades, levar ração aos animais, transportar produtos nas cidades, etc. Grandes nações utilizam meios mais baratos, menos impactantes – seja do ponto de vista ambiental ou sócia –, e com menos perdas. Utilizam ferrovias, transportes fluviais, transporte tubular (para gases e fluidos), entre outros.

Uma hora o sistema iria sucumbir. Hoje o Brasil está como aquele paciente que não quis sofrer os impactos do tratamento com câncer; preferiu a morfina.

Todos os governos, inclusive o regime militar, deixaram de investir em ferrovias e hidrovias (e Brasil tem um imenso potencial, pois a natureza presenteou o país com grandes rios navegáveis). Houve a preferência pelas grandes montadoras, assim os empregos eram gerados nas cidades e a população criava uma ilusão de desenvolvimento. Por meio de concessões equivocadas criaram-se muitas empresas de pedágios, com contratos muitas vezes duvidosos, e com altos custos para os veículos de cargas.

Somente diminuir os custos do combustível ou desonerar as folhas de pagamento das transportadoras é o mesmo que aplicar mais uma dose de morfina. A doença irá continuar corroendo o país e logo a dose terá que ser mais alta. E depois a concentração do opioide não será mais suficiente.

O transporte rodoviário exige o uso de combustível fóssil e é desnecessário explicar algo finito. Continuar investindo em uma matriz suja, que irá acabar, é debilitar ainda mais o já frágil sistema de transporte, ao mesmo em que é empurrar o problema para as futuras gerações.

O momento de apreensão e desordem pública é até compreensível, o brasileiro não aceita mais a carga tributária, que não é revertida em serviços, mas transformadas em benesses e regalias para o governo. Óbvio que isto deve cessar. O carcinoma está corroendo o paciente, mas tratá-lo somente com opioides não irá resolver o problema.

A luta do povo não deve ser apenas pela desoneração de impostos, mas pelas mudanças de políticas, melhorias na logística de cargas e nos transportes de modo inteligente. Uma premissa básica na linha da solução é incentivar a utilização de combustíveis renováveis, ferrovias, hidrovias e outros modais menos onerosos.

Os representantes do povo devem espelhar seus eleitores. Estes também devem cumprir os preceitos legais que regem uma nação desenvolvida. A mudança deve começar pela educação e pelo comportamento da sociedade. Enquanto isto não for alterado, teremos os mesmos legisladores que só buscam o seu bem-estar. “E, não, não há um salvador que irá magicamente após a próxima eleição resolver todos esses problemas, menos ainda sem cortar benefícios.”

E antes que o câncer consiga vencer esta nação, deixem o agronegócio gerar a riqueza que move o país. Impedir os produtores de escoar suas cargas ou matar de fome os animais irá trazer graves consequências. Os caminhoneiros desligaram seus motores, entretanto as vacas não podem ser desligadas.

O tratamento efetivo gera dores e sintomas, mas eles não podem ser apenas num setor. Especialmente naquele que tem salvado o país. 

Precisamos de racionalidade neste momento.

Fonte: Assessoria

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Sindiavipar critica decisão do STF sobre desoneração da folha de pagamento

Sindicato faz um apelo aos membros do Congresso para que intervenham e revertam essa decisão, visando preservar as condições já estabelecidas para os setores empresariais afetados.

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Foto: Jonas Oliveira

O Sindicato das Indústrias Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar) manifestou, nesta sexta-feira (26), sua preocupação diante da decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Cristiano Zanin, de suspender a desoneração de impostos da folha de pagamentos dos setores empresariais que mais empregam no país.

Anteriormente, esta medida havia sido aprovada pelo Congresso Nacional com ampla maioria de votos.

De acordo com o Sindiavipar, a decisão do STF responde a um pedido do governo federal e pode impactar negativamente o emprego, elevar os custos de produção, agravar a inflação e acentuar a insegurança jurídica no país.

Diante disso, o sindicato faz um apelo aos membros do Congresso para que intervenham e revertam essa decisão, visando preservar as condições já estabelecidas para os setores empresariais afetados.

Confira a nota na íntegra: 

É com extrema preocupação e profunda decepção que o Sindicato das Indústrias Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar) recebe a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal, Cristiano Zanin, de suspender a desoneração de impostos da folha de pagamentos dos setores empresariais que mais empregam no país, que havia sido duplamente referendada pelo Congresso Nacional por esmagadora maioria de votos dentro do mais transparente processo democrático.

Além de ferir o princípio constitucional da equidade dos três poderes, a lamentável medida, que atende inoportuno pedido do governo federal, expõe mais uma intromissão indevida do STF em atribuições que são exclusivas do legislativo, com potencial para levar à demissão milhões de trabalhadores, restringir novas contratações, elevar os custos de produção com forte impacto inflacionário e aumentar a insegurança jurídica do Brasil, fator que já vem desestimulando novos investimentos na economia e travando o crescimento nacional.

O Sindiavipar espera que os senadores e deputados federais, representantes legítimos dos interesses e das aspirações da população brasileira, tomem as necessárias e urgentes providências para derrubar o ato infeliz do ministro do STF e restaurar a vontade soberana do Parlamento, evitando um grave retrocesso que trará desastrosos prejuízos econômicos e sociais para o país.

Sindiavipar

Curitiba, 26 de abril de 2024

Fonte: O Presente Rural
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Com presença de autoridades, 89ª ExpoZebu será aberta oficialmente neste sábado

Expectativa é que 400 mil pessoas passem pela maior feira da pecuária zebuína do mundo até o dia 6 de maio, 35 comitivas internacionais com 700 estrangeiros.

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Foto: Divulgação/ABCZ

Será aberta oficialmente neste sábado (27), a 89ª ExpoZebu – Genética Além das Fronteiras. O presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), Gabriel Garcia Cid, fará a abertura da solenidade às 10 horas no Parque Fernando Costa, em Uberaba (MG).

Confirmaram presença no evento o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, o governador do Ceará, Elmano de Freitas, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Carlos Fávaro, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, o secretário de Defesa Agropecuária do Mapa, Carlos Goulart.

A expectativa é que 400 mil pessoas passem pela maior feira da pecuária zebuína do mundo até o dia 6 de maio, 35 comitivas internacionais com 700 estrangeiros.

A ExpoZebu deste ano ressalta a força da cadeia produtiva da carne e do leite destacando avanços da genética zebuína, a relevância dos subprodutos da pecuária, trazendo ampla gama de produtos e serviços especializados.

Além disso, evidencia para criadores, investidores, profissionais do setor, estudantes e toda a comunidade as mais recentes técnicas de produção, manejo de rebanhos, nutrição animal, inovação tecnológica e oportunidades de negócios, apresentando muito mais do que uma exposição de gado.

Esta edição conta com 2.520 animais que participarão dos julgamentos entre os dias 28 e abril a 4 de maio. A programação também inclui o 2º Congresso Mundial de Criadores de Zebu (Comcebu), o 44º Torneio Leiteiro, 38 leilões, 8 shoppings de animais, palestras educativas, workshops práticos, demonstrações ao vivo voltadas ao impulsionamento da eficiência e produtividade porteira adentro.

Além disso, atrações para todos os públicos como a tradicional Feira de Gastronomia e Alimentos de Minas, a 39º Mostra do Museu do Zebu e shows, o que contribui para a movimentação da economia com geração de 4.200 empregos diretos e indiretos.

O Parque Fernando Costa estará aberto para visitação durante os dias de feira das 7h30 às 22h. Especialmente neste sábado, os visitantes poderão degustar pipoca e algodão doce gratuitamente no período da manhã.

A ‘89ª ExpoZebu – Genética Além das fronteiras’ é uma realização da ABCZ, com patrocínio de Cervejaria Petrópolis – Itaipava, Neogen, Banco do Brasil, Cachaça 51: uma boa ideia, Sistema CNA/Senar, Programa leilões, Chevrolet, SETPAR empreendimentos e Caixa – Governo Federal e apoio de Geneal, Sicoob Credileite, Prefeitura de Uberaba – Geoparque, Sindicato Rural de Uberaba e Fazu.

Fonte: Assessoria ABCZ
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ABCZ lança campanha para valorização do produtor rural e da produção de carne e leite

Vídeos educativos serão exibidos em painéis no Parque Fernando Costa, durante a 89ª ExpoZebu.

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A Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) inicia a 89ª ExpoZebu, maior feira de pecuária zebuína do mundo, uma campanha de valorização do produtor rural e da produção de carne e leite. Trata-se de vídeos educativos com informações importantes sobre o setor.

‘Conhecer para Admirar’ é uma série de 3 episódios com histórias de personagens que tiveram as vidas transformadas pelo agronegócio. A ABCZ também divulgará dois vídeos educativos evidenciando os benefícios da carne e do leite.  “Nós precisamos ampliar o diálogo com a população para combater informações equivocadas sobre a pecuária e agronegócio. Por isso, na campanha, mostraremos exemplo de trabalho e superação na produção rural, além dos benefícios da carne e do leite: empregos gerados, produtos e subprodutos, e principalmente as qualidades nutricionais indispensáveis para a nossa saúde. Tudo isso é fruto do melhoramento genético”, destaca o presidente da ABCZ, Gabriel Garcia Cid.

O trabalho desenvolvido pela ABCZ contribuiu para o desenvolvimento da genética no país. Entidade ligada ao Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), a ABCZ é responsável pelos registros de animais zebuínos no Brasil. Ao longo de seus 105 anos, a associação já registrou cerca de 23 milhões de animais. E esse progresso genético levou o Brasil ao topo do ranking de exportadores de carne bovina.

Os vídeos serão lançados nesta sexta-feira (26), durante reunião da Frente das Associações de Bovinos do Brasil (FABB). Em seguida, serão publicados nas redes sociais da ABCZ e serão divulgados nos telões do Parque Fernando Costa, durante a 89ª ExpoZebu, por onde passam cerca de 400 mil pessoas.

Fonte: Assessoria ABCZ
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CBNA – Cong. Tec.

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