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Os desafios dos primeiros 45 dias de vida dos leitões
Medidas adotadas nesta fase desempenham um papel fundamental para uma suinocultura mais robusta e produtiva.
Os leitões enfrentam desafios significativos nos primeiros 45 dias de vida, período crítico que influencia seu desenvolvimento ao longo da fase produtiva exigindo a atenção dos suinocultores.
“Esses animais são particularmente vulneráveis à ação de agentes infecciosos devido à imaturidade de seu sistema imunológico. A transferência de imunidade materna ocorre principalmente através do colostro, fornecendo anticorpos essenciais que protegem contra diversos patógenos. No entanto, a eficácia desse processo é temporária e os animais precisam desenvolver suas próprias defesas para enfrentar as ameaças presentes na granja”, explica Pedro Filsner, médico veterinário gerente nacional de serviços veterinários de suínos da Ceva Saúde Animal.
Nesse período, o sistema imune dos suínos passa por um rápido processo de maturação. Células como macrófagos e linfócitos desempenham papéis fundamentais na criação de defesas contra agentes patogênicos. No entanto, uma resposta imune eficiente ainda está em desenvolvimento, tornando a pressão de infecção um fator de risco durante a fase de lactação. Entre os principais desafios deste período estão as patologias entéricas, como a coccidiose.
A coccidiose, causada pelo protozoário Cystoisospora suis, provoca uma enterite que resulta em diarréia nos leitões lactentes. O quadro gera perda de peso, desidratação e compromete a absorção de nutrientes essenciais, impactando diretamente o desenvolvimento dos animais.
Embora apresente uma taxa de mortalidade baixa, a doença impõe danos irreversíveis às células intestinais, provocando um atraso no crescimento dos suínos afetados. Os impactos econômicos decorrentes da coccidiose suína são consideráveis, abrangendo desde a diminuição no ganho de peso até o aumento dos custos de produção devido às despesas com tratamentos e implementação de medidas de controle. Além disso, a necessidade de descartar animais doentes pode gerar perdas adicionais.
Outro desafio inerente da fase de maternidade é a anemia ferropriva, uma condição que abrange a totalidade dos animais. Dentre os fatores importantes para o desencadeamento dessa afecção estão a baixa transferência de ferro da mãe por via placentária e consequente pouca reserva de ferro ao nascer, a limitada quantidade do mineral transferido pelo colostro e leite materno, e o rápido crescimento e ganho de peso dos leitões, que demandam o mineral para a formação de músculos e órgãos.
Uma leitegada anêmica apresenta redução no ganho de peso, crescimento muscular lento e uma maior suscetibilidade a infecções e outras doenças ao longo da vida. Para prevenir o quadro, a suplementação de ferro até o 3º dia de vida do leitão é utilizada mundialmente para garantir o desenvolvimento dos suínos.
Já no período de desmame, os leitões também ficam susceptíveis a doença do edema, uma toxinfecção com elevada taxa de mortalidade causada pela colonização do intestino delgado dos animais por cepas da bactéria Escherichia coli produtora da toxina Shiga 2 (Vt2e).
As mudanças fisiológicas e estruturais decorrentes do desmame facilitam a absorção da toxina produzida por essa bactéria, comprometendo a saúde dos leitões. Os animais acometidos apresentam edema de face, com inchaço bem característico das pálpebras, incoordenação motora com andar cambaleante que evolui para a paralisia de membros. Em toxinfecções de evolução aguda, os suínos podem ir a óbito sem apresentar os sinais clínicos da doença, sendo considerado morte súbita.
“O impacto conjunto dessas doenças transcende os aspectos clínicos, afetando a produtividade. A presença desses agentes na granja provoca a redução na eficiência alimentar, atrasos no ganho de peso e um aumento nas taxas de mortalidade, influenciando negativamente o desenvolvimento dos leitões.”, detalha Pedro.
É neste cenário que a adoção de medidas de manejo adequadas se torna essencial para assegurar a eficiência produtiva na granja. O controle efetivo da anemia e coccidiose em suínos requer uma abordagem integrada, abrangendo fatores relacionados ao manejo, como a limpeza e desinfecção e a correta utilização de fármacos. Uma medida essencial é a suplementação com ferro e administração de Toltrazuril, que para maior acurácia deve ser feita com a administração de uma única associação injetável com dose fixa dos fármacos. Desta forma é possível garantir uma entrega mais segura para o leitão, com menos estresse e uma redução considerável nas subdosagens ou falhas de administração. “Essa abordagem visa suplementar adequadamente o ferro, mitigando o risco de anemia, enquanto o Toltrazuril atua como um eficaz coccidiostático, controlando a coccidiose suína. Além disso, práticas de manejo como o fornecimento de uma dieta balanceada, ambientes higiênicos e a prevenção do estresse são fundamentais para fortalecer a resistência dos animais a essas enfermidades”, esclarece Pedro.
No que diz respeito à doença do edema, é necessário investir na gestão cuidadosa do ambiente e na implementação de estratégias de biosseguridade. A vacinação com a forma atenuada da toxina Shiga (Stx2e) contra a Escherichia coli emerge como uma ferramenta eficaz na proteção contra a doença, contribuindo para melhores resultados no campo.
A implementação dessas medidas não apenas reduz a incidência e a gravidade das doenças, mas também desempenha um papel fundamental na minimização dos impactos econômicos associados, contribuindo para uma suinocultura mais robusta e produtiva.
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Clima paranaense é desafio para suinocultores, que precisam controlar perda de calor corporal de leitões
A temperatura corporal dos animais logo após o parto influencia o desempenho.
Obter leitegadas cada vez mais numerosas e homogêneas, com bom peso ao nascer, saudáveis e com potencial para ter desempenho superior nas fases seguintes, é o principal objetivo dos suinocultores. Para ter sucesso nesse desafio, é extremamente importante ter o melhor manejo no parto e pós-parto. Para Aneilson Soares, gerente técnico da Trouw Nutrition, esse é um dos fatores essenciais para proporcionar o bom desenvolvimento dos leitões.
Por suas características climáticas, o Paraná é um estado que amplifica os desafios térmicos impostos aos suínos. Isso porque a média anual de temperatura do estado varia entre 14°C e 22°C. O que pode ser agravado especialmente no inverno. Com isso, os suinocultores paranaenses devem redobrar a atenção ao fator termorregulador do plantel. A atividade é significativa para o Paraná – já que possui o segundo maior plantel do país, com 7 milhões de cabeças, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A fase inicial da vida dos suínos determina a qualidade do seu desenvolvimento e, consequentemente, do desempenho produtivo na fase adulta. “A criação de um ambiente saudável para os leitões passa pela gestão responsável da saúde, nutrição e manejo nas fases críticas da vida inicial – do nascimento ao desmame. Isso é fundamental para o sucesso produtivo da leitegada. Para isso, é essencial seguir conceitos básicos de bem-estar animal, como a secagem do leitão logo após o nascimento. Isso porque, fisiologicamente, a capacidade termorreguladora dos leitões neonatos é deficiente e suas reservas energéticas são baixas, suficientes apenas para poucas horas pós nascimento”, alerta Aneilson.
Quando a temperatura ambiente é menor que a corporal dos leitões, eles perdem rapidamente reservas energéticas. Para manter a temperatura próxima do ideal e evitar o esforço do organismo para equilibrar essa diferença, é preciso promover ações que elevem a temperatura nas instalações e fornecer colostro logo após o nascimento. A aplicação de pó secante está entre as principais atividades para diminuir o tempo entre o nascimento do leitão e a primeira mamada, bem como minimizar a perda de calor corporal.
Para contribuir com essa questão, a Trouw Nutrition anuncia o pó secante TNSec+. “A solução foi desenvolvida para promover o bem-estar dos leitões recém-nascidos, aumentando a vitalidade e o acesso rápido ao colostro. Ele também é suporte no manejo da cura e cicatrização do cordão umbilical, além de proporcionar um ambiente mais saudável para os animais, reduzindo a umidade, odores e amônia”, recomenda Ednilson Araujo, coordenador técnico da Trouw Nutrition.
O especialista da Trouw Nutrition informa que TNSec+ pode ser aplicado diretamente sobre os leitões e/ou nas instalações. Ele auxilia a secagem e estabilização da temperatura do animal recém-nascido sem formar grumos. TNSec+ também pode ser usado para reduzir a umidade das instalações, como pisos das baias, mantendo o ambiente seco e com melhor qualidade do ar.
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Vaxxinova lança solução para proteção contra infestações de vermes e outros parasitas
Novo endectocida oferece uma formulação com dupla defesa e embalagem mais ergonômica
A Vaxxinova, uma das empresas líderes no setor de saúde animal, lança o Duetto DE, desenvolvido especificamente para combater infestações endo e ectoparasitas. O produto chega ao mercado como uma resposta eficaz às necessidades dos produtores diante dos desafios das doenças dos trópicos. “O Duetto DE foi criado para enfrentar os desafios únicos que nossos pecuaristas enfrentam em condições climáticas tropicais. Com esse produto, buscamos não apenas eliminar parasitas, mas também melhorar a produtividade e a saúde geral dos rebanhos”, explica Leydson Martins, gerente de marketing da Unidade de Bovinocultura da Vaxxinova.
Martins destaca ainda que a nova solução foi desenvolvida por uma equipe altamente competente de pesquisadores, que criou uma fórmula de ação dupla capaz de oferecer uma proteção abrangente contra parasitas externos e internos. “Uma das grandes vantagens desse novo medicamento é que ele é formulado à base de doramectina e eprinomectina. Essas duas substâncias atuam em conjunto, gerando dois picos plasmáticos após a aplicação, o que resulta em um efeito prolongado e eficiente. Essa combinação é recomendada como uma estratégia para retardar o desenvolvimento de resistência aos anti-helmínticos, melhorando o controle de endo e ectoparasitas nos animais”, comenta o gerente.
Além disso, essa poderosa fórmula foi desenvolvida com o inovador veículo Protect Oil, uma combinação de óleos biotransformados por processos de esterificação, que assegura excelente solubilidade, viscosidade ideal e liberação controlada dos princípios ativos. “Nosso objetivo não era apenas entregar uma formulação altamente eficaz, mas também inovar na apresentação do produto, pensando no produtor ou veterinário que irá aplicá-lo no animal. Criamos uma embalagem prática, desenvolvida para otimizar o uso do início ao fim, facilitando a aplicação e maximizando os resultados. Por isso, nesse lançamento, investimos em um formato mais ergonômico”, conclui Martins.
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Mig-Plus investe R$ 40 milhões para ampliar agregação de valor ao setor de nutrição animal
Entre as novidades, empresa mira o mercado aqua, com linha técnica e time especializado
A Mig-Plus, empresa de soluções em nutrição animal, está realizando investimentos para expandir sua capacidade produtiva e diversificar sua linha de produtos. Ao todo, são mais de R$ 40 milhões aplicados em novas unidades produtivas na cidade de Casca, no norte do Rio Grande do Sul. A indústria vem crescendo a uma média de 12% ao ano. Para 2024, a previsão é bater recordes em volume de produção, com um aumento de 24% já registrado no primeiro semestre.
Contando com um crédito de R$ 25 milhões da Finep, o primeiro dos investimentos é voltado a uma nova fábrica de extrusão e laminação, que deve ficar pronta no final do corrente ano. O objetivo é incrementar a atual linha de nutrição dedicada a suínos, aves e bovinos (corte e leite).
Já o segundo investimento, com aporte de R$ 15 milhões, é destinado a uma segunda linha de peletização, que deve ser concluída no início de 2025. Atualmente, a fábrica focada em pellets tem capacidade produtiva para 25 toneladas por hora. Com o incremento, duplicará.
Além de crescer nos nichos atuais, a Mig-Plus mira o mercado de aquacultura. Segundo o diretor Flauri Migliavacca, esse segmento, em ascensão, representa uma grande oportunidade para a companhia. “Vamos entrar com uma linha técnica e especializada para fomentar o mercado a granel”, detalha Migliavacca.
Estratégia de crescimento
A volatilidade dos preços do milho e da soja representa um desafio, mas a empresa vem mantendo uma performance positiva. “Adotamos uma estratégia eficiente de compras de matéria-prima, além de ter a qualidade como diferencial de mercado”, afirma o executivo. Flauri Migliavacca acrescenta que a indústria está presente em grandes cooperativas e integradoras, devido aos benefícios zootécnicos que seus produtos oferecem.
Fundada em 1991, a Mig-Plus é uma empresa familiar criada pelo médico-veterinário Flauri Ademir Migliavacca e seu irmão, Lanes Tadeu Migliavacca. Atualmente, emprega 420 colaboradores e conta com 230 técnicos/comerciais. A companhia é reconhecida pela inovação, evidenciada pela linha de solução para o desmame de leitões, que revolucionou o mercado ao reduzir a mortalidade nessa fase da produção suinícola.