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Avicultura

Onde o Brasil está no controle da salmonella?

Para falar um pouco mais sobre os prejuízos ao setor e ao ser humano, a reportagem entrevistou a professora doutora Anderlise Borsoi, médica-veterinária da UTP

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O Presente Rural reuniu profissionais especialistas em combate a patógenos em um amplo material sobre a salmonella na avicultura brasileira. Para falar um pouco mais sobre os prejuízos ao setor e ao ser humano, a reportagem entrevistou a professora doutora Anderlise Borsoi, médica-veterinária da Universidade Tuiuti do Paraná (UTP). Ela alerta que no Brasil, a exemplo dos Estados Unidos, a salmonella é o principal agente de doença transmitida por alimentos. Por outro lado, mostra preocupação ao afirmar que toda positividade de salmonella fora dos limites estabelecidos é sinal de alerta, seja a para indústria avícola ou para a saúde pública.

O Presente Rural (OP Rural) – Qual a realidade brasileira na prevalência da salmonella nos produtos avícolas?

Anderlise Borsoi (AB) – Para se obter dados mais apurados de prevalência de salmonella no Brasil seria necessário o conhecimento da realidade de positividade a campo, em frangos de corte, matrizes e poedeiras. Poucos dados oficiais são publicados, sendo que os últimos dados do Programa de Redução de Patógenos apontaram média de aproximadamente 7% de prevalência de salmonella spp em carcaças de aves.

O Presente Rural (OP Rural) – Em relação a outros países produtores, como Estados Unidos e China, isso representa o que?

(AB) – Os reports do Ministério da Agricultura dos Estados Unidos (USDA) apontaram ao final de 2013 prevalência de 4% para frangos e 2,3% para perus. Dados oficiais em positividade para salmonellas em carne de aves ou ovos produzidos na China não têm sido apresentados. Tendo em vista que o processo de abate é diferenciado entre Brasil e Estados Unidos, onde neste país existe a permissão de uso produtos que reduzem o número de salmonellas em carcaças, a comparação de prevalência torna-se delicada.

O Presente Rural (OP Rural) – Qual a relação da salmonella com a segurança alimentar?

(AB) – Salmonella é uma ameaça à segurança alimentar. Perdas econômicas e de capacidade de trabalho são estimadas em todo mundo em decorrência das infecções alimentares por salmonellas. A bactéria salmonella presente em carnes, ovos e produtos preparados, quando ingerida, pode causar gastroenterite em humanos. No Brasil, a salmonella é o principal agente de doença transmitida por alimentos, assim como nos Estados Unidos. Na União Europeia a salmonella é a segunda causa mais comum. A presença de salmonella enteritidis em alimentos ainda figura como o principal desafio na segurança alimentar.

O Presente Rural (OP Rural) – Que sorotipos de salmonella são preocupantes para a saúde das aves e dos humanos? Qual o universo total?

(AB) – Há diversos sorotipos de salmonella circulantes em diferentes espécies animais e humanos. Estes sorotipos podem causar infecções específicas em animais, ou específicas em humanos, ou ainda em ambos. Há mais de 2.500 sorotipos de salmonellas, porém nem todos têm importância na saúde pública ou na saúde das aves. Para as aves, as salmonellas gallinarum e pullorum, que são específicas, causam mortalidade em aves e são de grande importância na produção. Ainda, os sorovares de salmonellas enteritidis e typhimurium, que normalmente não causam doença em aves, são importantes para estas e para os humanos. Outros sorovares também presentes na produção de aves que têm importância em saúde pública são os sorovares heidelberg, infantis e hadar, dentre outros.

O Presente Rural (OP Rural) – O Brasil está apto a exigências dos importadores? Se sim, como chegou a tal, se não, o que falta?

(AB) – Em parte sim, está apto, visto que o Brasil é o maior exportador de carne de aves. Um dos componentes para a conquista de 158 países como mercado para os produtos avícolas brasileiros são os adequados programas de controle de salmonellas aplicados a carne de aves e material genético, visto que o Brasil, além da excelência na exportação de carne de aves, figura como grande player no mercado mundial de material genético. Por outro lado, ainda tem-se a necessidade de desenvolvimento de um programa de controle de salmonellas específico para o setor de postura comercial, a fim de que o país possa exportar para alguns mercados importantes, como é o caso da União Europeia.

O Presente Rural (OP Rural) – Neste ano, alguns frigoríficos, embora formalmente não admitam, tiveram seus conteineres mandados de volta de países importadores por conta de salmonella. É comum? Preocupa?

(AB) – A questão de notificação de positividade para salmonella em carne de aves que são exportadas a partir do Brasil é realidade nas notificações da União Europeia. Para classificar o fato como comum, seria necessário categorizar as positividades para outros mercados também, visto que no ano de 2015 as exportações foram direcionadas também a países do Oriente Médio, Ásia e África, por exemplo. É coerente afirmar que toda positividade de salmonella fora dos limites estabelecidos é, sim, sinal de preocupação, seja para indústria avícola ou para a saúde pública.

O Presente Rural (OP Rural) – A preocupação dos pesquisadores e outros profissionais brasileiros, com debates sistemáticos sobre a salmonella em eventos, tem quais objetivos?

(AB) – Objetivo importante deste tipo de evento é compartilhar conhecimento. O debate permite que conhecimento técnico e experiências sejam comungados entre os palestrantes e ouvintes, sempre no sentido de entender melhor o patógeno salmonella, como melhorar detecção e controle desta. Estes são pontos fundamentais para adequar a produção aos requisitos sanitários, tanto do governo brasileiro como dos importadores.

O Presente Rural (OP Rural) – O que falta para reduzir a índices aceitáveis a salmonella em seus produtos avícolas?

(AB) – O Brasil tem se adequado aos níveis exigidos, ainda assim a busca de redução de positividade é foco de programas de qualidade da indústria e governamentais.

 

Mais informações você encontra na edição impressa de Aves de abril/maio de 2016 ou online.

Fonte: O Presente Rural

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Avicultura

Apesar de isolado, foco de Newcastle no Rio Grande do Sul preocupa setor

Uma eventual suspensão das compras de carne de frango brasileira que exceda os 21 dias do embargo já imposto pelo próprio País pode resultar em um aumento acentuado da disponibilidade interna da proteína, seguido de fortes quedas de preços.

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Foto: Shutterstock

A confirmação de um foco da doença de Newcastle numa granja comercial de frangos no município de Anta Gorda (RS), na região do Vale do Taquari, no final da semana passada, vem deixando o setor em alerta.

Segundo pesquisadores do Cepea, uma eventual suspensão das compras de carne de frango brasileira que exceda os 21 dias do embargo já imposto pelo próprio País pode resultar em um aumento acentuado da disponibilidade interna da proteína, seguido de fortes quedas de preços, podendo, inclusive, afetar a relação de competitividade com as concorrentes bovina e suína.

Diante disso, no curto prazo, pesquisadores do Cepea explicam que devem ocorrer ajustes no alojamento de aves.

O Brasil é, atualmente, o maior exportador de carne de frango do mundo. No segundo trimestre, os embarques superaram em 12,1% os dos três primeiros meses do ano e em 4,1% os de abril a junho do ano passado, conforme dados da Secex compilados e analisados pelo Cepea.

 

Fonte: Assessoria Cepea
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Área de emergência zoossanitária para contenção da doença de Newcastle é limitada a cinco municípios gaúchos

Durante sua vigência, há o isolamento sanitário da área afetada, com a restrição da movimentação de material de risco relacionado à disseminação da doença, incluindo o direcionamento de trânsito por vias públicas para desinfecção, ou mesmo o bloqueio de acessos.

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Foto: Julia Chagas

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) restringiu a área de abrangência da emergência zoossanitária para contenção da doença de Newcastle, limitando-a aos municípios que estão no raio de dez quilômetros a partir do foco confirmado: Anta Gorda, Doutor Ricardo, Putinga, Ilópolis e Relvado. O Governo do Estado publicou, na quinta-feira (25), decreto em que declara estado de emergência de saúde animal nos mesmos municípios.

Inicialmente, o Ministério havia publicado, em 18 de julho, uma portaria colocando todo o Rio Grande do Sul em estado de emergência zoossanitária. “O trabalho da Secretaria da Agricultura foi essencial para a revisão do perímetro do estado de emergência zoossanitária no Rio Grande do Sul. Foi com nossos dados e informações que o Ministério se embasou para tomar esta decisão”, detalha a diretora do Departamento de Vigilância e Defesa Sanitária Animal da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (DDA/Seapi), Rosane Collares.

O estado de emergência tem duração de 90 dias, podendo ser prorrogado em caso de evolução do estado epidemiológico. Durante sua vigência, há o isolamento sanitário da área afetada, com a restrição da movimentação de material de risco relacionado à disseminação da doença, incluindo o direcionamento de trânsito por vias públicas para desinfecção, ou mesmo o bloqueio de acessos.

Até quarta-feira (24), o Serviço Veterinário Oficial do estado já havia vistoriado todas as propriedades dentro do raio de três quilômetros (área perifocal) e iniciava revisitações a estes locais. Foram visitados 78% dos estabelecimentos incluídos no raio de dez quilômetros (área de vigilância) a partir do foco. Somando as duas áreas, são 858 propriedades no total, entre granjas comerciais e criações de subsistência.

As barreiras sanitárias continuam funcionando, ininterruptamente, em quatro pontos na área perifocal e dois locais na área de vigilância. Até o momento, foram abordados 726 veículos alvo na área perifocal e 415 na área de vigilância.

Após o caso confirmado que levou ao decreto de estado de emergência zoossanitária, não houve novas suspeitas de foco da doença. Duas amostras coletadas no município de Progresso, com suspeita fundamentada de síndrome respiratória e nervosa das aves, foram encaminhadas para o Laboratório Federal de Defesa Agropecuária de Campinas (SP) e apresentaram resultado negativo.

Todas as suspeitas da doença, que incluem sinais respiratórios, neurológicos ou mortalidade alta e súbita em aves, devem ser notificadas imediatamente à Secretaria da Agricultura, por meio da Inspetoria ou Escritório de Defesa Agropecuária, pelo sistema e-Sisbravet ou pelo WhatsApp (51) 98445-2033.

Fonte: Assessoria Seapi
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Avicultura

Carne de frango ganha cada vez mais espaço na mesa do brasileiro

Preço acessível, alto valor nutricional e ampla aceitação cultural e religiosa estão entre as vantagens da proteína.

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Produção do frango é mais rápida e sustentável do que outras proteínas - Foto: Jonathan Campos

Considerada uma das melhores opções nutricionais para compor o cardápio, a carne de frango é a proteína animal mais consumida no Brasil. A preferência é atribuída a vários fatores, incluindo preço acessível, alto valor nutricional, versatilidade na culinária e ampla aceitação cultural. De acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), em 2023, o consumo per capta de carne de frango no país chegou a aproximadamente 45,1 kg, confirmando suas vantagens nutricionais e acessibilidade econômica. Em 2009, o consumo individual no Brasil era de 37,5 kg por ano, mas vem crescendo a cada ano.

Nesse mercado, o Paraná é o maior produtor e exportador de aves e derivados do Brasil. O estado é responsável por cerca de 36% da produção nacional, além de 42% do volume de exportações do segmento. O empresário Roberto Kaefer, presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar), destaca que os mercados nacional e internacional estão atentos às vantagens e ao custo-benefício da carne de frango, o que vem impulsionando a demanda gradativamente. “Além do consumo interno, o produto brasileiro tem compradores em diversos países, em especial na Ásia e Oriente Médio, que são locais com grande demanda em função de questões religiosas e culturais”, analisa.

Em países com predominância de culturas muçulmanas e hindus, o consumo de carne bovina é proibido ou restrito devido às práticas religiosas. O frango, por outro lado, é amplamente aceito, pois não está sujeito às mesmas restrições religiosas. “Além disso, a culinária asiática e do Oriente Médio inclui muitas receitas tradicionais que utilizam carne de frango”, comenta Kaefer.

Custo-benefício

A eficiência produtiva da carne de frango é outro diferencial. Cassiano Marcos Bevilaqua, diretor associado de Marketing LatCan, explica que a produção de frango possui um ciclo significativamente mais curto e econômico comparado a outras proteínas animais. Segundo ele, um frango consome cerca de 1,5 kg de ração para cada quilo de carne produzida, levando aproximadamente 42 dias para atingir o peso ideal de abate. O prazo é bem inferior ao da produção de suínos e bovinos, que têm ciclos de produção muito mais longos e menos eficientes.

Bevilaqua fala que um porco, por exemplo, precisa consumir 3 kg de ração e leva mais de 150 dias para ser abatido. No caso do boi, a taxa de conversão é de 4×1 e precisa de pelo menos dois anos para ser abatido. “Por ter um ciclo mais rápido e mais eficiência produtiva, o frango elimina menos dejetos, consome menos alimento e necessita de menos espaço para a produção, o que torna a carne de frango muito mais sustentável do que as demais”, esclarece.

Dieta equilibrada

Foto: Divulgação/OP Rural

Um dos grandes atrativos da carne de frango é o seu valor nutricional. Trata-se de um alimento rico em proteínas de alta qualidade e que fornece todos os aminoácidos essenciais que o corpo humano necessita, segundo a USDA National Nutrient Database. Em 100 gramas de peito de frango cozido, por exemplo, há cerca de 31 gramas da proteína, essencial para o crescimento e reparação dos tecidos.

Outra vantagem é o baixo teor de gorduras saturadas, especialmente quando consumida sem pele, com aproximadamente 3,6 gramas de gordura total por 100 gramas, e um total de 165 kcal. A carne de boi, por outro lado, contém mais gorduras saturadas (10g de gordura total por 100g de carne magra cozida) e é mais calórica (250 kcal por 100g). O mesmo ocorre com os suínos, que tem de 10 a 12g de gordura total por 100g de carne magra cozida e 242 kcal.

Composição nutricional

Roberto Alexandre Yamawaki, gerente de Serviços Técnicos e Produtos para a América Latina da Hubbard, aponta outros benefícios nutricionais. Ele pontua a presença de nutrientes que são essenciais para a dieta, tais como aminoácidos essenciais e proteínas de alta qualidade, importantes para a construção e reparação de tecidos, bem como para a produção de enzimas e hormônios.

Segundo o especialista, o consumo regular de carne de frango oferece múltiplos benefícios para a saúde. A inclusão da proteína na dieta pode ajudar no controle de peso, fortalecer o sistema imunológico, melhorar o crescimento muscular e fornecer energia sustentável.

Entre os nutrientes presentes no frango estão Omega-6 e colina, vitaminas do Complexo B – como Vitamina B3 (Niacina), Vitamina B6 (Piridoxina) e a Vitamina B12 (Cobalamina) –, além de minerais como fósforo, selênio e zinco. “A carne de frango possui vários benefícios específicos que a torna uma escolha adequada e popular para o consumo. Pois ela possui uma grande versatilidade culinária, o que a torna uma opção prática para diferentes refeições e estilos de culinária”, reforça.

Sindiavipar

O Sindiavipar representa as indústrias de produtos avícolas. A carne de frango produzida no Paraná é exportada para 150 países.

O processamento de aves no Paraná se concentra em 29 municípios e 35 indústrias. Além disso, a avicultura gera 95,3 mil empregos diretos e cerca de 1,5 milhão de empregos indiretos no Estado. São mais de 19 mil aviários, aproximadamente e 8,4 mil propriedades rurais distribuídas em 312 municípios paranaenses. As indústrias associadas ao Sindiavipar são responsáveis por 94% da produção estadual.

Segundo o Relatório da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), o Brasil ocupa o primeiro lugar no mercado global de carne de frango, sendo o principal exportador do produto.

 

Fonte: Assessoria Sindiavipar
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