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Suínos / Peixes

O poder da alpha-monolaurina na alimentação dos suínos

Vários autores têm estudado a monolaurina pelo seu efeito melhorador de desempenho nos animais, associado a melhora na imunidade, microbiota, ação anti-inflamatória e antimicrobiana.

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Foto: Arquivo/OP Rural

Os ácidos graxos de cadeia média (AGCM) são compostos de 6 a 12 carbonos que desempenham funções importantes na fisiologia e na saúde dos animais. Entre eles, o ácido láurico, que naturalmente é encontrado no óleo de coco e no leite materno, se destaca por sua ação no metabolismo energético, imunidade e funções anti-inflamatórias do sistema digestivo dos animais.

A monolaurina, por sua vez, reconhecido como seguro pela FDA, é um composto derivado do ácido láurico, que compreende uma molécula de ácido láurico ligado na posição 1 do glicerol através de processo de esterificação. Esta ligação confere características diferentes da original, como maior estabilidade da molécula a temperatura e pH, o que preserva o ácido pela passagem no estômago de forma “natural”, sem que precise ser protegido através de uma cobertura com outros lipídeos, como normalmente ocorre com os ácidos encapsulados. Dessa forma, esta molécula tem sido cada vez mais utilizada como aditivo em rações para animais, por permitir maior ação e efetividade, sem ter perdas ao longo do trato digestivo.

Vários autores têm estudado a monolaurina pelo seu efeito melhorador de desempenho nos animais, associado a melhora na imunidade, microbiota, ação anti-inflamatória e antimicrobiana.

Estudos

Muito relacionado ao efeito “protetor” sobre recém-nascidos, o leite materno sabidamente possui forte ação sobre a imunidade dos neonatos. Sua composição foi estudada por um pesquisador em 2019, que identificou o monolaurato de glicerol, ou monolaurina, como uma das principais moléculas presentes no leite materno humano, com ação imuno protetora e anti-inflamatória.

A monolaurina tem sido descrita também como aditivo em animais de produção como alternativa ao uso de antibióticos promotores de crescimento, por sua ação antimicrobiana e antiviral, pois promove o rompimento da membrana fosfolipídica de patógenos envoltos por membranas como bactérias e vírus envelopados. Embora essa seja uma ação atribuída a outros ácidos de cadeia média (AGCM), estudos têm demonstrado maior efetividade da alpha-monolaurina sobre diferentes agentes patógenos, inclusive bactérias gram positivas, como Streptococcus e Staphylococcus, atuando de forma sistêmica e não somente no trato digestivo. Além disso, quando comparado ao seu ácido correspondente, o ácido láurico mostrou baixa atividade contra Streptococcus suis enquanto a monolaurina foi muito mais efetiva.

Outra pesquisa também evidenciou o efeito da monolaurina sobre alguns agentes virais, protegidos por camada lipídica (capsídeo), já que uma das principais ações da monolaurina se dá sobre a promoção do rompimento da membrana lipídica, expondo o conteúdo intracelular e prejudicando a sua multiplicação. Se encaixam nesta categoria os coronavírus, como o vírus da influenza. Assim, um dos efeitos da monolaurina sobre animais acometidos por surtos respiratórios provocados por influenza está relacionado à redução da sintomatologia e manutenção do consumo e desempenho.

Atividade imunomoduladora é outra característica importante atribuída a monolaurina. Outro estudioso demonstrou que a monolaurina pode reduzir a produção de citoquinas e exibir ação anti-inflamatória. Resultado semelhante foi obtido estudo de 2023, que, suplementando matrizes suínas nas fases de gestação e lactação, verificaram aumento nos níveis de IgA e IgG no colostro e no leite, com reflexo positivo sobre o peso dos leitões e da leitegada ao desmame. O aumento das imonuglobulinas no colostro e leite pode aumentar o status imunitário dos leitões, trazendo fortes ganhos sobre o desempenho destes animais.

Quando conseguimos melhorar o sistema imune dos animais, reduzindo o desafio existente e aumentando o número de células de defesa dos animais, proporcionamos condições para que expressem todo o seu potencial, e o resultado é uma expressiva melhora no desempenho. A pesquisa recente evidenciou isso quando matrizes suínas foram suplementadas nas fases de gestação e lactação com diferentes níveis crescentes de monolaurina (GML), obtendo forte aumento no peso dos leitões ao desmame, resultado da maior produção de leite e da melhora do status imunitário dos leitões ao nascimento e ao desmame, o que sem dúvidas trará benefícios sobre o desempenho subsequente.

GML: Glicerol monolaurato.

Conclusão

Assim, devido à combinação de suas ações sobre aumento na resistência contra determinados patógenos, melhora do sistema imune e sua influência positiva sobre o metabolismo de nutrientes e a microbiota, a alpha-monolaurina é um forte candidato para redução dos desafios de patógenos e melhora na saúde intestinal e no desempenho de suínos em diferentes idades.

Silvano Bünzen – Foto: Divulgação/Feedis

As referências bibliográficas estão com o autor. Contato: silvano.bunzen@feedis.com.br.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor suinícola acesse gratuitamente a edição digital de Suínos. Boa leitura!

 

Fonte: Por Silvano Bünzen Zootecnista, doutor em Nutrição de Aves e Suínos Gerente Técnico da Feedis

Suínos / Peixes

Embaixador da Coreia do Sul visita indústrias da C.Vale

Iniciativa pode resultar em novos negócios no segmento carnes da cooperativa

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Visitantes conheceram frigorífico de peixes - Fotos: Assessoria

A C.Vale recebeu, no dia 25 de abril, o embaixador da Coreia do Sul, Lim Ki-mo, e o especialista de negócios da embaixada sul-coreana, Rafael Eojin Kim. Eles conheceram os processos de industrialização de carne de frango, de peixes e da esmagadora de soja, além da disposição dos produtos nos pontos de venda do hipermercado da cooperativa, em Palotina.

O presidente da C.Vale, Alfredo Lang, recepcionou os visitantes e está confiante no incremento das vendas da cooperativa para a Coréia do Sul. “É muito importante receber uma visita dessa envergadura porque amplia os laços comerciais entre os dois países”, pontuou. Também participaram do encontro o CEO da cooperativa, Edio Schreiner, os gerentes Reni Girardi (Divisão Industrial), Fernando Aguiar (Departamento de Comercialização do Complexo Agroindustrial) e gerências de departamentos e indústrias.

O embaixador Lim Ki-Mo disse ter ficado admirado com o tamanho das plantas industriais e a tecnologia do processo de agroindustrialização da cooperativa. “Eu sabia que a C.Vale era grande, mas visitando pessoalmente fiquei impressionado. É incrível”, enfatizou o embaixador, que finalizou a visita cantando em forma de agradecimento pelo acolhimento da direção e funcionários da C.Vale.

 

Fonte: Assessoria CVale
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Suínos / Peixes

Doença do edema em suínos: uma análise detalhada

Diagnóstico da doença pode ser desafiador devido à rápida progressão da condição e à sobreposição de sintomas com outras enfermidades.

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Foto e texto: Assessoria

A doença do edema (DE) é um importante desafio sanitário em nível global na suinocultura. Com alta prevalência a patologia ocasiona perdas econômicas ao setor associadas, principalmente, com a morte súbita de leitões nas fases de creche e recria.

A doença foi descrita pela primeira vez na literatura por Shanks em 1938, na Irlanda do Norte, ao mesmo tempo que Hudson (1938) registrava sua ocorrência na Inglaterra.

Ao pensarmos no controle da enfermidade, a adoção de medidas de manejo adequadas desempenha um papel fundamental na prevenção da disseminação do Escherichia coli, o agente causador da DE.  Desta forma, é essencial reforçar práticas, como o respeito ao período de vazio sanitário durante a troca de lotes, a limpeza e desinfecção regular de todos os equipamentos e baias ocupadas com produtos adequados, e a garantia de que as baias estejam limpas e secas antes da introdução dos animais. Embora possam parecer simples, a aplicação rigorosa dessas ações é indispensável para o sucesso do manejo sanitário.

A toxinfecção característica pela DE é causada pela colonização do intestino delgado dos leitões por cepas da bactéria Escherichia coli produtoras da toxina Shiga2 (Vt2e) e que possuem habilidade de aderência às vilosidades intestinais, sendo uma das principais causas de morbidade e mortalidade em suínos, resultando em perdas econômicas significativas e impactos negativos na indústria suinícola.

Durante a multiplicação da bactéria (E.coli) no trato gastrointestinal dos suínos, a toxina Shiga 2 (Vt2e) é produzida e absorvida pela circulação sistêmica, onde induz a inativação da síntese proteica em células do endotélio vascular do intestino delgado, em tecidos subcutâneos e no encéfalo. A destruição das células endoteliais leva ao aparecimento do edema e de sinais neurotóxicos característicos da doença (HENTON; HUNTER, 1994).

Como resultado, ocorre extravasamento de fluido para os tecidos circundantes, resultando em edema, hemorragia e necrose, especialmente no intestino delgado. Além disso, a toxina pode desencadear uma resposta inflamatória sistêmica, exacerbando ainda mais os danos aos tecidos e órgãos afetados.

Os sinais clínicos da doença do edema em suínos variam em gravidade, mas frequentemente incluem, incoordenação motora com andar cambaleante que evolui para a paralisia de membros, edema de face, com inchaço bem característico das pálpebras, edema abdominal e subcutâneo, fezes sanguinolentas e dificuldade respiratória. O edema abdominal é uma característica marcante da doença, muitas vezes resultando em distensão abdominal pronunciada. Além disso, os suínos afetados podem apresentar sinais neurológicos, como tremores e convulsões, em casos graves.  Em toxinfecções de evolução mais aguda, os animais podem ir a óbito sem apresentar os sinais clínicos da doença, sendo considerado morte súbita.

O diagnóstico da doença do edema em suínos pode ser desafiador devido à rápida progressão da condição e à sobreposição de sintomas com outras doenças. No entanto, exames laboratoriais, como cultura bacteriana do conteúdo intestinal ou de swabs retais podem ajudar a identificar a presença. Quando há alto índices de mortalidade na propriedade, pode se recorrer a técnicas de necropsia, bem como a histopatologia das amostras de tecidos intestinais, sobretudo a identificação do gene da Vt2e via PCR, para o diagnóstico definitivo da doença

O tratamento geralmente envolve a administração de antibióticos, como penicilina ou ampicilina, para combater a infecção bacteriana, juntamente com terapias de suporte, como fluidoterapia e controle da dor.

Embora tenhamos métodos diagnósticos eficientes, o tratamento da doença do edema ainda é um desafio recorrente nas granjas. Sendo assim, prevenir a entrada da doença do edema no rebanho ainda é a melhor opção. Uma dieta rica em fibras, boas práticas de manejo sanitário, evitar situações de estresse logo após o desmame e a prática de vacinação são estratégias eficazes quando se diz respeito à prevenção (Rocha, 2016). Borowski et al. (2002) demonstraram, por exemplo, que duas doses de uma vacina composta por uma bactéria autógena contra E. coli, aplicadas em porcas e em leitões, foram suficientes para obter uma redução da sintomatologia e mortalidade dos animais acometidos.

A doença do edema em suínos representa um desafio significativo para a indústria suinícola, com sérias implicações econômicas e de bem-estar animal. Uma compreensão aprofundada dos mecanismos subjacentes à patogênese da doença, juntamente com a implementação de medidas preventivas e de controle eficazes, é essencial para minimizar sua incidência e impacto. Ao adotar uma abordagem integrada os produtores podem proteger a saúde e o bem-estar dos animais, ao mesmo tempo em que promovem a sustentabilidade e a rentabilidade da indústria suína.

Referências bibliográficas podem ser solicitadas pelo e-mail gisele@assiscomunicacoes.com.br.

Fonte: Por Pedro Filsner, médico-veterinário gerente nacional de Serviços Veterinários de Suínos da Ceva Saúde Animal.
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Suínos / Peixes

Brasil detém 32% do mercado global de cortes congelados de carne suína

Santa Catarina desponta como líder nas exportações de cortes cárneos congelados de suínos em 2023, com uma impressionante fatia de 56%. O Rio Grande do Sul e o Paraná seguem atrás, com 23% e 14% de participação, respectivamente.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

O Departamento de Economia Rural (Deral) do Paraná divulgou, na quinta-feira (25), o Boletim de Conjuntura Agropecuária, trazendo um panorama abrangente dos setores agrícolas e pecuários referente à semana de 19 a 25 de abril. Entre os destaques, além de ampliar as informações sobre a safra de grãos, o documento traz dados sobre a produção mundial, nacional e estadual de tangerinas.

Segundo dados da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), a produção global de tangerinas atingiu a marca de 44,2 milhões de toneladas em 2022, espalhadas por uma área de 3,3 milhões de hectares em 68 países. A China, indiscutivelmente, lidera nesse cenário, com uma contribuição de 61,5% para as colheitas mundiais e dominando 73,1% da área de cultivo da espécie. O Brasil, por sua vez, figura como o quinto maior produtor, com uma fatia de 2,5% das quantidades totais.

No contexto nacional, o Paraná se destaca, ocupando o quarto lugar no ranking de produção de tangerinas. Cerro Azul, situado no Vale do Ribeira, emerge como o principal centro produtor do país, respondendo por 9,2% da produção e 8,4% do Valor Bruto de Produção (VBP) nacional dessa fruta. Não é apenas Cerro Azul que se destaca, mas outros 1.357 municípios brasileiros também estão envolvidos na exploração desse cítrico.

Cortes congelados de carne suína

Além das tangerinas, o boletim também aborda a exportação de cortes congelados de carne suína, um mercado no qual o Brasil assume uma posição de liderança inegável. Detentor de cerca de 32% do mercado global desses produtos, o país exportou aproximadamente 1,08 bilhão de toneladas, gerando uma receita de US$ 2,6 bilhões. Os Estados Unidos aparecem em segundo lugar, com uma participação de 29%, seguidos pela União Europeia (23%) e pelo Canadá (15%).

No cenário interno, Santa Catarina desponta como líder nas exportações de cortes cárneos congelados de suínos em 2023, com uma impressionante fatia de 56%. O Rio Grande do Sul e o Paraná seguem atrás, com 23% e 14% de participação, respectivamente.

 

Fonte: Com informações da AEN-PR
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