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Novo método de avaliação registra alto índice de sustentabilidade em sistemas de integração
Sistemas que integram lavoura, pecuária e floresta são mais sustentáveis, comprova modelo.

Um modelo inovador de análise baseado na coleta de métricas de sustentabilidade – dados econômicos, ambientais e sociais – aponta que as fazendas que praticam modalidades de sistemas de integração (lavoura, pecuária e floresta) apresentaram os melhores desempenhos nessas três dimensões. O estudo, desenvolvido por pesquisadores da Embrapa e de outras instituições, atribuiu uma escala numérica para cada variável analisada, permitindo comparações e categorizações. Os resultados comprovaram que os índices de sustentabilidade nos sistemas de integração foram maiores do que os de estabelecimentos exclusivamente voltados à produção de grãos ou de pecuária.
O artigo publicado no periódico Agronomy for Sustainable Development propõe um modelo baseado na lógica difusa, composto por 18 indicadores que permitem avaliar a sustentabilidade de sistemas agrícolas e apresenta 22 estudos de caso com os sistemas produtivos mais comuns na fronteira agrícola mato-grossense em seus três biomas (Amazônia, Cerrado e Pantanal). Segundo os autores, o modelo de análise contempla o conhecimento científico e a percepção de especialistas na formulação dos indicadores, considera a grande variabilidade de desempenho dos sistemas agrícolas, bem como as interações entre as dimensões econômica, ambiental e social da sustentabilidade, podendo ser ajustado a diferentes contextos ambientais e socioeconômicos.
“Escolhemos esse método porque incorpora as principais características dos modelos multicritério já descritos na literatura científica para avaliar a sustentabilidade de sistemas agrícolas, além de oferecer a vantagem de compatibilizar variáveis contínuas e categóricas e considerar a imprecisão inerente à análise da sustentabilidade, oferecendo um resultado numérico”, diz o pesquisador Júlio César dos Reis, da Embrapa Cerrados (DF), um dos autores do artigo. O conjunto de indicadores e o modelo de análise foram construídos associando as atividades produtivas aos efetivos resultados econômicos, ambientais e sociais, indicando que a sustentabilidade é considerada como um todo, e não como a soma de seus componentes.
A estrutura do modelo forma um índice de sustentabilidade (IS), composto por três indicadores parciais (correspondentes às três dimensões da sustentabilidade), cada um com seis subindicadores, calculados a partir de dados levantados em cada fazenda (ver figura).
Essa estrutura permite a comparação entre os diferentes sistemas agrícolas e favorece a análise das contribuições de cada indicador para a dimensão de sustentabilidade correspondente e para o resultado final. O conjunto de indicadores e subindicadores foi selecionado considerando o gerenciamento das decisões dos produtores rurais, o que permite a análise da sustentabilidade a partir do dia a dia de cada propriedade. Assim, todos os dados das dimensões econômica, ambiental e social são derivados dos registros comumente feitos nas fazendas e calculados sem a necessidade de grandes recursos matemáticos e computacionais.
O IS é gerado a partir da premissa de que, quanto mais elevados e equilibrados forem os valores em todas as três dimensões da sustentabilidade, maior será a sustentabilidade alcançada.
Foram realizados nove estudos de caso de rotação soja-milho e um de rotação soja-milho-feijão, representando as dez fazendas de grãos; sete casos com criação de gado de corte, representando as propriedades de pecuária; e cinco casos de fazendas com sistemas de integração, sendo quatro com rotação soja-milho integrada com a criação de gado (Integração Lavoura-Pecuária) e um com gado pastejando entre árvores de teca destinadas à produção de madeira (Integração Pecuária-Floresta).
Os dados foram apurados na safra 2018/19, e os principais destaques dos sistemas estudados são apresentados na tabela 1.
Desempenhos elevados e equilibrados geram maiores índices de sustentabilidade
As propriedades com sistemas de integração receberam valores médios e altos para o índice de sustentabilidade (IS). Duas fazendas com sistemas de integração – uma com Integração Pecuária-Floresta (IPF) e outra com Integração Lavoura-Pecuária (ILP) – mostraram os maiores índices de sustentabilidade (91,87 e 91,78, respectivamente), com elevados desempenhos nas três dimensões, ou seja, um favorável equilíbrio em termos econômicos, sociais e ambientais.
A fazenda com IPF é especializada na produção de madeira de teca para exportação, combinada a uma pecuária de alta tecnologia. Apesar dos níveis medianos de lucro e produtividade, a elevada organização e expertise na produção de teca explicam os altos índices social e econômico. A eficiência no uso de fertilizantes e pesticidas e os serviços ecossistêmicos proporcionados pelas florestas, como baixa perda de solo superficial, sequestro de carbono e baixo escoamento superficial, se destacaram na dimensão ambiental, que obteve excelente resultado, o que contribuiu para um elevado IS.
Já a propriedade com ILP mostrou alto desempenho produtivo baseado em práticas de gestão para melhorar os resultados financeiros e operacionais, como estratégias de comercialização para mitigar os impactos negativos da volatilidade do preço das commodities e a divisão de lucros com os empregados. Além disso, o sistema pecuário é focado apenas na engorda do gado, aproveitando as pastagens consorciadas com o milho. A fazenda colhe três safras ao longo do ano agrícola, sendo duas de grãos (soja e milho) e um período de três meses de engorda dos animais na mesma área. A propriedade apresentou o segundo maior lucro (969,91 dólares por hectare) entre as 22 fazendas analisadas e um desempenho ambiental similar à fazenda com IPF, particularmente quanto à reduzida perda de solo superficial, ao uso de fertilizantes e a emissões de GEE.
Por outro lado, os pesquisadores também encontraram desempenhos desequilibrados mesmo em propriedades com sistemas de integração, com elevados resultados nos indicadores econômico e ambiental, e mais baixo desempenho social, o que comprometeu o seu IS. Uma delas, com sistema de ILP, apresentou baixas escolaridade e atratividade do emprego; já outra, também com ILP, obteve baixos valores para treinamentos e cursos e qualidade do emprego.
Segundo os autores, os diferentes resultados entre os sistemas de integração demonstram que é difícil estabelecer uma conclusão geral sobre os benefícios da intensificação sustentável, pois eles são específicos para cada contexto. “O simples fato de as fazendas utilizarem sistemas de integração não garante um elevado IS. Elas precisam ter um desempenho elevado e equilibrado entre as três dimensões da sustentabilidade”, diz o pesquisador Geraldo Stachetti, da Embrapa Meio Ambiente (SP).
Já as propriedades de pecuária receberam os valores de IS mais baixos. Mesmo uma fazenda que utiliza manejo de pastagem, melhoramento genético e sistemas de confinamento dos animais não alcançou bons resultados. Apesar de ter apresentado o melhor desempenho econômico entre as propriedades de pecuária, o baixo IS se deve aos baixos desempenhos social e ambiental. As propriedades foram agrupadas em três categorias (ver tabela 2).
Na categoria A (desempenho alto) há apenas três fazendas – a com IPF e duas com ILP, que apresentaram bom desempenho econômico e excelente desempenho ambiental, porém desempenho mediano no indicador social.
A categoria B (desempenho mediano) contempla quase todas as fazendas de grãos e apenas duas com sistemas de integração e foi dividida em dois subgrupos: B1, composto, em geral, por aquelas que apresentaram bom desempenho econômico associado a indicadores social e ambiental medianos; e B2, formado por fazendas que apresentaram baixo desempenho econômico associado a indicadores social e ambiental medianos.
Já a categoria C (desempenho baixo) reúne todas as fazendas de pecuária e duas de grãos, e também foi dividida em dois subgrupos: C1, com propriedades caracterizadas por valores muito baixos em duas ou nas três dimensões da sustentabilidade; e C2, com as três fazendas que obtiveram resultados muito baixos nas três dimensões e, consequentemente, com os piores IS.
Integração proporciona sistemas mais sustentáveis ao longo do tempo
O modelo de análise proposto no estudo mostra que a interação harmoniosa entre as dimensões da sustentabilidade nas fazendas com sistemas de integração proporciona situações de ganha-ganha e gera uma trajetória contínua e sustentável.
Apesar de não estarem no topo de todos os três indicadores parciais, as fazendas do grupo A mostram alto desempenho em todos eles. “Esses resultados demonstram que não existe necessariamente um ‘perde e ganha’ inerente entre as três dimensões e destacam o papel central que a gestão desempenha para que os produtores se beneficiem das interações entre as dimensões da sustentabilidade nos sistemas de integração, que requerem um alto grau de gerenciamento e consciência ambiental para aumentar a eficiência no uso dos recursos, o que, em consequência, leva também a melhores desempenhos econômicos e sociais”, comenta Inácio de Barros, pesquisador da Embrapa Gado de Leite (MG).
Os pesquisadores ressaltam que os resultados econômicos para lucro bruto, nível de endividamento e salários dos gerentes estão intimamente relacionados a baixos custos de produção devido a maior eficiência no uso de insumos externos. “Além disso, essa eficiência explica o elevado desempenho ambiental, particularmente menores emissões de gases de efeito estufa (GEE), maior cobertura florestal e menores perdas de solo superficial, garantindo condições produtivas para fazendas com sistemas de integração ao longo do tempo, e ajuda a explicar os resultados superiores para o valor da terra, indicando que o mercado percebe e valoriza o desempenho superior e equilibrado entre todas as dimensões da sustentabilidade”, afirmam.
As fazendas de grãos, por outro lado, apresentaram valores elevados de perdas de solo superficial e, particularmente, de escoamento superficial, que indicam impactos ambientais negativos das lavouras contínuas em larga escala, o que compromete a capacidade desse sistema de permanecer produtivo com o passar dos anos. Para manterem os níveis de produção elevados, essas propriedades consomem grandes e crescentes quantidades de insumos externos, em especial fertilizantes e pesticidas, acarretando custos de produção cada vez maiores e a necessidade de expansão das áreas de cultivo para aproveitarem os ganhos de escala. Essa situação, segundo os autores, ilustra a frágil sustentabilidade dessas fazendas altamente especializadas, com baixa diversidade produtiva.
Quanto às fazendas de pecuária, eles argumentam que a intensificação sustentável a pasto com o emprego de tecnologias disponíveis poderia aumentar significativamente a produtividade, permitindo a liberação de áreas para a produção de carne, grãos, madeira e combustível para atender à demanda mundial por esses produtos. Para as áreas inadequadas à adoção de sistemas de integração, políticas públicas que promovam a ampla adoção de práticas de manejo das pastagens, com elevado grau de tecnologias gerenciais, associadas à concessão de crédito específico, seriam fundamentais para aumentar o desempenho da atividade no Cerrado e na Amazônia.
Os pesquisadores acreditam que o modelo apresentado é uma ferramenta útil aos formuladores de políticas para análise da sustentabilidade dos sistemas de produção na escala das fazendas, bem como para auxiliar as decisões dos produtores rurais.

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Com cerca de 25 mil pescadores beneficiados, Projeto de Monitoramento da Atividade Pesqueira completa 15 anos
PMAP investe em iniciativas de integração e fortalecimento da pesca no Brasil, em uma parceria entre instituições públicas e privadas visando o aumento organizado da produtividade e maior inclusão social.

O Projeto de Monitoramento da Atividade Pesqueira (PMAP), que nasceu de uma parceria entre o Instituto de Pesca (IP), a Petrobras e a Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa do Agronegócio (Fundepag), completa 15 anos em novembro.
O programa foi criado para o atendimento a condicionantes ambientais determinadas pelo processo de licenciamento federal conduzido pelo IBAMA para o Pólo Pré-Sal da Bacia de Santos em São Paulo e no Sul do Rio de Janeiro. Atualmente o PMAP é conduzido em seis estados do Sudeste e Sul do Brasil. A Fundepag executa o projeto em Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná. O PMAP inclui atividades de campo que envolvem o monitoramento da produção pesqueira artesanal e industrial, e análises tanto pesqueiras quanto das interações da pesca com outras atividades humanas, de produção e conservação.
Nestes 15 anos, o acompanhamento da atividade pesqueira artesanal e industrial realizado pela Fundepag e suas instituições parceiras registrou dados de cerca de 16 mil embarcações em 800 locais de descarga de pescados. Atualmente, as equipes estaduais contam com um total de 124 colaboradores, que incluem agentes de campo, que realizam as entrevistas com pescadores, assistentes administrativos, supervisores, analistas de dados, gerentes de banco de dados e de sistemas de informação geográfica, e gerentes de projeto. Ao longo do tempo foram gerados 276 empregos diretos.
Diariamente estas equipes realizam cadastros de pescadores e embarcações, obtêm informações georreferenciadas de captura e esforço pesqueiro, e registram a existência de estruturas de apoio à atividade ao longo do litoral. A metodologia empregada pelo PMAP se baseia em entrevistas com os pescadores no momento da descarga. De forma complementar, informações sobre a atividade também são obtidas em peixarias e outros pontos de escoamento, e através de autorregistros. O levantamento de dados é feito de forma participativa e voluntária junto à comunidade pesqueira. Via de regra, os próprios agentes de campo são selecionados nas comunidades monitoradas.
Os dados de produção pesqueira por estado podem ser conferidos nos respectivos websites dos PMAPs em uma interface padronizada. O ProPesqWEB, sistema gerenciador de banco de dados pesqueiros desenvolvido com tecnologias livres para o ambiente web pelo Instituto de Pesca, fornece a estrutura de dados necessária ao armazenamento, análise e disponibilização dos dados.
O monitoramento das pescarias executado pela Fundepag e parceiros fornece dados de qualidade que permitem dar visibilidade à atividade pesqueira e que embasam estudos de avaliação das interações entre a pesca e outras atividades humanas e de determinação da condição dos estoques pesqueiros. Por fim, os resultados gerados dão respaldo à elaboração de políticas públicas para o desenvolvimento de uma atividade pesqueira sustentável.
Projeto de Monitoramento da Atividade Pesqueira (PMAP)
Com o apoio da Petrobras, nasceu em 2008, o Projeto de Monitoramento da Atividade Pesqueira na Bacia de Santos (PMAP-BS) como uma medida para subsidiar o acompanhamento, a análise e a avaliação dos impactos da Exploração e Produção (E&P) de Petróleo e Gás Natural sobre a atividade pesqueira. Inicialmente, o Projeto estava relacionado ao licenciamento ambiental das plataformas de merluza e mexilhão, situadas ao largo do estado de São Paulo, além dos projetos contemplados na Etapa 1 e Etapa 2 do Pré-Sal.
O pesquisador do IP e coordenador do PMAP de São Paulo, Antônio Olinto, explica que o monitoramento pesqueiro realizado pelo Instituto de Pesca começou bem antes, em 1944. “São oito décadas dedicadas à aquisição e análise de dados da pesca. Essa memória institucional foi determinante para atingirmos a expertise que temos hoje e transformar o Instituto em uma referência em monitoramento pesqueiro”.
A partir de 2008, com um maior aporte financeiro, foi possível ampliar a área de cobertura para todos os municípios costeiros de São Paulo e desenvolver a metodologia e a estrutura de dados necessária para o suporte ao trabalho. Com a expansão da área do Polo Pré-Sal e o aumento de sua área de influência para as costas dos estados de Santa Catariana ao Rio de Janeiro, a partir de 2016, outras instituições passaram a integrar o PMAP-BS. Neste contexto, a Fundepag figura como Fundação de Apoio na execução do PMAP no Paraná e Rio de Janeiro, além de São Paulo. No Rio de Janeiro, a Fundepag conta com a parceria com a Fundação Instituto de Pesca do Estado do Rio de Janeiro (Fiperj) para a execução do monitoramento.
Em 2019, em decorrência do rompimento da Barragem de Fundão, em Mariana (MG), surgiu a necessidade da realização do monitoramento pesqueiro ao longo do Rio Doce, em Minas Gerais e Espírito Santo, e ao longo do litoral espírito-santense, com vistas à avaliação do impacto do desastre sobre a pesca e aquicultura. Devido à experiência e à boa repercussão nacional da execução do PMAP-SP, o IP e a Fundepag foram convidados pela Fundação Renova para, em parceria com a Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) e a Fundação Espírito-santense de Tecnologia (FEST), implantar o Programa em toda a área atingida.
“A principal colaboração de São Paulo no desenvolvimento do PMAP foi propiciar um arranjo institucional para a implantação de um sistema de monitoramento com uma estrutura sólida e integrada. A troca de conhecimentos e experiências entre os estados potencializou o desenvolvimento do sistema e enriqueceu todas as unidades”, complementa Olinto.
Segundo o coordenador do IP, nestes 15 anos de PMAP foi possível sair de São Paulo e alcançar novos portos, justamente em decorrência da sinergia com a Fundepag e a Petrobras. “Se chegamos ao patamar atual de sucesso foi graças, em grande parte, ao esforço daqueles que iniciaram o trabalho na década de 40 e promoveram o reconhecimento da instituição e da solidez de seu programa de monitoramento”.
O gerente de Negócios e Inovação da Fundepag, Átila Bankuti, conta que a Fundação foi inserida neste cenário para viabilizar a integração entre as instituições de pesquisa pesqueira e os modelos de negócio para que o projeto fosse estruturado. “Encontramos, ao longo desses 15 anos, soluções e caminhos para que o sucesso do PMAP fosse aumentando, tanto em São Paulo como em outras localidades, fazendo uso de meios jurídicos, modelos de negócio e difundindo as informações entre os estados”.
A Fundepag é uma instituição privada, sem fins lucrativos, que integra o projeto trazendo mais eficiência aos processos, seja em contratações, planejamento ou inclusão de novos profissionais para necessidades especificas. “Já as instituições parceiras são, em sua maioria, públicas e trazem maior know-how técnico, acadêmico e de ciência. Nesta parceria colaboramos com agilidade, identificando as dificuldades de cada instituição, trazendo soluções para que possam realizar o trabalho e entreguem soluções à sociedade”, detalha Bankuti. Além disso, em situações nas quais não exista uma instituição de pesquisa na região, a Fundação assume esse papel, pois também possui uma equipe técnica altamente qualificada.
A coordenadora de Negócio da Fundepag, Solange Ferreira, acrescenta que o Projeto conta com um corpo técnico multidisciplinar ao lado de grandes instituições de pesquisa e tendo as suas contribuições técnicas devidamente validadas e representadas por elas. “Em São Paulo a parceria é com o Instituto da Pesca; no Rio de Janeiro é ao lado da Fundação Instituto de Pesca do Estado do Rio de Janeiro (FIPERJ), e com a Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) no Espírito Santo. Em Santa Catarina, a Fundepag não tem atuação direta, mas integra o grupo de execução de pesquisa com a consolidação de metodologias, enquanto o monitoramento é realizado pela Escola Politécnica da Universidade do Vale do Itajaí (Univali)”, explica Solange.
O PMAP no campo
O trabalho de monitoramento do PMAP conta diretamente com o apoio da população local, principalmente dos mais ativos na comunidade pesqueira, lideranças que munem o programa com assistência e informação. Atualmente, diversos atos normativos para a atividade pesqueira se baseiam nos resultados obtidos pelo Projeto e trazem benefícios aos pescadores.
A gerente de Projetos do PMAP-SP, Suzana Guedes, destaca que o trabalho de campo dos agentes do Programa vai muito além da coleta de dados. “Hoje, estes homens e mulheres atuam diretamente na comunidade ajudando nas demandas diárias, tecnológicas e sociais, seja com o pagamento de contas on-line, consulta meteorológica e até emissão de certidão de nascimento”, pontua.
“Essa nomenclatura (agente de campo) é perfeita, pois além da coleta de informações existe também um trabalho beneficente, colaborando para o crescimento econômico e social das localidades em que estão inseridas. Evidenciamos para toda a sociedade o viés humanitário do projeto, afinal não lidamos apenas com números, mas com vidas humanas, fazendo com que essa população se sinta incluída e valorizada”, complementa Suzana.
Lançamento de aplicativo em 2024
Ainda em fase de testes, o aplicativo “ProPesqPescador” é um projeto com previsão de lançamento para 2024. O aplicativo, que será abastecido diretamente pelo pescador, é intuitivo e simples, e em seus campos serão inseridas informações diárias mesmo sem a presença de um agente de campo. A ideia é ser uma ‘caderneta’ digital de receitas e despesas, criando um histórico financeiro e de gestão para o pescador.
“Essa é uma nova fase e não substituirá o agente ou mesmo acabará com o monitoramento. A ferramenta ajudará e facilitará a gestão do pescador, eliminando os livros físicos que podem ser facilmente danificados ou perdidos, criando uma integração entre toda a cadeia”, explica a gerente do PMAP-SP.
Após todos os testes, o aplicativo estará disponível para download gratuito na plataforma PlayStore.
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Na China, vice-governador do Rio Grande do Sul apresenta potenciais nos setores de proteína animal e energia verde
A delegação também participou do 1º Seminário do Desenvolvimento Sustentável de Cadeias Comerciais Internacionais e 3º Seminário de Cooperação na Cadeia de Abastecimento Alimentar e Pecuária China-Brasil.

No dia 27 de novembro, primeiro dia da missão oficial do Governo do Estado em Pequim, na China, o vice-governador Gabriel Souza, que lidera a comitiva gaúcha composta por representantes do Executivo, Legislativo e da iniciativa privada, apresentou os potenciais do Rio Grande do Sul para investimentos, em especial nas áreas de proteína animal e energias renováveis.
“Iniciamos as nossas agendas na capital chinesa com a expectativa de que possamos ampliar as nossas relações de negócios com o país, nosso maior parceiro comercial com quase US$ 5 bilhões em produtos gaúchos vendidos anualmente”, adiantou. Desde 2008, a China é o primeiro destino das exportações do RS. Em reuniões com empresas da área da agricultura, Gabriel detalhou as características geográficas do Rio Grande do Sul, potencialidades e áreas estratégicas do Estado. Ele destacou a qualidade da genética do rebanho gaúcho e a segurança sanitária como dois diferenciais importantes para fortalecer e aumentar o comércio bilateral.
Zona livre de aftosa
A delegação também participou do 1º Seminário do Desenvolvimento Sustentável de Cadeias Comerciais Internacionais e 3º Seminário de Cooperação na Cadeia de Abastecimento Alimentar e Pecuária China-Brasil.
“Desde 2021 somos zona livre de febre aftosa sem vacinação e a China ainda não reconheceu o Estado como tal, precisamos muito desse reconhecimento para que possamos aumentar ainda mais as nossas vendas, em especial de carne bovina com osso e de miúdos”, reforçou o vice-governador durante a abertura do Seminário.
“A importância do Estado estar em solo chinês para apresentação técnica dos nossos produtos e diálogo com investidores amplia a possibilidade de avançar no pleito gaúcho que buscamos viabilizar com essa delegação. Pretendemos organizar uma missão por ano para a China, que é nosso principal parceiro comercial e temos interesse em potencializar as exportações para o país asiático”, disse o titular da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec), Ernani Polo.
O titular adjunto da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), Márcio Madalena, destacou a excelência da defesa sanitária do RS, que possui cobertura total em todo território gaúcho e possui certificações importantes que atestam a qualidade do serviço veterinário do Estado.
“O Rio Grande do Sul é o 3º maior exportador de produtos pecuários e 4º maior valor bruto da produção pecuária. Nosso objetivo é mostrar os potenciais e buscar a habilitação de plantas frigoríficas na área de suínos, bovinos e aves. O reconhecimento do nosso status também abrirá novos mercados para a exportação de miúdos e carne com osso”, afirmou Madalena.
O encontro foi promovido pela China Inspection and Quarentine Association (CIQA), Harbin Eletric Corporaiton e pelo governo do Estado, por meio da Sedec, e reuniu representantes de empresas chinesas. As agendas também foram acompanhadas pela diretora do Departamento de Vigilância e Defesa Sanitária Animal, Rosane Collares, e do chefe da Divisão de Defesa Sanitária Animal, Fernando Groff, ambos ligados à Seapi.
Termos de cooperação
Dois memorandos de cooperação também foram assinados durante as audiências. Um deles com a China Entry-Exit Inspection and Quarantine Association (CIQA) e outro com a Harbin Eletric Corporaiton. O objetivo é promover a cooperação prática entre as partes no comércio, investimento, indústria e outros campos relacionados, e estabelecer um mecanismo de cooperação regular dentro das legislações jurídicas e comerciais de cada país.
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Complexo Industrial Copagril recebe investimentos de R$ 50 milhões
Os investimentos ampliarão a capacidade de esmagamento de soja de 750 para 1.200 toneladas/dia.

Na esteira de um significativo avanço no setor industrial, o Complexo Industrial Copagril, localizado em Marechal Cândido Rondon, está a todo vapor com a obra de modernização que promete impulsionar a eficiência e a capacidade produtiva da planta. Com investimentos da ordem de R$ 50 milhões, o projeto visa elevar a qualidade dos padrões de produção e ampliar a capacidade de esmagamento de soja de 750 para 1.200 toneladas/dia.
A etapa inicial do projeto já está em pleno andamento, com a chegada dos equipamentos de última geração que serão fundamentais para a implementação das melhorias planejadas. Esses equipamentos, adquiridos junto a renomados fornecedores do setor, representam um salto tecnológico significativo para o complexo industrial da cooperativa. O diretor-presidente da Copagril, Eloi Darci Podkowa, destacou a importância estratégica dessa modernização. “Além de aumentar a capacidade de produção, os novos equipamentos também nos permitirão adotar práticas mais sustentáveis e eficientes, alinhadas com as demandas do mercado e as normativas do setor”, enfatiza.
Novos equipamentos
Os investimentos no Complexo Industrial contemplam a automatização dos processos de recebimento de soja, onde serão realizadas adequações estruturais, bem como reforma e troca de transportadores. O secador de grãos, antes a lenha e operação manual, será alterado para um sistema mais eficiente de aquecimento a vapor com controle automático – um importante passo em direção à sustentabilidade.
Outro ponto é a modernização da área de preparação, com troca de equipamentos e aumento de capacidade produtiva. Neste local, o complexo está recebendo novos equipamentos, de transporte, pré-limpeza, laminador e quebrador de soja, assim como, serão reformados os já existentes.
A área de extração de óleo passará por uma revitalização em parte de seus equipamentos atuais, além da aquisição de novos como por exemplo secador de farelo, cujo novo modelo possui disposição horizontal, que proporcionará o aumento do volume de produção, melhora nos rendimentos de processo e qualidade dos produtos.
Caldeira
Na área de processamento, um dos maiores investimentos está na instalação da nova caldeira. Se atualmente a capacidade é de 8 toneladas/hora de vapor, a nova caldeira terá capacidade de 28 toneladas/hora. A chegada dos componentes da caldeira ao complexo demandou o carregamento de 14 cargas de carretas.
As obras dentro do Complexo Industrial da Copagril ainda englobam nova pavimentação asfáltica da área interna, que deve otimizar o fluxo logístico da planta.
Cronograma
O cronograma da obra prevê a suspensão temporária das atividades de processamento de soja durante o mês de dezembro, a fim de permitir a instalação dos equipamentos e procedimentos internos específicos.
O início da operação assistida do complexo está programado para janeiro de 2024.