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Suínos / Peixes

Mycoplasma hyopneumoniae e a complexidade da Pneumonia Enzoótica Suína

Um dos principais causadores de doença respiratória em suínos é Mycoplasma hyopneumoniae, bactéria responsável por uma condição crônica conhecida como Pneumonia Enzoótica Suína (PES)

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Foto: Shutterstock

A suinocultura é uma parte fundamental da indústria agropecuária global, desempenhando um papel crucial no suprimento de proteína animal. O sistema de produção de suínos enfrenta uma série de desafios à medida que vem aumentando a densidade animal nas granjas, e um dos mais significativos é a prevalência de infecções respiratórias, que impactam tanto o bem-estar dos animais quanto a viabilidade financeira dos produtores. As infecções respiratórias em suínos são prevalentes em todo o mundo e acarretam custos significativos, incluindo tratamentos, vacinação, redução do desempenho dos animais e aumento da mortalidade devido a infecções secundárias.

Um dos principais causadores de doença respiratória em suínos é Mycoplasma hyopneumoniae, bactéria responsável por uma condição crônica conhecida como Pneumonia Enzoótica Suína (PES). Além disso, M. hyopneumoniae é um dos principais patógenos envolvidos no complexo de doença respiratória suína (PRDC), o que o torna uma preocupação ainda mais premente para a suinocultura.

A PES afeta suínos em todas as fases de criação, mas é mais prevalente nas fases de crescimento e terminação. Os suínos afetados apresentam tosse crônica não produtiva, redução no ganho de peso e eficiência alimentar prejudicada, além de um aumento na mortalidade, principalmente durante o período de creche. A tosse pode surgir em até 14 dias após a infecção e atingir seu pico aproximadamente 28 dias após, com uma diminuição gradual nos dias subsequentes.

A transmissão de M. hyopneumoniae ocorre principalmente por meio do contato direto entre suínos infectados e não infectados. Isso inclui a transmissão da porca para sua leitegada, pois os leitões nascem livres do patógeno, mas podem se infectar se a porca estiver excretando o microrganismo pela via nasal. O risco de transmissão aumenta à medida que o período de desmame se prolonga. O desmame é um momento crítico para os leitões, não somente devido à janela imunológica que ocorre nos dias subsequentes, como também pelo estresse causado pela separação da mãe e mistura com leitões de outras origens. Estas condições imunossupressoras fazem com que os leitões fiquem mais suscetíveis à entrada de microrganismos patogênicos, e o encontro com animais de diferentes status sanitários pode levar a uma propagação de infecções nesta fase.

Quando M. hyopneumoniae infecta os suínos, ele age sobre as mucosas do epitélio respiratório, onde se adere aos cílios e altera a frequência dos batimentos ciliares, promovendo a ciliostase e a morte das células epiteliais. Além disso, esse patógeno tem a capacidade de modular tanto a imunidade celular quanto a humoral, levando a uma reação inflamatória exacerbada nos pulmões. A aderência do patógeno ao epitélio respiratório é um pré-requisito para o início da doença, e esse processo é multifatorial e complexo.

Este patógeno também possui a capacidade de modular a resposta imune dos suínos, e esta modulação das respostas imunes inatas e adaptativas desempenha um papel crítico na colonização e na infecção. M. hyopneumoniae interfere tanto na imunidade celular quanto na humoral, evadindo do sistema imune e diminuindo a capacidade do organismo de combater a infecção. Isso torna os animais infectados mais suscetíveis a infecções secundárias por outros patógenos respiratórios. Há também uma reação inflamatória exacerbada nos pulmões dos suínos. Essa inflamação é, em parte, uma resposta à colonização do patógeno, mas também contribui para os danos ao tecido pulmonar. Isso pode levar a lesões pulmonares significativas e, subsequentemente, aos sinais clínicos observados na PES.

Sinais clínicos e lesões

A característica mais evidente das lesões pulmonares causadas por M. hyopneumoniae é a consolidação pulmonar. Isso ocorre na região crânio-ventral dos pulmões (Figura 1). A consolidação resulta da inflamação e acúmulo de fluidos, muco e células inflamatórias nos alvéolos pulmonares. Essa é uma das principais razões pelas quais os suínos afetados experimentam dificuldade respiratória e tosse.

A tosse é um sinal clínico evidente da PES. Os suínos afetados frequentemente apresentam tosse seca e não produtiva, que se manifesta como um reflexo contínuo e irritante. A tosse é, muitas vezes, o primeiro sinal clínico observado e é um indicativo crucial da presença da doença no rebanho. Há uma diminuição no ganho de peso dos suínos e impacto na conversão alimentar dos animais afetados. Eles requerem mais alimento para alcançar um peso adequado, resultando em custos adicionais para os produtores.

Figura 1: Lesão de consolidação pulmonar crânio-ventral em animal desafiado experimentalmente com M. hyopneumoniae – Foto: Arquivo Pessoal

Infecções secundárias

A patogenia da Pneumonia Enzoótica Suína é complexa e multifatorial, e o resultado é um comprometimento significativo no desempenho dos suínos, tornando-os mais suscetíveis a infecções secundárias e reduzindo a viabilidade econômica da produção. Embora a PES em si não acarrete alta mortalidade, o desenvolvimento de infecções secundárias, como pneumonia bacteriana, pode levar a um aumento na mortalidade. Compreender a patogenia da PES é fundamental para desenvolver estratégias de controle eficazes. Portanto, o controle eficaz da PES é uma prioridade para os produtores de suínos, com a vacinação desempenhando um papel fundamental nesse processo.

Diagnóstico

O diagnóstico da Pneumonia Enzoótica Suína é baseado em vários fatores, incluindo sinais clínicos observados nos suínos, avaliação de lesões pulmonares características, como consolidação na região crânio-ventral do pulmão, e lesões histológicas que envolvem principalmente hiperplasia de tecido linfoide associado aos brônquios. No entanto, é importante observar que essas características não são exclusivas de M. hyopneumoniae, e infecções mistas podem resultar em lesões e sinais clínicos menos típicos desta doença.

Controle

No controle da Pneumonia Enzoótica Suína, várias estratégias são empregadas. A biosseguridade desempenha um papel importante na prevenção da disseminação do patógeno. A vacinação é uma estratégia-chave no controle da doença, pois ajuda a minimizar os sinais clínicos, as lesões pulmonares e a perda de desempenho dos suínos.

Conclusão

Em resumo, a Pneumonia Enzoótica Suína representa um desafio significativo para a suinocultura, não apenas prejudicando o bem-estar dos animais, mas também afetando os resultados financeiros dos produtores. O controle eficaz da PES requer uma abordagem multifacetada, que inclui práticas de biosseguridade, monitoramento constante, uso adequado de antimicrobianos e, de forma crucial, a vacinação desempenha um papel essencial na minimização dos impactos dessa enfermidade.

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Fonte: Por Marina L. Mechler Dreibi, médica-veterinária, mestra e doutora com ênfase em Sanidade de Suínos Pesquisadora P&D Desenvolvimento Bioanalítico na Ourofino Saúde Animal

Suínos / Peixes

Cadeia do peixe mira profissionalização e negócios

Profissionais capacitados e atualizados são essenciais para impulsionar a inovação, aumentar a eficiência produtiva e garantir a competitividade no mercado global.

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Foto: Jaelson Lucas

A piscicultura e a pesca no Brasil têm se mostrado setores de vital importância econômica e alimentar, com um potencial de crescimento extraordinário. No entanto, para que esse potencial seja plenamente alcançado, é crucial enfatizar a constante profissionalização dessas áreas como uma ferramenta fundamental para impulsionar seu desenvolvimento.

Nos últimos anos, o Brasil tem testemunhado um aumento significativo no número de congressos e feiras de negócios dedicados à piscicultura e pesca. Recentemente, o evento Inovameat em Toledo e os próximos eventos organizados pelo IFC Brasil em Foz do Iguaçu, Itajaí e Belém até o fim deste ano destacam-se como importantes plataformas para a troca de conhecimento, experiências e tecnologias inovadoras.

Esses eventos não são apenas oportunidades para networking, mas também são catalisadores para a profissionalização do setor. Eles oferecem espaços para debates sobre as melhores práticas, novas técnicas de produção, avanços tecnológicos e questões regulatórias, fundamentais para elevar os padrões de qualidade, segurança e sustentabilidade da piscicultura brasileira.

É inegável que a profissionalização é um dos principais impulsionadores do crescimento desses setores. Profissionais capacitados e atualizados são essenciais para impulsionar a inovação, aumentar a eficiência produtiva e garantir a competitividade no mercado global. Além disso, a profissionalização contribui para a valorização do trabalho no campo, incentivando a adoção de práticas sustentáveis e responsáveis.

Um dos aspectos mais promissores é que a produção de peixes no Brasil vem crescendo a uma taxa superior à média das outras proteínas animais. Esse crescimento é resultado não apenas do potencial natural do país, mas também do esforço contínuo de profissionalização e modernização do setor.

É fundamental que os governos, instituições acadêmicas, empresas e profissionais do setor continuem investindo na profissionalização da piscicultura e da pesca. Isso inclui o desenvolvimento de programas educacionais, capacitação técnica, acesso a tecnologias inovadoras e apoio à pesquisa e desenvolvimento.

Ao destacar a importância da profissionalização, reconhecemos que ela não é apenas uma necessidade, mas sim uma oportunidade para transformar a piscicultura e pesca brasileira em um setor ainda mais próspero, sustentável e competitivo no cenário internacional.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor da piscicultura brasileira acesse a versão digital de Aquicultura clicando aqui. Boa leitura!

Fonte: Por Giuliano De Luca, jornalista e editor-chefe do Jornal O Presente Rural.
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Suínos / Peixes

Primeiro trimestre registra crescimento expressivo nas exportações brasileiras de peixe de cultivo

Foram US$ 8,73 milhões movimentados no setor entre janeiro e março, maior valor registrado para o período desde 2020.

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Fotos: Divulgação/Arquivo OPR

Consideráveis aumentos de 48% em valor e de 20% em peso estão entre os principais resultados das exportações brasileiras da piscicultura nos três primeiros meses deste ano em comparação com o mesmo período de 2023. Foram US$ 8,73 milhões movimentados no setor entre janeiro e março, maior valor registrado para o período desde 2020, quando a Embrapa começou a acompanhar sistematicamente esse mercado. Detalhando por mês, foram US$ 2,58 milhões em janeiro, US$ 2,61 milhões em fevereiro e US$ 3,54 milhões em março.

Foto: Cláudio Neves

Ainda representando percentual pequeno com relação a toda a produção nacional, as exportações brasileiras da piscicultura têm aumentado de maneira consistente nos últimos anos. De acordo com Manoel Pedroza, pesquisador da Embrapa Pesca e Aquicultura na área de economia aquícola, o aumento da produção e da profissionalização da cadeia da piscicultura são alguns dos fatores que explicam o crescimento das exportações. “Apesar do mercado nacional absorver a grande maioria da produção, as empresas do setor têm buscado diversificar os canais de venda por meio das exportações”, expõe.

Entre as categorias de produtos, a mais exportada no primeiro trimestre de 2024 foi a de filés frescos ou refrigerados, que respondeu por 65% de todo o valor movimentado: U$ 5,65 milhões. Na sequência, com 23% do valor movimentado no período, aparece a categoria de peixes inteiros congelados. Esses e outros dados estão disponíveis de maneira gratuita no Informativo de Comércio Exterior da Piscicultura – Trimestre 01/2024. O boletim é editado pela Embrapa Pesca e Aquicultura e conta com a parceria da Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR).

Série histórica

A edição referente ao primeiro trimestre de 2024 é a 17ª ininterrupta. O trabalho da Embrapa de acompanhamento das exportações brasileiras da piscicultura começou em 2020; portanto, está entrando no quinto ano seguido. O que já permite construir uma série histórica e apontar algumas características desse setor. Manoel explica que a consolidação da tilápia como carro-chefe é a principal característica verificada ao longo desse período. “A importância do mercado norte-americano como principal destino das vendas e o crescimento dos embarques de filés frescos de tilápia são outros pontos de destaque”, ressalta.

Entre janeiro e março deste ano, 95% de todo o peixe exportado pelo Brasil foi tilápia. A espécie movimentou U$ 8,31 milhões. Na sequência, ambos com 2% de participação, aparecem bagres e curimatás.

E, também conforme dito pelo pesquisador, os Estados Unidos, novamente, foram o principal destino das exportações brasileiras da piscicultura no primeiro trimestre de 2024. Com 89% de participação, os valores movimentados chegaram a U$ 7,77 milhões. A seguir, cada país com 2%, estão China, Japão, Colômbia e Canadá. Diferença significativa entre o primeiro e os demais destinos.

Tilápia

Fazendo o recorte para a principal espécie exportada (que também é a mais cultivada no Brasil), dos U$ 8,31 milhões movimentados pela tilápia, U$ 5,64 milhões (ou 68%) foram na categoria de filés frescos ou refrigerados. Na sequência, com 23% da movimentação financeira (U$ 1,87 milhão), aparece a categoria de tilápia inteira congelada.

Com relação ao preço, quatro das cinco categorias tiveram aumento no primeiro trimestre deste ano em comparação com o mesmo período de 2023. A categoria que conseguiu maior preço foi a de filé fresco ou refrigerado, com U$ 7,57 por kg, registrando aumento de 17% com relação ao preço do primeiro trimestre do ano passado, que foi de U$ 6,45 por kg.

Paraná (com 81% dos valores), São Paulo (responsável por 12%) e Bahia (com 4% do total movimentado) foram os três estados que mais exportaram tilápia no primeiro trimestre de 2024. Nos três, a categoria de filés frescos ou refrigerados foi a líder.

E para os próximos trimestres, alguma mudança relevante pode acontecer? Quem responde é o pesquisador Manoel: “as exportações de outros peixes de cultivo têm crescido, em particular do tambaqui. Organizações e empresas da cadeia do tambaqui têm realizado ações para abertura de mercados no exterior (ex: Estados Unidos) e é possível que isso resulte num aumento das exportações nos próximos meses de 2024”.

Fonte: Assessoria Embrapa Pesca e Aquicultura
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Propriedade no Paraná é reconhecida modelo em sustentabilidade

O que diferencia o trabalho da família Zanatta é sua abordagem holística, que abrange desde a conservação de nascentes de água até a adoção de energia solar na piscicultura, visando tornar sua propriedade completamente autossustentável.

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Foto: Divulgação

Quando em 2016 decidiram ingressar na piscicultura, o casal de produtores Jairo e Sandra Zanatta assumiram o compromisso de preservar a área verde, conservar os recursos naturais e adotar boas práticas sustentáveis para garantir a longo prazo o equilíbrio do ecossistema e a sustentabilidade da sua propriedade, localizada na linha Marrecos, distrito de Margarida, no interior de Marechal Cândido Rondon (PR).

Casal de piscicultores Sandra e Jairo Zanatta produzem tilápia há oito anos e recentemente recebeu o 1º lugar do Prêmio Produtor Rural Sustentável: reconhecimento classificou a propriedade para a etapa nacional da premiação – Fotos: Jaqueline Galvão/OP Rural

Com uma área de 12,6 alqueires, a fazenda possui 12 tanques escavados destinados à criação de tilápias, com possibilidade para alojar até 500 mil peixes por ciclo produtivo, que varia de 10 a 11 meses. “São 70 mil metros quadrados de lâmina d’água”, conta o piscicultor. “Dependendo da época que alojamos os peixes, atingimos uma produção de 1,2 a 1,3 lotes por ano”, complementa.

A produção anual alcança entre 400 a 450 toneladas, com uma média de peso de 950 gramas por peixe. De acordo com os produtores, há espaço para ampliar o negócio em mais 30 mil metros quadrados de lâmina d’água, o que possibilitaria chegar até 100 mil metros quadrados em seu sistema produtivo.

Recentemente, Zanatta foi reconhecido entre mais de 300 produtores com o 1º lugar do Prêmio Produtor Rural Sustentável, iniciativa promovida pelo Sicoob Central Unicoob no Paraná, destacando sua propriedade como autossustentável. A premiação o classificou junto com outras 11 propriedades na etapa nacional, sendo ele o único representante do Paraná. “Independente de ganhar ou ficar entre os primeiros, figurar entre as propriedades mais sustentáveis do Brasil é muito gratificante, além de ser uma demonstração do reconhecimento do trabalho que realizamos para preservar e conservar as nascentes e a área verde, do cuidado com o manejo da atividade e o uso da geração de energia limpa”, salienta, contando que uma equipe da cooperativa já esteve na propriedade para validar as informações repassadas e a data prevista para divulgação do resultado da etapa nacional é em meados de maio. “Nossa expectativa é figurar entre os seis melhores do Brasil”, ressalta.

Compromisso inabalável com a sustentabilidade

O que diferencia o trabalho da família Zanatta é sua abordagem holística, que abrange desde a conservação de nascentes de água até a adoção de energia solar na piscicultura, visando tornar sua propriedade completamente autossustentável.

Propriedade possui duas usinas de minigeração de energia renovável através de placas fotovoltaicas que atende toda a propriedade, incluindo os aeradores, os alimentadores automáticos e o bombeamento de água para os tanques escavados

Sua visão vai além da mera produção, Jairo entende que cuidar do meio ambiente é uma responsabilidade compartilhada e que, ao adotar práticas sustentáveis, não apenas preserva os recursos naturais, mas também garante a viabilidade de seu negócio a longo prazo. “Ao iniciarmos na piscicultura, priorizei a preservação das nascentes. Hoje são quatro minas de água preservadas. Também priorizamos a mata no entorno da propriedade, inclusive com plantio de novas árvores. Também instalamos duas usinas para minigeração de energia renovável através de placas fotovoltaicas e para garantir a qualidade da água nos tanques escavados usamos probióticos uma vez por semana. Além disso, a propriedade foi totalmente automatizada, incluindo a alimentação dos peixes, realizada por alimentadores automáticos em cada açude, integrados ao sistema de geração de energia limpa. E os peixes mortos são destinados à compostagem”, explica.

Na usina principal, instalada em 2021, com 280 placas, é produzida energia para toda a propriedade, incluindo os aeradores e os alimentadores automáticos. Na segunda usina, 28 placas geram energia dedicada exclusivamente ao bombeamento de água para os tanques escavados. O investimento total foi de cerca de R$ 450 mil nos dois sistemas. “Desde que temos as usinas conseguimos uma redução de custos com energia elétrica de aproximadamente 95%. Embora o investimento ainda não esteja totalmente pago, já se mostra altamente vantajoso”, exalta Jairo.

Aprimorar operações

Jairo e Sandra destacam que, embora a propriedade seja considerada autossustentável, a busca por melhores práticas é constante. “Estamos empenhados em aprimorar nossas operações diariamente, buscando tecnologia e inovação para tornar nossa produção ainda mais sustentável”, enaltecem, acrescentando: “É muito gratificante ver que, como resultado desse esforço contínuo, fomos reconhecidos pela cooperativa Sicoob, que nos projetou para buscar o título de propriedade autossustentável a nível nacional”.

Qualidade da água

Para garantir a qualidade da água para o cultivo e o bem-estar dos peixes, Jairo conta que a água utilizada tem origem em uma mina do Rio Marrecos. “Além disso, realizamos medidas sanitárias rigorosas, como manejo adequado e alimentação de qualidade. A qualidade da água é priorizada, sendo tratada semanalmente com probióticos para mitigar o estresse hídrico causado pelo calor excessivo. Contamos também com o suporte da equipe veterinária e técnica da C.Vale, cooperativa à qual somos integrados”, mencionam os produtores.

Propriedade fica localizada na Linha Marrecos, Distrito de Margarida, no interior de Marechal Cândido Rondon, no Oeste do Paraná

Desafios

O casal de piscicultores afirma que o desafio atual que persiste na criação de tilápia é relacionado ao estresse hídrico devido às altas temperaturas, que, em alguns dias chegaram a superar 40ºC. “Isso nos obriga a reduzir a quantidade de alimentação, resultando em um ganho de peso diário menor, o que acaba comprometendo a conversão alimentar. Essa situação afeta não apenas nossa propriedade, mas toda a piscicultura. Apesar dos desafios, realizamos um controle rigoroso e manejo cuidadoso para buscar constantemente melhorias”, enfatizam.

Outra forma de garantir o bem-estar e o conforto térmico para controlar a temperatura da água devido ao calor excessivo é por meio do bombeamento e renovação de água, além da aeração. “Essas práticas de manejo são essenciais para proporcionar conforto aos peixes, controlar a mortalidade e garantir a sanidade do ambiente”, afirma Jairo.

Prêmio Produtor Rural Sustentável

O Prêmio Produtor Rural Sustentável é uma iniciativa promovida pelo Sicoob Central Unicoob, com o propósito de reconhecer e premiar os produtores rurais cooperados que se destacam por suas práticas sustentáveis no setor agropecuário brasileiro. Nesta edição foram oito produtores do Paraná reconhecidos por suas boas práticas de sustentabilidade. Somente a família Zanatta se classificou para a etapa nacional.

O prêmio valoriza as ações implementadas por produtores rurais financiados pelo Sicoob, que adotam práticas de produção sustentável alinhadas com os princípios do ESG (ambiental, social e governança). Este reconhecimento destaca tanto as iniciativas ambientais quanto as sociais e de governança desses produtores, contribuindo para o avanço da sustentabilidade no campo.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor da piscicultura brasileira acesse a versão digital de Aquicultura clicando aqui. Boa leitura!

Fonte: O Presente Rural
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