Conectado com
VOZ DO COOP

Suínos / Peixes

Micoplasmose e Circovirose: quais os impactos na produção suína e a importância da prevenção contra os agentes?

A infecção pelo Mycoplasma hyopneumoniae, causador da Pneumonia Enzoótica Suína (PES), é uma realidade em todos os países expressivos na suinocultura.

Publicado em

em

Fotos: Divulgação/Ceva

A sanidade dos suínos é prioridade nas granjas por todo o mundo. Tendo em vista que algumas doenças de ocorrência global são responsáveis por prejuízos relevantes em toda a cadeia de produção, a busca pelo controle ou eliminação de agentes importantes, como a bactéria Mycoplasma hyopneumoniae e o Circovírus suíno tipo 2 (PCV2), é uma pauta constante nos setores de P&D das empresas de saúde animal.

A infecção pelo Mycoplasma hyopneumoniae, causador da Pneumonia Enzoótica Suína (PES), é uma realidade em todos os países expressivos na suinocultura. No Brasil, estima-se que ao menos 95% das granjas comerciais sejam positivas para a presença da bactéria no plantel. Considerado o patógeno respiratório mais relevante na suinocultura nacional, a doença acarretada pela bactéria tem característica crônica, com um baixo índice de mortalidade apesar de alta morbidade, cujo principal sintoma é a tosse seca e não produtiva, capaz de acometer animais de todas as idades.

Com transmissão por contato direto, por via vertical ou horizontal, através de secreções nasais e aerossóis eliminados nos episódios de tosse e espirros, o M. hyopneumoniae tem a aptidão de escapar das defesas naturais dos suínos e aderir firmemente à mucosa respiratória e ao epitélio das vias aéreas destes animais, promovendo uma importante redução da capacidade funcional do sistema mucociliar, responsável pela limpeza e proteção do sistema respiratório. Como consequência, o sistema de defesa inato das vias aéreas se torna mais vulnerável à progressão da bactéria e a patógenos secundários disponíveis no ambiente.

O avanço da infecção faz com que a produção de citocinas pró-inflamatórias, como as interleucinas e fatores de necrose tumoral (TNF), provenientes de macrófagos e linfócitos, aumente, resultando em intensa infiltração de células mononucleares na região peribrônquica e perivascular. Tais lesões pneumônicas são constantemente encontradas ao abate no Brasil.

Estudo de 2020 evidenciou o impacto que a infecção causada pelo M. hyopneumoniae tem no ganho de peso diário (GPD) dos animais, e sua consequência financeira. Ao todo, 486 suínos foram pesados ao início (75 dias) e ao final (180 dias) da fase de terminação e, após o abate, os pulmões foram analisados individualmente e separados em 4 grupos de acordo com a gravidade das lesões macroscópicas e evoluindo progressivamente, sendo o grupo 1 o de animais sem lesões e o grupo 4 com mais de 15,1% de lesões. Todos os pulmões com lesões foram positivos para M. hyopneumoniae e os animais dos grupos 2, 3 e 4 apresentaram GPD numericamente menor se comparados ao grupo 1, sem lesões. Na comparação direta entre o grupo 1 (sem lesões) e o grupo 4 (>15,1% de lesões), foi constatado que a cada aumento de 1% na área lesionada dos pulmões ocorreu uma redução de 1,8 gramas de peso. Financeiramente, suínos que apresentam lesões pulmonares ao abate deixam de promover um retorno de até U$ 6,55 maior ao produtor.

Já a Circovirose suína, doença multifatorial também endêmica no Brasil cujo principal agente responsável é o Circovirus suíno tipo 2 (PCV2), tem como características importantes a queda da imunidade dos animais afetados, com progressão lenta e taxa de mortalidade que pode ficar próxima a 20%, mas com potencial para alcançar patamares de 60% em plantéis não imunizados contra o agente. Considerada a maior causa de refugagem em rebanhos suínos, o PCV2 tem sido associado a diversas síndromes e manifestações clínicas, como a Síndrome de Dermatite e Nefropatia dos Suínos (SDNS), falhas reprodutivas, enterites, Pneumonia Proliferativa Necrosante, Doenças do Complexo Respiratório dos Suínos (DCRS) e Síndrome Multissistêmica de Definhamento Suíno (SMDS).

A infecção pelo PCV2 é descrita em todos os tipos de granjas, incluindo as de ciclo completo, e animais com baixo peso ao nascimento e ao desmame, assim como os mais leves ao início da engorda, apresentam maior suscetibilidade para o desenvolvimento da SMDS. Muitas das infecções por PCV2 são subclínicas, ocasionando apenas a redução dos índices produtivos das granjas sem qualquer outra sintomatologia.

Devido a importância sanitária e financeira tanto do PCV2 quanto da bactéria Mycoplasma hyopneumoniae, agentes endêmicos presentes na grande maioria das granjas do país, pesquisas sobre a interação destes dois microrganismos e o desencadeamento de PCVAD (Porcine Circovirus Associates Diseases, inglês para Doenças Associadas ao Circovírus Suíno) têm sido mais frequentes, como o realizado em 2017. No referido estudo, 40 suínos diagnosticados com Circovirose suína entre 3 e 16 semanas de vida foram necropsiados e submetidos a testes de PCR para a detecção de M. hyopneumoniae como agente concomitante. Os materiais de 6 animais foram positivos para o DNA de M. hyopneumoniae (15% das amostras), todos eles oriundos de granjas que não realizavam a imunização dos animais contra micoplasmose.

Proteção

Diante de tantos dados importantes, investir na imunização dos leitões é primordial para mitigar os impactos destas doenças na granja, e ela pode ocorrer por duas vias diferentes e que se completam: a imunização passiva via colostro e a imunização ativa por meio da vacinação dos animais.

Por vezes, a vacinação ou o manejo profilático contra uma gama de doenças na fase de maternidade e creche pode ser desafiador, principalmente por envolver a necessidade de manipulação dos leitões em uma sequência de procedimentos essenciais, acarretando na elevação do cortisol sistêmico, que também impacta na qualidade da proteína produzida. Mas deixar de prevenir não pode ser uma opção.

A prevenção por meio de vacinação contra estes e outros agentes que impactam diretamente os índices produtivos das granjas é basilar para toda a cadeia, tendo em vista a presença global destes microrganismos e a dificuldade de sua eliminação total no ambiente.

Um experimento recente realizado no Brasil mostrou que a combinação de vacinas contra Circovirose e Pneumonia Enzoótica em dose única melhora a saúde dos pulmões e a lucratividade da granja, proporcionando mais bem-estar para os animais e reduzindo o número de manejos.

Os animais que utilizaram a imunização combinada apresentaram 34,28% dos pulmões broncopneumônicos (PA), enquanto os animais que receberam outras vacinas disponíveis no mercado brasileiro apresentaram 41,22% da PA. Além disso, o grupo vacinado com o produto combinado teve, na média, 16g a mais de ganho de peso diário, 0,03% melhor conversão alimentar e mortalidade 0,16% menor, fatores que geraram um lucro de R$ 18,30 por suíno.

O impacto econômico obtido no experimento foi extremamente relevante e o procedimento menos estressante para os suínos em comparação com a vacinação dupla. Soluções modernas e robustas, pensadas em facilitar o manejo e garantir a saúde e bem-estar dos animais da granja, já estão disponíveis no mercado e elas precisam estar cada vez mais no radar dos suinocultores.

As referências bibliográficas estão com o autor. Contato: mayra@assiscomunicacoes.com.br.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor suinícola acesse gratuitamente a edição digital de Suínos. Boa leitura!

 

 

Fonte: Por Pedro Filsner Médico-veterinário, mestre e doutor em Epidemiologia Gerente nacional de serviços veterinários da unidade de suínos da Ceva Saúde Animal

Suínos / Peixes

Brasil detém 32% do mercado global de cortes congelados de carne suína

Santa Catarina desponta como líder nas exportações de cortes cárneos congelados de suínos em 2023, com uma impressionante fatia de 56%. O Rio Grande do Sul e o Paraná seguem atrás, com 23% e 14% de participação, respectivamente.

Publicado em

em

Foto: Divulgação/Arquivo OPR

O Departamento de Economia Rural (Deral) do Paraná divulgou, na quinta-feira (25), o Boletim de Conjuntura Agropecuária, trazendo um panorama abrangente dos setores agrícolas e pecuários referente à semana de 19 a 25 de abril. Entre os destaques, além de ampliar as informações sobre a safra de grãos, o documento traz dados sobre a produção mundial, nacional e estadual de tangerinas.

Segundo dados da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), a produção global de tangerinas atingiu a marca de 44,2 milhões de toneladas em 2022, espalhadas por uma área de 3,3 milhões de hectares em 68 países. A China, indiscutivelmente, lidera nesse cenário, com uma contribuição de 61,5% para as colheitas mundiais e dominando 73,1% da área de cultivo da espécie. O Brasil, por sua vez, figura como o quinto maior produtor, com uma fatia de 2,5% das quantidades totais.

No contexto nacional, o Paraná se destaca, ocupando o quarto lugar no ranking de produção de tangerinas. Cerro Azul, situado no Vale do Ribeira, emerge como o principal centro produtor do país, respondendo por 9,2% da produção e 8,4% do Valor Bruto de Produção (VBP) nacional dessa fruta. Não é apenas Cerro Azul que se destaca, mas outros 1.357 municípios brasileiros também estão envolvidos na exploração desse cítrico.

Cortes congelados de carne suína

Além das tangerinas, o boletim também aborda a exportação de cortes congelados de carne suína, um mercado no qual o Brasil assume uma posição de liderança inegável. Detentor de cerca de 32% do mercado global desses produtos, o país exportou aproximadamente 1,08 bilhão de toneladas, gerando uma receita de US$ 2,6 bilhões. Os Estados Unidos aparecem em segundo lugar, com uma participação de 29%, seguidos pela União Europeia (23%) e pelo Canadá (15%).

No cenário interno, Santa Catarina desponta como líder nas exportações de cortes cárneos congelados de suínos em 2023, com uma impressionante fatia de 56%. O Rio Grande do Sul e o Paraná seguem atrás, com 23% e 14% de participação, respectivamente.

 

Fonte: Com informações da AEN-PR
Continue Lendo

Suínos / Peixes

O que faz o Vale do Piranga ser o polo mineiro de incentivo à suinocultura?

Além de oferecer oportunidades de aprendizado e capacitação por meio de seminários, ampliando as habilidades dos colaboradores de granjas e profissionais da área, feira facilita o acesso dos produtores rurais do interior mineiro às mais recentes tecnologias do agronegócio.

Publicado em

em

Foto: Divulgação/Arquivo OPR

A Suinfair, maior feira de suinocultura de Minas Gerais, acontece no Polo Mineiro de Incentivo à Suinocultura, situado no Vale do Piranga, uma área que se destaca nacionalmente pela sua produção suinícola. Esta região representa, aproximadamente, 35% do rebanho de suínos de Minas Gerais, produzindo anualmente cerca de 370 milhões de quilos de carne suína. O trabalho diário de levar alimento à mesa de diversas famílias faz com que mais de cinco mil empregos sejam gerados diretamente pela suinocultura, além das mais de trinta e cinco mil pessoas que trabalham indiretamente na área.

Com um histórico consolidado, a região foi oficialmente reconhecida como Polo Mineiro de Incentivo à Suinocultura por meio de legislação, o que fortalece ainda mais a cadeia produtiva local. Nesse contexto, a Suinfair surge como uma iniciativa voltada para as necessidades específicas dos suinocultores.

Além de oferecer oportunidades de aprendizado e capacitação por meio de seminários, ampliando as habilidades dos colaboradores de granjas e profissionais da área, a Suinfair facilita o acesso dos produtores rurais do interior mineiro às mais recentes tecnologias do agronegócio.

Desde equipamentos estruturais até grandes máquinas agrícolas e robôs, os suinocultores têm a chance de conhecer de perto as inovações do mercado e estabelecer contatos diretos com os fabricantes. Isso resulta na concretização de negócios baseados em condições justas, fomentando o crescimento dos produtores e incentivando a presença dos fornecedores na região.

A Suinfair é, portanto, um evento feito sob medida para a suinocultura, representando uma oportunidade única de aprendizado, networking e desenvolvimento para todos os envolvidos nesse importante segmento do agronegócio.

Fonte: Assessoria Suinfair
Continue Lendo

Suínos / Peixes

PorkExpo Brasil & Latam 2024 abre inscrições para receber trabalhos científicos do mundo inteiro

Disputa científica tradicional da suinocultura vai distribuir R$ 6 mil em dinheiro e reconhecer as quatro pesquisas mais inovadoras da indústria da carne suína.

Publicado em

em

Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Inscrições para envio de trabalhos científicos à PorkExpo Brasil & Latam 2024 estão abertas. Esse é um convite conhecido da suinocultura internacional há mais de duas décadas. Encontro inovador, que debate de ponta a ponta a cadeia produtiva da suinocultura, vai confirmar mais uma vez a tradição de incentivar as pesquisas da indústria mundial da carne suína, com a Mostra de Trabalhos Científicos, que será realizada nos dias 23 e 24 de outubro, no Recanto Cataratas Thermas Resort & Convention, em Foz do Iguaçu (PR).

O evento reúne o 12º Congresso Latino Americano de Suinocultura e o 2º Congresso Nacional Mulheres da Suinocultura, que seguem com as inscrições abertas aqui.

A 12ª edição convida pesquisadores e estudiosos para contribuir com seus conhecimentos e inovações. “Em cada edição da PorkExpo são recebidos ao menos 200 trabalhos”, exalta a CEO da PorkExpo Brasil & Latam 2024, Flávia Roppa

Neste ano, a premiação vai premiar quatro pesquisas científicas, sendo três referencias e um grande vencedor. O total da premiação chega a R$ 6 mil.

Flávia explica que os trabalhos devem abranger temas essenciais à atividade, como produção, sanidade, bem-estar animal, marketing da carne suína, economia, extensão rural, nutrição, reprodução, aproveitamento de resíduos e meio Ambiente, refletindo a amplitude e profundidade tecnológica que o setor apresenta a cada década que passa. “A PorkExpo apoia consistentemente o conhecimento por parte dos pesquisadores, professores, profissionais e estudantes, que buscam inovações para subsidiar a produção de campo, a indústria de processamento e o aumento do consumo da nossa carne pelos consumidores. Um propósito que ratificamos em duas décadas. E esperamos pela participação máxima desses estudiosos, do mundo inteiro”, enfatizou Flávia.

Inscrições

Os trabalhos precisam ser totalmente inéditos e entregues impreterivelmente até o dia 11 de agosto, podendo ser redigidos em Português, Inglês ou Espanhol. “Todos serão submetidos pelo site da Universidade Estadual do Oeste do Paraná. Os inscritos precisam informar o e-mail, telefone para contato e endereço completo de uma pessoa que vai ser a responsável pelo trabalho para futuros contatos com a organização do evento”, informa a CEO da PorkExpo.

Os interessados devem enviar os trabalhos formatados em duas páginas, em papel A4 (21 x 29,7 cm), digitados no Word para Windows, padrão 6.0 ou superior e salvos na extensão .doc, fonte dos textos em Arial, para o endereço: flavia@porkexpo.com.br. “Não serão aceitos trabalhos fora do padrão”, reforça Flávia.

Todas as informações referentes às inscrições e normas de redação podem ser consultadas clicando aqui. Os autores dos trabalhos avaliados pela Comissão Científica serão comunicados da sua aceitação ou não. “Participe e faça a diferença. Não perca a chance de participar desse movimento que define o amanhã da suinocultura. Junte-se aos líderes que estão construindo o futuro da indústria mundial de carnes”, convida Flávia, acrescentando: “Esperamos por sua ideia eficiente e inovadora”.

Fonte: Com informações da assessoria PorkExpo Brasil & Latam
Continue Lendo
CBNA – Cong. Tec.

NEWSLETTER

Assine nossa newsletter e recebas as principais notícias em seu email.