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Avicultura

Mãos que resgatam: Da depressão à avicultora de sucesso

Dona Celsi Sandmann começou a frequentar grupos de mulheres cooperadas, fez cursos de empreendedorismo, recuperou a saúde, a autoestima e fez despertar uma avicultora de sucesso

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Era o início dos anos 2000. O mundo não havia acabado conforme as profecias anunciavam, mas dona Celsi Sandmann não estava bem. Depois de vender as vacas por problemas de saúde e ficar só com os suínos, ela se sentiu triste, deprimida. O marido, Günter, trabalhava de motorista carregando suínos enquanto ela cuidava da pequena propriedade rural, pertinho da cidade de Santa Helena, no Oeste do Paraná. As dificuldades do dia a dia inerentes do pequeno produtor colocavam ainda mais a saúde de dona Celsi em xeque. Na cooperativa, ela deu o pulo do gato. Começou a frequentar grupos de mulheres cooperadas, fez cursos de empreendedorismo, recuperou a saúde, a autoestima e fez despertar uma avicultora de sucesso. Hoje o casal tem 12 alqueires, cinco aviários, duas granjas de suínos, quatro caminhões, mas especialmente algo que não se produz nem se compra: esperança.

“Tivemos um problema de saúde e vendemos o plantel de vacas que a gente tinha. Investimos o dinheiro em caminhões para transporte de suínos. O Günter trabalhava com os caminhões e eu fiquei só com alguns suínos. Conforme fui recuperando minha saúde, me senti deprimida sem as minhas vaquinhas. Foi quando ouvi falar do trabalho com mulheres da cooperativa. Procurei a coordenadora do grupo, ela me mandou um convite e eu fui participar. Não só a participar, mas a conhecer o cooperativismo. Também me associei à Lar. Fiz cursos, inclusive o Empreendedor Rural, comecei a fazer parte do Comitê Central na Coordenação das Mães. Foi muito gratificante. Foi uma faculdade para mim”, lembra Celsi. “Hoje passa um filme na cabeça da gente”, alegra-se.

Com o gás renovado, a produtora decidiu apostar na avicultura. “Eu pensei, a avicultura deve ser uma atividade boa. Em um curso, fiz um projeto para avicultura em nossa propriedade. Conversei com pessoas que já estavam na atividade, fiz tudo detalhado, desde os custos com lenha, tudo para convencer o marido que a gente precisava investir”, comenta. O empenho deu certo. Em setembro de 2005, o casal alojou o primeiro lote de aves, do primeiro aviário. Era o reinício.

“Pra fazer o primeiro aviário foi mais difícil. A gente viu que um só não iria ser o suficiente. Então fizemos o segundo e o terceiro. Agora, fizemos mais dois, uma para nós e outro para a filha Luana, que já está se preparando para assumir a propriedade”, comenta. Os primeiros lotes desses dois novos aviários foram retirados no início de julho. Ao todo, hoje são cerca de 110 mil frangos sendo produzidos simultaneamente na propriedade. Tem ainda mil suínos em terminação e a construção de mais uma granja para outros 1,2 mil suínos.

Nova oportunidade

Na cooperativa, Celsi e o marido encontraram não só a mão amiga que a resgatou da depressão. Encontraram oportunidades. A história deles começa bem antes do sucesso na avicultura. Bem antes e bem diferente. “Saímos de Concórdia e viemos para cá em 1980. Tinha um alqueire de terra e nenhum palmo de esperança. A gente tinha dois filhos pequenos, 14 porcas e umas vacas. Eu cuidava o sítio, ia buscar pasto na beira do lago, levava filho junto com poucos dias de nascido. Enquanto isso, o Günter trabalhava de motorista para a cooperativa. Eram tempos bem difíceis, era sofrido. Na verdade, a gente tinha pouca esperança, não conseguia enxergar um futuro melhor”, recorda a produtora.

Não demorou muito e, em 1982, se tornaram associados da cooperativa Lar. Poucos anos depois, a empresa terceirizou os fretes. Quem era motorista como Günter teve a oportunidade de se manter. Assim, decidiram vender as vacas para investirem caminhões, que até hoje transportam suínos para a Lar.

Com a mudança de perfil da cooperativa, de agrícola para agroindustrial, as oportunidades começaram a ficar mais claras e o futuro se desenhava mais empolgante, avalia a cooperada. Para ela e para os filhos. “Eu participava do grupo de mães e sempre falava nos encontros que eu estimulava meus filhos a estudar para que eles não sofressem o que a gente sofreu. Para que eles tivessem oportunidades que a gente não teve na época”, conta.

Deu certo. Os três filhos formados estão bem estabelecidos no mercado de trabalho. Luana é a mais nova, engenheira agrônoma que vai assumir os negócios da família. “Hoje a cooperativa dá oportunidades para ficar na propriedade”. Se antes Celsi estimulava os filhos a procurar emprego na cidade, hoje não mais. “Inclusive eu e a Luana fizemos o curso de herdeiros do campo. Hoje ela tem oportunidades que a gente não teve. Por enquanto ela nos ajuda, mas já está se preparando para assumir a propriedade”, comenta. “Hoje pensamos em sucessão, mas antigamente a gente não via esperança pra eles”, menciona. “Se não fosse as oportunidades que a cooperativa dá, e lógico, com muito trabalho nosso, hoje a coisa seria bem diferente”, confidencia Celsi.

Ela gaúcha de Lajeado. Ele natural de Concórdia, SC. Se estabeleceram em Santa Helena, sob as mãos do cooperativismo, e construíram uma história que começou desesperançosa, mas hoje se mostra bela, otimista e feliz. “Tenho orgulho de ser associada de uma cooperativa, principalmente sendo a Lar. Ela me deu a oportunidade de aprendizado”, salienta dona Celsi.

Mais informações você encontra na edição de Aves de julho/agosto de 2018 ou online.

Fonte: O Presente Rural

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Avicultura

Apesar de isolado, foco de Newcastle no Rio Grande do Sul preocupa setor

Uma eventual suspensão das compras de carne de frango brasileira que exceda os 21 dias do embargo já imposto pelo próprio País pode resultar em um aumento acentuado da disponibilidade interna da proteína, seguido de fortes quedas de preços.

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Foto: Shutterstock

A confirmação de um foco da doença de Newcastle numa granja comercial de frangos no município de Anta Gorda (RS), na região do Vale do Taquari, no final da semana passada, vem deixando o setor em alerta.

Segundo pesquisadores do Cepea, uma eventual suspensão das compras de carne de frango brasileira que exceda os 21 dias do embargo já imposto pelo próprio País pode resultar em um aumento acentuado da disponibilidade interna da proteína, seguido de fortes quedas de preços, podendo, inclusive, afetar a relação de competitividade com as concorrentes bovina e suína.

Diante disso, no curto prazo, pesquisadores do Cepea explicam que devem ocorrer ajustes no alojamento de aves.

O Brasil é, atualmente, o maior exportador de carne de frango do mundo. No segundo trimestre, os embarques superaram em 12,1% os dos três primeiros meses do ano e em 4,1% os de abril a junho do ano passado, conforme dados da Secex compilados e analisados pelo Cepea.

 

Fonte: Assessoria Cepea
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Área de emergência zoossanitária para contenção da doença de Newcastle é limitada a cinco municípios gaúchos

Durante sua vigência, há o isolamento sanitário da área afetada, com a restrição da movimentação de material de risco relacionado à disseminação da doença, incluindo o direcionamento de trânsito por vias públicas para desinfecção, ou mesmo o bloqueio de acessos.

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Foto: Julia Chagas

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) restringiu a área de abrangência da emergência zoossanitária para contenção da doença de Newcastle, limitando-a aos municípios que estão no raio de dez quilômetros a partir do foco confirmado: Anta Gorda, Doutor Ricardo, Putinga, Ilópolis e Relvado. O Governo do Estado publicou, na quinta-feira (25), decreto em que declara estado de emergência de saúde animal nos mesmos municípios.

Inicialmente, o Ministério havia publicado, em 18 de julho, uma portaria colocando todo o Rio Grande do Sul em estado de emergência zoossanitária. “O trabalho da Secretaria da Agricultura foi essencial para a revisão do perímetro do estado de emergência zoossanitária no Rio Grande do Sul. Foi com nossos dados e informações que o Ministério se embasou para tomar esta decisão”, detalha a diretora do Departamento de Vigilância e Defesa Sanitária Animal da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (DDA/Seapi), Rosane Collares.

O estado de emergência tem duração de 90 dias, podendo ser prorrogado em caso de evolução do estado epidemiológico. Durante sua vigência, há o isolamento sanitário da área afetada, com a restrição da movimentação de material de risco relacionado à disseminação da doença, incluindo o direcionamento de trânsito por vias públicas para desinfecção, ou mesmo o bloqueio de acessos.

Até quarta-feira (24), o Serviço Veterinário Oficial do estado já havia vistoriado todas as propriedades dentro do raio de três quilômetros (área perifocal) e iniciava revisitações a estes locais. Foram visitados 78% dos estabelecimentos incluídos no raio de dez quilômetros (área de vigilância) a partir do foco. Somando as duas áreas, são 858 propriedades no total, entre granjas comerciais e criações de subsistência.

As barreiras sanitárias continuam funcionando, ininterruptamente, em quatro pontos na área perifocal e dois locais na área de vigilância. Até o momento, foram abordados 726 veículos alvo na área perifocal e 415 na área de vigilância.

Após o caso confirmado que levou ao decreto de estado de emergência zoossanitária, não houve novas suspeitas de foco da doença. Duas amostras coletadas no município de Progresso, com suspeita fundamentada de síndrome respiratória e nervosa das aves, foram encaminhadas para o Laboratório Federal de Defesa Agropecuária de Campinas (SP) e apresentaram resultado negativo.

Todas as suspeitas da doença, que incluem sinais respiratórios, neurológicos ou mortalidade alta e súbita em aves, devem ser notificadas imediatamente à Secretaria da Agricultura, por meio da Inspetoria ou Escritório de Defesa Agropecuária, pelo sistema e-Sisbravet ou pelo WhatsApp (51) 98445-2033.

Fonte: Assessoria Seapi
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Avicultura

Carne de frango ganha cada vez mais espaço na mesa do brasileiro

Preço acessível, alto valor nutricional e ampla aceitação cultural e religiosa estão entre as vantagens da proteína.

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Produção do frango é mais rápida e sustentável do que outras proteínas - Foto: Jonathan Campos

Considerada uma das melhores opções nutricionais para compor o cardápio, a carne de frango é a proteína animal mais consumida no Brasil. A preferência é atribuída a vários fatores, incluindo preço acessível, alto valor nutricional, versatilidade na culinária e ampla aceitação cultural. De acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), em 2023, o consumo per capta de carne de frango no país chegou a aproximadamente 45,1 kg, confirmando suas vantagens nutricionais e acessibilidade econômica. Em 2009, o consumo individual no Brasil era de 37,5 kg por ano, mas vem crescendo a cada ano.

Nesse mercado, o Paraná é o maior produtor e exportador de aves e derivados do Brasil. O estado é responsável por cerca de 36% da produção nacional, além de 42% do volume de exportações do segmento. O empresário Roberto Kaefer, presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar), destaca que os mercados nacional e internacional estão atentos às vantagens e ao custo-benefício da carne de frango, o que vem impulsionando a demanda gradativamente. “Além do consumo interno, o produto brasileiro tem compradores em diversos países, em especial na Ásia e Oriente Médio, que são locais com grande demanda em função de questões religiosas e culturais”, analisa.

Em países com predominância de culturas muçulmanas e hindus, o consumo de carne bovina é proibido ou restrito devido às práticas religiosas. O frango, por outro lado, é amplamente aceito, pois não está sujeito às mesmas restrições religiosas. “Além disso, a culinária asiática e do Oriente Médio inclui muitas receitas tradicionais que utilizam carne de frango”, comenta Kaefer.

Custo-benefício

A eficiência produtiva da carne de frango é outro diferencial. Cassiano Marcos Bevilaqua, diretor associado de Marketing LatCan, explica que a produção de frango possui um ciclo significativamente mais curto e econômico comparado a outras proteínas animais. Segundo ele, um frango consome cerca de 1,5 kg de ração para cada quilo de carne produzida, levando aproximadamente 42 dias para atingir o peso ideal de abate. O prazo é bem inferior ao da produção de suínos e bovinos, que têm ciclos de produção muito mais longos e menos eficientes.

Bevilaqua fala que um porco, por exemplo, precisa consumir 3 kg de ração e leva mais de 150 dias para ser abatido. No caso do boi, a taxa de conversão é de 4×1 e precisa de pelo menos dois anos para ser abatido. “Por ter um ciclo mais rápido e mais eficiência produtiva, o frango elimina menos dejetos, consome menos alimento e necessita de menos espaço para a produção, o que torna a carne de frango muito mais sustentável do que as demais”, esclarece.

Dieta equilibrada

Foto: Divulgação/OP Rural

Um dos grandes atrativos da carne de frango é o seu valor nutricional. Trata-se de um alimento rico em proteínas de alta qualidade e que fornece todos os aminoácidos essenciais que o corpo humano necessita, segundo a USDA National Nutrient Database. Em 100 gramas de peito de frango cozido, por exemplo, há cerca de 31 gramas da proteína, essencial para o crescimento e reparação dos tecidos.

Outra vantagem é o baixo teor de gorduras saturadas, especialmente quando consumida sem pele, com aproximadamente 3,6 gramas de gordura total por 100 gramas, e um total de 165 kcal. A carne de boi, por outro lado, contém mais gorduras saturadas (10g de gordura total por 100g de carne magra cozida) e é mais calórica (250 kcal por 100g). O mesmo ocorre com os suínos, que tem de 10 a 12g de gordura total por 100g de carne magra cozida e 242 kcal.

Composição nutricional

Roberto Alexandre Yamawaki, gerente de Serviços Técnicos e Produtos para a América Latina da Hubbard, aponta outros benefícios nutricionais. Ele pontua a presença de nutrientes que são essenciais para a dieta, tais como aminoácidos essenciais e proteínas de alta qualidade, importantes para a construção e reparação de tecidos, bem como para a produção de enzimas e hormônios.

Segundo o especialista, o consumo regular de carne de frango oferece múltiplos benefícios para a saúde. A inclusão da proteína na dieta pode ajudar no controle de peso, fortalecer o sistema imunológico, melhorar o crescimento muscular e fornecer energia sustentável.

Entre os nutrientes presentes no frango estão Omega-6 e colina, vitaminas do Complexo B – como Vitamina B3 (Niacina), Vitamina B6 (Piridoxina) e a Vitamina B12 (Cobalamina) –, além de minerais como fósforo, selênio e zinco. “A carne de frango possui vários benefícios específicos que a torna uma escolha adequada e popular para o consumo. Pois ela possui uma grande versatilidade culinária, o que a torna uma opção prática para diferentes refeições e estilos de culinária”, reforça.

Sindiavipar

O Sindiavipar representa as indústrias de produtos avícolas. A carne de frango produzida no Paraná é exportada para 150 países.

O processamento de aves no Paraná se concentra em 29 municípios e 35 indústrias. Além disso, a avicultura gera 95,3 mil empregos diretos e cerca de 1,5 milhão de empregos indiretos no Estado. São mais de 19 mil aviários, aproximadamente e 8,4 mil propriedades rurais distribuídas em 312 municípios paranaenses. As indústrias associadas ao Sindiavipar são responsáveis por 94% da produção estadual.

Segundo o Relatório da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), o Brasil ocupa o primeiro lugar no mercado global de carne de frango, sendo o principal exportador do produto.

 

Fonte: Assessoria Sindiavipar
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