Notícias 33,6% de participação
Líder nacional em proteína animal, Paraná aumenta produção de frangos e suínos em 2021
Números do IBGE reforçam o Estado como líder em produção de proteínas animais e protagonista no setor de frangos, com 33,6% de participação do País.
O Paraná ampliou o bom desempenho que tem na produção de proteínas animais em 2021. No ano passado, o Estado foi o que mais abateu frangos, reforçando a liderança no setor, com 33,6% de participação nacional, o que representa 20,2 pontos percentuais acima de Santa Catarina, segundo colocado. Também houve crescimento expressivo na suinocultura, com abate de 786,36 mil cabeças a mais que em 2020. Nesse segmento, o Estado é o segundo colocado, com 20,3% de participação, atrás de Santa Catarina, com 28,4% do abate nacional.
Em carne bovina, houve redução no abate em todo o país e o Paraná seguiu a tendência, com 238,96 mil cabeças a menos em comparação a 2020, queda de 16,1%. Os números divulgados nesta terça-feira (15) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que, somados carnes bovina, suína e de frango, o Paraná produziu 6,213 milhões de toneladas em 2021.
O levantamento mostra ainda que o Estado está na segunda colocação em produção de ovos de galinha, com 9% de participação, atrás de São Paulo, que lidera com 27,7% da produção. Os laticínios que atuaram sob algum tipo de serviço de inspeção sanitária captaram, em 2021, 25,08 bilhões de litros, queda de 2,2% sobre a quantidade do ano anterior. O Paraná tem 14% de participação, ficando atrás apenas de Minas Gerais, que produziu 24,7% do leite nacional.
“O ano passado ainda foi de muito desafio para os produtores de proteínas animais, devido às condições climáticas que prejudicaram pastagens, mas as demandas internas e externas ajudaram a manter a comercialização e evitar maiores perdas aos pecuaristas do Estado”, observou o secretário da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara.
“Olhando para o futuro, diante dos investimentos que têm sido feitos com novos frigoríficos ou ampliação dos existentes, somado ao novo status de excelência sanitária, a perspectiva é de que o Estado continue em bom crescimento na produção de suínos e frangos, e que outras proteínas animais venham a fazer parte dessa evolução”, complementou.
Frango
A pesquisa, realizada em granjas com mais de 10 mil aves, mostra que, no Brasil, foram abatidas 6,176 bilhões de cabeças de frango, o que representou aumento de 2,8% (+169,87 milhões) em relação a 2020, alcançando recorde da série histórica do IBGE iniciada em 1997. Em praticamente todos os estados foram observados números superiores aos praticados no ano anterior, com o destaque paranaense, que abateu 67,89 milhões de cabeças a mais (3,4% de crescimento), bem acima de Goiás, segundo colocado, com 47,10 milhões de cabeças.
Em relação à produção de carne de frango, o aumento no Brasil foi de 6%, consolidando-se em mais de 14,6 bilhões
de toneladas. No Paraná, o crescimento em produção de carne foi superior ao nacional, elevando-se em 8,1% sobre 2020. De janeiro a dezembro de 2021, o Estado produziu mais de 4,879 bilhões de toneladas.
Na avaliação do médico-veterinário Roberto Carlos de Andrade Silva, analista do setor de avicultura no Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento, tanto a alta nas exportações como no consumo interno justificam o crescimento. “Com a carne bovina alcançando preços mais elevados, o frango, o suíno e os ovos passaram a ser mais consumidos”, disse.
Em relação aos ovos de galinha, a produção nacional foi de 3,98 bilhões de dúzias, aumento de 0,2% em relação a 2020. Ainda que o porcentual seja baixo, foi registrado novo recorde na série histórica do IBGE. No Paraná, a produção de ovos em 2021 caiu 0,8% e fechou o ano com 358,2 milhões de dúzias, com o Estado mantendo a segunda colocação nacional. “O custo de produção das poedeiras subiu no último ano, o que levou produtores a ajustarem a produção”, ponderou Andrade Silva.
Suíno
O levantamento do IBGE apresenta o abate de 52,97 milhões de cabeças de suínos, representando aumento de 7,3% (+3,61 milhões de cabeças) em relação a 2020. Também em suínos, houve crescimento em quase todos os Estados, uma tendência que se observa desde que o instituto iniciou a análise do setor em 1997.
O Rio Grande do Sul liderou o abate, com o acréscimo de 909,57 mil cabeças, seguido por Santa Catarina, com 821,72 mil cabeças a mais que 2020. O Paraná ficou em terceira colocação em crescimento, com 786,36 mil cabeças a mais. O Estado fechou 2021 com 10,74 milhões de cabeças sendo abatidas.
Em relação ao volume de carne suína produzida, o Paraná foi responsável por 1,025 milhão de toneladas, um aumento de 9% comparativamente a 2020. O Estado ficou atrás apenas de Santa Catarina, que produziu 1,403 milhão de toneladas. Já o Brasil alcançou a cifra de 4,890 milhões de toneladas de carne suína, volume 9% superior ao do ano anterior.
Segundo o analista de suinocultura do Deral, Edmar Gervásio, o resultado foi impulsionado pela retomada do consumo no final de 2021 e as expectativas de um cenário favorável para as exportações diante do status de livre da febre aftosa sem vacinação alcançado pelo Estado. “Outro fator importante que incentivou uma produção maior pela cadeia foi a substituição da proteína bovina, que em geral tem preços maiores, pela suína e de frango, em razão da escalada de preços em 2021”, disse.
Bovino
Em abates bovinos, o Brasil teve em 2021 uma redução de 7,8% em relação a 2020, no segundo ano em que o desempenho é negativo. O pior mês foi setembro, com queda de mais de 650 mil cabeças comparativamente ao mesmo mês do ano anterior, o que reflete o início do embargo de 40 dias às exportações brasileiras, particularmente para a China, devido a casos de “vaca louca” em Minas Gerais e Mato Grosso. O IBGE observou uma recuperação somente em dezembro, quando foram abatidas 39 mil cabeças a mais que no mesmo mês de 2020.
No Paraná, o número de cabeças bovinas abatidas em 2021 foi de pouco mais de 1,2 milhão, representando queda de 16% em relação ao ano anterior. Em volume de produção de carne, o Estado alcançou 308,7 mil toneladas, com redução de 14%. No Brasil, foram produzidas 7,408 milhões de toneladas de carne bovina, volume 5,3% menor que em 2020. Elas resultaram do abate de 27,5 milhões de cabeças, redução de 7,8% em relação ao ano anterior.
Segundo o médico veterinário Fábio Mezzadri, analista de pecuária no Deral, além dos problemas de doenças e a escassez de pastagens devido à estiagem, a valorização recorde dos preços médios dos bezerros e da arroba bovina foram importantes fatores para a retenção de fêmeas, que foram destinadas às atividades reprodutivas. Tanto que, em âmbito nacional, foram abatidas 9,31 milhões de cabeças de fêmeas, que é o menor número desde 2004.
“Somem-se todos esses fatores, aliados ainda à alta nos custos de produção, sobretudo em relação ao milho e soja, que tiveram valorizações muito grande, e o resultado não poderia ter sido outro senão a redução na quantidade de abates”, afirmou Mezzadri.
Colunistas
Sucessão familiar no agro: como atrair os jovens para o campo?
É fundamental que os jovens vejam o campo como um espaço onde tradição e inovação se complementam e coexistem de forma harmoniosa.
A sucessão familiar no agronegócio tem se tornado um dos grandes desafios para o setor rural, especialmente em um contexto em que os jovens estão cada vez mais imersos em tecnologia e afastados das práticas tradicionais da agricultura. Esse distanciamento ameaça a continuidade das atividades no campo, principalmente em regiões onde o trabalho artesanal, como a delicada colheita de grãos de café, ainda desempenha um papel fundamental para a economia local e a preservação da cultura agrícola.
O grande desafio está em demonstrar que o trabalho rural pode ser sinônimo de oportunidades, crescimento pessoal e profissional, desde que haja um equilíbrio entre inovação tecnológica e respeito aos métodos tradicionais.
Para garantir a continuidade das propriedades rurais e a manutenção da produção, é essencial adotar estratégias que tornem o campo mais atraente para as novas gerações. Investir em tecnologia e inovação é um dos principais caminhos, pois permite modernizar as atividades agrícolas, tornando-as mais eficientes e rentáveis. Além disso, a introdução de práticas sustentáveis e a adoção de modelos de gestão mais profissionalizados podem despertar o interesse dos jovens que buscam alinhamento com causas ambientais e sociais.
Outro fator crucial é a educação e capacitação voltadas para o agronegócio. Oferecer programas de treinamento e especialização em áreas como agroecologia, gestão rural e empreendedorismo pode preparar melhor os jovens para assumir a liderança das propriedades familiares. Incentivos governamentais, como acesso a crédito e políticas de apoio à agricultura familiar, também são fundamentais para facilitar essa transição. Criar um ambiente onde os jovens se sintam valorizados e capazes de inovar é essencial para garantir a sucessão familiar e a sustentabilidade do setor agrícola a longo prazo.
É fundamental que os jovens vejam o campo como um espaço onde tradição e inovação se complementam e coexistem de forma harmoniosa. Integrar tecnologias modernas às práticas agrícolas tradicionais pode não apenas preservar o legado familiar, mas também abrir novas oportunidades de crescimento e desenvolvimento sustentável no setor rural.
Notícias
A importância da pesquisa agropecuária
A pesquisa para gerar conhecimento que fundamenta as novas tecnologias; de outro, a aquisição dessas tecnologias para aplicação na produção.
O acelerado desenvolvimento do setor primário da economia, nas últimas décadas, resultou dos avanços da pesquisa científica na esfera da Embrapa, das Universidades, dos centos de pesquisa privados e dos grandes grupos da indústria da alimentação. De um lado, a pesquisa para gerar conhecimento que fundamenta as novas tecnologias; de outro, a aquisição dessas tecnologias para aplicação na produção.
Apesar disso, ainda é necessário fomentar a pesquisa agropecuária brasileira para turbinar os níveis de investimento público em patamares equivalentes aos dos principais concorrentes do Brasil no mercado mundial. O caminho natural é a Embrapa, capitaneando uma cadeia de pesquisa, que envolve as Universidades e outros centros de pesquisa. A ideia é fortalecer as ferramentas de gestão de órgãos públicos e estimular as parcerias público-privadas, inclusive com cooperativas agropecuárias, com o fomento de estudos que efetivamente contribuam para o maior desenvolvimento, sustentabilidade e competitividade do setor agropecuário. Essa integração pode facilitar a captação de investimentos na geração de inovações de alto impacto para o enfrentamento dos desafios do agro brasileiro.
Em Santa Catarina, por exemplo, que se destaca no incremento da produção de leite, esse reforço na pesquisa poderia começar com a instalação de um núcleo de pesquisas voltadas ao gado leiteiro, com ênfase para forrageiras. Nas pequenas unidades de produção a atividade proporciona importante fonte de renda para as famílias rurais. A atividade exibe notável desenvolvimento técnico da produção, especialmente da genética e sanidade.
Quinto produtor nacional, o setor tem sofrido uma intensa concentração da produção. Para a pecuária leiteira tornar-se mais competitiva, há a necessidade da pesquisa de forrageiras para identificar variedades mais adaptadas à região. A melhoria da qualidade da alimentação do rebanho proporcionará um salto notável na elevação da produção e da renda dos produtores.
A proposta consiste na instalação de uma unidade da Embrapa no Estado de Santa Catarina para a pesquisa de forrageiras e outras tecnologias voltadas à produção de leite e, também, gado de corte. Os pastos hoje utilizados, via de regra, são de espécies provenientes de regiões distantes e de baixa adaptação ao microclima, resultando em limitado desenvolvimento e baixa eficiência nutricional.
A empresa mantém em Concórdia a Embrapa Suínos e Aves, com pesquisas em suínos e aves e tecnologias correlatas, especialmente de proteção ao meio ambiente. O novo núcleo de pesquisa poderia ser criado junto a Embrapa de Concórdia (SC). O foco seria a produção e manejo de forragem, o que geraria conhecimentos para a melhoria da alimentação animal, além da possibilidade de agregar valor ao leite pelo sistema de produção a pasto.
Atualmente, a Embrapa desenvolve pesquisas voltadas à pecuária de leite em três unidades: a de gado de leite, voltada às soluções para o desenvolvimento sustentável do agronegócio do leite em Juiz de Fora (MG); a unidade Pecuária Sudeste, com ênfase na eficiência e sustentabilidade da produção em São Carlos (SP) e a unidade Pecuária Sul que desenvolve pesquisas em bovinocultura de corte e leite, ovinocultura e forrageiras nos campos sulbrasileiros, compreendidos pelos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, em Bagé (RS).
As cooperativas agropecuárias são atores estratégicos no apoio aos programas de pesquisa científica, como testemunham inúmeras ações em passado recente.
Notícias Atenção produtor rural
Prazo para declaração do ITR encerra em 30 de setembro, alerta Faesc
Documento deve ser enviado por meio do Programa Gerador da Declaração do ITR, que está disponível no site da Receita Federal.
O prazo para a Declaração do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (DITR), referente ao exercício de 2024, vai até 30 de setembro. A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc) alerta para que o produtor rural fique atento ao prazo para evitar multas.
De acordo com a Instrução Normativa RFB nº 2.206/2024 é obrigatório apresentar a declaração de pessoa física ou jurídica, proprietária, titular do domínio útil ou possuidora de qualquer título, inclusive a usufrutuária, um dos condôminos ou um dos compossuidores.
A declaração deve ser enviada por meio do Programa Gerador da Declaração do ITR, que está disponível no site da Receita Federal. Além disso, continua sendo possível a utilização do Receitanet para a transmissão da declaração.
O imposto é obrigatório para todo o imóvel rural, exceto para os casos de isenção e imunidade previstos em lei, portanto o produtor deve ficar atento aos prazos de envio do documento para não pagar multas e juros. E caso o contribuinte verifique algum erro após o envio da declaração, ele deve fazer a retificação por meio do Programa ITR 2024.
A declaração do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural é composta pelo Documento de Informação e Atualização Cadastral do ITR (DIAC) e pelo Documento de Informação e Apuração do ITR (DIAT).
O contribuinte, cujo imóvel rural já esteja inscrito no Cadastro Ambiental Rural (CAR), deve informar o respectivo número do recibo de inscrição. O pagamento do imposto poderá ser feito através do Documento de Arrecadação de Receitas Federais (DARF), ou via QR Code (Pix).
No dia 24 de julho, o Governo Federal publicou a Lei n° 14.932/2024 que retira a obrigatoriedade de utilização do Ato Declaratório Ambiental (ADA) para a redução do valor devido do ITR. Entretanto, a Receita Federal, por meio da Instrução Normativa (IN) 2.206/2024, ainda obriga o produtor rural a apresentar a ADA neste ano.
A CNA e a Faesc trabalham para que a Receita faça a revisão da normativa o mais breve possível. Mesmo com a lei em vigor, recomendam manter o preenchimento do ADA via Ibama, para fins de exclusão das áreas não tributáveis do imóvel rural e inserção do número do recibo na DITR 2024.
O contribuinte pode conferir o Valor de Terra Nua (VTN) 2024 publicado no site da Receita Federal pelas Prefeituras conveniadas. A FAESC lembra que, caso os valores não estejam de acordo com os requisitos determinados pela Instrução Normativa RFB n° 1.877/2019, deve ser feita denúncia por meio do Sindicato Rural junto à Delegacia Regional da Receita.