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VOZ DO COOP

Suínos / Peixes Saúde Animal

Lawsonia intracellularis: um inimigo que pode estar oculto

Medidas de prevenção são extremamente importantes para garantir o sucesso da produção

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Artigo escrito por Luciana Fiorin Hernig, médica veterinária e coordenadora Técnica da Boehringer Ingelheim

A Lawsonia intracellularis é o agente causador da ileíte ou enterite proliferativa suína. É comum associarmos este agente apenas aos casos da doença nos quais encontramos animais pálidos, com diarreia sanguinolenta (Imagem 1) e alta mortalidade. Entretanto, sabe-se que Lawsonia está disseminada pelas granjas, principalmente nas fases de crescimento e terminação.

Então, será que estamos deixando de contabilizar os prejuízos gerados, principalmente nos casos em que não há diarreia com sangue a alta mortalidade? Quando acompanhamos um lote desuniforme, com fezes amolecidas apenas (Imagem 2), associamos automaticamente a outras causas, como problemas com a qualidade da ração, ambiência etc. Entretanto, estes são também sinais clínicos da forma crônica da ileíte, mas que nem sempre é investigada. Além disso, quando a ileíte se manifesta na forma subclínica, pode haver perda do desempenho zootécnico dos suínos, como piora na conversão alimentar e redução no ganho de peso diário, levando a desuniformidade do lote, o que causa prejuízos financeiros. Nestes casos, os animais infectados ainda são fonte de disseminação do agente.

Os estudos já mostraram que a Lawsonia intracellularis é um agente altamente prevalente nas granjas no mundo, podendo ser encontrada entre 90 e 100% dessas no Brasil. A bactéria é excretada nas fezes dos suínos, contaminando o ambiente e pode ser facilmente disseminada através das botas, lâmina d’água, presença de fezes nos bebedouros/comedouros, roedores, moscas etc.

Normalmente, o uso de antimicrobianos na ração e/ou via água de bebida é a estratégia adotada para controle da Lawosnia nas granjas, porém esta tática não elimina o agente completamente do ambiente. Tem-se, portanto, o risco de infecção dos animais e, muitas vezes, casos de ileíte aguda na janela de retirada de antimicrobianos pré-abate, com altas perdas. Além disso, pode haver casos da doença nas formas crônica e subclínica que nem são diagnosticados ao longo das fases de crescimento e terminação.

Neste sentido, há ainda um fator importante a ser considerado, que é a busca pelo uso prudente de antimicrobianos na suinocultura. Associado a essa redução no número e quantidade de moléculas utilizadas, principalmente como preventivo, alguns patógenos que pareciam inexistentes na granja, “reaparecem” ou “são descobertos”, como é o caso da Lawsonia, e causam ainda mais perdas.

A identificação da Lawsonia na granja pode ser facilmente investigada através da análise laboratorial de fezes e sangue, identificando assim a quantidade desta bactéria que está sendo excretada (PCR quantitativo das fezes), pois há trabalhos mostrando que cargas acima de 104 de Lawsonia por grama de fezes já estão associadas a lesões no intestino. Além disso, coleta-se sangue para verificar em qual fase os suínos apresentam anticorpos contra a bactéria (sorologia). Desta forma, é possível conhecer a dinâmica do agente na realidade de cada propriedade e adequar as melhores ferramentas para redução da pressão de infecção.

Tendo em vista que a Lawsonia está presente nas granjas e causa prejuízos ao desempenho dos animais, e, por consequência, financeiras, as medidas preventivas têm ganhado força nos sistemas de produção. Além da biosseguridade, uma ferramenta de extrema importância no processo de prevenção que se destaca neste sentido é o uso de vacina. Contudo, formular um protocolo de vacinação com sucesso é um trabalho que exige conhecimento, pesquisa de agentes e clareza sobre os produtos disponíveis no mercado.

No caso da Lawsonia intracellularis, já existe vacina com tecnologia para ser fornecida por via oral que se assemelha a infecção natural pela bactéria, induz uma imunidade robusta sem causar a doença. Além disso, a vacina via oral respeita o bem-estar dos animais, pois não provoca reações adversas locais (edema no local da aplicação, por exemplo) e/sou sistêmicas (febre). Desta forma, os animais conseguem manter seu comportamento natural, tendo em vista que não ficam abatidos, nem reduzem consumo de ração, e podem expressar todo seu potencial zootécnico. Há ainda o benefício ao bem-estar dos humanos, pela facilidade de aplicação, que pode ser individual, na caixa d’água (Imagem 3), dosador, ração líquida ou até sobre a ração seca (Imagem 4).

Sabe-se ainda que a Lawsonia causa danos aos enterócitos (células do intestino) e pode estar acompanhada de outros patógenos como a Salmonella, causando consequências ainda maiores. Por isso, optar por uma vacina que além de proteger para Lawsonia, já tenha reconhecidamente estudo provando a redução da excreção de Salmonella também é uma ótima opção para proteção do rebanho.

Considerando-se, portanto, que a Lawsonia intracellularis é um agente que está presente na maioria das granjas e que este agente pode causar perdas expressivas no desempenho dos suínos, as medidas de prevenção são extremamente importantes para garantir o sucesso da produção. O uso de antimicrobianos não garante que o suíno não vá se infectar e sofrer perdas no seu desempenho. Por isso, a melhor opção é associar as medidas de biosseguridade à utilização de uma vacina que seja prática, segura e respeite o bem-estar, para imunizar e proteger os animais.

Outas notícias você encontra na edição de Suínos e Peixes de julho/agosto de 2021 ou online.

Fonte: O Presente Rural

Suínos / Peixes

Brasil conquista dois novos mercados para pescados na Índia

Agronegócio brasileiro alcançou a 30ª abertura comercial internacional apenas neste ano. Nos últimos 16 meses, foram abertos 108 novos mercados em 50 países.

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Foto: Shutterstock

A missão do ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, à Índia em novembro do ano passado segue gerando resultados positivos para o Brasil. Após encontros com Shri Parshottam Rupala, ministro da Pesca, Pecuária e Lácteos da Índia e Kamala V Rao, CEO da Autoridade de Segurança dos Alimentos da Índia, o Brasil obteve, na última sexta-feira (19), a confirmação da abertura de dois novos mercados: pescado de cultivo (aquacultura) e pescado de captura (pesca extrativa).

O anúncio se soma a expansões recentes da pauta agrícola do Brasil para o país asiático. Nos últimos 12 meses, o governo indiano autorizou a importação de açaí em pó e de suco de açaí brasileiros.

Em 2023, a Índia foi o 12º principal destino das exportações agrícolas brasileiras, com vendas de US$ 2,9 bilhões. Açúcar e óleo de soja estiveram entre os produtos mais comercializados.

Segundo o Agrostat (Estatísticas de Comércio Exterior do Agronegócio Brasileiro), nos três primeiros meses deste ano, o Brasil exportou mais de 12 mil toneladas de pescado para cerca de 90 países, gerando receitas de US$ 193 milhões. Esse valor mostra um aumento de mais de 160% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando as vendas foram de US$ 74 milhões.

“Seguimos comprometidos em ampliar a presença dos produtos agrícolas brasileiros nas prateleiras do mundo. Essa estratégia não apenas abre mais oportunidades internacionais para nossos produtos e demonstra a confiança no nosso sistema de controle sanitário, mas também fortalece a economia interna. Com as recentes aberturas comerciais estamos gerando mais empregos e elevando a renda dos produtores brasileiros”, ressaltou o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Mapa, Roberto Perosa.

Com estes novos mercados, o agronegócio brasileiro alcançou a 30ª abertura comercial internacional apenas neste ano. Nos últimos 16 meses, foram abertos 108 novos mercados em 50 países.

Fonte: Assessoria Mapa
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Suínos / Peixes

Peste Suína Clássica no Piauí acende alerta

ACCS pede atenção máxima na segurança sanitária dentro e fora das granjas

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Presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Losivanio Luiz de Lorenzi - Foto e texto: Assessoria

A situação da peste suína clássica (PSC) no Piauí é motivo de preocupação para a indústria de suinocultura. A Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) registrou focos da doença em uma criação de porcos no estado, e as investigações estão em andamento para identificar ligações epidemiológicas. O Piauí não faz parte da zona livre de PSC do Brasil, o que significa que há restrições de circulação de animais e produtos entre essa zona e a zona livre da doença.

Conforme informações preliminares, 60 animais foram considerados suscetíveis à doença, com 24 casos confirmados, 14 mortes e três suínos abatidos. É importante ressaltar que a região Sul do Brasil, onde está concentrada a produção comercial de suínos, é considerada livre da doença. Portanto, não há risco para o consumo e exportações da proteína suína, apesar da ocorrência no Piauí.

 

Posicionamento da ACCS

O presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Losivanio Luiz de Lorenzi, expressou preocupação com a situação. Ele destacou que o Piauí já registrou vários casos de PSC, resultando no sacrifício de mais de 4.300 suínos. Com uma população de suínos próxima a dois milhões de cabeças e mais de 90 mil propriedades, a preocupação é compreensível.

Uma portaria de 2018 estabelece cuidados rigorosos para quem transporta suínos para fora do estado, incluindo a necessidade de comprovar a aptidão sanitária do caminhão e minimizar os riscos de contaminação.

Losivanio também ressaltou que a preocupação não se limita aos caminhões que transportam suínos diretamente. Muitos caminhões, especialmente os relacionados ao agronegócio, transportam produtos diversos e podem não seguir os mesmos protocolos de biossegurança. Portanto, é essencial que os produtores mantenham um controle rigoroso dentro de suas propriedades rurais para evitar problemas em Santa Catarina.

A suinocultura enfrentou três anos de crise na atividade, e preservar a condição sanitária é fundamental para o setor. “A Associação Catarinense de Criadores de Suínos pede que todos os produtores tomem as medidas necessárias para evitar a entrada de pessoas não autorizadas em suas propriedades e aquel a que forem fazer assistência em visitas técnicas, usem Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) para minimizar os riscos de contaminação. Assim, a suinocultura poderá continuar prosperando no estado, com a esperança de uma situação mais favorável no futuro”, reitera Losivanio.

Fonte: ACCS
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Suínos / Peixes

Levantamento da Acsurs estima quantidade de matrizes suínas no Rio Grande do Sul 

Resultado indica um aumento de 5% em comparação com o ano de 2023.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Com o objetivo de mapear melhor a produção suinícola, a Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs) realizou novamente o levantamento da quantidade de matrizes suínas no estado gaúcho.

As informações de suinocultores independentes, suinocultores independentes com parceria agropecuária entre produtores, cooperativas e agroindústrias foram coletadas pela equipe da entidade, que neste ano aperfeiçoou a metodologia de pesquisa.

Através do levantamento, estima-se que no Rio Grande do Sul existam 388.923 matrizes suínas em todos os sistemas de produção. Em comparação com o ano de 2023, o rebanho teve um aumento de 5%.

O presidente da entidade, Valdecir Luis Folador, analisa cenário de forma positiva, mesmo com a instabilidade no mercado registrada ainda no ano passado. “Em 2023, tivemos suinocultores independentes e cooperativas que encerraram suas produções. Apesar disso, a produção foi absorvida por outros sistemas e ampliada em outras regiões produtoras, principalmente nos municípios de Seberi, Três Passos, Frederico Westphalen e Santa Rosa”, explica.

O levantamento, assim como outros dados do setor coletados pela entidade, está disponível aqui.

Fonte: Assessoria Acsurs
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