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Inovação na edição genômica do milho tropical pode acelerar pesquisa agrícola no Brasil

O resultado do novo estudo chegou a ser três vezes mais eficiente em tais linhagens quando comparado com o protocolo-modelo, que é baseado nas linhagens desenvolvidas para condições de clima temperado.

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Foto: Rafaela Duarte/GCCRC

Um artigo, publicado na revista Fronteiras na edição do genoma no início de dezembro, traz a aplicação de um protocolo de transformação genética do milho baseado no uso de “reguladores morfogênicos” para as linhagens da planta próprias às condições tropicais. O novo protocolo, considerado um avanço importante para acelerar a edição genômica de plantas de milho para a região tropical foi desenvolvido pelos pesquisadores do Centro de Genômica Aplicada às Mudanças Climáticas (GCCRC), uma iniciativa da Embrapa e da Unicamp, financiada pela Fapesp.

De maneira geral, as linhagens tropicais de milho não respondem de forma tão eficiente ao processo de transformação genética, necessária para os experimentos de edição genômica. O resultado do novo estudo chegou a ser três vezes mais eficiente em tais linhagens quando comparado com o protocolo-modelo, que é baseado nas linhagens desenvolvidas para condições de clima temperado.

A edição genômica na agricultura é considerada uma ferramenta poderosa diante das mudanças climáticas pois possibilita, por exemplo, o desenvolvimento mais rápido de variedades agrícolas mais tolerantes à seca, a doenças ou mais nutritivas. O estudo do centro de genômica aplicada ao clima foi realizado com plantas de uso proprietário e público, o que facilitará o acesso a novas pesquisas.

Atualmente, os quatro maiores produtores de milho do mundo são os Estados Unidos, China, Brasil e Argentina. Em 2023, o Brasil tornou-se o maior exportador, suplantando os Estados Unidos. A região tropical é responsável por 30% da produção mundial de cereais. Entretanto, a produtividade do milho em regiões tropicais é significativamente menor do que aquela nas áreas temperadas.

Segundo os autores do artigo, essa disparidade devido a desafios como a baixa fertilidade do solo, infestações de pragas e cultivo dependente da chuva, agravados por uma história de melhoramento genético recente em comparação com as variedades de milho temperadas.

As linhagens de milho usadas como modelo de estudo são, em sua maioria, de regiões temperadas, cujo desempenho nos testes de campo no Brasil não é esmagador. “Estas plantas não estão adaptadas ao clima tropical, e assim não têm um desempenho tão bom nessas regiões”, explica José Hernandes, autor do estudo que desenvolveu a pesquisa durante seu estágio de pós-doutoramento no centro de genômica.

Outra barreira nos processos de edição de milho é a baixa eficiência dos protocolos tradicionais de transformação genética. A transformação é um método pelo qual um DNA externo – que, neste caso, contém genes que promovem a edição genômica – é introduzido em células, permitindo a expressão ou alteração de genes específicos.

Na pesquisa, os autores exploraram uma nova estratégia de biologia molecular que está sendo bastante promissora na transformação de milho: o uso de genes que estimulam o processo de regeneração das plantas transformadas, os chamados genes reguladores morfogênicos. “O protocolo que usamos, desenvolvido pelo nosso colaborador Laurens Pauwels, na Bélgica, foi preparado para uma linhagem temperada e funcionou muito bem para mais da metade das tropicais que testamos”, relata o pesquisador Ricardo Dante da , um dos autores do estudo.Embrapa Agricultura Digital

Três das cinco linhagens tropicais foram transformadas com sucesso usando a estratégia de expressão de genes morfogênicos, chegando a taxas de eficiência três vezes maiores do que a mídia dos protocolos que não usam essa estratégia, alcançando 6,63%. “Agora temos uma linhagem de estudo mais adaptada às condições de campo local” aponta Hernandes. Isto significa linhagens com alta susceptibilidade à transformação, capacidade de gerar plantas saudáveis ​​e agronomicamente adequadas para estudos em condições reais de produção no País.

Instituições públicas brasileiras na ponta

Outra preocupação do grupo de pesquisadores foi realizar os testes utilizando simultaneamente linhagens comerciais brasileiras e linhagens não-proprietárias. Estas últimas vieram do Centro Internacional de Melhoramento de Milho e Trigo (CIMMYT), uma organização sedada no México que conserva germoplasmas de milho. O Centro de Genômica tornou-se o repositório nacional de algumas linhagens da coleção de germoplasma do centro mexicano no Brasil. Qualquer instituição que queira utilizar este material pode entrar em contato com o centro. “É importante que tenhamos instituições públicas liderando este processo, para que todo o mundo possa ter acesso ao conhecimento gerado”, observa a pesquisadora Juliana Yassitepe, da Embrapa Agricultura Digital, outra autora do estudo.

Segundo os autores, os resultados do estudo expandem a disponibilidade atual de plantas que podem ser geneticamente editadas com sucesso, o que vai acelerar a pesquisa biotecnológica no país. “Agora que conseguimos editar e transformar o milho tropical vamos testar os genes desenvolvidos pelo Centro mais rapidamente e em condições de campo”, explica Yassitepe. O principal foco do centro é o desenvolvimento de linhagens de milho tolerantes à seca.

A pesquisa, que conto com o financiamento da Fapesp, é resultado da parceria do centro com o VIB (Vlaams Instituut voor Biotechnologie) da Bélgica, e com a pesquisadora visitante Sofya Gerasimova, do Instituto de Citologia e Genética, da Academia Russa de Ciências e da Universidade Estadual de Novosibirsk (Rússia), também atualizada pela Fapesp.

Fonte: Assessoria Centro de Pesquisa em Genômica para Mudanças Climáticas

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Faesc celebra publicação da lei que reduz burocracia para Declaração do Imposto Territorial Rural 

Medida retira a obrigatoriedade de utilização do ADA para redução do valor devido do ITR e autoriza o uso do CAR para o cálculo de área.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc) celebra a conquista da Lei 14.932/2024 que reduz a burocracia da Declaração do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (DITR) para os produtores. A legislação foi publicada, na última quarta-feira (24), no Diário Oficial da União pelo Governo Federal.

A medida retira a obrigatoriedade de utilização do Ato Declaratório Ambiental (ADA) para redução do valor devido do ITR e autoriza o uso do Cadastro Ambiental Rural (CAR) para o cálculo de área tributável do imóvel.

O presidente do Sistema Faesc/Senar e vice-presidente de finanças da CNA, José Zeferino Pedrozo, ressalta que a publicação da Lei representa um avanço para o agronegócio. “Nós, da Faesc, e demais federações, trabalhamos em conjunto com a CNA, pela desburocratização e simplificação da declaração do ITR para o produtor rural. Essa conquista significa menos burocracia, mais agilidade e redução de custos para o campo, o que é fundamental para impulsionar a competitividade e o desenvolvimento do setor produtivo”.

De acordo com o assessor técnico da CNA, José Henrique Pereira, com a publicação da Lei 14.932/2024, o setor espera a adequação da Instrução Normativa 2.206/2024 que ainda obriga o produtor rural a apresentar o ADA neste ano, para fins de exclusão das áreas não tributáveis do imóvel rural. “A nova Lei já está em vigor e desobriga a declaração do Ato Declaratório Ambiental, então esperamos que a Receita Federal altere a Instrução Normativa e que a lei sancionada comece a valer a partir da DITR 2024”, explicou.

A norma é originária do Projeto de Lei 7611/17, do ex-senador Donizeti Nogueira (TO) e de relatoria do deputado federal Sérgio Souza (MDB/PR). O texto tramitou em caráter conclusivo e foi aprovado pela Câmara dos Deputados em dezembro do ano passado.

De acordo com a IN 2.206/2024, o prazo para apresentação da DITR 2024 começa a partir do dia 12 de agosto e vai até 30 de setembro de 2024.

Fonte: Assessoria Faesc
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Sancionada lei que permite o uso do CAR para cálculo do ITR

Nova legislação permite que os produtores utilizem o Cadastro Ambiental Rural para calcular a área tributável, substituindo o atual Ato Declaratório Ambiental.

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Foto: Roberto Dziura Jr

A nova legislação permite que os produtores utilizem o Cadastro Ambiental Rural (CAR) para calcular a área tributável, substituindo o atual Ato Declaratório Ambiental (ADA). O governo federal sancionou na última terça-feira (23) a Lei 14932/2024, uma medida que visa modernizar o sistema de apuração do Imposto Territorial Rural (ITR) e reduzir a burocracia para os produtores rurais.

Ex-presidente da FPA, deputado Sérgio Souza, destaca que medida visa a modernização do sistema tributário rural – Foto: Divulgação/FPA

Aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJC) da Câmara dos Deputados em dezembro de 2023, o projeto de lei (PL 7611/2017) foi relatado pelo ex-presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado Sérgio Souza (MDB-PR). O parlamentar destacou a importância da nova lei, afirmando que o CAR é um dos instrumentos mais avançados hoje para compatibilizar a produção com a preservação ambiental.

“O Cadastro Ambiental Rural é uma das ferramentas mais importantes do mundo em termos de compatibilização da produção agropecuária com os ditames da preservação ecológica. É, certamente, um instrumento que cada vez mais deve ser valorizado”, afirmou Sérgio Souza.

Atualmente, para apurar o valor do ITR, os produtores devem subtrair da área total do imóvel as áreas de preservação ambiental, apresentando essas informações anualmente ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), por meio do ADA. Esses mesmos dados também são incluídos no CAR, conforme exigência do Código Florestal.

Com a nova lei, essa duplicidade de informações será eliminada, facilitando o processo para os produtores. “Não faz sentido que o produtor rural seja obrigado a continuar realizando anualmente o ADA, uma vez que todas as informações necessárias à apuração do valor tributável do ITR estão à disposição do Ibama e da Receita Federal por meio do CAR”, ressaltou Sérgio Souza.

Fonte: Assessoria FPA
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Governo gaúcho anuncia medidas para atenuar perdas causadas pelas enchentes na cadeia leiteira

No Programa da Agrofamília, os R$ 30 milhões em bônus financeiros para custeio e investimentos no Plano Safra 2023/2024, estarão disponíveis a partir da segunda quinzena de agosto nas agências do Banrisul. Outros R$ 112,9 milhões serão destinados para a compra, pelo Estado, de leite em pó.

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Foto: Gisele Rosso

O pacote de medidas do Governo do Rio Grande do Sul para reerguer a agricultura gaúcha após a tragédia climática que assolou a produção primária inclui ações específicas destinadas ao setor do leite: bônus de 25% em financiamentos e compra de leite em pó. “Chegam em boa hora e são importantes porque beneficiam o pequeno produtor com subvenção, que é fundamental. Além da compra do leite em pó num volume considerável”, destaca Darlan Palharini, secretário-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat).

No Programa da Agrofamília, os R$ 30 milhões em bônus financeiros para custeio e investimentos no Plano Safra 2023/2024, estarão disponíveis a partir da segunda quinzena de agosto nas agências do Banrisul. Outros R$ 112,9 milhões serão destinados para a compra, pelo Estado, de leite em pó. A aquisição será feita junto às cooperativas gaúchas que não tenham importado leite, ao longo do ano vigente do programa, para atender mais de 100 mil crianças em municípios com Decreto de Calamidade.

O dirigente, que acompanhou o anúncio feito pelo governador Eduardo Leite e pelo secretário de Desenvolvimento Rural, Ronaldo Santini, na manhã desta quinta-feira (25/07), lembra que o setor ainda aguarda uma posição sobre a liberação do Fundoleite. “Recentemente, foi solicitado junto à Secretaria Estadual da Fazenda a atualização de saldos. A estimativa é dos valores se aproximem de R$ 40 milhões”, indica Palharini.

Fonte: Assessoria Sindilat-RS
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