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Bovinos / Grãos / Máquinas

Genética é mola propulsora das fazendas

Trabalhando com programas de melhoramento e tentando ampliar a qualidade e resistência dos animais, fazendas que vendem genética estão auxiliando o produtor brasileiro a ter e oferecer um produto de maior qualidade

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Com o surgimento de novas tecnologias a cada ano e a necessidade de ter a melhor genética para ter mais desempenho e fornecer a melhor carne tanto para o consumidor brasileiro quanto ao mercado externo, não é novidade para os criadores de gado de corte buscar o melhor no que o mercado oferece. Há fazendas no Brasil que se dedicam para ofertar a melhor genética com toda a tecnologia disponível. Tecnologia, certificação nacional de qualidade e genética de ponta são algumas das qualidades oferecidas pelas fazendas para os produtores.

Um exemplo é a CFM Agro-Pecuária, que com um rebanho superior a 30 mil cabeças de gado, trabalha com um programa de seleção de nelore, utilizando o Certificado Especial de Identificação e Produção (CEIP), certificado autorizado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). “De acordo com as regras do CEIP, a CFM está apta a comercializar como reprodutores apenas os 30% melhores machos de cada safra”, explica o responsável pela Pecuária da Fazenda CFM, Tamires Miranda Neto. Segundo ele, o critério de seleção da genética que será vendida são três: ganho de peso a pasto; fertilidade e precocidade; e carcaça de qualidade. “Os nossos animais contam com características como produtividade, funcionalidade, fertilidade, precocidade sexual, conformação de carcaça e outros atributos importantes para o sucesso da pecuária de corte”, informa.

O responsável conta que somente em 2016 foram mais de 1,5 mil reprodutores comercializados. “A CFM é referência na produção de touros comerciais para as condições brasileiras”, diz. A fazenda produz uma média de 1,5 mil touros por ano. Miranda Neto informa ainda que o programa de melhoramento tem um dos maiores bancos de dados individual de avaliação genética Nelore do país, com mais de 467 mil informações de animais desmamados. “Isso confere muito mais confiança aos dados e resultados do rebanho”, conta. Além disso, a fazenda utiliza também uma ferramenta de análise de DNA e marcadores moleculares para formação de banco de dados interno e uso desta técnica para identificação de paternidade dos lotes de reprodutores múltiplos. Atualmente, o rebanho da CFM é distribuído em propriedades de São Paulo, Mato Grosso do Sul e no Oeste da Bahia.

Outra fazenda que também tem investido pesado na genética para vender qualidade e ter um rebanho superior é a Casa Branca Agropastoril. Com cinco fazendas no Sul de Minas Gerais, com dois mil hectares, e uma fazenda em Mato Grosso, com 22 mil hectares, a Casa Branca trabalha com o melhoramento genético das raças angus, brahman e simental. E agora está investindo pesado também no programa de genômica, analisando o DNA de todos os animais da propriedade. “Com três anos de trabalho, já temos mais de três mil animais genotipados”, conta o gerente de Pecuária da Casa Branca, Heitor Pinheiro Machado.

Machado explica que a Fazenda deu um novo e importante passo para intensificar ainda mais o melhoramento genético e proporcionar máxima garantia de qualidade e confiabilidade dos animais em termos de funcionalidade, produtividade, eficiência e adaptabilidade. “Estamos fazendo a genotipagem em todos os animais do plantel. São mais de 1,5 mil produtos para coleta de DNA e análise. Esse trabalho nos permitirá diferenciar o nosso programa de melhoramento, atendendo as necessidades da pecuária moderna”, explica.

Ele informa que a fazenda buscou parceria com especialistas, como a equipe da Universidade Federal de Lavras (UFLA), liderada pela professora Sara Meirelles, que desde 2012 coordena provas de desempenho em touros jovens da propriedade; e do professor José Fernando Garcia, da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp), campus de Araçatuba, que é responsável pela genotipagem em chip de alta densidade de todos os animais. “O nosso objetivo é que em um futuro próximo a Casa Branca selecione os animais e faça o acasalamento na genealogia ou nos fenótipos desejados. Dessa forma, aumentaremos o ganho genético e teremos respostas à seleção mais rápido do que os métodos tradicionais de seleção”, afirma o gerente.

Neste projeto, Machado explica que a UFLA segue responsável pelas provas de desempenho e auxilia na coleta de dados fenótipos. Também irão ceder para essa fase da seleção genômica amostras de DNA os animais da Casa Branca que se encontram no banco de dados. “Dessa forma, será possível realizar um estudo de associação dos marcadores moleculares com fenótipos de interesse”, diz.

Para isso, o professor José Fernando Garcia coordenará o envio das amostras para o laboratório e a análise dos resultados, além de auxiliar na seleção e futuros acasalamentos. Garcia destaca que, na fase inicial, o projeto de genômica da Casa Branca está voltado para a seleção de bovinos angus e simental adaptados às condições tropicais. Já a próxima fase do investimento envolverá a análise da raça brahman. “Esse investimento permitirá à Casa Branca identificar e selecionar os animais mais resistentes e adaptados mais rapidamente, criando com isso a diferenciação necessária para a maior difusão das raças angus e simental no Brasil central”, explica Garcia. A finalidade do projeto, segundo ele, é ter uma genética ainda mais produtiva e confiável para contribuir para o crescimento da pecuária brasileira.

O objetivo da Casa Branca, de acordo com Machado, é selecionar animais que produzem mais e melhor, crescem mais rápido e cheguem a idade de abate mais cedo. “O resultado é a contribuição ao contínuo melhoramento dos indicadores de produção e reprodução da pecuária brasileira, seja na fertilidade sexual, velocidade de acabamento, qualidade da carne e, o mais importante, a funcionalidade”, afirma. Ele explica que dessa forma o produtor tem animais rigidamente selecionados para gerar bezerros mais pesados e com rápido ganho de peso, além de mais resistentes a pragas e parasitas.

Mais informações você encontra na edição de Bovinos, Grãos e Máquinas de junho/julho de 2017 ou online.

Fonte: O Presente Rural

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Bovinos / Grãos / Máquinas Em Uberaba (MG)

Casa do Girolando será inaugurada durante 89ª ExpoZebu

A raça Girolando terá agenda cheia na feira, incluindo lançamento do Ranking Rebanho, encontro com comitivas internacionais, julgamento e assembleia geral.

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Foto: Divulgação/Girolando

Tudo pronto para mais uma participação da raça Girolando na ExpoZebu (Exposição Internacional de Raças Zebuínas), que acontece entre sábado (27) e 05 de maio, em Uberaba (MG). A partir deste ano, a Associação Brasileira dos Criadores de Girolando passa a contar com um espaço fixo dentro do Parque Fernando Costa, a “Casa do Girolando”, onde recepcionará os visitantes ao longo de todo o evento.

A inauguração da Casa do Girolando será na próxima segunda-feira (29), a partir das 18 horas. “O parque é palco de importantes exposições ao longo de todo o ano, como a ExpoZebu e a Expoleite, que contam com a presença da raça Girolando. E agora poderemos atender a todos na Casa do Girolando, levando mais informação sobre a raça para os visitantes”, assegura o presidente da entidade, Domício Arruda.

Durante o evento, também acontecerá o lançamento do Ranking Rebanho 2023, que traz os melhores criadores que melhor desempenham o trabalho de seleção, produção e sanidade dentro de seus rebanhos. “O Ranking Rebanho é uma referência para os criadores de Girolando que buscam melhorar seus indicadores e, como consequência, elevar a rentabilidade de seus negócios”, diz o coordenador Técnico do Programa de Melhoramento Genético da Raça Girolando (PMGG), Edivaldo Ferreira Júnior. Outro evento marcado para o dia 29 de abril, a partir das 13h, é a Assembleia Geral Ordinária, para prestação de contas.

A associação ainda receberá comitivas internacionais durante a 89ª ExpoZebu. Estão agendados encontros com grupos da Índia e do Equador, quando serão apresentados os avanços da raça Girolando, que é uma das que mais exporta sêmen no Brasil.

Competições

A raça Girolando competirá em julgamento nos dias 29 e 30 de abril, pela manhã e tarde, sob o comando do jurado Celso Menezes. Participarão 120 animais de 17 expositores.

Fonte: Assessoria da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando
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Bovinos / Grãos / Máquinas

Embrapa propõe políticas para reaproveitamento de pastagens degradadas

Brasil tem pelo menos 28 milhões de hectares de áreas de pastagens em degradação com potencial para conversão em agricultura, reflorestamento, aumento da produção pecuária ou até para produção. de energia.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

O Brasil tem pelo menos 28 milhões de hectares (ha) de áreas de pastagens em degradação com potencial para conversão em agricultura, reflorestamento, aumento da produção pecuária ou até para produção de energia. O volume de hectares equivale ao tamanho do estado do Rio Grande do Sul.

O cerrado é o bioma com o maior número de áreas em degradação. Os estados com as  maiores áreas são o Mato Grosso (5,1 milhões de ha), Goiás (4,7 milhões de ha), Mato Grosso do Sul (4,3 milhões de ha), Minas Gerais (4,0 milhões de ha) e o Pará (2,1 milhões de ha).

Para ter uma ideia das possibilidades de reaproveitamento, se toda essas áreas fossem usadas para o cultivo de grãos (arros, feijão, milho, trigo, soja e algodão) haveria uma aumento de 35% a área total plantada no Brasil (comparação com a safra 2002/2023).

A extensão do problema e as diferentes possibilidades de reaproveitamento econômico dessas áreas fizeram o governo federal a criar no final do ano passado o Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas em Sistemas de Produção Agropecuários e Florestais Sustentáveis (Decreto nº 11.815/2023).

Para implantar o programa, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Embrapa, publicou em um livro mais de 30 sugestões de políticas públicas, que o país tem experiência e tecnologia desenvolvida para implantação.

Planejamento 
Apesar da expertise acumulada, a efetivação é um desafio. Cada área a ser recuperada exige estudo local. O planejamento das ações “deve levar em consideração informações sobre o ambiente biofísico, a infraestrutura, o meio ambiente e questões socioeconômicas. Além disso, é preciso avaliar o histórico de evolução pecuária no local e entender quais fatores condicionam a adoção dos sistemas vigentes”, descreve o livro publicado pela estatal.

A partir do planejamento, é necessário criar condições para o reaproveitamento das áreas: crédito, capacitação dos produtores e assistência. “É preciso integrar políticas públicas, fazer com que os produtores rurais tenham acesso ao crédito, ampliar o serviço de educação no campo, e dar assistência técnica e extensão rural para a estruturação de projetos e para haja um trabalho contínuo e não uma coisa pontual”, assinala o engenheiro agrônomo Eduardo Matos, superintendente de Estratégia da Embrapa.

Nesta sexta-feira (26), a empresa faz 51 anos de funcionamento. A cerimônia de comemoração, nesta quinta-feira (25), contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Um exemplar do livro foi entregue à comitiva presidencial.

No total, as áreas de pastagem ocupam 160 milhões de hectares, sendo aproximadamente 50 milhões de hectares formados por pasto natural e o restante pasto plantado. A área de produção de grãos totaliza 78,5 milhões de hectares, e as florestas plantadas para uso econômico ocupam uma área aproximada de 10 milhões de hectares.

De acordo com o IBGE, a atividade agropecuária ocupa mais de 15 milhões de pessoas no Brasil. Um terço desses empregos são na pecuária bovina (4,7 milhões). O país é o segundo maior produtor de carne bovina do mundo e o maior exportador (11 milhões de toneladas).

Fonte: Agência Brasil
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Bovinos / Grãos / Máquinas

Rentabilidade ao produtor de leite melhora impulsionada pela redução dos custos de produção e pela sazonalidade da oferta

Mercado de leite enfrenta um cenário desafiador, marcado por incertezas, queda na oferta interna e nos preços ao consumidor.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

O mercado nacional e global de leite ainda segue sob grandes incertezas. Na área internacional, os preços perderam um pouco o ritmo de elevação, influenciado principalmente, por uma menor demanda chinesa. Além disso, o gigante asiático vem estimulando a produção interna substituindo parte da importação.

O leite em pó integral fechou em US$3.269/tonelada no leilão GDT do dia 16 de abril. No mesmo mês em 2023 este preço estava no patamar de US$ 3.100/tonelada. Na Argentina, a oferta de leite segue complicada por uma piora na rentabilidade nas fazendas. Nos dois primeiros meses do ano, a produção de leite da Argentina caiu 13,6% na comparação com o mesmo período do ano passado.

Foto: Ari Dias

Já no mercado interno, as cotações de leite e derivados vêm reagindo, mas o cenário de menor competitividade em preços e queda de braço com as importações permanece. No primeiro trimestre de 2024, as importações brasileiras totalizaram 560 milhões de litros, com alta de 10,8% em relação a 2023. O diferencial de preços, tanto do leite em pó quanto do queijo muçarela, está mais favorável ao derivado importado.

Enquanto isso, governos estaduais tem se manifestado com medidas tributárias e fiscais para tentar reduzir a entrada de derivados lácteos oriundos do exterior. Vale lembrar que em 2023 as importações responderam por 9% da produção doméstica e um recuo nesse volume tende a deixar a oferta mais restrita, sustentando os preços internos. Mas também irá exigir uma resposta mais rápida da produção interna, suprindo a demanda brasileira.

Sazonalidade da produção de leite

A sazonalidade da produção de leite no Brasil é bastante pronunciada, mesmo considerando o crescimento dos sistemas de produção de maior adoção de tecnologias. Os meses de abril, maio e junho são aqueles de menor produção de leite e isso acaba refletindo nos preços neste momento. Os mercados de leite UHT e queijo muçarela tem registrado valorizações, ainda que modestas.

O preço ao produtor também vem registrando elevação, pelo quarto mês consecutivo.

Do ponto de vista macroeconômico, os indicadores de crescimento do PIB vêm melhorando, com perspectivas de expansão próxima de 2% em 2024. No comércio, as vendas dos supermercados seguem positivas, com expansão de 4,7% nos últimos 12 meses, enquanto a média do comércio em geral mostrou elevação de apenas 1,7%. Os indicadores do mercado de trabalho têm registrado crescimento importante. Em janeiro o salário real médio do brasileiro cresceu 4% sobre janeiro de 2023. O número de pessoas ocupadas também aumentou.

Foto: Fernando Dias

O preço dos lácteos ao consumidor, por outro lado, recuaram 2,8% nos últimos doze meses. No caso do UHT, a queda foi de 5,6%, o que acaba ajudando nas vendas. Neste mesmo período a inflação brasileira foi de 3,9%. Ou seja, os lácteos vêm contribuindo para redução da inflação brasileira neste momento.

Custo de produção

Na atividade de produção de leite, as informações de custo de produção têm mostrado um cenário mais positivo. Os preços de importantes insumos recuaram, contribuindo com queda no ICPLeite-Embrapa que, nos últimos 12 meses finalizados em março de 2024, apresentou recuo de 5,58%.

O farelo de soja recuou de 23% em relação a abril de 2023, ficando abaixo de R$2 mil/tonelada. No caso do milho, a queda foi também importante, com o cereal recuando 18,5% na comparação anual. Portanto, a combinação de recuo nos custos de produção com elevação no preço do leite vai sinalizando um ambiente de recuperação de rentabilidade para o produtor de leite, após um cenário difícil observado no segundo semestre de 2023.

Cadeia produtiva do leite

De todo modo, é importante avançar em uma agenda de competitividade da cadeia produtiva do leite, sobretudo com foco em melhorias na eficiência média das fazendas e na gestão. Tem sido observado uma heterogeneidade muito grande nos custos de produção de leite, em alguns casos com diferenças de até R$ 0,80 por litro. A importação traz perdas econômicas relevantes para o setor lácteo no Brasil, mas buscar cotações mais alinhadas ao cenário global é uma forma de reduzir estruturalmente as compras externas. Para isso a competitividade em custos é determinante. O momento ainda é de bastante incerteza, inclusive global. Internamente, a entressafra pode dar um fôlego para a alta recente dos preços de leite.

Fonte: Assessoria Centro de Inteligência do Leite
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