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Suínos / Peixes Do campo à logística para o supermercado

Frimesa pretende encerrar 2024 com mais de 10% de toda carne suína produzida no Brasil

Em uma entrevista exclusiva ao jornal O Presente Rural, o presidente da Frimesa, Elias Zydek, compartilhou os planos ambiciosos da empresa para o ano de 2024, revelando estratégias que visam um crescimento expressivo em sua produção e presença de mercado.

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Fotos: Divulgação/Frimesa

Em uma entrevista exclusiva ao jornal O Presente Rural, o presidente da Frimesa, Elias Zydek, compartilhou os planos ambiciosos da empresa para o ano de 2024, revelando estratégias que visam um crescimento expressivo em sua produção e presença de mercado. O destaque do ano anterior foi a inauguração de um novo frigorífico em Assis Chateaubriand, PR, que impulsionou a produção da Frimesa a um aumento de 23% no volume de abate em comparação a 2022.

Em 2024, Frimesa pretende atingir sete mil cabeças por dia no frigorífico de Assis Chateaubriand (PR), um salto significativo comparado às quatro mil atuais, fechando a primeira etapa da nova planta industrial

A cooperativa chegou no fim do ano passado com abate de cerca de 11 mil cabeças por dia (10.990). A Frimesa busca agora ocupar completamente o potencial desse novo empreendimento. “Em 2024, nossa meta é atingir sete mil cabeças por dia no frigorífico de Assis, um salto significativo comparado às quatro mil atuais, fechando a primeira etapa do novo frigorífico”, afirmou Zydek.

Para alcançar esse objetivo, a Frimesa planeja intensificar sua presença no mercado interno, expandindo suas operações para todos os estados de forma capilarizada.

Além disso, a estratégia inclui um aumento no volume a ser exportado, mantendo a proporção de 75% das vendas no mercado interno e destinando 25% para a exportação. “As estratégias de produção no campo já estão estabelecidas, com um planejamento que se estende até 2030. Agora, nos concentramos em cumprir as metas de 2024 através dos produtores e cooperativas filiadas”, ressaltou o presidente.

A Frimesa, que integra suinocultores em sua cadeia produtiva, planeja expandir seu número de produtores em 10%, totalizando 1.150 produtores em 2024, ante aos atuais 1.050 integrados. No entanto, o foco não está apenas em aumentar o número de produtores, mas principalmente em ampliar a escala de produção em cada propriedade. “O número de produtores que vamos aumentar não é assim tão significativo, mas vai aumentar em torno de 10%. O que mais vai aumentar é o número de matrizes por produtor, aumentando assim o tamanho da produção em cada propriedade. A estratégia maior é aumentar a escala de produção em cada produtor”, sustenta Zydek.

Presidente da Frimesa Cooperativa Central, Elias Zydek: “Quem está na área produtiva precisa ser otimista. Nós temos esse otimismo, essa vontade de trabalhar e fazer acontecer”

A empresa também tem planos para expandir sua presença geográfica, especialmente no Nordeste, mirando cidades do interior de toda a região. O objetivo é aumentar o número de clientes ativos de aproximadamente 49 mil para 61 mil até o fim deste ano. Para facilitar a distribuição, a Frimesa planeja abrir quatro novos Centros de Distribuição em Goiânia, Salvador, Belém do Pará e Recife ainda em 2024. Esses pontos estratégicos permitirão uma logística eficiente, atendendo à demanda crescente e facilitando a entrega aos clientes.

Crescimento sustentável

O presidente da Frimesa reitera o compromisso da cooperativa com um crescimento sustentável, destacando a responsabilidade assumida em fazer acontecer passo a passo o planejamento estratégico de longo prazo. A cooperativa, orgulhosa de sua iniciativa no cooperativismo, está dedicada a realizar a sustentabilidade no país, envolvendo desde os produtores até chegar à mesa do consumidor final. Zydek ressalta que, embora a responsabilidade aumente com essa abordagem integral, o orgulho e a satisfação de contribuir para a sustentabilidade de toda a cadeia produtiva compensam o desafio.

Em relação aos abates nos frigoríficos, a Frimesa estabeleceu ambiciosas metas para 2024. O planejamento estratégico prevê atingir uma média de 14.130 cabeças de suínos por dia até o fim do ano, somadas as três plantas industriais de Medianeira, Marechal Cândido Rondon e Assis Chateaubriand. Esse aumento significativo, de 5 mil para 7 mil abates diários (Assis) no decorrer do ano impulsionará a participação da Frimesa no abate nacional de 6,5% para 10,5%. “Nós queremos sair de 6,5% na participação nacional e chegar a 10,5%”, cravou.

Zydek ressalta que a presença da Frimesa já se destaca em lugares como Belém do Pará, onde a empresa é a líder em vendas de carne suína e derivados nos supermercados locais. No entanto, o desafio para este ano é expandir ainda mais, alcançando todas as redes de supermercados nas capitais dos estados do Nordeste. “Hoje, se você for, por exemplo, em Belém do Pará, nós somos a empresa que mais vende carne suína e derivados na rede de supermercados. O desafio deste ano é entrar em todas as redes das capitais dos estados do Nordeste”, afirma.

Foto: Jonathan Campos

O presidente enfatiza com isso que a Frimesa almeja não apenas um crescimento quantitativo, mas também busca uma presença consolidada em todas as redes de supermercados, reforçando sua posição como referência no mercado nacional. “Esse ambicioso plano de crescimento reflete a visão da cooperativa em ser um agente de transformação positiva na indústria suinícola brasileira, promovendo a sustentabilidade e a qualidade em toda a cadeia produtiva”, enaltece Zydek.

Desafios e oportunidades

O executivo detalhou os principais desafios e oportunidades que a cooperativa enxerga em 2024, revelando estratégias para garantir o crescimento sustentável da cooperativa. Zydek dividiu os desafios em dois grandes mundos: o interno, no qual a Frimesa possui maior controle, e o externo, que apresenta ameaças mais desafiadoras. No mundo interno, ele destacou a vulnerabilidade do custo de produção, especialmente em relação ao mercado de grãos, cujas oscilações podem impactar diretamente os custos de produção de suínos.

No que diz respeito ao mercado interno, o presidente enfatizou a importância de expandir a rede de distribuição e representantes para atingir a meta ambiciosa de crescimento de 33% nas vendas em 2024. Além disso, o desafio está em manter a proporção planejada de 75% das vendas no mercado interno e 25% no mercado externo. Para isso, a Frimesa busca a abertura de novos mercados, especialmente na Ásia. Países como Coreia do Sul, Filipinas, Índia, Malásia e Indonésia representam oportunidades promissoras, mas a entrada nessas regiões depende não apenas de esforços comerciais, lembra Zydek, mas também de negociações diplomáticas para superar barreiras comerciais. “A parte que cabe a nós, que temos domínio, é buscar novos países, novos clientes, novos mercados, coisas que a gente já está fazendo. Estamos viajando pela Ásia, que vai ser talvez a região que mais vai aumentar o consumo. Precisamos entrar em países como a Coreia do Sul, Filipinas, Índia, Malásia, Indonésia. Chile, México são outros grandes compradores. Isso também não depende só do ato comercial, depende do ato diplomático entre países para a abertura dos mercados, aquela abertura oficial. A ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal) está fazendo um trabalho excelente junto às embaixadas, junto ao Ministério da Agricultura, para acelerar a abertura desses novos mercados”, aponta Zydek.

Além disso, o presidente expressou preocupações sobre questões nacionais, como a iminente reforma tributária, a insegurança jurídica e

Foto: Jonathan Campos

as mudanças frequentes nas normativas, que geram incertezas para a produção, industrialização e trabalho.

O poder aquisitivo do consumidor também emerge como uma preocupação crucial para a Frimesa. Elias Zydek salientou que, embora a cadeia de produção da cooperativa possua a competência para responder ao aumento na produção, o crescimento dependerá substancialmente do ambiente macroeconômico, refletido no poder de compra dos consumidores.

Escala de produção 

Elias Zydek frisa que a importância estratégica da escala de produção tanto para os produtores quanto para a indústria como parte essencial do crescimento. Zydek enfatiza a necessidade de os produtores aumentarem a produtividade e a escala de lotes de matrizes em produção nas granjas. Essa estratégia não apenas visa a eficiência operacional, mas também busca diluir os custos fixos nas instalações, otimizando recursos e promovendo uma produção mais sustentável. “O produtor vai ter que aumentar a escala de produção na granja. Isso para diluir o custo fixo das suas instalações é muito importante”, salienta.

No setor de frigoríficos, o presidente apontou que a escala de abate deve crescer para se manter viável economicamente. Ele sugeriu que, a médio prazo, abater menos de cinco mil cabeças de suínos em uma planta pode se tornar inviável devido às exigências rigorosas relacionadas ao tratamento de resíduos, emissões e produtividade nas linhas de produção.

Investimentos em controle ambiental e a presença de profissionais especializados em diversas áreas são essenciais, e a escala é um fator determinante para justificar tais investimentos dentro de uma planta. “Você tem que ter profissionais responsáveis, seja na área de segurança, na de cuidar das pessoas, na área de engenharia, entre outras. E para você ter todos esses profissionais, você tem que ter uma escala que compense. É uma tendência também ter escala nas indústrias, porque, se não, não viabiliza”, frisa.

Presidente da Frimesa Cooperativa Central, Elias Zydek: “Vamos expandir a rede de distribuição e representantes para atingir a meta ambiciosa de crescimento de 33% nas vendas em 2024”

O presidente também compartilhou insights provenientes de um estudo realizado pela Frimesa em 2015, projetando tendências até 2030. Esse estudo abrangeu aspectos globais e nacionais, incluindo escala, produtividade, sanidade, sustentabilidade e questões ambientais. Ao enfatizar que a Frimesa é uma das plantas mais limpas em termos de sustentabilidade, Zydek reforçou o compromisso da cooperativa com práticas responsáveis desde o planejamento inicial. “A Frimesa integrou preocupações com o meio ambiente e a sustentabilidade em suas estratégias, o que se alinha aos crescentes demandas do mercado por práticas responsáveis e transparentes”, evidencia.

A Frimesa está claramente posicionada para enfrentar os desafios futuros, combinando uma visão estratégica de escala com um compromisso sustentável, reforçando seu papel como uma das líderes no setor de produção de suínos no cenário brasileiro. A entrevista continua explorando medidas específicas adotadas pela Frimesa para garantir segurança alimentar e enfrentar desafios contemporâneos, revelando uma abordagem proativa e adaptativa da cooperativa diante das dinâmicas do mercado.

Suíno Certificado

O presidente da Frimesa compartilhou detalhes sobre o programa “Suíno Certificado” até 2025, refletindo o compromisso da cooperativa com a produção sustentável e de alta qualidade. O programa tem como meta audaciosa certificar 100% da produção das propriedades ligadas à Frimesa nos próximos dois anos. Para atingir esse objetivo, Zydek destaca a importância de diversos pilares fundamentais. O primeiro deles é a preocupação ambiental, com as propriedades sendo exigidas a cumprir rigorosamente todas as normativas legais relacionadas à sustentabilidade.

A sanidade é outro ponto-chave, com a necessidade de procedimentos sanitários rigorosos nas propriedades, garantindo a qualidade do produto final. Além disso, o programa prioriza o bem-estar dos trabalhadores, assegurando que estejam formalmente registrados e trabalhando em condições adequadas.

A rastreabilidade, sustenta Zydek, é um elemento crucial do programa, exigindo que os produtores registrem todos os eventos na

Foto: Ari Dias

propriedade. “O produtor tem que registrar todos os eventos na propriedade, desde alimentação, nascimento, engorda, tudo para quando o consumidor comprar lá na ponta, ele saiba a origem, por onde passou, o que o suíno comeu, o que aconteceu na vida desses suínos”, menciona, destacando que essa transparência visa oferecer ao consumidor final informações detalhadas sobre a origem e as condições de vida dos suínos, fortalecendo a confiança e a conscientização.

No âmbito tecnológico, a Frimesa está implementando software avançado para garantir a rastreabilidade, acompanhando aspectos da produção e distribuição. O uso de satélites para rastrear caminhões, garantindo o bem-estar animal durante o transporte, é outra inovação. “Estamos implantando esses softwares que permitem a rastreabilidade em todo o trajeto, desde a programação no carregamento do suíno e o acompanhamento do caminhão via satélite, a fim de garantir o controle do bem-estar dos animais”, exemplifica.

Zydek destaca ainda a presença de tecnologia nas plantas de processamento, com robôs atuando na linha de abate e automação em vários setores. A empresa também está comprometida com práticas sustentáveis, investindo em tecnologias para embalagens não poluentes.

O presidente enfatiza a importância de uma abordagem cuidadosa na implementação de tecnologias, garantindo que todos os envolvidos na cadeia produtiva se beneficiem. A gestão eficiente do processo é vista como crucial para assegurar que a tecnologia contribua para a rentabilidade e sustentabilidade de toda a cadeia produtiva da Frimesa.

Expectativas para 2024

Em uma visão otimista para o ano de 2024, o presidente da Frimesa, compartilhou suas expectativas e desejos para o cenário da indústria de carne suína. Com um tom confiante, Zydek destacou a importância do otimismo na área produtiva e a determinação da cooperativa em fazer acontecer. “Quem está na área produtiva precisa ser otimista. Nós temos esse otimismo, essa vontade de trabalhar e fazer acontecer”, afirma.

Um dos pontos cruciais abordados pelo presidente é a necessidade de abrir novos mercados, um passo vital para o crescimento contínuo da Frimesa. Ele ressaltou a preferência por acordos bilaterais em detrimento de negociações realizadas por grupos ou blocos, indicando que esses acordos individuais podem ser mais ágeis e eficazes. “Entendemos que o governo tem que fazer mais acordos bilaterais e menos através de grupos ou blocos, porque acordos bilaterais têm avançado mais rapidamente, é o que a gente está sempre cobrando e auxiliando até o Ministério da Agricultura para que isso aconteça. Esperamos que os acordos bilaterais avancem mais rapidamente”, aponta.

Além disso, o presidente expressou a esperança de uma safra de grãos plena, sem aumento significativo nos custos de produção, ressaltando a importância desse fator para a estabilidade e competitividade da indústria suinícola. Zydek também destacou a necessidade de ampliar o mercado externo da carne de boi, visando reduzir a competição com a carne suína no mercado interno.

No contexto doméstico, as expectativas de Zydek convergem para um desejo por uma postura governamental menos ameaçadora e mais oportunista para a indústria de carne suína. Ele destacou a importância de um ambiente regulatório, que promova o crescimento e a prosperidade do setor.

As expectativas do presidente da Frimesa para 2024 refletem um olhar positivo para o futuro, destacando a importância de fatores como abertura de mercados, acordos bilaterais, estabilidade nos custos de produção e um ambiente regulatório favorável ao crescimento da indústria suinícola neste ano.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo na suinocultura acesse a versão digital de Suínos clicando aqui. Boa leitura!

Fonte: O Presente Rural

Suínos / Peixes

ACCS 65 anos: força e inovação na suinocultura catarinense

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Presidente Losivanio Luiz de Lorenzi: "Que podemos continuar juntos, superando desafios e construindo um futuro ainda mais promissor para a suinocultura e aos suinocultores catarinenses" - Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Fundada em 24 de julho de 1959, a ACCS surgiu em um momento determinante para a suinocultura em Santa Catarina. Na década de 1940, o Oeste Catarinense destacou-se na produção de suínos, impulsionado pela chegada de colonos do Rio Grande do Sul. Entre os pioneiros, Attílio Fontana, fundador da Sadia, viu o potencial da região e investiu na criação de suínos, transformando a produção local em um pilar econômico.

Inovação e melhoramento genético

Na virada da década de 1940 para 1950, a ACCS foi pioneira na introdução de práticas de melhoramento genético. Victor Fontana, sobrinho de Attílio, aplicou métodos racionais e técnicos de criação, resultando em ninhadas de leitões saudáveis e precoces. A Sadia distribuiu um fomento experimental, fornecendo matrizes e ração aos produtores que seguiram suas exigências de higiene e instalações, marcando o início de uma revolução na suinocultura.

Expansão e modernização

Nos anos 1960 e 1970, a ACCS ampliou suas atividades, implementando o registro genealógico dos suínos e promovendo a exposição de suínos que incentivavam a melhoria genética. Em 1976, sob a presidência de Paulo Tramontini, a ACCS liderou a criação da primeira central de inseminação artificial de suínos do Brasil, consolidando Santa Catarina como líder na produção de material genético de qualidade.

Evolução estrutural

A Central de Coleta e Difusão Genética da ACCS (CDG-ACCS), localizada na comunidade de Fragosos em Concórdia, representa um marco de inovação e excelência na suinocultura brasileira. Reinaugurada em 2016, a CDG-ACCS foi a primeira do Brasil a operar dentro dos padrões rigorosos de Bem-Estar Animal, incorporando as melhores genéticas do mercado e estabelecendo um alto padrão de sanidade e produtividade.

Com uma produção mensal de aproximadamente 19 mil doses de sêmen, a central não apenas impulsiona a qualidade genética dos rebanhos, mas também garante a sustentabilidade e a competitividade dos suinocultores catarinenses. O reconhecimento da CDG-ACCS como referência em produtividade e sanidade, destacado em reportagens especiais como a do Globo Rural, reforça seu papel na modernização e no desenvolvimento da suinocultura em Santa Catarina e no Brasil.

Parcerias e crescimento sustentável

Ao longo das décadas, a ACCS tem sido uma força importante na promoção e no desenvolvimento da suinocultura em Santa Catarina. Parcerias estratégicas com indústrias, cooperativas e entidades governamentais foram fundamentais para o crescimento do setor. A criação da Cooperativa Agroindustrial dos Suinocultores Catarinenses (Coasc) em 2014 exemplifica esse espírito cooperativo, ajudando produtores independentes a obter melhores condições na compra de insumos.

Desafios e superações

A ACCS não se limita a celebrar conquistas, mas também se destaca pelo seu papel de apoio em tempos de crise. A associação esteve presente em momentos de adversidade, mobilizando a classe e chamando a atenção para as necessidades e demandas dos suinocultores. Este espírito de luta e resiliência garante que os suinocultores continuem a desempenhar um papel vital na economia do país.

Uma voz ativa e presente

A ACCS se tornou uma referência, tanto para a imprensa quanto para os suinocultores. Com um site atualizado diariamente e participações ativas em comissões e eventos, a associação promove o diálogo entre produtores e especialistas, sempre inovações buscando e políticas públicas desenvolvidas ao setor.

Celebração e futuro promissor

Ao comemorar 65 anos, a ACCS reafirma seu compromisso com a inovação e a sustentabilidade do setor. O presidente Losivanio Luiz de Lorenzi destaca a importância de continuar unidos, superando desafios e construir um futuro ainda mais promissor para a suinocultura catarinense. “Que podemos continuar juntos, superando desafios e construindo um futuro ainda mais promissor para a suinocultura e aos suinocultores catarinenses,” ressalta.

A trajetória da ACCS é um exemplo de dedicação e sucesso, refletindo a força e a inovação que definem a suinocultura em Santa Catarina. Comemoramos não apenas o passado, mas também as possibilidades ilimitadas do futuro. Parabéns a todos que fazem parte dessa história!

Fonte: Assessoria ACCS
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Suínos / Peixes

Preços do suíno vivo têm movimentos distintos no Brasil

Aumentos foram influenciados pela firme demanda da indústria por novos lotes de animais para abate. As quedas em algumas praças, por sua vez, decorreram do típico enfraquecimento da procura na segunda quinzena do mês.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Os preços do suíno vivo e da carne vêm apresentando movimentos distintos dentre as regiões acompanhadas pelo Cepea.

Segundo pesquisadores deste Centro, os aumentos foram influenciados pela firme demanda da indústria por novos lotes de animais para abate.

Esse foi o caso dos mercados independentes do suíno vivo nos estados de São Paulo e do Rio Grande do Sul.

As quedas em algumas praças, por sua vez, decorreram do típico enfraquecimento da procura na segunda quinzena do mês, devido ao menor poder de compra da população, ainda conforme explicam pesquisadores do Cepea.

 

Fonte: Assessoria Cepea
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Suínos / Peixes Nutrição

Especialista aponta desafios e alternativas para melhorar desempenho zootécnico dos suínos

Penz ressalta ainda os avanços recentes na nutrição de suínos e como essas inovações impactam a eficiência alimentar, o crescimento, a saúde dos animais e a sustentabilidade da produção.

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Foto: Shutterstock

A qualidade nutricional dos alimentos não só influencia o desempenho dos animais, mas também afeta diretamente sua capacidade de digestão e absorção de nutrientes, bem como a quantidade de resíduos gerados. Durante o 16º Simpósio Internacional de Suinocultura (Sinsui), realizado nesta semana no Centro de Eventos da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, essa temática foi abordada pelo mestre em Zootecnia, doutor em Nutrição e professor titular da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Mário Penz.

O especialista vai participar do Painel Novos Desafios na produção de suínos – o que vem por aí?, em que vai tratar sobre “Onde estamos e para onde deveremos ir na área de Nutrição”. Em entrevista exclusiva ao Jornal O Presente Rural, o doutor em Nutrição enfatizou que quanto melhor compreendermos a qualidade dos ingredientes utilizados na formulação dos alimentos para suínos, mais eficiente será a produção dos animais e menores serão os impactos ambientais.

Penz ressalta ainda os avanços recentes na nutrição de suínos e como essas inovações impactam a eficiência alimentar, o crescimento, a saúde dos animais e a sustentabilidade da produção. Aborda temas como nutrição de precisão, ingredientes alternativos, redução do uso de antibióticos, nutrigenômica, considerações nutricionais por fase de crescimento, desafios ambientais, estratégias nutricionais para minimizar o estresse térmico e oportunidades para colaboração entre a indústria, academia e o poder público. Confira!

O Presente Rural – Quais são os avanços recentes na nutrição voltada à suinocultura e como essas inovações estão impactando a eficiência alimentar, o crescimento e a saúde dos suínos?

Mário Penz – Quanto mais conhecemos a qualidade dos ingredientes que são empregados na elaboração dos alimentos para os suínos, mais eficiente se torna a produção dos animais e menores são os efeitos poluidores, que podem ser causados pela indevida digestão dos nutrientes e pelo aumento dos dejetos produzidos. Por exemplo, vários nutricionistas calculam as necessidades energéticas dos animais com base nas energias líquidas dos ingredientes, enquanto outros ainda usam energia metabolizável ou, menos comum, energia digestível, ambas menos precisas que a expressão da energia, com base no conhecimento dos valores de energia líquida dos ingredientes.

O Presente Rural – Quais são os principais desafios que os nutricionistas enfrentam atualmente na formulação de dietas para suínos e como estão sendo abordados?

Mário Penz – Continua sendo o conhecimento da real composição dos ingredientes usados nas formulações das dietas para as diferentes fases de produção.

O Presente Rural – Como a nutrição de precisão está sendo aplicada na suinocultura e quais são os benefícios em termos de otimização dos recursos alimentares e redução dos custos de produção?

Mário Penz – Nutrição de precisão tem por objetivo, sempre um pouco paradoxal, oferecer aos animais nutrientes e energia líquida, de acordo com suas necessidades, nas diferentes fases de produção. Quando se lida com nutrição de populações, em diferentes fases de produção, o que se quer chegar é o mais perto do que os animais necessitam, desconsiderando várias diferenças que podem ocorrer por idade, sexo, linhagem, ambiente, propósito de produção, etc. Essa nutrição não obrigatoriamente é “de custo mínimo”.

O Presente Rural – Quais são as tendências emergentes na formulação de dietas para suínos, como a utilização de ingredientes alternativos e a redução do uso de antibióticos promotores de crescimento?

Mestre em Zootecnia, doutor em Nutrição e professor titular da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Mário Penz: “Sempre é mais difícil pensar em saúde do que pensar em doença”. Foto: Divulgação

Mário Penz – Ingrediente alternativo é todo aquele que pode substituir os ingredientes convencionais das dietas, que no Brasil são milho e farelo de soja. Ingredientes como sorgo, milheto, farinhas de origem animal, entre outros, poderão ser empregados, desde que estejam disponíveis em quantidades relevantes, nem que seja por um período específico do ano. Além disso, é importante que se conheça a composição nutricional e energética desses ingredientes, para evitar que tenham seus valores sub ou superestimados. Levando isso em consideração, qualquer oportunidade tem que ser avaliada quanto ao seu custo e ao seu benefício, relacionados com aqueles que o milho e o farelo de soja podem trazer aos animais.

Quanto a redução do uso de antibióticos promotores de crescimento, esse é um caminho sem volta. Para que não haja perda de desempenho dos animais, os profissionais deverão dar mais atenção aos princípios básicos de saúde animal (saúde intestinal) e menos na mitigação das ações microbianas deletérias. Nesse conjunto de ações, cuidado com a biosseguridade, do ambiente, das dietas empregadas, farão parte dessa nova necessidade de produção.

Sempre é mais difícil pensar em saúde do que pensar em doença. Saúde é um processo contínuo, que se mitiga todo o tempo. Doença, mesmo que seja só mitigada pelos promotores de crescimento, sugerem respostas mais rápidas, mas não obrigatoriamente com consistência. Mudar de doença para saúde é algo complexo e que requer mais conhecimento dos profissionais envolvidos na produção de suínos.

O Presente Rural – Como a nutrigenômica e outras tecnologias de ponta estão sendo exploradas para entender melhor as necessidades nutricionais específicas dos suínos e melhorar a saúde intestinal?

Mário Penz – Nutrigenômica é o conhecimento que permite a seleção específica de nutrientes que favorecem a melhor expressão gênica dos animais, permitindo, como consequência, melhor saúde e desempenho dos animais. Esse é outro caminho sem volta, especialmente quando se trata de produzir animais saudáveis e sem o uso de antibióticos. Mas, ainda todo esse conhecimento está pouco apreciado no dia a dia das produções. Entretanto, importantes informações acadêmicas estão disponíveis, que mostram que teremos que olhar o suíno não por fase, mas olhar os resultados finais, desde o início da produção dos reprodutores, que lhes dão origem.

O Presente Rural – Quais são as considerações nutricionais específicas para diferentes fases de crescimento dos suínos, desde a creche até a terminação, e como essas necessidades estão sendo atendidas?

Mário Penz – Lamentavelmente, essa pergunta é extremamente complexa, para que tenha uma resposta simples. Entretanto, tomando o risco da simplificação, os nutricionistas devem estar muito próximos dos técnicos das genéticas, para entender quais são as recomendações por eles oferecidas. Com o tempo, cada profissional vai adaptando seus referenciais, com base na sua experiência e nos resultados práticos de campo. Aqui não tem uma resposta única e a complexidade começa com a identificação que o nutricionista tem com relação ao produto final da produção. Ele está preocupado com o ganho de peso, com a conversão alimentar, com a qualidade da carcaça ou com o menor custo no frigorífico?

O Presente Rural – Quais são os aditivos alimentares desenvolvimentos mais recentemente, como probióticos, prebióticos e enzimas, para promover a saúde intestinal e melhorar o desempenho dos suínos?

Mário Penz – Essa é uma nova era na produção de suínos. Reforço que estamos saindo de uma longa fase, onde os profissionais se preocupavam e se preocupam com eventos sanitários, os mitigando com o uso de antibióticos promotores de crescimento e/ou antibióticos usados de forma preventiva ou terapêutica. Agora estamos entrando na fase da saúde animal, mais complexa, porém inevitável. Muitas são as opções para melhorar a saúde dos animais. Não há um único produto que tenha a chancela de resolver tudo! O técnico deverá ter claro o que está buscando e, com isso olhar as oportunidades disponíveis. De uma maneira geral, tenho me posicionado que nessa nova fase, tudo começa pelo uso de enzimas exógenas, como suplementos indispensáveis. Dietas bem digeridas diminuem a disponibilidade de nutrientes aos microrganismos. Depois, todas as dietas devem ser suplementadas com um antioxidante que tenha ação efetiva, para mitigar processos de oxirredução contínuos dos enterócitos. Enzimas e antioxidantes fazem uma eficiente “dobradinha”. Depois vem os demais aditivos não antibióticos. Aqui o técnico tem que saber o que quer: fortalecer o sistema imune dos animais? A integridade intestinal? A digestibilidade dos nutrientes? Colaborar na regulação da microbiota? São perguntas indispensáveis, pois nessa nova fase não há “receita pronta”. As alternativas serão customizadas, de acordo com as expectativas técnicas esperadas. Para completar, aditivos não antibióticos não estão chegando para melhorar os resultados de granjas que não deem atenção a biosseguridade, ao ambiente, ao bem-estar animal, como sempre pensamos que os antibióticos ajudam ou ajudavam. Essa nova produção animal vem para se empregada em granjas que atendem os princípios básicos de boas práticas de produção e manejo. Ou seja, a mudança de paradigma é grande. Por isso que sempre sugiro que, independente da necessidade de se acomodar a essa nova realidade, o técnico deve começar, com cautela, a entender como produzir nesse novo ambiente tendo parte de seu plantel submetido a essas novas alternativas.

O Presente Rural – Como os desafios ambientais – a redução das emissões de gases de efeito estufa e a sustentabilidade da produção de alimentos – estão moldando a pesquisa em nutrição suína?

Mário Penz – Sustentabilidade é a palavra de ordem. O grande desafio é que a sustentabilidade está baseada em três pilares – econômico/ambiental/social. Com isso, em cada ação temos que olhar como ela afeta um ou mais dos três pilares. O que é certo é que sempre será impossível ter os três pilares sendo atendidos na íntegra. A produção animal sempre buscou a sustentabilidade, mesmo antes do termo ter se consagrado pela Comissão de Bruntland em 1987, que definiu o que seria o Desenvolvimento Sustentável. Por que digo isso? Porque os produtores seguem em suas propriedades em muitos casos por três ou mais gerações. Se não fossem sustentáveis já teriam migrado, como muitos fizeram. Os produtores sempre estão perseguindo, pelos conhecimentos técnicos adquiridos, melhores resultados zootécnicos, representados por melhores conversões alimentares de seus animais. Melhor conversão animal, menos consumo de alimento e água, menor excreção de dejetos, menor poluição do ambiente, especialmente pelo nitrogênio e fósforo excretados. Tudo isso podendo também ser representado pela menor produção de CO₂. Assim, a ciência subsidia os produtores com seus conhecimentos e eles aplicam, para que sigam sendo viáveis economicamente.

O Presente Rural – Quais são as estratégias nutricionais mais eficazes para minimizar o estresse térmico em suínos durante períodos de temperatura extrema?

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Mário Penz – Não criá-los em temperaturas quentes! A nutrição pode mitigar eventos térmicos de calor, mas são pouco eficientes (reduzir proteína, aumentar a energia por intermédio da inclusão de gordura nas dietas, etc.). O uso de ambiente controlado é uma necessidade indispensável nos novos projetos suinícolas. Além disso, a curto prazo, os animais, nessas condições devem receber água fria, junto com o alimento que consomem. Imaginem uma reprodutora em lactação, que tem que comer algo em torno de 6 a 7 kg de alimento/dia e necessita tomar água com uma temperatura próxima de 15ºC e a ela é oferecida uma água com 30ºC. O que ela vai fazer? Irá comer menos! E, as consequências já sabemos. Assim, resumindo, estresse por elevada temperatura ambiente, primeiro se mitiga com água fria e depois, nos novos projetos, com a construção de galpões climatizados.

O Presente Rural – Quais são as oportunidades futuras para a colaboração entre a indústria de nutrição animal, academia e poder público para impulsionar ainda mais a inovação e o progresso na área de nutrição voltada à suinocultura?

Mário Penz – A tríade indústria, academia e poder público é indispensável se quisermos avançar mais rápido. Cada um dos três segmentos tem a sua responsabilidade. Entretanto, primeiramente cabe a indústria ser clara no que necessita para que a academia se prepare para responder os desafios. Cabe a academia entender que a indústria tem pressa em várias de suas necessidades e se colocar como disponível frente a esses desafios. Ao poder público, favorecer qualquer inciativa pertinente, colaborando com financiamentos e com normas e regulamentos que favoreçam novas descobertas.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor de suinocultura acesse a versão digital de Suínos, clique aqui. Boa leitura!

Fonte: O Presente Rural
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