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Fórum de Hidrogênio Renovável discute rotas e usos de nova matriz energética no Paraná

Destacaram-se nas discussões a necessidade de integração dos atores envolvidos em pesquisas na área, a demanda de um arcabouço jurídico que dê segurança e estimule a implantação da tecnologia e a definição de uma modelagem de produção que leve em conta a realidade regional.

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Foto: Alex Adam/SEPL

Com plateia lotada, o 1º Fórum Estadual de Hidrogênio Renovável do Paraná reuniu, ao longo de toda quarta-feira (3), no Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba, especialistas da indústria, academia e formuladores de políticas públicas em torno de desafios e estratégias relacionados à produção e uso dessa matriz energética.

Os painéis se seguiram ao anúncio pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior de uma série de medidas para criar uma política integrada em relação ao insumo, e trataram de temas que foram desde a produção do H2, passando pela competitividade, inovação e demandas de longo prazo.

Entre os temas pertinentes abordados pelos 20 especialistas reunidos em quatro painéis, os destaques foram a necessidade de integração dos atores envolvidos em pesquisas na área, a demanda de um arcabouço jurídico que dê segurança e estimule a implantação da tecnologia e a definição de uma modelagem de produção que leve em conta a realidade regional paranaense.

Para o secretário de Estado do Planejamento, Guto Silva, o fórum respondeu à altura a demanda por integração dos players na área, com um ambiente de debate livre e a presença de todos os elos dessa cadeia.

“A presença do setor produtivo, investidores e membros da academia, que trouxeram experiências e pesquisas com muita ciência, tecnologia e inovação, assim como o Governo do Estado, em suas diversas pastas que já pesquisam o hidrogênio verde, e de representantes de ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação e de Minas e Energia e de colaboradores de empresas e produtores, mostra que estamos no caminho certo, que viemos para jogar firme e para ganhar esse jogo”, disse.

Segundo a advogada Irini Tsouroutsoglou, que trabalha com Direito Empresarial, Agronegócio e Direito Internacional Público e tem se aprofundado na questão da sustentabilidade, a discussão sobre o tema da transição energética tem se tornado urgente por questões ambientais e, também, por ações decorrentes das exigências impostas por diversos países.

“Este tema está se tornando preocupante porque essas questões podem virar obstáculos caso sejam usadas como argumentos para o estabelecimento de barreiras comerciais, o que pode ocorrer em um futuro próximo, o que tem acelerado a busca por uma energia mais limpa”, disse ela, que foi moderadora no painel que discutiu rotas de produção com foco em fontes locais.

Nesse sentido, além do uso de energias renováveis disponíveis no Estado para a produção do H2, como da energia hidrelétrica gerada por grandes e pequenas usinas no Paraná, foi sublinhado o protagonismo de outras fontes como da proteína animal, biogás, biometano, etanol e de subprodutos do saneamento, trazido à mesa pelo CEO da Sanepar, Claudio Stabile, que aposta no esgoto para uma produção em escala do H2, vistos os grandes números relacionados à empresa.

“Temos 8 milhões de paranaenses atendidos pela companhia, que geram 476 bilhões de litros de esgoto anuais. Se todo esse material fosse usado na produção de H2, teríamos 52 milhões de mestros cúbicos de H2 anuais, quantidade que abasteceria, diariamente e por um ano, 2.740 veículos elétricos”, afirmou.

Stabile informou, durante o Fórum, que no próximo dia 6 de maio estará na Alemanha, um dos países que mais investem nessa tecnologia, onde será assinado junto à Câmara de Comércio e Indústria (AHK) e Ministério do Ambiente alemães uma parceria na área do desenvolvimento do H2 a partir do biogás proveniente do tratamento do esgoto. Haverá, também, uma visita a uma planta lá existente.

Marcos de Oliveira Costa, coordenador de componente no projeto H2Brasil pela Agência Alemã de Cooperação Internacional (GIZ), que participou de painel no Fórum, elogiou a cooperação entre os dois países e destacou o papel do Paraná neste processo de transição energética brasileira.

“Esta reunião é importante porque fomenta a participação de todos os segmentos da sociedade que poderão, de alguma forma, contribuir e colher os benefícios dessa união. E o Paraná tem muito a oferecer, pela pujança industrial e agrícola, e pela combinação dessas vocações locais com o interesse em descarbonizar a economia, o que pode resultar em benefícios imensos, gerando emprego e renda para o Estado e contribuindo para a redução do aquecimento global”, disse.

Agropecuária

Segundo Benno Henrique Doetzer, diretor técnico da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento, que esteve no painel dedicado à competitividade do H2 e às estratégias para a substituição do hidrogênio de fonte fóssil, o Paraná tem desafios próprios para fomentar a produção de energia e também ganha ao tentar neutralizar o potencial poluidor de culturas que ganharam força nos últimos anos.

“Temos no Paraná, hoje, o mesmo número de suínos e de seres humanos, porém os animais geram uma carga orgânica equivalente ao de sete pessoas, um material que precisa ser tratado e disposto corretamente na natureza, e o H2 pode ajudar nesse sentido, reduzindo a pegada de carbono”, destacou.

Doetzer cita que a produção rural no Paraná é difusa, mas que já existem redes próprias conectando produtores e que elas devem ser a base da estrutura logística da produção da nova energia. “Investir nos clusters regionais existentes, como na interligação de redes de biogás, vai ajudar a viabilizar mercados e redes locais de distribuição e a construção de um modelo de negócio prático e efetivo”, disse o diretor.

Ele que cita que, nesse processo, é importante a consolidação de segurança jurídica sobre o tema, o estabelecimento de um modelo de governança que organize essas iniciativas e envolva setor público e privado e que seja promovida ampla difusão da capacitação, tecnologia e inovação na área.

Transição

As mudanças energéticas transformam das pequenas propriedades rurais às grandes empresas paranaenses, como explica Cassio Santana da Silva, diretor de Desenvolvimento de Negócios da Copel, que tem iniciativas relacionadas ao H2: a companhia tem passado de uma empresa “barrageira” para uma empresa voltada a diversas e inovadoras formas de energia.

“As tecnologias costumam ser impulsionadas por crises, e a Copel entende que o Paraná, com 94% da energia utilizada proveniente de fontes renováveis, pode contribuir para essa urgente transição energética”, disse ele, citando que pesquisas internas têm mostrado que as áreas de siderurgia, vidro e cerâmica podem ser as mais beneficiadas, em um futuro próximo, pelo uso do H2 no Estado.

“Muito se fala da exportação de H2, mas penso que atender o mercado interno pode ser hoje a melhor estratégia para o hidrogênio renovável, visto ainda que o elemento está na base dos fertilizantes, dos quais o Paraná muito depende e vai depender por muito tempo”, completou.

Para Christian Wahnfried, da Unidade de Negócios de Bombas a Diesel da Bosch, a discussão sobre transição energética é muito rica, e é preciso congregar iniciativas sempre tendo em mente de que não se pode ter a tecnologia da energia sem ter a fonte abundante para ela, assim como não se pode criar um mercado dinâmico com uma fonte definida, mas sem demanda.

“Até agora, o que o ser humano fez foi tirar o carbono de baixo da terra e colocar na atmosfera. Nossa missão, agora, é focar na tecnologia para a vida, reduzindo a pegada de carbono. E o Brasil tem um potencial grande, visto que, ao contrário de outros países, pobres em alternativas para biodiesel, por exemplo, tem mais de 40 fontes oleaginosas para esse tipo de produção. Porém, apesar da miríade de alternativas, as soluções precisam ser regionalizadas”, disse.

O CEO da Compagas, Rafael Lamastra Jr, esteve no painel “Competitividade do hidrogênio renovável e estratégias para a substituição do hidrogênio de fonte fóssil” e abordou os desafios da distribuição do combustível renovável, das oportunidades de uso, e, principalmente, do desenvolvimento do hidrogênio a partir do gás natural e do biometano.

“Nossa meta é ter um hidrogênio verde e para isso é necessário uma modelagem e um planejamento estabelecido em fases. Num primeiro momento, o gás natural, que já apresenta menor emissão de CO2, e na sequência, a partir do biometano, um gás 100% renovável e paranaense”, destacou.

Novas rotas

O Fórum respondeu a essa demanda de apontar caminhos, como frisa Eduardo Soriano Lousada, diretor do Departamento de Tecnologias Estruturantes do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), mobilizando diversos setores da economia, empresas, instituições, universidades, em nível estadual, com outros entes da Federação e com o governo federal, algo crucial visto que a iniciativa envolve tomadas de decisão em relação a políticas energética e ambiental, entre outras.

“O esforço do Paraná ficou claro durante o Fórum, visto o conjunto de documentos, lei e dispositivos assinados hoje para incentivar essa cadeia no Estado. E a economia do H2 precisa ser incentivada, como tudo que começa e é caro, então precisa de incentivos locais e federais, para que isso ocorra, nem sempre como redução de impostos, mas com caminhos que facilitem empreendimentos”, disse.

Lousada fez questão de apontar que, durante o evento, o Paraná colocou seu desejo e disposição em relação à transição energética de modo claro, mostrando força e coordenação com a mobilização das principais forças do estado – Governo, empresas, universidades e terceiro setor.

Presenças

Participaram dos painéis, ainda, Eduardo de Miranda, diretor DNI do Parque Tecnológico de Itaipu (PTI); Rafael Hernando de Aguiar Gonzalez, diretor-presidente da CIBiogás; Camilo Adas, assessor em Transição Energética da Be8; Aline Scarpetta, gerente de Estruturação de Projetos da Cibiogás; Ramiro Wahrhaftig, presidente da Fundação Araucária; Daniel Augusto Cantane, pesquisador do PTI; Marcos Berton, pesquisador chefe do Instituto Senai de Inovação em Eletroquímica (SENAIPR), da Federação de Indústrias do Estado do Paraná (FIEP).

As discussões contaram também com Gustavo Possetti, gerente de Pesquisa e Inovação da Sanepar; Helton José Alves, diretor técnico-científico da Associação Brasileira do Hidrogênio e Pesquisador da Universidade Federal do Paraná (UFPR); Guilherme Amintas, superintendente de Energias Renováveis da Itaipu Binacional; Nereu Domingues, sócio-fundador de uma holding voltada ao desenvolvimento de projetos na área de hidrogênio (DMGSA); Edgard dos Santos Rocca (Finep); Rodrigo Regis, especialista em Energias Renováveis; Paulo Schimidt, assessor técnico da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (SETI); Giancarlo Rocco, diretor de Relações Internacionais e Institucionais da Invest Paraná.

Fonte: Assessoria AEN

Notícias

Produção de trigo deve alcançar 3,61 milhões de toneladas na atual safra no Paraná

Boletim da Secretaria da Agricultura também aponta que a colheita do milho segunda safra 2023/24 avança rapidamente, atingindo 76% da área de 2,5 milhões de hectares. Os produtores de batata estão colhendo a segunda safra 2023/24, mas de forma mais lenta em razão do período chuvoso dos últimos dias.

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Fotos: Roberto Dziura Jr/AEN

Previsão Subjetiva de Safra (PSS), divulgada na quinta-feira (25) pelo Departamento de Economia Rural (Deral), aponta produção de 3,61 milhões de toneladas de trigo, contra 3,64 milhões colhidas no ano passado. A tendência, determinada principalmente pelas condições climáticas, é de redução de 1%. Na estimativa anterior, divulgada em junho, a perspectiva era de que se chegasse a 3,81 milhões de toneladas. Como a estiagem se prolongou, particularmente no Norte, parte das lavouras teve o desenvolvimento ainda mais limitado e apresenta espigas menores.

“Apesar dos indicativos de perda, cabe ressaltar que a colheita ainda não começou, o que torna difícil a projeção com segurança do volume a ser obtido”, disse o engenheiro agrônomo Carlos Hugo Godinho. Segundo ele, as colheitadeiras devem entrar em campo a partir de agosto, iniciando pelas áreas que enfrentaram maior período de estiagem. “A partir dos resultados dessas áreas haverá maior confiabilidade nos números”, reforçou.

Os demais grãos de inverno foram menos impactados que o trigo, principal cultura deste período. Eles ainda podem apresentar produções dentro do projetado inicialmente. A concentração dessas lavouras está nas regiões Sul e Sudoeste do Estado, onde a seca não foi tão severa.

Milho

A colheita do milho segunda safra 2023/24 avança rapidamente, atingindo 76% da área de 2,5 milhões de hectares. A média das últimas dez safras era de 30% colhido em julho. “Um percentual tão expressivo como esse em julho nunca foi observado, mas nesta safra pode ser considerado normal, visto ter sido possível o plantio já no início do zoneamento agrícola, especialmente no Oeste do Estado, que tem pouco mais de um terço da área total de milho”, afirmou o analista da cultura no Deral, Edmar Gervásio.

No ano passado, o milho segunda safra ocupou 2,38 milhões de hectares. Esse espaço foi ampliado em 5% no atual ciclo, passando a 2,5 milhões de hectares. Mesmo assim, a produção estimada é de 12,96 milhões de toneladas, um decréscimo de 9% em relação às 14,26 milhões de toneladas de 2022/23. “Apesar de o aumento de área ser relevante, as perdas causadas pelas condições climáticas foram grandes”, ponderou.

Olericultura 

Os produtores de batata estão colhendo a segunda safra 2023/24, mas de forma mais lenta em razão do período chuvoso dos últimos dias. No espaço de um mês a evolução foi de 7 pontos percentuais e hoje está com 89% da área de 10,6 mil hectares colhida, faltando as regiões de Campo Mourão, Cornélio Procópio e Pitanga. “Em anos anteriores colhia-se batata até outubro no Paraná, mas tendo em vista a chuva na primeira safra e a seca na segunda, adiantou-se o ciclo com redução na produtividade e no tamanho dos tubérculos”, salientou o engenheiro agrônomo Paulo Andrade. A produção esperada para esta safra é de 293,7 mil toneladas, redução de 12% em relação às 334,5 mil toneladas obtidas no mesmo ciclo no ano passado.

A produção de tomate segunda safra 2023/24, de forma contrária, deve ter aumento de 16% na produção, saindo de 94 mil toneladas no ano passado para 109 mil toneladas agora. “Teve excelente produtividade”, destacou. A colheita evoluiu pouco no último mês, passando de 77% para 84% da área de 1,7 mil hectares. O tomate primeira safra está praticamente todo colhido nos 2,5 mil hectares, resultando em 145,8 mil toneladas.

Em relação à cebola, a área paranaense para a safra 2024/25 é de 3,3 mil hectares, com produção projetada de 135,2 mil toneladas. A estimativa é que haja grande produção nacional, o que beneficiaria o consumidor, ainda que o preço possa se reduzir ao produtor. Nessa cultura houve bom aproveitamento das janelas climáticas e o plantio avançou de 49% para 90% de um mês para outro.

Boletim

Nesta quinta-feira o Deral também publicou o Boletim de Conjuntura Agropecuária referente à semana de 19 a 25 de julho. Além de análise da safra paranaense, o documento traz informações sobre as exportações de peixes, suínos e carne de frango, além dados sobre a disponibilidade de carne bovina no mercado brasileiro.

A exportação de pescados no primeiro semestre de 2024 pelo Paraná totalizou 3,26 mil toneladas, apresentando uma alta de mais de 20% quando comparado ao mesmo período de 2023. O montante financeiro transacionado chegou a US$ 16,3 milhões, uma alta de 82% comparativamente ao primeiro semestre de 2023. O principal item exportado pelo Paraná é a tilápia, que representa quase a totalidade do volume, pouco mais de 99%.

No cenário nacional, as exportações de pescados tiveram uma queda. Foram exportados no primeiro semestre 25,9 mil toneladas, queda de 12,8% quando comparado a 2023. O montante financeiro ficou ligeiramente maior, chegando a US$ 149,6 milhões.

Em relação aos suínos, de acordo com dados do Agrostat/MAPA, o Paraná apresentou o segundo melhor primeiro semestre de sua história em exportações de carne suína desde o início da série histórica em 1997. No período de janeiro a junho de 2024 foram exportadas aproximadamente 79 mil toneladas de carne suína, ligeiramente abaixo do recorde histórico de 81 mil toneladas alcançado no primeiro semestre de 2023 (-1%).

Fonte: AEN-PR
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Darci Piana recebe ministro da Pesca e apresenta produtores de tilápia do Norte do Paraná

Governador em exercício recebeu nesta segunda-feira (15) o ministro André de Paula nos municípios de Alvorada do Sul e Bela Vista do Paraíso. A tilápia é o peixe mais cultivado da piscicultura brasileira, com 579 mil toneladas produzidas em 2023 e o Paraná é o líder nacional na produção, com 209 mil toneladas.

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Fotos: Ari Dias/AEN-PR

O governador em exercício Darci Piana recebeu o ministro da Pesca e Aquicultura, André de Paula, em uma visita a produtores de tilápia em Alvorada do Sul e Bela Vista do Paraíso, na região Norte do Paraná, nesta segunda-feira (15). A tilápia é o peixe mais cultivado da piscicultura brasileira, com 579 mil toneladas produzidas em 2023 e o Paraná é o líder nacional na produção, com 209 mil toneladas produzidas.

Piana e o ministro conheceram duas propriedades que trabalham com diferentes tipos de cultivo do peixe em tanque e visitaram o frigorífico de pescados da cooperativa Cocari.

De acordo com os dados do Anuário do Peixe, da Associação Brasileira de Piscicultura, a tilápia é o peixe mais produzido do Brasil. A espécie representa 65% de toda a produção nacional de peixes. “O Paraná é líder nacional, responsável por 36% da produção nacional de tilápia e de 25% de toda a produção de peixes do País, o que torna o Estado em uma referência na piscicultura brasileira. É uma atividade que tem crescido muito no Paraná por ser um produto com alta lucratividade que pode ser cultivado em paralelo com a soja, o milho ou a produção de outras proteínas animais”, afirmou Darci Piana.

Essa liderança, inclusive, vem se ampliando, já que a produção do peixe cresceu mais do que o dobro da média nacional entre 2022 e 2023. Enquanto em todo o Brasil o aumento entre um ano e outro foi de 5,28% na produção de tilápia, o Paraná registrou crescimento de 11,5% na cultura do peixe. “É uma alegria estar aqui, por tudo que o Paraná representa para o agronegócio brasileiro e para a piscicultura. O Estado é, de longe, o maior produtor nacional de tilápias. São Paulo, que é o segundo maior produtor nacional, produz menos da metade do Paraná. O modelo daqui, que é baseado nas cooperativas, é um exemplo para todo o Brasil”, disse o ministro da Pesca e Aquicultura, André de Paula.

Segundo os dados mais recentes do Departamento de Economia Rural (Deral) do Paraná, a cadeia produtiva da tilápia teve um Valor Bruto de Produção (VBP) em 2022, que representa o valor total recebido pelos produtores, de mais de R$ 1,2 bilhão.

Visita

A comitiva conheceu produtores da região Norte do Estado e a cooperativa Cocari, que faz o beneficiamento e a comercialização dos peixes. “A produção de tilápia é muito forte e está consolidada nas regiões Oeste e Sudoeste do Estado, e agora tem crescido muito aqui nas regiões Norte e Noroeste. Isso é importante porque mostra o dinamismo da cultura deste peixe, que tem valor agregado e pode ser beneficiado de diversas maneiras, tanto como filé, como ração animal ou óleo”, afirmou o governador em exercício, Darci Piana.

Primeiro, a comitiva visitou uma propriedade em Bela Vista do Paraíso, que trabalha com cultivo de tilápia em tanque escavado. Nesta modalidade, os viveiros se parecem com ‘piscinas’ cavadas na propriedade. O local conta com 5 represas e comercializa, anualmente, cerca de 200 toneladas de peixe. O local conta com equipamentos que automatizam o controle de oxigênio e a distribuição de ração dos tanques, o que barateia a produção e garante lotes mais uniformes de peixes. “Hoje eu consigo distribuir ração em um tanque inteiro em até oito minutos, cortando custos que eu teria com mão-de-obra e ganhando tempo”, explicou o piscicultor Hélio Salomão.

Depois, o governador em exercício e o ministro conheceram a Estância Alvorada, em Alvorada do Sul, onde são criadas tilápias em tanques-rede. Nestes casos, os peixes são confinados em tanques feitos com telas, parecidas com gaiolas submersas.

A empresa tem, atualmente, 750 tanques de 6 metros cúbicos, mas conta com um projeto de expansão para 1,2 mil tanques.

Ao todo, a Estância Alvorada produz cerca de 850 toneladas de tilápia por ano.

Por fim, as autoridades conheceram a Unidade de Beneficiamento de Pescados da cooperativa Cocari, onde milhares de peixes da região são abatidos e preparados para comercialização.

Diretor-presidente da Cocari, Marcos Trintinalha: “Nós acreditamos que o mercado da tilápia tem ainda muito a crescer”

A cooperativa, que trabalha desde a década de 1960 com vários tipos de proteína animal e grãos, vem expandindo atuação no mercado de pescados. Atualmente, 16 associados da região produzem para a cooperativa. “Hoje nós estamos com um trabalho de prospecção de agricultores que possam entrar no mercado de tilápia para que a gente aumente a nossa produção. Nós acreditamos que é um mercado que ainda tem muito a crescer”, afirmou o diretor-presidente da Cocari, Marcos Trintinalha.

Demanda

A demanda pela tilápia tem crescido nos últimos anos por ser uma proteína altamente nutritiva e com baixo teor de gordura. Em dez anos, de acordo com o anuário da Associação Brasileira de Piscicultura, o consumo anual per capita de tilápia praticamente dobrou no Brasil. Em 2014, era de 1,47 quilos por pessoa, enquanto em 2023 o consumo chegou a 2,84 quilos por pessoa.

Na comparação com outros países, o Brasil é o quarto maior produtor mundial de tilápia, atrás de China (2,05 milhões de toneladas), Indonésia (1,45 milhão de toneladas) e Egito (1,1 milhão de toneladas).

Apesar do forte crescimento no período, ainda há espaço para avançar no mercado. Segundo o anuário dos produtores de peixes do Brasil, a média global de consumo de carne de peixe por ano é de 20 quilos por pessoa. No Brasil, o consumo é de apenas 10 quilos por pessoa, por enquanto.

Presenças

Também estiveram presentes na visita aos produtores o secretário do Estado de Agricultura e Abastecimento, Natalino Avance de Souza; de Inovação, Modernização e Transformação Digital, Alex Canziani; o diretor-presidente da Invest Paraná, Eduardo Bekin; a deputada federal Luísa Canziani; e outras autoridades locais.

Fonte: AEN-PR
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Valorizações do suíno vivo elevam poder de compra

Segundo pesquisadores do Cepea, frigoríficos têm intensificado as compras de novos lotes de suínos para abate neste mês, diante das demandas doméstica e externa por carne suína aquecidas. 

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Foto: Julio Cavalheiro

Diante das fortes valorizações do suíno vivo neste início de julho, o poder de compra do produtor paulista frente aos principais insumos da atividade (milho e farelo de soja) vem crescendo no comparativo com o mês anterior, conforme apontam levantamentos do Cepea.

Em relação ao cereal, que apresenta preços em queda no mesmo período, o suinocultor registra o melhor desempenho desde novembro de 2020, em termos reais (valores deflacionados pelo IGP-DI de junho/24).

As cotações do derivado da oleaginosa, por sua vez, subiram ligeiramente de junho para esta parcial de julho.

Segundo pesquisadores do Cepea, frigoríficos têm intensificado as compras de novos lotes de suínos para abate neste mês, diante das demandas doméstica e externa por carne suína aquecidas.

 

Fonte: Assessoria Cepea
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