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Estudos comprovam benefícios da vacinação sem agulha em suínos e reforçam o bem-estar animal
Adesão à tecnologia é crescente; somente a MSD Saúde Animal já foi responsável por vacinar 25 milhões de suínos no Brasil com o dispositivo IDAL, como os animais da Agropecuária Carboni, que elevou seus índices por meio desse sistema

A redução do estresse, da dor e de ocorrências de enfermidades por meio de processos efetivos de vacinação ganha cada vez mais a atenção da suinocultura. Nos últimos anos, a aplicação intradérmica tem ganhado força no sistema produtivo por não fazer o uso de agulhas e reduzir o risco de transmissão de doenças, danos a carcaças com abcessos, perdas com agulhas que quebram e acidentes com operadores durante o procedimento.
Filipe Dalla Costa, embaixador e coordenador de Bem-estar Animal na MSD Saúde Animal, ressalta que estudos científicos sugerem que a via intradérmica sem agulha contribui para um melhor nível de bem-estar durante o manejo de vacinação e uma recuperação mais rápida associada à redução do estresse. Portanto, complementa Filipe, a redução da expressão de comportamentos indicativos de dor e sofrimento após o manejo vacinal, associado à efetiva resposta imune dos animais, reforça a evolução do sistema para a vacinação sem agulha, melhorando o bem-estar animal e a sustentabilidade da cadeia produtiva.
O Sistema IDAL, que chegou ao mercado em 2016, é referência de tecnologia que eliminou o uso de agulhas na vacinação de suínos e revolucionou a imunização contra importantes doenças que ocorrem na suinocultura mundial. Lançado pela MSD Saúde Animal, o dispositivo permite a aplicação da vacina em baixa dosagem na pele e sob pressão controlada, garantindo segurança e menos estresse para os animais, bem como maior conveniência e eficiência aos produtores. No Brasil, já foram vacinados 25 milhões de animais com IDAL, e os números tendem a crescer devido aos benefícios do sistema.
Em estudos a campo, conforme traz uma publicação de 2020, foi comprovado que a frequência de suínos que apresentaram tentativas de retirada no momento da injeção foi significativamente menor com o processo realizado via IDAL (7% vs. 39%). E a frequência de vocalizações agudas também foi menor com os grupos que receberam a dose via dispositivo (7% vs. 32%).
A Agropecuária Carboni, localizada em Videira, em Santa Catarina, é exemplo de propriedade adepta ao Sistema IDAL e destaca as melhorias obtidas com a adesão da tecnologia há três anos: nesse período, o índice de mortalidade caiu 2%, a melhoria da conversão alimentar foi de 12% e o Índice Para Pneumonia (IPP) ficou abaixo de 0.50%, entre outros indicadores.
“Sou um apreciador e defensor de IDAL, que chegou para reforçar o bem-estar animal e a produtividade. O leitão ser vacinado sem agulha e não ter febre, não ficar dolorido de duas a três horas, o que o deixava sem mamar, traz resultados muito bons. O animal fica ativo depois da imunização intradérmica; a tecnologia é o caminho”, afirma Cézar Augusto Stefanes, gerente de suinocultura da Agropecuária Carboni.
Na propriedade, 33 mil animais são vacinados por mês com IDAL. “Não abrimos mão por todos os seus resultados, de conversão alimentar e da parte sanitária. Sempre falo que o suíno que morreu não é o problema, e sim os que ficam doentes e não respondem ao seu potencial genético e reprodutivo, e o dispositivo da MSD Saúde Animal auxilia justamente a sanidade do plantel, inclusive mantendo a cobertura para animais mais velhos. É uma tecnologia que se paga e que nos ajuda”, pontua o gestor.
Vantagens comprovadas
Conforme o artigo “Evaluation of Behavioral Aspects after Intradermal and Intramuscular Vaccine Application in Suckling Piglets”, publicado em 2020 por Manuel Göller, Nicole Kemper e Michaela Fels, por razões de economia de trabalho e higiene, a vacinação intradérmica representa uma opção viável para o sistema produtivo, diminuindo, inclusive, o descarte de resíduos no ambiente.
Além disso, a publicação ressalta que estudos demonstraram que a vacinação intradérmica é equivalente a vacinação intramuscular em termos de indução de uma resposta imune adequada e, ainda, reduz o risco de transmissão hematogênica de patógenos de animal para animal.
Já o artigo “Welfare Benefits of Intradermal Vaccination of Piglets”, também de 2020, de autoria de Déborah Temple, Marta Jiménez, Damián Escribano, Gerard Martín-Valls, Ivan Díaz e Xavier Manteca, atesta que o processo de imunização via IDAL não afeta a atividade geral e o comportamento social e exploratório dos leitões após a vacinação, por ser menos invasiva e dolorosa do que as convencionais, que configuram um evento estressante para os animais.
Capacitação do time
Um ponto importante em todo o processo de aplicação, mesmo intradérmico, diz o coordenador de Bem-estar Animal na MSD Saúde Animal, é a qualidade do manejo, com vacinadores bem treinados, qualificados e conscientes dos seus efeitos sobre os animais. “O sucesso da vacinação depende basicamente de três fatores: qualidade do produto, estado do animal e pessoas (operação). Cuidados com forma de armazenamento, transporte e preparação do produto são imprescindíveis para garantir a efetividade da imunização. Contudo, o estresse dos animais e a segurança do operador são peças-chaves, pois processos mais estressantes liberam fatores pró-inflamatórios que reduzem a imunidade e resposta ao agente”, explica Filipe.
Para ser efetivo, o processo depende diretamente de colaboradores treinados e seguros, e a adoção de tecnologias de vacinação sem agulha contribui com a saúde e o bem-estar dos animais e das pessoas, assim como para a sustentabilidade do sistema.

Empresas Excelência e Inovação:
Kemin Reforça sua Posição como Referência Técnica através do Compartilhamento de Conhecimento
O evento contou com a presença de diversos profissionais, incluindo gerentes de serviços técnicos, gerentes de produto, gerentes de marketing, pesquisadores, diretor de vendas e o presidente da empresa na América do Sul.

A Kemin Saúde e Nutrição Animal da América do Sul, renomada fabricante global de ingredientes dedicada a melhorar a qualidade de vida de milhões em todo o mundo, realizou seu primeiro workshop técnico, reunindo uma equipe diversificada e apaixonada por inovação.
A Gerente de Serviços Técnicos, Elisa François, contou que nos últimos dois anos, o time técnico cresceu consideravelmente e tivemos a união das áreas técnicas de monogástricos e ruminantes. Em 2023 foi identificada uma oportunidade para maior interação entre membros e busca de sinergias entre diferentes áreas.
Durante o evento, os colaboradores participaram de apresentações técnicas envolvendo os trabalhos científicos mais recentes em áreas de estudo como monogástricos, ruminantes e produtos conservantes para rações e grãos. O ponto alto foi a palestra final sobre Storytelling & Posicionamento conduzida pelo consultor Marcelo Andrighetti, jornalista especialista em posicionamento e vendas.
“Buscamos a integração entre o time técnico, marketing e P&D, além de promover debates sobre os trabalhos recentes e em desenvolvimento em diversas áreas de estudo. Este evento servirá para continuar direcionando nossa equipe técnica para a excelência. Já temos produtos de altíssima qualidade e estamos em constante desenvolvimento para garantir a mesma qualidade dos nossos serviços técnicos”, detalhou Elisa.
O evento contou com a presença de diversos profissionais, incluindo gerentes de serviços técnicos, gerentes de produto, gerentes de marketing, pesquisadores, diretor de vendas e o presidente da empresa na América do Sul.
Quanto aos planos futuros, Elisa revelou a intenção de realizar um evento anual: “Nosso objetivo é crescer ainda mais como equipe e ter a oportunidade de apresentar para as demais áreas o trabalho realizado durante o ano”.
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Tirol vai investir R$ 40 milhões para ampliar produção de leite e derivados no Paraná
Anúncio foi feito durante reunião entre o governador Ratinho Junior e executivos da empresa. Aporte vai ampliar a capacidade de produção da fábrica da empresa em Ipiranga, nos Campos Gerais do Paraná, de 600 mil para 800 mil litros de leite por dia, além de capacitar a unidade para produção de creme de leite.

A Lacticínios Tirol vai investir R$ 40 milhões para ampliar a capacidade produtiva da sua unidade industrial de Ipiranga, nos Campos Gerais do Paraná. O anúncio foi feito nesta quarta-feira (06) em um encontro entre executivos da empresa e o governador Carlos Massa Ratinho Junior, no Palácio Iguaçu, em Curitiba.
O investimento vai ampliar a capacidade de produção da fábrica de 600 mil para 800 mil litros de leite por dia. A unidade também será capacitada para fabricar creme de leite.
“Isso ajuda toda a produção de matéria-prima, reforçando a produção leiteira do Paraná e gerando renda para o produtor rural do Estado. Além disso, reforça a vocação do Paraná na fabricação de alimentos e derivados, com alto valor agregado. Com muita alegria, portanto, vemos mais uma empresa de grande porte investindo aqui no Paraná”, afirmou o governador.
A planta paranaense da Tirol foi inaugurada em 2021, fruto de um investimento de mais de R$ 150 milhões, produzindo leite UHT longa vida integral, desnatado e semidesnatado. A unidade foi instalada no Estado com incentivos fiscais do programa Paraná Competitivo.
Agora, os novos investimentos serão usados para capacitar e equipar duas linhas de produção, uma dedicada à produção de leite longa vida e outra para fabricação do creme de leite. Os produtos devem atender os mercados paranaense e paulista.
“Em uma primeira fase, a gente saiu de uma captação praticamente zero de leite aqui no Paraná para uma captação de mais de 300 mil litros de leite diários, além da industrialização de mais de 500 mil litros de leite. Agora anunciamos esta segunda fase de investimentos e agradecemos o Paraná pela receptividade”, afirmou o diretor-executivo industrial da Tirol, Adalberto Rofner.
Atualmente, a planta gera mais de 1 mil empregos diretos e indiretos, além de envolver outros 1 mil produtores rurais da região para o fornecimento de leite para a indústria.
Bacia leiteira
O Paraná é o segundo maior produtor de leite do Brasil, atrás apenas de Minas Gerais. Dois municípios dos Campos Gerais, no entanto, são os maiores produtores do País. Castro produziu 426,6 milhões de litros de leite em 2022, seguido por Carambeí, com 255,6 milhões de litros. Os dados são do IBGE.
Presenças
Também participaram do encontro o vice-governador Darci Piana; o secretário de Agricultura e Abastecimento, Norberto Ortigara; o diretor de Relações Internacionais e Institucionais da Invest Paraná, Giancarlo Rocco; o diretor de Mercado e Novos Negócios da Invest Paraná, Gustavo Cejas; o diretor-executivo comercial da Tirol, Carlos Dresch; o gerente jurídico da Tirol, Diego Franzoi Santos; e o coordenador fiscal da Tirol, Cristiano Bortolanza.
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Pesquisadora sugere abordagem integrada para melhorar a modulação da saúde intestinal
Doutora Jovanir Fernandes proferiu uma palestra de grande relevância durante o evento promovido pela empresa BRI, em Cascavel, em 05 de dezembro.

A pesquisadora, professora, coordenadora do Laboratório de Experimentação Avícola e do Programa de Pós Graduação em Ciência Animal da Universidade Federal do Paraná (UFPR), doutora Jovanir Fernandes proferiu uma palestra de grande relevância durante o evento promovido pela empresa BRI, em Cascavel, em 05 dezembro. Com o título “Como modular a saúde intestinal na fase inicial das aves em tempos de desafios”, a palestra abordou questões cruciais relacionadas à mortalidade de pintinhos, um problema que, segundo ela, tem afligido a indústria avícola nos últimos dois a três anos.
Jovanir Fernandes ressaltou a importância de observar as práticas nas matrizes e incubatórios para entender as razões por trás do aumento significativo na mortalidade. Ela destacou a influência do estresse por calor nas matrizes, afirmando que isso impacta diretamente na qualidade da casca dos ovos. “Teremos uma pior qualidade de casca, fina e com poros maiores, facilitando a entrada de bactérias”, alertou a pesquisadora.
A fase de incubação também foi abordada como um período crítico, enfrentando desafios relacionados às cargas patogênicas e à ausência de transferência de microbiota materna. A doutora Jovanir salientou a importância do tempo entre o incubatório e a chegada na granja, enfatizando que a demora pode ter efeitos negativos sobre o desenvolvimento intestinal dos pintinhos.
Um ponto crucial mencionado durante a palestra foi a modificação do ambiente na granja. “Hoje as aves consomem 40% a mais, mas excretam 40% a mais”, exemplificou a pesquisadora, destacando as mudanças nas práticas de manejo que podem estar contribuindo para a maior taxa de mortalidade.
DESAFIOS PÓS-INCUBAÇÃO
Jovanir Fernandes abordou os desafios enfrentados pelos pintinhos após a incubação. Ela ressaltou que, ao chegar ao campo, os pintinhos estão sujeitos à colonização por diversas enterobactérias. A microbiota intestinal, segundo a professora, é fundamental para modular a saúde intestinal, e a busca por equilíbrio é essencial para evitar a prevalência de bactérias patogênicas. “Quem chegar primeiro na microbiota vai modular a saúde intestinal, sejam benéficas ou patogênicas. Tem que ter equilíbrio, mas é preciso ter mais benéficas”.
Ela lembrou que durante a primeira semana, a microbiota intestinal é instável, o sistema imunológico adaptativo está em desenvolvimento e a digestibilidade é baixa. A importância da moela também foi destacada, com a professora enfatizando que fortalecer a musculatura da moela melhora o aproveitamento dos nutrientes e evita a sobra de substrato alimentar para as bactérias patogênicas
ABORDAGEM INTEGRADA
A pesquisadora concluiu a palestra com recomendações essenciais para a promoção da saúde intestinal das aves. Destacou a necessidade de criar um ambiente ecológico favorável para colonizar a microbiota intestinal dos pintinhos, fornecer nutrientes de qualidade e quantidade adequadas para garantir digestibilidade e fermentabilidade, manter a estabilidade do microbioma simbiótico, eliminar organismos competitivos e adotar medidas rigorosas de biosseguridade, manejo e ambiência.
A palestra da doutora Jovanir Fernandes ofereceu insights valiosos para os profissionais do setor avícola, ressaltando a importância de uma abordagem integrada para enfrentar os desafios atuais e garantir a saúde e o desempenho ótimos das aves desde a fase inicial.