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VOZ DO COOP

Bovinos / Grãos / Máquinas

Especialista dá dicas para manter silagem livre de micotoxinas

Micotoxinas presentes na silagem causam grandes prejuízos dentro da propriedade, como perda de produtividade e qualidade, além de animais doentes

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Uma boa produção é o que o produtor rural busca. Bom manejo, alimento de qualidade e sanidade são alguns dos pontos que o bovinocultor cuida para que o seu rebanho esteja saudável e dê o retorno desejado. E os cuidados certos na alimentação do animal fazem toda a diferença para que estes resultados esperados sejam atingidos. Isso, principalmente, quando o assunto é o armazenamento do alimento que será ofertado ao animal ao longo do tempo. Os resultados dentro da propriedade são diretamente interferidos quando o produtor não cuida adequadamente da alimentação do rebanho.

Algo ainda muito presente na realidade no bovinocultor é a presença das micotoxinas. Como um dos alimentos mais presentes na dieta bovina é a silagem, principalmente aquela feita à base de milho, é importante que o produtor não cometa erros. O médico veterinário e professor doutor Paulo Dilkin, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), que trabalha no Laboratório de Micotoxinas da Universidade (Lamic), comenta que é importante que o produtor preste atenção para que o alimento que será consumido pelos animais na propriedade não tenha micotoxinas. “Os fungos podem crescer nos grãos, e assim acabam criando micotoxinas, que, se consumidas pelos bovinos, acabam indo para o leite e os derivados e também para a carne”, comenta.

Segundo ele, para que um animal produza leite e carne com qualidade e em quantidade é importante o produtor tomar cuidado com o alimento, já que toda essa produção e cadeia será prejudicada com a presença das micotoxinas. O especialista explica que se há uma planta passando pelo período de maturidade, os fungos podem se desenvolver e produzir as micotoxinas. “Isso especialmente em grãos ou em palhadas. A planta já perdeu o vigor, a imunidade e assim começa a produzir as toxinas”, afirma. Ele ainda conta que os fungos, que então produzem as micotoxinas, podem se desenvolver tanto na lavoura quando na armazenagem. “Isso porque o fungo gosta de mais umidade. Nós temos que estocar os alimentos em locais bem secos, com temperatura mais baixa e, no caso da silagem, temos que ter ainda pouco oxigênio dentro do silo”, informa. Dilkin afirma que tirar o oxigênio é uma forma importante de conseguir produzir silagem sem micotoxinas.

Um alerta que o pesquisador faz ao produtor é quanto ao milho safrinha que é produzido e dado como alimento aos animais. “Ele é muito propenso a produzir toxinas”, informa. De acordo com ele, isso acontece porque neste período, quando o grão está começando a amadurecer, os fungos se instalam na base do grão e assim começam a se desenvolver e produzir as toxinas. Dilkin avisa que o produtor deve prestar atenção quando faz a silagem com este milho. “Ela (silagem) tem que ser bem compactada”, diz.

Outro detalhe destacado é que o produtor não pode esperar que o talo do pé de milho fique muito velho para fazer a silagem. “Se ele (o talo) for velho, o fungo já cresceu e produziu muita toxina”, informa. Dilkin ainda diz que não é recomendado fazer muita silagem usando o talo do pé de milho inteiro. “Não devemos pegar a parte mais verde da planta, porque ela já vai ter muita micotoxina. Essa parte não consegue se defender do fungo”, conta. De acordo com o professor, a parte mais abaixo do pé não é indicada para colocar na silagem. “Temos que fazer de tudo para ter pouca micotoxina na silagem que vamos oferecer aos nossos animais”, diz.

Dilkin alerta ainda que, às vezes, o produtor pode encontrar toxinas onde menos espera. “Se os silos não forem bem manejados, vai haver toxinas”, avisa. De acordo com ele, diversos tipos de bolores podem ser encontrados dentro dos silos, o que pode causar micotoxinas. “O interessante é que o produtor tenha, pelo menos, dois silos”, diz. Dilkin explica que em um o produtor pode colocar a ração e caso estiver terminando, não colocar a ração nova em cima da velha e sim no outro silo. “É importante que o produtor não misture as rações. Antes de colocar uma nova no silo, ele precisa limpar bem, varrer, lavar e desinfetar, caso contrário corre o risco de alguns fungos permanecerem e assim crescerem as micotoxinas”, afirma.

Entre os detalhes que o produtor deve prestar atenção para oferecer ao animal uma silagem de qualidade e sem micotoxinas é que não cortem o talo do pé de milho muito em baixo, façam baixa compactação e tirem o oxigênio. “Na silagem nós temos que tirar o oxigênio. Sem ele o fungo não cresce e vamos ter uma silagem de melhor qualidade”, diz. Pobre manejo no silo e excesso de umidade também fazem com que o alimento do animal tenha a micotoxina.

Prejuízos

Os prejuízos que um alimento intoxicado causa aos animais são vários, e o professor cita alguns. Ele mostrou que, por exemplo, a zearalenona (ZEA) pode causar cios irregulares, baixa taxa de prenhez, cistos ovarianos e mortalidade embrionária. Já as micotoxinas T-2, desoxinivalenol e aflatoxina podem causar nos animais contaminação láctea, mastite, baixa qualidade do leite, baixa eficiência alimentar e produção láctea, diarreia, cetose, gastroenterite, disfunção renal, entre outros problemas.

Dilkin alerta que quando a vaca consume as micotoxinas, isso faz com que elas sejam uma porta de entrada para que outras doenças atinjam o animal. “O fígado é um órgão bastante afetado. E uma coisa bastante importante que as micotoxinas fazem quando afetam o fígado é que o animal não produz mais as proteínas que precisa, não consegue trabalhar a gordura que vai para o leite, não produz fatores de coagulação e a defesa imunológica cai. Dessa forma o animal fica muito mais suscetível a ter outras doenças”, afirma. O professor alerta também que se o animal tem o fígado afetado, não consegue mais responder 100% às vacinas. “Em um animal que consumiu micotoxinas a resposta da vacinação chega somente a 60%”, conta. “Estamos vacinando e jogando dinheiro fora”, diz.

O pesquisador avisa que as micotoxinas trazem, além das doenças, outros prejuízos para a produção, como, por exemplo, um leite de má qualidade. “Micotoxinas aumentam em 23% a concentração de células somáticas no leite, tudo o que não queremos. Há ainda um aumento de 38% de concentração de bactérias no leite, e isso também influencia para que o leite seja considerado ácido, porque é instável na pasteurização”, conta.

De acordo com Dilkin, as micotoxinas geram grandes perdas em uma propriedade, aumentando as enfermidades no rebanho, além de prejuízos, seja na baixa produção de leite, leite de má qualidade ou até mesmo perda de animais. “É importante sempre nos preocuparmos em dar um alimento limpo, bem concentrado e com grande quantidade de nutrientes para os nossos animais para evitar problemas na nossa propriedade”, sugere.

Mais informações você encontra na edição de Bovinos, Grãos e Máquinas de junho/julho de 2017 ou online.

Fonte: O Presente Rural

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Bovinos / Grãos / Máquinas Em Uberaba (MG)

Casa do Girolando será inaugurada durante 89ª ExpoZebu

A raça Girolando terá agenda cheia na feira, incluindo lançamento do Ranking Rebanho, encontro com comitivas internacionais, julgamento e assembleia geral.

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Foto: Divulgação/Girolando

Tudo pronto para mais uma participação da raça Girolando na ExpoZebu (Exposição Internacional de Raças Zebuínas), que acontece entre sábado (27) e 05 de maio, em Uberaba (MG). A partir deste ano, a Associação Brasileira dos Criadores de Girolando passa a contar com um espaço fixo dentro do Parque Fernando Costa, a “Casa do Girolando”, onde recepcionará os visitantes ao longo de todo o evento.

A inauguração da Casa do Girolando será na próxima segunda-feira (29), a partir das 18 horas. “O parque é palco de importantes exposições ao longo de todo o ano, como a ExpoZebu e a Expoleite, que contam com a presença da raça Girolando. E agora poderemos atender a todos na Casa do Girolando, levando mais informação sobre a raça para os visitantes”, assegura o presidente da entidade, Domício Arruda.

Durante o evento, também acontecerá o lançamento do Ranking Rebanho 2023, que traz os melhores criadores que melhor desempenham o trabalho de seleção, produção e sanidade dentro de seus rebanhos. “O Ranking Rebanho é uma referência para os criadores de Girolando que buscam melhorar seus indicadores e, como consequência, elevar a rentabilidade de seus negócios”, diz o coordenador Técnico do Programa de Melhoramento Genético da Raça Girolando (PMGG), Edivaldo Ferreira Júnior. Outro evento marcado para o dia 29 de abril, a partir das 13h, é a Assembleia Geral Ordinária, para prestação de contas.

A associação ainda receberá comitivas internacionais durante a 89ª ExpoZebu. Estão agendados encontros com grupos da Índia e do Equador, quando serão apresentados os avanços da raça Girolando, que é uma das que mais exporta sêmen no Brasil.

Competições

A raça Girolando competirá em julgamento nos dias 29 e 30 de abril, pela manhã e tarde, sob o comando do jurado Celso Menezes. Participarão 120 animais de 17 expositores.

Fonte: Assessoria da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando
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Bovinos / Grãos / Máquinas

Embrapa propõe políticas para reaproveitamento de pastagens degradadas

Brasil tem pelo menos 28 milhões de hectares de áreas de pastagens em degradação com potencial para conversão em agricultura, reflorestamento, aumento da produção pecuária ou até para produção. de energia.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

O Brasil tem pelo menos 28 milhões de hectares (ha) de áreas de pastagens em degradação com potencial para conversão em agricultura, reflorestamento, aumento da produção pecuária ou até para produção de energia. O volume de hectares equivale ao tamanho do estado do Rio Grande do Sul.

O cerrado é o bioma com o maior número de áreas em degradação. Os estados com as  maiores áreas são o Mato Grosso (5,1 milhões de ha), Goiás (4,7 milhões de ha), Mato Grosso do Sul (4,3 milhões de ha), Minas Gerais (4,0 milhões de ha) e o Pará (2,1 milhões de ha).

Para ter uma ideia das possibilidades de reaproveitamento, se toda essas áreas fossem usadas para o cultivo de grãos (arros, feijão, milho, trigo, soja e algodão) haveria uma aumento de 35% a área total plantada no Brasil (comparação com a safra 2002/2023).

A extensão do problema e as diferentes possibilidades de reaproveitamento econômico dessas áreas fizeram o governo federal a criar no final do ano passado o Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas em Sistemas de Produção Agropecuários e Florestais Sustentáveis (Decreto nº 11.815/2023).

Para implantar o programa, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Embrapa, publicou em um livro mais de 30 sugestões de políticas públicas, que o país tem experiência e tecnologia desenvolvida para implantação.

Planejamento 
Apesar da expertise acumulada, a efetivação é um desafio. Cada área a ser recuperada exige estudo local. O planejamento das ações “deve levar em consideração informações sobre o ambiente biofísico, a infraestrutura, o meio ambiente e questões socioeconômicas. Além disso, é preciso avaliar o histórico de evolução pecuária no local e entender quais fatores condicionam a adoção dos sistemas vigentes”, descreve o livro publicado pela estatal.

A partir do planejamento, é necessário criar condições para o reaproveitamento das áreas: crédito, capacitação dos produtores e assistência. “É preciso integrar políticas públicas, fazer com que os produtores rurais tenham acesso ao crédito, ampliar o serviço de educação no campo, e dar assistência técnica e extensão rural para a estruturação de projetos e para haja um trabalho contínuo e não uma coisa pontual”, assinala o engenheiro agrônomo Eduardo Matos, superintendente de Estratégia da Embrapa.

Nesta sexta-feira (26), a empresa faz 51 anos de funcionamento. A cerimônia de comemoração, nesta quinta-feira (25), contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Um exemplar do livro foi entregue à comitiva presidencial.

No total, as áreas de pastagem ocupam 160 milhões de hectares, sendo aproximadamente 50 milhões de hectares formados por pasto natural e o restante pasto plantado. A área de produção de grãos totaliza 78,5 milhões de hectares, e as florestas plantadas para uso econômico ocupam uma área aproximada de 10 milhões de hectares.

De acordo com o IBGE, a atividade agropecuária ocupa mais de 15 milhões de pessoas no Brasil. Um terço desses empregos são na pecuária bovina (4,7 milhões). O país é o segundo maior produtor de carne bovina do mundo e o maior exportador (11 milhões de toneladas).

Fonte: Agência Brasil
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Bovinos / Grãos / Máquinas

Rentabilidade ao produtor de leite melhora impulsionada pela redução dos custos de produção e pela sazonalidade da oferta

Mercado de leite enfrenta um cenário desafiador, marcado por incertezas, queda na oferta interna e nos preços ao consumidor.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

O mercado nacional e global de leite ainda segue sob grandes incertezas. Na área internacional, os preços perderam um pouco o ritmo de elevação, influenciado principalmente, por uma menor demanda chinesa. Além disso, o gigante asiático vem estimulando a produção interna substituindo parte da importação.

O leite em pó integral fechou em US$3.269/tonelada no leilão GDT do dia 16 de abril. No mesmo mês em 2023 este preço estava no patamar de US$ 3.100/tonelada. Na Argentina, a oferta de leite segue complicada por uma piora na rentabilidade nas fazendas. Nos dois primeiros meses do ano, a produção de leite da Argentina caiu 13,6% na comparação com o mesmo período do ano passado.

Foto: Ari Dias

Já no mercado interno, as cotações de leite e derivados vêm reagindo, mas o cenário de menor competitividade em preços e queda de braço com as importações permanece. No primeiro trimestre de 2024, as importações brasileiras totalizaram 560 milhões de litros, com alta de 10,8% em relação a 2023. O diferencial de preços, tanto do leite em pó quanto do queijo muçarela, está mais favorável ao derivado importado.

Enquanto isso, governos estaduais tem se manifestado com medidas tributárias e fiscais para tentar reduzir a entrada de derivados lácteos oriundos do exterior. Vale lembrar que em 2023 as importações responderam por 9% da produção doméstica e um recuo nesse volume tende a deixar a oferta mais restrita, sustentando os preços internos. Mas também irá exigir uma resposta mais rápida da produção interna, suprindo a demanda brasileira.

Sazonalidade da produção de leite

A sazonalidade da produção de leite no Brasil é bastante pronunciada, mesmo considerando o crescimento dos sistemas de produção de maior adoção de tecnologias. Os meses de abril, maio e junho são aqueles de menor produção de leite e isso acaba refletindo nos preços neste momento. Os mercados de leite UHT e queijo muçarela tem registrado valorizações, ainda que modestas.

O preço ao produtor também vem registrando elevação, pelo quarto mês consecutivo.

Do ponto de vista macroeconômico, os indicadores de crescimento do PIB vêm melhorando, com perspectivas de expansão próxima de 2% em 2024. No comércio, as vendas dos supermercados seguem positivas, com expansão de 4,7% nos últimos 12 meses, enquanto a média do comércio em geral mostrou elevação de apenas 1,7%. Os indicadores do mercado de trabalho têm registrado crescimento importante. Em janeiro o salário real médio do brasileiro cresceu 4% sobre janeiro de 2023. O número de pessoas ocupadas também aumentou.

Foto: Fernando Dias

O preço dos lácteos ao consumidor, por outro lado, recuaram 2,8% nos últimos doze meses. No caso do UHT, a queda foi de 5,6%, o que acaba ajudando nas vendas. Neste mesmo período a inflação brasileira foi de 3,9%. Ou seja, os lácteos vêm contribuindo para redução da inflação brasileira neste momento.

Custo de produção

Na atividade de produção de leite, as informações de custo de produção têm mostrado um cenário mais positivo. Os preços de importantes insumos recuaram, contribuindo com queda no ICPLeite-Embrapa que, nos últimos 12 meses finalizados em março de 2024, apresentou recuo de 5,58%.

O farelo de soja recuou de 23% em relação a abril de 2023, ficando abaixo de R$2 mil/tonelada. No caso do milho, a queda foi também importante, com o cereal recuando 18,5% na comparação anual. Portanto, a combinação de recuo nos custos de produção com elevação no preço do leite vai sinalizando um ambiente de recuperação de rentabilidade para o produtor de leite, após um cenário difícil observado no segundo semestre de 2023.

Cadeia produtiva do leite

De todo modo, é importante avançar em uma agenda de competitividade da cadeia produtiva do leite, sobretudo com foco em melhorias na eficiência média das fazendas e na gestão. Tem sido observado uma heterogeneidade muito grande nos custos de produção de leite, em alguns casos com diferenças de até R$ 0,80 por litro. A importação traz perdas econômicas relevantes para o setor lácteo no Brasil, mas buscar cotações mais alinhadas ao cenário global é uma forma de reduzir estruturalmente as compras externas. Para isso a competitividade em custos é determinante. O momento ainda é de bastante incerteza, inclusive global. Internamente, a entressafra pode dar um fôlego para a alta recente dos preços de leite.

Fonte: Assessoria Centro de Inteligência do Leite
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CBNA – Cong. Tec.

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