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Embrapa testa irrigação de soja em MS

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Irrigar soja na região sul de Mato Grosso do Sul pode ser viável, dependendo da produtividade e do custo da saca no mercado. Foi o que mostrou um estudo realizado pela Embrapa Agropecuária Oeste (MS), em parceria com a Universidade Federal da Grande Dourados, sobre a soja RR1. 
A região sofre com a má distribuição de chuvas durante a safra da cultura, de outubro a janeiro, além de estar sujeita à influência dos chamados "veranicos", dias muito quentes de sol com ausência de chuvas, o que causa quebra na produtividade. O trabalho considerou condições de irrigação por pivô central para a safra 2015/2016.
A viabilidade da irrigação dependerá de fatores importantes como a quantidade de sacas produzidas por hectare (sc/ha) e o valor de mercado da soja. Os especialistas descobriram que, com um preço da saca a partir de R$ 44,40 e uma produtividade mínima de 56,52 sc/ha, vale a pena investir em pivôs centrais para a irrigação da lavoura. Essa estimativa está bem abaixo da produtividade estimada da região de 70 sc/ha para a soja irrigada.
O trabalho conjunto foi realizado pelo administrador Alceu Richetti e pelos pesquisadores da área de Irrigação e Drenagem, Danilton Luiz Flumignan e Alexsandro Claudio dos Santos Almeida. Os dois primeiros pertencem ao quadro da Embrapa e Almeida é especialista da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD).
Caso a produtividade caia para 43,5 sc/ha, o valor pago pela saca tem de ser, pelo menos, R$71,50, segundo também apontou o estudo. "O trabalho sinaliza ganhos reais para o produtor irrigante. Mas é importante destacar que são necessárias 6,14 sc/ha somente para pagar o custo com a irrigação", alerta Richetti. O custo total de produção estimado com irrigação é de R$ 3.108,32 por hectare.
Além dos custos de produção, os estudos analisaram gastos com as quantidades de insumos, operações agrícolas, gestão da propriedade, além da produtividade, ganhos obtidos e a eficiência produtiva e econômica.
Foram considerados os preços de fatores e dos produtos vigentes para a safra 2015/2016, levantados no mês de junho de 2015. Richetti conta que foram incluídas a remuneração do fator terra, representada pelo valor do arrendamento por hectare e a remuneração do capital de custeio e de investimento (juros de 6% ao ano sobre o custo de produção, por um período de setes meses) nos custos de oportunidade.  O custo de oportunidade compara o lucro de uma atividade com o lucro de outra, por exemplo: investir na poupança ou arrendar a terra em vez de cultivar com irrigação.
 
Segundo Flumignan, até em épocas mais úmidas a irrigação nessa região do estado pode ser um bom negócio. "Mesmo nas safras de maior oferta de chuvas para o cultivo da soja, alguns eventos de irrigação seriam necessários para atingir o potencial produtivo", afirma o pesquisador da Embrapa.
Retorno do investimento 
Quanto menor o preço de mercado, maior será a necessidade de se obter elevadas produtividades para garantir lucros. No caso da soja irrigada, o estudo indica que a produtividade necessária para cobrir os custos de produção na safra 2015/2016 variou de 43,5 sc/ha − quando houve aumento de 30% do preço da saca − até 80,7 sc/ha − quando o preço foi reduzido em 30%.
Isso significa que a renda líquida − valor que restou da venda depois de deduzidos os custos de produção − da soja RR1 irrigada só será negativa quando o preço de mercado da oleaginosa tiver redução de 20% a 30%; e, ainda, que se o valor da saca desvalorizar em até 10%, ainda será um bom negócio irrigar a soja no sul de Mato Grosso do Sul. 
Impacto dos custos
O resultado da análise de eficiência econômica mostrou que o maior emprego de recursos ficou concentrado na semeadura e nos tratos culturais. Foram levados em consideração os gastos com fertilizante, que apresentaram o maior impacto, com 15,8% do custo total; energia elétrica consumida com o pivô de irrigação, que representou 10,2%; inseticidas, 3,7%, e herbicidas, 3,3%. 
"Essa foi a análise dos insumos utilizados no processo produtivo da soja RR1 irrigada. As operações agrícolas correspondem a 15,8% do custo total, sendo que a semeadura, os transportes interno e externo e a colheita, juntos, representam 9,7%", completa Richetti.
Outros fatores analisados, que somam 25,8% do total, foram a remuneração da terra, do capital e do custeio, e representam R$ 805,53 por hectare. Já no processo produtivo, os maiores pesos foram para semeadura (33,8%, que corresponde a R$ 1.050,15/ha);  tratos culturais, que englobam, entre outras ações, preparo do solo, tratamento de sementes, implantação da lavoura (21,1% e R$ 654,59);  manejo da área, que inclui cuidados para preparar a área (dessecação) em que será semeada a soja (13,8% e R$ 428,21/ha) e, por fim,  colheita (12,2% e R$ 381,79/ha).
Pivô central
Segundo Almeida, o método de irrigação analisado foi o de aspersão por meio de sistema do tipo pivô central, que possibilita a irrigação de grandes áreas utilizadas para cultivo de grãos. O pivô considerado possui aspersores do tipo "spray", acionados por motores elétricos, para irrigar uma área de cem hectares. 
"O ciclo de irrigação foi considerado por um período de quatro meses, durante a safra, com a aplicação de 244,3 mm de lâmina bruta total, que é a quantidade ideal de água que deve ser aplicada na cultura para suprir sua necessidade hídrica", explica o pesquisador Danilton Flumignan. 
Flumignan lembra que esses índices são o resultado de um estudo do balanço hídrico histórico das safras 2001/2002 até 2012/2013 na região sul do estado. "Nessa pesquisa, chegamos à conclusão de que a necessidade de irrigação para cultivo da soja irrigada variou de 132,9 mm a 416,8 mm, com média de 244,3 mm", diz. Os dados climáticos foram obtidos no sistema Guia Clima, da Embrapa Agropecuária Oeste.
Preparo da soja irrigada
A indicação para que a soja irrigada tenha um bom desenvolvimento é manejar a área considerando que antes dessa lavoura havia cultura de outono/inverno e pasto com capim braquiária durante o outono/inverno. Foi estimada a produtividade de 4.200 kg/ha, o que equivale a 70 sc/ha. 
O estudo considerou, antes do cultivo da soja RR1 irrigada, duas aplicações de herbicidas: a primeira com o herbicida glifosato, que controla a braquiária e o restante dos cultivos de outono/inverno. Também foi considerado o uso do herbicida clorimurom-etílico, para auxiliar no combate à buva, uma das plantas daninhas mais difíceis de se controlar atualmente no Brasil, que se prolifera facilmente pelo ar e é resistente até mesmo ao glifosato. A segunda aplicação de herbicida acontece 15 dias após a primeira, com o acréscimo de outro herbicida: o paraquat. 
Os pesquisadores também relatam a necessidade de quatro aplicações de inseticidas: duas para controle de lagartas, com um inseticida de contato chamado tiodicarbe, e o fisiológico teflubenzurom. As outras duas aplicações são com os inseticidas de contato tiametoxam+lambda-cialotrina e imidacloprido+beta-ciflutrina para  controle de percevejos.
No controle de doenças, foram consideradas quatro aplicações de fungicidas (azoxistrobina+ ciproconazol e carbendazim) para controle da ferrugem-asiática-da-soja, doença causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizie que impede a plena formação dos grãos e de doenças de final de ciclo.

Fonte: Embrapa Agropecuária Oeste

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Salão Internacional de Proteína Animal 2024 foi o maior da história

Com projeções iniciais de 25 mil visitantes, a maior edição já realizada do SIAVS alcançou 30 mil credenciados, provenientes de mais de 60 países – especialmente da América Latina, Europa e Ásia.

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Maior evento do setor de proteína animal do Brasil, o Salão Internacional de Proteína Animal (SIAVS) superou todas as expectativas estabelecidas pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), entidade organizadora do evento que aconteceu de 06 e 08 de agosto, no Distrito Anhembi, em São Paulo (SP). Ao menos 12 das maiores empresas exportadoras de carne bovina do Brasil marcaram presença, além de entidades como a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec).

Com projeções iniciais de 25 mil visitantes, a maior edição já realizada do SIAVS alcançou 30 mil credenciados, provenientes de mais de 60 países – especialmente da América Latina, Europa e Ásia. Apenas na solenidade de abertura, foram 2 mil pessoas acompanhando presencialmente a palestra realizada pelo economista Eduardo Giannetti, com mediação do jornalista Luiz Henrique Mendes.

Fotos: Alf Ribeiro

Ao todo, 317 expositores participaram dos mais de 30 mil metros quadrados de evento – dentre eles, empresas de genética, equipamentos, insumos, laboratórios, soluções tecnológicas e outros fornecedores da cadeia produtiva, além das mais de 100 marcas de indústrias de proteínas animal, de 90 empresas produtoras, processadoras e exportadoras de proteína animal – que incluem associadas à ABPA (de avicultura e suinocultura) e de parceiras do evento, como a Abiec (bovinos), Peixe BR (peixes de cultivo), entre outras.

Mais de 2,5 mil congressistas participaram presencialmente das apresentações dos 80 palestrantes, durante os três dias de programação. Houve, ainda, 2,4 mil produtores vinculados ao Projeto Produtor, iniciativa do Siavs com agenda especialmente preparada no evento. Para aqueles que não puderam participar presencialmente, o Siavs à distância preparou uma programação especial, que contou com mais de 300 inscritos, de dezenas de universidades e institutos de educação pelo Brasil.

No Siavs Talks – espaço destinado às apresentações de inovação e tecnologia para os setores – foram mais de 600 participantes, acompanhando as apresentações de 21 startups de todo o país. Outras centenas de visitantes participaram da imersão na cadeia produtiva, com o Siavs Experience – com vídeos em 360° e a apresentação de painéis e vídeos sobre a cadeia produtiva.

“Tivemos uma grata surpresa com a grande adesão de toda a cadeia produtiva global no Siavs 2024. Estabelecemos um novo patamar para o encontro, com a adesão de entidades do setor não apenas do Brasil, mas de diversas regiões do planeta. O Siavs foi, nestes três dias, o ponto de encontro da cadeia de proteína animal global”, avalia o presidente da ABPA, Ricardo Santin.

Presenças

A abertura contou com a presença do Ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, do Ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, e dos Governadores do Paraná, Carlos Massa Ratinho Junior, de Santa Catarina, Jorginho Mello, do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, além do presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, Deputado Federal Pedro Lupion e da Senadora Tereza Cristina. Também fizeram parte da solenidade os secretários de Agricultura e Abastecimento de São Paulo, Guilherme Piai, de Desenvolvimento Agrário do Pernambuco, Cícero Moraes, de Meio Ambiente do Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, e o presidente da Agrodefesa de Goiás, José Roberto Caixeta. Embaixadores, diplomatas, parlamentares e lideranças dos setores público e privado também participaram da solenidade.

A próxima edição do SIAVS já tem data: 04 a 06 de agosto de 2026, novamente no Distrito Anhembi, em São Paulo (SP).

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor de bovinocultura de leite e na produção de grãos acesse a versão digital de Bovinos, Grãos e Máquinas, clique aqui. Boa leitura!

Fonte: O Presente Rural
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Nucleovet divulga programação do Simpósio Brasil Sul de Bovinocultura de Leite

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13º SBSBL, 8ª Brasil Sul Milk Fair e 3º Fórum Brasil Sul de Bovinocultura de Corte ocorrerão em Chapecó (SC), entre 5 e 7 de novembro. (Foto: Arquivo MB Comunicação).

Referência em disseminação de conhecimento, aperfeiçoamento da classe, desenvolvimento de novas tecnologias e troca de experiências, o 13º Simpósio Brasil Sul de Bovinocultura de Leite (SBSBL) ocorrerá nos dias 5, 6 e 7 de novembro, no Centro de Cultura e Eventos Plínio Arlindo de Nes, em Chapecó (SC). O evento, promovido pelo Núcleo Oeste de Médicos Veterinários e Zootecnistas (Nucleovet), contará com os painéis indústria, qualidade da forragem, saúde, manejo e ambiente. A programação ainda engloba a 8ª Brasil Sul Milk Fair e o 3º Fórum Brasil Sul de Bovinocultura de Corte.

O presidente do Nucleovet, Tiago Mores, ressalta que o evento é organizado para oportunizar discussões atuais, com apresentação de novas soluções e geração de conexão entre empresas e profissionais. “Recebemos médicos veterinários, zootecnistas, técnicos, profissionais de agroindústrias, produtores rurais e estudantes de todo o Brasil e da América-Latina, nossa missão é entregar um evento completo que demonstre e reforce a pujança da bovinocultura brasileira”.

Na visão de Mores, o sucesso do evento também tem sido baseado em uma abordagem pragmática de assuntos do cotidiano e que possam agregar informação técnica e aplicação prática.

O presidente da comissão científica, Claiton André Zotti, explica que a programação é elaborada por uma comissão responsável por avaliar os temas de maior relevância para o setor na atualidade. “Com uma equipe formada por profissionais de diversos segmentos da cadeia produtiva, conseguimos construir uma programação riquíssima e que engloba importantes debates”, destaca.

Zotti reforça que as discussões são levantadas por renomados pesquisadores do setor, qualificando ainda mais a grade técnico-científica do evento. “Tratamos de um ramo complexo e desafiador, temos novas práticas e técnicas sendo desenvolvidas a todo momento. É crucial que profissionais da bovinocultura de leite e de corte mantenham-se atualizados acerca dos avanços do setor”.

INSCRIÇÕES

As inscrições para participar do 13º Simpósio Brasil Sul de Bovinocultura de Leite (SBSBL) já estão disponíveis. No primeiro lote, até o dia 2 de outubro, os investimentos são de R$ 315,00 para profissionais e de R$ 460,00 para estudantes. Com esse ingresso o participante tem acesso total ao evento – 13º SBSBL, 8ª Brasil Sul Milk Fair e 3º Fórum Brasil Sul de Bovinocultura de Corte.

Há também a possibilidade de participar somente do 3º Fórum Bovinocultura de Corte e da 8ª Milk Fair. Os valores para essa modalidade são de R$ 150,00 até o dia 2 de outubro, data que marca o fim do primeiro lote.

Para participar somente da 8ª Brasil Sul Milk Fair e conferir novas tecnologias e soluções expostas por empresas do setor, as inscrições podem ser feitas pelo valor de R$ 50,00.

Na compra de pacotes a partir de dez inscrições para o SBSBL serão concedidos códigos-convites bonificados. Associados do Nucleovet, profissionais de agroindústrias, órgãos públicos e grupos de universidades têm condições diferenciadas. As inscrições podem ser realizadas no site: www.nucleovet.com.br.

 

 Programação – Simpósio Bovinocultura – Nucleovet 

Fonte: Assessoria
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Farelo de mamona é testado como nova opção para alimentação de bovinos de corte

Coproduto também terá seu uso avaliado quanto ao potencial de redução da emissão de metano pelos ruminantes.

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Foto: Gabriel Aquere

Um estudo inédito conduzido pela Embrapa está testando o uso do farelo de mamona destoxificado como substituto do farelo de soja em dieta para bovinos de corte, assim como seu potencial para redução de emissão de metano. A pesquisa é realizada em Bagé, na Embrapa Pecuária Sul, em parceria com a Embrapa Algodão e a Universidade Federal de Santa Maria, e busca avaliar o consumo, a digestibilidade e a segurança do uso do farelo na dieta dos animais.

Isso porque a mamona apresenta originalmente em sua composição a ricina, um componente tóxico. No entanto, a partir da destoxificação realizada na indústria, o farelo de mamona tem grande potencial de nutrição de ruminantes, principalmente por conter teor de proteína bruta de até 45%, cerca de 10% a mais do que o farelo de soja, e por ser mais barato.

Testes prévios com pequenos ruminantes já demonstraram a inexistência de efeito nocivo do farelo de mamona destoxificado na alimentação destes animais, considerados poligástricos. Animais monogástricos, como aves, peixes e suínos, não têm tolerância ao farelo de mamona, e não podem consumir o coproduto.

Conforme Bruna Machado, zootecnista responsável pelos estudos em sua tese de doutorado, o farelo de mamona está sendo testado para ser introduzido de forma segura no mercado pecuário brasileiro. “Esperamos chegar às condições adequadas e seguras para uso do farelo de mamona nas dietas dos ruminantes, tendo como finalidade a suplementação dos animais a campo e também em ambiente de confinamento”, destacou.

De acordo com Liv Severino, pesquisador da Embrapa Algodão, que trabalha com mamona há cerca de 20 anos, há um avanço significativo nos testes conduzidos com bovinos de corte neste momento, com grande expectativa da indústria da mamona do mundo todo. “A Índia é a grande produtora e a China a segunda produtora no mundo, e nenhum desses países consegue utilizar o farelo de mamona na alimentação animal. Então realmente esse passo que estamos dando é uma novidade mundial”, destaca o pesquisador, que vislumbra expressiva agregação de valor ao produto a partir do sucesso nos experimentos.

Metodologia empregada

A tese de doutorado tem como título “Uso seguro do farelo de mamona como alimento para animais ruminantes e para a redução das emissões de metano entérico”. O projeto conta com a colaboração do Laboratório de Pastos e Suplementos da UFSM. Ao todo, 20 fêmeas da raça Brangus de um ano de idade, divididas em quatro grupos de cinco, têm acesso à alimentação disponível em um determinado tratamento. A orientação da pesquisa é realizada, na Embrapa, pela pesquisadora Cristina Genro, e, na UFSM, pela professora Luciana Pötter.

Os animais recebem dieta base para todos os tratamentos, composta de 1% de concentrado e 2% de pré-secado de aveia, com oferta à vontade. Os tratamentos são de diferentes níveis de inclusão de mamona destoxificada em substituição ao farelo de soja. Os níveis de substituição são de 10, 20 e 30%, além do tratamento controle, sem adição do farelo de mamona.

“Cada animal tem acesso somente a um dos quatro cochos da baia com seu respectivo tratamento de nível de inclusão de mamona. Isso só é possível pois cada animal tem uma identificação por meio de um chip de identificação implantado na orelha, possibilitando ter acesso ao cocho, que libera a entrada somente do animal previamente cadastrado”, explica Bruna.

Nova dieta e redução da emissão de metano

Um dos potenciais do farelo de mamona testado no estudo é a redução da produção e emissão do metano entérico pelos bovinos de corte. Este é um dos fatores que vêm sendo avaliados, além da nutrição dos ruminantes, com o objetivo de tornar a pecuária cada vez mais competitiva e sustentável.

“Uma das principais fontes que contribui para a emissão desse gás é o processo de fermentação entérica em ruminantes, sendo o metano um gás muito relevante para o objetivo de reduzir o aquecimento global. Como o Brasil apresenta um dos maiores rebanhos bovinos do mundo, um dos caminhos para que o país cumpra os compromissos assumidos internacionalmente de reduzir a emissão de metano é através do manejo e formulação de dietas mais eficientes”, destaca Bruna.

Além de usar a nutrição animal como ferramenta de diminuição das emissões de metano, a pecuária pode contribuir de forma significativa para o sequestro de carbono, a partir de práticas como o manejo correto das pastagens. Ver publicação: https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-/publicacao/1103038/uso-da-altura-para-ajuste-de-carga-em-pastagens

Destoxificação da mamona

A mamona é cultivada com o objetivo de extração do óleo da semente. O farelo sobra como resíduo, e até então era usado apenas como fertilizante orgânico, devido a sua toxicidade relacionada à presença da ricina em sua composição. A proteína tóxica é capaz de inativar os ribossomos, prejudicando a síntese proteica e causando morte celular. No entanto, é possível alcançar de forma eficiente a destoxificação do farelo de mamona na indústria de extração de óleo, possibilitando o seu uso para alimentação de animais ruminantes. Sendo submetido ao processo adequado, o insumo pode ser usado como substituto do farelo de soja na dieta de ruminantes, aproveitando o seu alto teor de proteína bruta e o custo mais baixo.

Fonte: Assessoria Embrapa Pecuária Sul
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