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Distúrbios metabólicos no pré e pós-parto. Como evitá-los?

O período mais importante na vida de uma vaca leiteira compreende os 30 dias da data prevista para o parto e os 21 dias que se seguem

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Artigo escrito por Liéber Garcia, que é mestre em zootecnia e coordenador de pecuária leiteira da Premix

O período mais importante na vida de uma vaca leiteira compreende os 30 dias da data prevista para o parto e os 21 dias que se seguem. É nesta fase que toda a lactação poderá ser maximizada ou penalizada, dependendo do manejo com os animais.

De maneira geral, espera-se de uma vaca leiteira a produção máxima de seu potencial genético e que ela tenha o mínimo de distúrbios metabólicos, entre eles, o deslocamento de abomaso (giro na posição do estômago verdadeiro), cetose (intoxicação por corpos cetônicos produzidos pelo fígado), a retenção de placenta e a hipocalcemia (déficit de cálcio na corrente sanguínea), que, segundo levantamentos de pesquisadores norte-americanos, podem levar o produtor a gastar de US$ 150 a US$ 500 por vaca no período de lactação caso sofra dessas enfermidades.

Dentre todos os manejos para se prevenir as ocorrências desses problemas está a mensuração do consumo de matéria seca por esses animais. É na matéria seca, ou seja, no alimento, que se encontram os nutrientes necessários para que o animal desempenhe todas as suas funções metabólicas. Ela também pode fortificar o sistema imunológico que porventura venha a se comprometer devido à baixa ingestão de nutrientes nessa fase.

No terço final da gestação ocorre o maior crescimento do bezerro no útero materno. Após o parto, a vaca tem a capacidade ruminal comprometida, além de ter que produzir leite e estar apta a se reproduzir novamente. O grande problema é que a vaca só consumirá o máximo de matéria seca após os 90 dias pós-parto e o pico de lactação se dará aos 60 dias pós-parto.

Nessa fase, como a produção é maior do que a ingestão de nutrientes, entende-se que a vaca está em balanço energético negativo, comprometendo o seu desempenho futuro. Daí a importância de se medir exatamente o que o animal está ingerindo de matéria seca, para que se possa colocar nela todos os nutrientes necessários.

A ingestão de matéria seca nesta fase está diretamente relacionada a outro manejo que se pode lançar mão para evitar os distúrbios: o escore corporal. Para vacas leiteiras, utiliza-se como parâmetros a escala de 1 a 5, sendo o escore 1 para animais muito magros, e escore 5, para os animais muito gordos.

No entanto, mais importante do que o escore corporal que o animal se encontra ao parto, é a diferença na mudança deste escore. Por exemplo, se uma vaca vai parir com escore 4 e, aos 10 dias pós-parto esse animal estiver com escore 2, será mais prejudicial do que uma vaca parindo com escore 3,5 e, aos 10 dias pós-parto, estiver com 2,5. A diferença de perda de escore na primeira situação, que seria de 2 pontos, é mais prejudicial do que a diferença da segunda situação que seria de 1 ponto.

Essa situação de mudança no escore corporal no período de transição pode levar o animal a um quadro de cetose. A cetose nada mais é do que a incapacidade do fígado em metabolizar a gordura corporal que a vaca utilizou para suas demandas energéticas. Quando falta alimentação adequada nesta fase, o animal mobiliza gordura corporal para a produção de leite e a manutenção de suas funções fisiológicas. O problema se agrava quando o fígado, para se livrar dessa gordura, começa a metabolizá-la em compostos chamados corpos cetônicos, como o beta hidroxi butirato, e o joga na corrente sanguínea. Esse composto é tóxico ao animal e, se não for feito um tratamento para diminuir este processo, poderá levá-lo à morte ou comprometer a produção em toda a lactação. Para prevenir o quadro de cetose pode-se mensurar os níveis de beta hidroxi butirato na corrente sanguínea, sendo que o nível para tratamento com propilenoglicol será de 12,4 mg/dL de BHBA, mensurados aos cinco e nove dias após o parto.

A hipocalcemia também é um distúrbio caracterizado pela ineficiência da vaca em mobilizar cálcio para as suas funções fisiológicas. Ao parir, o animal aumenta em muito sua necessidade de cálcio, pois consome pouca matéria seca e ainda tem que produzir muito colostro e leite, além de, antes do parto, ter um esqueleto fetal em formação que demandava muito desse metal alcalino. Manipular o processo de retirada do cálcio do esqueleto da vaca é uma das formas de prevenir esse distúrbio. A hipocalcemia pode ser o estopim para diversas anomalias após o parto, como metrites, cetoses e, principalmente, doenças ligadas ao sistema imune do animal.

Utilizar suplementos aniônicos no pré-parto é uma das alternativas para que a mobilização do cálcio dos ossos para a corrente sanguínea seja mais efetiva. A dieta aniônica tem por objetivo deixar o receptor do paratormônio (hormônio responsável pela retirada do cálcio ósseo para a corrente sanguínea) mais ativo. Esse receptor é pH-dependente, sendo que, quanto mais ácido for o meio fisiológico, maior será a resposta desse receptor. Portanto, um modo de se verificar se a dieta aniônica para prevenção de hipocalcemia está funcionando é a simples mensuração do pH urinário, que é levemente alcalino (ao redor de 8,0). Ao lançar mão de suplementos aniônicos, ricos em ânions como cloro e enxofre, este pH pode chegar à 5,5 a 6, mostrando que o animal provavelmente está mobilizando mais cálcio para as suas funções.

A retenção de placenta também é outro problema que acomete os animais na parição. É a doença que abre portas para as demais enfermidades e está relacionada com ingestão de selênio e vitaminas, além de manejo ambiental aos 30 dias antes da data prevista para o parto. Portanto, para a prevenção de retenção de placenta, além do uso de suplementos minerais de alta biodisponibilidade, como selênio, cobre, zinco e vitamina E, a adoção de dieta aniônica também favorece a diminuição dessa enfermidade.

Animais em ambientes com alto desafio de estresse, como calor, barulho excessivo, muita movimentação, camas desproporcionais e, principalmente, dietas de baixa qualidade, também podem aumentar os índices de retenção de placenta.

Sendo assim, para que se possa dar condições aos animais expressarem o máximo de seu potencial genético, é de extrema importância que o manejo nutricional seja bem realizado aos 21 dias pré-parto e aos 21 dias após o parto. No entanto, deve-se também lançar mão de manejos voltados ao conforto e sanidade para que uma vaca faça apenas quatro coisas na propriedade: coma, descanse, rumine e produza. Caso contrário, ela estará pensando. E vaca que pensa, não produz!

Fonte: Assessoria

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Projeto Produtor Latino-americano gera oportunidades de negócios e conhecimento para países da região

Ação apoia visitas de produtores da região em busca de novas tecnologias, bem como vai estruturar uma programação integralmente gratuita especialmente selecionada para produtores e técnicos de nações da região – contando com tradução simultânea em inglês e espanhol.

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Presidente da ABPA, Ricardo Santin: "O Siavs é uma oportunidade completa para quem produz e busca se aprofundar tecnicamente e investir na própria produtividade" - Foto: Divulgação

Produtores da avicultura, da suinocultura e da bovinocultura da América Latina contarão com uma programação especial em meio ao Salão Internacional de Proteína Animal (Siavs), um dos principais eventos da cadeia de proteína animal da América Latina, que acontecerá entre os dias 06 e 08 de agosto, em São Paulo (SP).

Batizado como Projeto Produtor Latino-americano, a iniciativa vai estruturar uma programação integralmente gratuita especialmente selecionada para produtores e técnicos de nações da região – contando com tradução simultânea em inglês e espanhol.

São seminários e palestras especiais que tratarão de temas atuais, como enfrentamento e estratégias sobre Influenza aviária e Peste Suína Africana, Boas práticas sobre Antimicrobianos, bem-estar animal, nutrição, qualidade de água, tecnologias e inovação, entre outros pontos.

Ao mesmo tempo, de acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) – entidade organizadora do evento – a maior feira das cadeias produtivas no Brasil apresentará aos visitantes internacionais novas tecnologias voltadas para a produção de aves, suínos, ovos e bovinos, incluindo novidades em equipamentos, nutrição, saúde animal, genética, estruturas para granjas, energia e outros pontos. “O Siavs é uma oportunidade completa para quem produz e busca se aprofundar tecnicamente e investir na própria produtividade. São centenas de expositores apresentando o que há de mais moderno e o melhor custo benefício para quem quer se aprimorar”, destaca o presidente da ABPA, Ricardo Santin.

Saiba mais informações sobre o projeto clicando aqui.

Sobre o Siavs

O Siavs 2024 é a maior feira das cadeias produtivas de proteína animal, que acontecerá entre os dias 06 e 08 de agosto deste ano no novíssimo Distrito Anhembi – o mais novo e moderno espaço de exposições de São Paulo (SP).

Reunindo centenas de empresas no pavilhão localizado ao lado da Marginal Tietê, o Siavs será o palco de diversos lançamentos de novas tecnologias para a cadeia produtiva ao longo de seus três dias de exposições.

Mais de 200 empresas já confirmaram participação nos mais de 25 mil metros quadrados de área de exposição do evento.

Além disso, uma ampla programação de palestras deverá ser divulgada nos próximos dias, reunindo especialistas das cadeias de proteína animal do Brasil e de diversos países.

Fonte: Assessoria Siavs
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7º Fórum Catarinense de Prevenção à Febre Aftosa ocorre em 27 de maio

Evento comemora 17 anos do estado livre de febre aftosa sem vacinação e conta com o apoio do Icasa, Sindicarne e Acav.

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Evento terá participação presencial da Defesa Civil e transmissãoon-line - Foto: Everton Queiroz

Neste mês de maio Santa Catarina está completando 17 anos de reconhecimento internacional de estado como “Zona Livre de Febre Aftosa sem Vacinação”. Em comemoração à data, a Secretaria de Estado da Agricultura e a Companhia Integrada de Santa Catarina (Cidasc) promovem o 7º Fórum Catarinense de Prevenção à Febre Aftosa, na próxima segunda-feira (27), às 09 horas, em Florianópolis (SC). O evento terá participação presencial da Defesa Civil, transmissão on-line e conta com o apoio do Instituto Catarinense de Sanidade Agropecuária (Icasa), do Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado de Santa Catarina (Sindicarne) e da Associação Catarinense de Avicultura (Acav).

O Fórum Catarinense de Prevenção à Febre Aftosa é uma das ações do Plano Estratégico do Programa Nacional de Erradicação da Febre Aftosa (PNEFA), realizado anualmente para apresentar o tema à sociedade e às entidades representativas do setor produtivo catarinense. Visando aprimorar as parcerias público-privadas e fortalecer as medidas de prevenção da febre aftosa, bem como amplificar o marco diferencial da agropecuária de Santa Catarina no mercado mundial, o PNEFA, instituído pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), visa manter o status do país livre de febre aftosa e ampliar as zonas livres sem vacinação nos estados do Brasil.

Nesta edição, a temática está direcionada aos avanços do Brasil para o reconhecimento internacional de área livre de Febre Aftosa sem vacinação, bem como para o novo modelo de vigilância ativa e gestão de risco para a doença, implementado no Estado de Santa Catarina.

A médica-veterinária e conselheira técnica do Icasa, Luciane Surdi, ressalta a importância em manter as medidas sanitárias. “Santa Catarina como estado livre de febre aftosa sem vacinação, busca fortalecer o sistema de vigilância em saúde animal. O Fórum Estadual de Febre aftosa mantém a interação com produtores, profissionais da área, empresas e a comunidade com o objetivo de fortalecimento das ações de prevenção da febre aftosa”, destaca.

O coordenador estadual de Vigilância para Febre Aftosa e Síndromes Vesiculares Ody Hess Gonçalves, destaca a temática. “Devido a importância que a manutenção da condição sanitária de área livre de febre aftosa sem vacinação representa para toda a sociedade catarinense é importante que todas as ‘partes interessadas’ relacionadas à Febre Aftosa, assim como o público geral, tenham conhecimento do Fórum e que sejam estimulados a assistir e participar”, explicou.

A transmissão ao vivo ocorre pelo YouTube da Cidasc.

Fonte: Assessoria
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Inscrições abertas ao 16º Simpósio Brasil Sul de Suinocultura

Primeiro lote de inscrições segue até o dia 27 de junho. SBSS será realizado no período de 13 a 15 de agosto no Centro de Cultura e Eventos Plínio Arlindo de Nes, em Chapecó (SC).

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Foto: Divulgação/Nucleovet

O Núcleo Oeste de Médicos Veterinários e Zootecnistas (Nucleovet) abriu as inscrições para o 16º Simpósio Brasil Sul de Suinocultura (SBSS), que ocorrerá nos dias 13, 14 e 15 de agosto, no Centro de Cultura e Eventos Plínio Arlindo de Nes, em Chapecó (SC). Concomitantemente acontecerá a 15ª Brasil Sul Pig Fair.

O investimento para o primeiro lote, até o dia 27 de junho, é de R$ 550,00 para profissionais e R$ 350,00 para estudantes. A partir do dia 28 de junho inicia a venda do segundo lote com reajuste no valor das inscrições, sendo de R$ 680,00 (profissionais) e R$ 420,00 (estudantes), até 25 de julho. Após essa data e durante o evento o investimento será de R$ 850,00 para profissionais e R$ 480,00 para estudantes.

Para os congressistas que se inscreverem no Simpósio, o acesso à Pig Fair é gratuito. O valor para participar somente da 15ª Brasil Sul Pig Fair é de R$ 100,00 até o dia 25 de julho. A partir dessa data e durante o evento o investimento passa a ser de R$ 200,00.

Na compra de pacotes a partir de dez inscrições para o SBSS serão concedidos códigos-convites bonificados. Associados do Nucleovet, profissionais de agroindústrias, órgãos públicos e grupos de universidades têm condições diferenciadas. As inscrições podem ser realizadas no site: www.nucleovet.com.br.

Sobre o evento

Em sua 16ª edição, o SBSS é considerado um dos principais fóruns de discussão do setor na América Latina. Reúne especialistas brasileiros e internacionais e contribui para o aprimoramento de médicos veterinários, zootecnistas, consultores, pesquisadores, profissionais da agroindústria, produtores rurais e demais profissionais envolvidos com a ampla e multifacetada cadeia da suinocultura.

“O Brasil ocupa a quarta posição mundial em produção e exportação de carne suína. Nos últimos anos, tivemos aumento considerável no consumo interno e também abrimos mercados externos significativos para o setor. Cabe ao Nucleovet, promover a difusão de novas tecnologias e conhecimentos para que possamos produzir suínos com eficiência, sustentabilidade e, talvez o mais importante, com lucratividade. O Simpósio Brasil Sul se destaca como um evento de natureza científica, com grande capacidade para indicar tendências e atualizar os profissionais latino-americanos envolvidos na cadeia produtiva”, ressalta o presidente do Nucleovet, Tiago José Mores.

O presidente da Comissão Científica do SBSS, Paulo Bennemann, frisa que os temas das palestras estão sendo elaborados e discutidos pela comissão científica de acordo com as necessidades do mercado. “Um dos grandes diferenciais do evento é a abordagem científica voltada também para a aplicabilidade prática. Nesse sentido, a programação incluirá debates como sanidade, imunidade e microbiota, nutrição, manejo e gestão de produção, biosseguridade e pessoas”.

Pig Fair

A 15ª Brasil Sul Pig Fair reunirá empresas de tecnologia, sanidade, nutrição, genética, aditivos, equipamentos para suinocultura, entre outros setores. Os expositores apresentarão suas novidades e seus produtos, permitindo a construção de networking e o aprimoramento técnico dos congressistas.

Fonte: Assessoria Nucleovet
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CBNA – Cong. Tec.

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