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Bovinos / Grãos / Máquinas

Desvendando a eficiência alimentar em bovinos: da genética à saúde intestinal

Em um contexto de aumento da demanda por alimentos de origem animal e de preocupações ambientais, melhorar a eficiência alimentar na pecuária é essencial

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Garantir que os animais recebam uma nutrição adequada e que sejam capazes de utilizar de forma eficiente os nutrientes dos alimentos não só afeta a produtividade, como também tem um impacto significativo na rentabilidade e sustentabilidade do sistema de produção. Em um contexto de aumento da demanda por alimentos de origem animal e de preocupações ambientais, melhorar a eficiência alimentar na pecuária é essencial. Isso permite produzir mais alimentos com menos recursos, reduzindo os custos de produção, minimizando o impacto ambiental e aumentando a lucratividade.

O doutor em Ciência Animal e pesquisador em Nutrição Animal da Embrapa Gado de Corte, Luiz Orcírio Fialho de Oliveira (Ciro), explica que a eficiência alimentar tem conceitos diferentes em situações diferentes. “Quando discutimos eficiência alimentar é importante diferenciar o conceito quando aplicado ao animal e ao sistema de produção. No nível do animal, a eficiência alimentar é uma ferramenta de avaliação que permite a seleção de animais mais eficientes, contribuindo para a manutenção de uma descendência de alta qualidade no rebanho. Isso envolve medidas específicas que ajudam a identificar e promover animais com melhor capacidade de converter alimento em ganho de peso. Quanto ao sistema de produção, a eficiência alimentar abrange os processos que visam otimizar o uso dos recursos alimentares disponíveis, isso inclui práticas como o uso de cochos adequados, uma mistura balanceada de ingredientes na dieta, a manutenção de um ambiente saudável e a gestão adequada do tamanho dos lotes”, destaca o especialista.

Oliveira frisa que, por muitos anos, a pesquisa priorizou o consumo como a medida mais relevante para o ganho de peso, dada a alta correlação entre ambos. A lógica era simples: quanto mais alimento um animal consumisse, melhor seria seu ganho de peso. “Em grande parte, essa associação se confirma na prática. No entanto, ao comparar animais com o mesmo nível de consumo, observou-se que alguns tinham melhores respostas em ganho de peso, enquanto outros, mesmo com menor consumo, apresentavam resultados comparáveis ou superiores. Essa discrepância levou à necessidade de uma abordagem mais refinada”, explica, enfatizando: “Como uma medida direta do consumo pode ser influenciada pelo tamanho do animal (peso vivo), uma outra ferramenta passou a ser aplicada, chamada de consumo alimentar residual, que, neste caso, corrige o efeito do tamanho do animal ao considerar a relação entre o consumo realizado pelo animal e um consumo estimado para sua categoria ou tamanho. Essa abordagem mais precisa permite uma avaliação mais justa e comparativa da eficiência alimentar entre os animais”.

Na prática, a eficiência alimentar é capaz de medir indiretamente a capacidade de digerir melhor o alimento, de absorver e metabolizar melhor os nutrientes, com menor custo energético. “Neste sentido, permite também avaliar animais mais adaptados a determinadas condições ambientais. Assim, apesar de um único conceito, obtemos inúmeras respostas importantes para a evolução do sistema produtivo”, aponta Oliveira.

Fatores que influenciam

Vários fatores podem influenciar a eficiência alimentar em bovinos de corte e leite. Conforme o pesquisador, a genética desempenha um papel primordial, pois a seleção de animais com características genéticas favoráveis pode melhorar de forma significativa o desempenho produtivo. Bem como animais adaptados a diferentes ambientes também apresentam menor gasto energético para se manterem, respondendo melhor à conversão alimentar.

O pesquisador afirma que animais que evoluíram em ambientes tropicais de clima quente e úmido desenvolveram mecanismos fisiológicos e anatômicos que permitem uma troca maior de temperatura. “Esses animais possuem maior número de glândulas sudoríparas, pelagem clara, pele escura e adaptações no trato digestivo, o que faz com que consigam se manter termorregulados, reduzindo perdas energéticas em relação aos animais pouco adaptados. Características que permitem uma melhor conversão de alimentos em carne, contribuindo para a rentabilidade e sustentabilidade da produção pecuária”, explica o pesquisador.

Além disso, o especialista reforça que uma dieta balanceada, formulada adequadamente e com qualidade nutricional, garante melhor aproveitamento dos alimentos pelo animal, maximizando a eficiência alimentar dos bovinos.

MANEJO

O manejo adequado também é um fator determinante. Práticas como o manejo de pastagens, a gestão de estoques forrageiros e o manejo nutricional podem influenciar diretamente a ingestão de alimentos e, consequentemente, a eficiência alimentar dos animais. “A capacidade de digestão, absorção e metabolização das forrageiras tropicais é dependente da evolução adaptativa do trato digestivo e do metabolismo intermediário dos animais”, menciona Oliveira.

Saúde dos dentes ao intestino

A saúde intestinal dos bovinos está intimamente relacionada à eficiência alimentar. Um microbioma intestinal equilibrado e saudável é essencial para a digestão eficiente dos alimentos e a absorção adequada de nutrientes. “Diria não apenas da saúde intestinal, mas de todo o trato digestivo, desde a cavidade oral até o intestino grosso, passando pelo rúmen, retículo, omaso, abomaso e intestinos”, salienta Oliveira. “O bom funcionamento do trato digestivo, tanto dos seus aspectos fisiológicos quanto anatômicos – o tamanho da cavidade oral e dos órgãos -, assim como do bom funcionamento dos órgãos de percepção sensitiva – olfato e paladar, repercutem sobre as medidas de eficiência alimentar”, complementa.

O pesquisador ressalta que a saúde dos dentes é fundamental para uma boa mastigação e ruminação, uma vez que o ambiente ruminal é muito importante para a degradação da fibra e dos componentes solúveis das forragens, aumentando a eficiência de síntese de proteína microbiana e de ácidos graxos voláteis, que fornecem tanto proteína quanto energia aos animais, respectivamente. “O abomaso precisa fazer uma boa digestão enzimática e o intestino apresentar elevada eficiência de absorção de nutrientes e reciclagem”, expõe.

Estratégias na promoção da saúde intestinal

Distúrbios gastrointestinais, como acidose ruminal e desequilíbrios na microbiota intestinal, podem levar a uma redução na eficiência alimentar e no desempenho produtivo dos animais. “Manter a saúde intestinal dos bovinos requer estratégias de manejo adequadas, incluindo uma dieta balanceada, acesso a água limpa e fresca, práticas de manejo sanitário e a utilização de aditivos alimentares probióticos ou prebióticos quando necessário”, reforça.

Para melhorar a eficiência alimentar dos bovinos, considerando intervenções específicas para promover a saúde intestinal, diversas estratégias podem ser adotadas, incluindo o uso de aditivos. No entanto, o doutor em Ciência Animal lembra que é fundamental considerar tanto a dieta dos animais quanto dos sistemas de produção. “Animais submetidos às dietas fibrosas, como os sistemas de produção a pasto, apresentam menores respostas quando comparados com animais submetidos às dietas energéticas como em confinamento ou mesmo semiconfinado”, relata.

Conforme o pesquisador, o uso de aditivos pode contribuir de várias maneiras para melhorar a eficiência alimentar dos bovinos. Isso inclui favorecer a multiplicação de microrganismos mais eficientes na produção de energia e proteína, melhorar a saúde das paredes intestinais para favorecer a absorção de nutrientes, absorver micotoxinas ou microrganismos patogênicos, proteger moléculas essenciais da degradação ruminal e eliminar patógenos, entre outros benefícios.

O uso de aditivos em sistemas de produção a pasto tem sido explorado como uma alternativa para reduzir a emissão de metano entérico. “Alguns estudos mostraram resultados positivos em relação ao ganho de peso dos animais quando comparados aos que não receberam aditivos”, comenta.

Oliveira reforça que os aditivos abrangem uma ampla gama de produtos, com diferentes modos de ação e resultados. De acordo com o especialista, o uso de aditivos deve ser considerado como uma etapa refinada do processo alimentar. “É essencial acertar todos os detalhes básicos da alimentação primeiro, pois uma dieta equilibrada pode responder de forma mais eficiente e a um custo muito menor”, destaca, acrescentando: “Não é recomendado utilizar uma dieta com aditivos em animais a pasto antes de estabelecer um bom manejo de pasto e uma infraestrutura adequada de suplementação”.

Desafios comuns relacionados à eficiência alimentar

Ao analisar a eficiência alimentar de forma sistêmica, Oliveira diz que é essencial avaliar adequadamente os fatores que mais impactam no aproveitamento do alimento. Por exemplo, melhorar o manejo das pastagens pode permitir que os animais aproveitem melhor o pasto, resultando em um consumo mais ajustado.

Outro desafio está relacionado à seleção genética e ao tamanho dos animais. “É importante realizar uma análise crítica do nível de adaptação da raça ou cruzamento utilizado, bem como considerar o tamanho do animal adulto. Em sistemas de cria, por exemplo, uma vaca pesando 450 kg de peso vivo e desmamando um bezerro de 200 kg provavelmente será mais eficiente do que uma vaca de 550 kg desmamando um bezerro do mesmo peso”, exemplifica.

Nesse sentido, Oliveira reforça a importância de contar com o suporte de uma assistência técnica. “A expertise desses profissionais pode ajudar os produtores a identificar e superar os desafios relacionados à eficiência alimentar, otimizando assim o desempenho e a sustentabilidade da operação pecuária”, frisa.

Maximizando os resultados

Para maximizar a eficiência alimentar em bovinos, é essencial otimizar a interação entre os diferentes fatores, como genética, manejo nutricional e saúde intestinal. A adoção de práticas adequadas, que permitam a otimização desses recursos, vai promover, segundo Oliveira, a eficiência alimentar sistêmica, levando em consideração tanto a eficiência alimentar animal/individual quanto a eficiência do sistema de produção como um todo.

No entanto, esse é um processo que deve ser encarado como metas de evolução do sistema produtivo de cada propriedade. “Isso significa ajustar a genética dos animais para torná-los mais adaptados e produtivos, melhorar a qualidade da dieta – no caso de pastagens, isso pode envolver reformas, adubações e um manejo cuidadoso -, incorporar aditivos e assim por diante, construindo um sistema eficiente de maneira geral”, elenca.

Outros aditivos como probióticos e prebióticos têm se destacado nas pesquisas recentes para melhorar a nutrição e a saúde intestinal dos animais. Enquanto os probióticos são microrganismos benéficos, os prebióticos são carboidratos que promovem um ambiente propício para o crescimento desses microrganismos benéficos, auxiliando nos processos de degradação, digestão e absorção de nutrientes. “Substâncias sintéticas, como antibióticos e ionóforos, também têm sido utilizadas para promover eficiência alimentar. No entanto, seu uso enfrenta restrições em muitos países devido a preocupações com resistência antimicrobiana e impactos ambientais. Isso tem levado à necessidade de desenvolver alternativas naturais e sustentáveis, como os óleos essenciais derivados de diversas plantas”, destaca.

Inúmeros estudos estão sendo conduzidos nesse sentido, desde a identificação das moléculas presentes nos óleos essenciais até a avaliação de sua eficácia, viabilidade de produção em larga escala e condições de industrialização. “Esses esforços visam encontrar soluções inovadoras que promovam a saúde intestinal dos animais e melhorem sua eficiência alimentar de maneira segura e sustentável, alinhando-se com as demandas crescentes por práticas agrícolas mais responsáveis e ecologicamente conscientes”, assinala.

O especialista reforça que a eficiência de qualquer processo de produção de alimentos não pode ignorar aspectos como sustentabilidade, boas práticas e bem-estar animal. “É essencial considerar não apenas o aumento da produtividade, mas também o impacto ambiental, a qualidade do produto final e o respeito ao bem-estar dos animais”, enfatiza.

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Fonte: O Presente Rural

Bovinos / Grãos / Máquinas

Apesar de cinco meses de aumento, preço ao produtor de leite segue abaixo de 2023

Com alta acumulada de 12,9% no primeiro trimestre de 2024, valor ainda está 20,3% abaixo do verificado no mesmo período do ano passado, em termos reais.

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Foto: Ari Dias/AEN

O preço médio do leite captado em março foi de R$ 2,3290/litro na “Média Brasil” do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, 4,1% maior que o do mês anterior, mas 20,3% abaixo do verificado no mesmo período do ano passado, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IPCA de março). Com esse resultado, o preço ao produtor acumula alta real de 12,9% neste primeiro trimestre. Porém, a média dos três primeiros meses deste ano está 21,7% inferior à igual intervalo de 2023.

Esta é a quinta alta mensal consecutiva no preço do leite pago ao produtor, e esse movimento é explicado pela redução da oferta no campo. A limitação da produção, por sua vez, ocorre devido ao clima adverso (seca e calor) e à retração das margens dos pecuaristas no último trimestre do ano passado, que reduziram os investimentos dentro da porteira.

O Índice de Captação Leiteira (ICAP-L) do Cepea seguiu em queda – o recuo foi de 2,5% de fevereiro para março. No acumulado do primeiro trimestre, a captação diminuiu 7,5%. Esse contexto reforça a disputa entre laticínios e cooperativas por fornecedores para garantir o abastecimento de matéria-prima.

A valorização do leite cru, contudo, não foi repassada na mesma intensidade para o preço dos derivados lácteos. Segundo pesquisas do Cepea, as cotações do leite UHT e do queijo muçarela no atacado do estado de São Paulo subiram 3,9% e 0,3% em março, respectivamente. Agentes de mercado relatam consumo ainda sensível na ponta final da cadeia, de modo que os canais de distribuição pressionam a indústria por valores mais baixos.

Ainda assim, a média dos lácteos no primeiro trimestre de 2024 frente ao mesmo período do ano passado registra queda menor que a verificada para o preço pago ao produtor. De janeiro a março, a baixa real nos valores do UHT e também da muçarela foi de 10,4%.

Ao mesmo tempo, as importações continuam sendo pauta importante para agentes do mercado. Embora as compras externas de lácteos estejam em queda, o volume internalizado neste ano ainda supera o do ano passado. Dados da Secex apontam que, em março, as importações caíram 3,3% frente a fevereiro. Porém, essa quantidade ainda é 14,4% maior que a do mesmo período do ano passado. Considerando-se o primeiro trimestre do ano, as aquisições somaram quase 577,5 milhões de litros em equivalente leite, 10,4% acima do registrado nos três primeiros meses de 2023.

Nesse contexto, a expectativa de agentes de mercado é que o ritmo de valorização do leite ao produtor perca força em abril.

Gráfico 1 – Série de preços médios recebidos pelo produtor (líquido), em valores reais (deflacionados pelo IPCA de março/2024). Fonte: Cepea-Esalq/USP.

 

 

Fonte: Assessoria Cepea
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Efeito do uso de levedura viva probiótica na eficiência alimentar de bovinos leiteiros

Consideradas microrganismos benéficos em dietas para ruminantes, as leveduras vivas probióticas promovem o crescimento da microbiota favorável do rúmen e estabilizam o pH ruminal. Diversos estudos mostram que a levedura viva Saccharomyces cerevisiae CNCM I-1077 aumenta a digestibilidade da ração através de maior degradação da fibra (FDN do trato total), o que resulta em maior extração de nutrientes e energia da dieta.

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O uso de microrganismos vivos fornecidos diretamente como aditivo probiótico para bovinos tem aumentado significativamente nos últimos anos. Um desses exemplos é o uso da levedura viva Saccharomyces cerevisiae, responsável pela melhoria no desempenho e na eficiência alimentar de bovinos.

Para vacas em lactação, por exemplo, o uso da levedura viva Saccharomyces cerevisiae melhora o desempenho em todas as etapas de produção. Uma meta-análise realizada em 2010 envolvendo 14 experimentos e um total de 1.600 vacas leiteiras mostrou que o uso da levedura viva Saccharomyces cerevisiae CNCM I-1077 melhorou significativamente a eficiência alimentar (+3% em kg de Leite Corrigido para Gordura/kg de Matéria Seca Ingerida) para vacas em início e no final da lactação (Figura 1).

Figura 1: Efeito da levedura viva Saccharomyces cerevisiae CNCM I-1077 na eficiência alimentar de vacas em lactação. (LCG = Leite Corrigido para Gordura; MSI = Matéria Seca Ingerida).

Esses ganhos obtidos em aumento da produtividade ou eficiência alimentar podem ser explicados pela capacidade que a levedura viva tem em modificar o ambiente ruminal. Uma vez presente no rúmen, a levedura viva interage com a população microbiana (bactérias, fungos e protozoários) e os nutrientes (fibra, amido e proteína) em um ambiente anaeróbico e essas interações promovem maior estabilidade do pH ruminal (reduzindo o risco de acidose subaguda), estímulo ao desenvolvimento de bactérias fibrolíticas e aumento da digestibilidade da fibra.

Exemplo dessas modificações do ambiente ruminal foram observados em um trabalho conduzido ainda em 2007. Esse experimento mostrou que vacas suplementadas com a levedura viva Saccharomyces cerevisiae CNCM I-1077 apresentaram aumento do pH ruminal (Figura 2). A análise de dados da literatura mostra que esse aumento do pH ocorre porque a levedura viva estimula o crescimento das espécies de bactérias utilizadores do ácido lático ruminal, principalmente Megasphaera elsdenii e Selenomonas ruminantium.

Figura 2: Efeito da levedura viva Saccharomyces cerevisiae CNCM I-1077 no aumento do pH ruminal.

Além de promover melhora no pH ruminal, o uso da levedura viva também apresenta efeitos positivos na digestibilidade da fibra. Outro estudo mostrou que a levedura viva probiótica aumentou em 4% a digestibilidade da fibra em relação ao tratamento controle (Figura 3). Esses autores observaram também melhora na eficiência alimentar para os animais tratados com a levedura viva.

Figura 3: Efeito da levedura viva Saccharomyces cerevisiae CNCM I-1077 no aumento da digestibilidade da fibra.

A digestibilidade da fibra é item primordial para maximizar o retorno sobre os custos com alimentação. Desafios ambientais (tais como estresse térmico) comprometem a função ruminal e, consequentemente, aumentam a concentração de nutrientes nas fezes. A suplementação com leveduras tem demonstrado efeitos positivos para a colonização de bactérias celulolíticas (tais como R. flavefaciens, por exemplo) e fungos, sugerindo um impacto particularmente marcante na quebra de ligações lignina-polissacarídeo e melhorando o aproveitamento dos nutrientes ingeridos.

Em conclusão, leveduras vivas são consideradas microrganismos benéficos em dietas para ruminantes porque promovem o crescimento da microbiota favorável do rúmen e estabilizam o pH ruminal. Diversos estudos mostram que a levedura viva Saccharomyces cerevisiae CNCM I-1077 aumenta a digestibilidade da ração através de maior degradação da fibra (FDN do trato total), o que resulta em maior extração de nutrientes e energia da dieta. Os benefícios para os produtores são vários: redução do risco problemas metabólicos e maior retorno sobre o investimento com alimentação, pois o uso da levedura viva como aditivo probiótico melhora tanto a produção de leite quanto a eficiência alimentar.

As referências bibliográficas estão com o autor. Contato: jmoro@lallemand.com.

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Mateus Castilho Santos / Divulgação

Fonte: Por Mateus Castilho Santos, engenheiro agrônomo, mestre em Ciência Animal e Pastagens, PhD em Ciências Animais e Alimentares e gerente técnico da Lallemand Animal Nutrition para a América do Sul.
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Bovinos / Grãos / Máquinas Em Uberaba (MG)

Casa do Girolando será inaugurada durante 89ª ExpoZebu

A raça Girolando terá agenda cheia na feira, incluindo lançamento do Ranking Rebanho, encontro com comitivas internacionais, julgamento e assembleia geral.

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Foto: Divulgação/Girolando

Tudo pronto para mais uma participação da raça Girolando na ExpoZebu (Exposição Internacional de Raças Zebuínas), que acontece entre sábado (27) e 05 de maio, em Uberaba (MG). A partir deste ano, a Associação Brasileira dos Criadores de Girolando passa a contar com um espaço fixo dentro do Parque Fernando Costa, a “Casa do Girolando”, onde recepcionará os visitantes ao longo de todo o evento.

A inauguração da Casa do Girolando será na próxima segunda-feira (29), a partir das 18 horas. “O parque é palco de importantes exposições ao longo de todo o ano, como a ExpoZebu e a Expoleite, que contam com a presença da raça Girolando. E agora poderemos atender a todos na Casa do Girolando, levando mais informação sobre a raça para os visitantes”, assegura o presidente da entidade, Domício Arruda.

Durante o evento, também acontecerá o lançamento do Ranking Rebanho 2023, que traz os melhores criadores que melhor desempenham o trabalho de seleção, produção e sanidade dentro de seus rebanhos. “O Ranking Rebanho é uma referência para os criadores de Girolando que buscam melhorar seus indicadores e, como consequência, elevar a rentabilidade de seus negócios”, diz o coordenador Técnico do Programa de Melhoramento Genético da Raça Girolando (PMGG), Edivaldo Ferreira Júnior. Outro evento marcado para o dia 29 de abril, a partir das 13h, é a Assembleia Geral Ordinária, para prestação de contas.

A associação ainda receberá comitivas internacionais durante a 89ª ExpoZebu. Estão agendados encontros com grupos da Índia e do Equador, quando serão apresentados os avanços da raça Girolando, que é uma das que mais exporta sêmen no Brasil.

Competições

A raça Girolando competirá em julgamento nos dias 29 e 30 de abril, pela manhã e tarde, sob o comando do jurado Celso Menezes. Participarão 120 animais de 17 expositores.

Fonte: Assessoria da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando
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CBNA – Cong. Tec.

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