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Bovinos / Grãos / Máquinas

Compost barn faz despencar casos de mastite

Produtor do Paraná diminuiu contagem de células somáticas de 500 mil para menos de 200 mil após adoção do sistema

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O produtor de leite Douglas Vorpagel sabe bem a diferença entre um rebanho cheio de mastite e um com baixos índices. Há poucos mais de três anos, quando os animais ficavam soltos em piquetes, a doença acometia em níveis altos os animais da propriedade, em Marechal Cândido Rondon, PR. O resultado era um leite de qualidade inferior, pouca produtividade e muitos gastos com medicamentos para tratar os animais. O controle veio, de acordo com ele, a partir do momento em que mudou a forma de produção para o compost barn. Nesse sistema, as vacas ficam confinadas em um ambiente mais controlado do ponto de vista sanitário, têm menos contatos com microrganismos causadores da mastite e melhoram seu desempenho.

Vorpagel conta que depois de viajar muito para conhecer sistemas de compost barn, resolveu apostar. “Fiz várias viagens para conhecer a realidade dos produtores que já usavam esse sistema. Depois de muito tempo, observando o desempenho desses produtores, decidimos apostar”, conta.

“Tudo mudou mesmo quando a gente fez o compost barn, em junho de 2016. Antes a gente tinha a Contagem de Células Somáticas (CCS) entre 400 e 500 mil. Hoje está em cerca de 170 a 180 mil”, conta. As células somáticas são células de defesa. Quando maior o número verificado no leite, significa que a vaca foi mais atacada por microrganismos e teve que produzir essas células para combatê-los. “A produção, que nunca tinha passado de 23,5 litros por vaca de média, hoje está na média de 27 litros”, conta o pecuarista, de 29 anos. “Com mastite, avaca perde produção. É uma quantidade significativa”, alerta. “Além dos outros gastos no tratamento”, cita.

Douglas explica os motivos que o levaram a investir nesse novo modelo de produção. “As vacas ficam em um ambiente mais controlado, livre de bactérias, fungos e outros microrganismos. O compost barn melhora o manejo e o conforto dos animais. Eles têm mais bem-estar aqui”, explica. O galpão abriga 145 vacas, das quais 120 em lactação. Ele tem as laterais abertas, piso de maravalha que é batido duas vezes ao dia e muitos ventiladores à disposição. Nas laterais, há espaços separados e exclusivos para a nutrição, com cochos de água e dieta bem definidos e de fácil acesso.

Dentro do ambiente, há espaços divididos para as vacas em diferentes fases de produção. “A gente separa as vacas. Por exemplo, aquelas que acabaram de parir precisam uma alimentação melhor. Então elas ficam em um local. Outras que estão no pico de lactação ficam em outro lugar. Aquelas que estão terminando a lactação também ficam em outro lote”, aponta Vorpagel.

O investimento, de acordo com o produtor independente, está prestes a ser amortizado. “Só com a diferença do leite que estamos produzindo a mais e com a qualidade a estrutura vai se pagar em menos tempo do previsto, em menos de três anos”, aponta o paranaense. Ele explica, no entanto, que precisou tomar outras atitudes no cotidiano da propriedade para reduzir os níveis de mastite, desde a escolha do sêmen ao manejo após as ordenhas.

Linhas de atuação

O controle da mastite começa antes mesmo da inseminação das vacas na propriedade de Douglas Vorpagel. O sêmen que dará origem às novas vacas de produção é cuidadosamente selecionado. “Não criamos bezerras que tenham grandes chances de desenvolver mastite. A gente escolhe um sêmen com baixa CCS para termos filhas com baixos índices de mastite”, explica o produtor de leite. Outras frentes, como manejo e dieta, também são observadas para controlar essa doença tão presente nos rebanhos leiteiros de todo o país.

“Não é só o compost barn que resolveu meu problema. Vários fatores influenciam no controle da mastite. Um deles é a dieta. Se a vaca não está bem nutrida, ela não tem imunidade suficiente e fica mais suscetível à mastite”, sugere. Em sua propriedade, elas são alimentadas com “pré-secado, silagem de milho e ração, com aditivos, como sequestrante de micotoxinas, sal mineral, levedura e tamponante”.

O ambiente mais controlado sob aspectos de temperatura e sanitário do compost barn, na opinião do jovem, contribuiu para a queda nos índices de CCS. Acho que é o jeito de criar. Antes as vacas ficavam soltas, agora ficam em um ambiente mais controlado, com menos contatos com bactérias”, revela. “Além do mais, elas têm mais conforto”, amplia.

Os seis trabalhadores que lidam com a pecuária leiteira na propriedade de Vorpagel sabem que higiene é palavra de ordem na sala de ordenha. “A limpeza na sala de ordenha deve ser sempre observada. Não dá para passar mastite de uma vaca para outra”, sugere. “De toda forma, uma única vaca influencia o resultado do tanque. Como a margem de lucro é de centavos, temos que ter esse cuidado. Perde em produtividade, mais também perde dinheiro em qualidade”, sustenta. Isso porque determinadas empresas variam o preço do leite de acordo com parâmetros de qualidade, entre eles um dos principais é a Contagem de Células Somáticas. Quanto manos, mais valorizado é o produto que sai da fazenda.

Para o produtor, até a “aposentadoria” dos animais diminuiu com a nova forma de trabalho. “Melhorou tudo, a qualidade do leite, a produtividade, o bem-estar das vacas. Inclusive estamos usando menos remédios e tendo menos descartes”, avalia. As cerca de 120 vacas holandesas em constante lactação produzem, diariamente, cerca de 3,2 mil litros de leite.

Mais informações você encontra na edição de Bovinos, Grãos e Máquinas de junho/julho de 2018 ou online.

Fonte: O Presente Rural

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Bovinos / Grãos / Máquinas Em Uberaba (MG)

Casa do Girolando será inaugurada durante 89ª ExpoZebu

A raça Girolando terá agenda cheia na feira, incluindo lançamento do Ranking Rebanho, encontro com comitivas internacionais, julgamento e assembleia geral.

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Foto: Divulgação/Girolando

Tudo pronto para mais uma participação da raça Girolando na ExpoZebu (Exposição Internacional de Raças Zebuínas), que acontece entre sábado (27) e 05 de maio, em Uberaba (MG). A partir deste ano, a Associação Brasileira dos Criadores de Girolando passa a contar com um espaço fixo dentro do Parque Fernando Costa, a “Casa do Girolando”, onde recepcionará os visitantes ao longo de todo o evento.

A inauguração da Casa do Girolando será na próxima segunda-feira (29), a partir das 18 horas. “O parque é palco de importantes exposições ao longo de todo o ano, como a ExpoZebu e a Expoleite, que contam com a presença da raça Girolando. E agora poderemos atender a todos na Casa do Girolando, levando mais informação sobre a raça para os visitantes”, assegura o presidente da entidade, Domício Arruda.

Durante o evento, também acontecerá o lançamento do Ranking Rebanho 2023, que traz os melhores criadores que melhor desempenham o trabalho de seleção, produção e sanidade dentro de seus rebanhos. “O Ranking Rebanho é uma referência para os criadores de Girolando que buscam melhorar seus indicadores e, como consequência, elevar a rentabilidade de seus negócios”, diz o coordenador Técnico do Programa de Melhoramento Genético da Raça Girolando (PMGG), Edivaldo Ferreira Júnior. Outro evento marcado para o dia 29 de abril, a partir das 13h, é a Assembleia Geral Ordinária, para prestação de contas.

A associação ainda receberá comitivas internacionais durante a 89ª ExpoZebu. Estão agendados encontros com grupos da Índia e do Equador, quando serão apresentados os avanços da raça Girolando, que é uma das que mais exporta sêmen no Brasil.

Competições

A raça Girolando competirá em julgamento nos dias 29 e 30 de abril, pela manhã e tarde, sob o comando do jurado Celso Menezes. Participarão 120 animais de 17 expositores.

Fonte: Assessoria da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando
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Bovinos / Grãos / Máquinas

Embrapa propõe políticas para reaproveitamento de pastagens degradadas

Brasil tem pelo menos 28 milhões de hectares de áreas de pastagens em degradação com potencial para conversão em agricultura, reflorestamento, aumento da produção pecuária ou até para produção. de energia.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

O Brasil tem pelo menos 28 milhões de hectares (ha) de áreas de pastagens em degradação com potencial para conversão em agricultura, reflorestamento, aumento da produção pecuária ou até para produção de energia. O volume de hectares equivale ao tamanho do estado do Rio Grande do Sul.

O cerrado é o bioma com o maior número de áreas em degradação. Os estados com as  maiores áreas são o Mato Grosso (5,1 milhões de ha), Goiás (4,7 milhões de ha), Mato Grosso do Sul (4,3 milhões de ha), Minas Gerais (4,0 milhões de ha) e o Pará (2,1 milhões de ha).

Para ter uma ideia das possibilidades de reaproveitamento, se toda essas áreas fossem usadas para o cultivo de grãos (arros, feijão, milho, trigo, soja e algodão) haveria uma aumento de 35% a área total plantada no Brasil (comparação com a safra 2002/2023).

A extensão do problema e as diferentes possibilidades de reaproveitamento econômico dessas áreas fizeram o governo federal a criar no final do ano passado o Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas em Sistemas de Produção Agropecuários e Florestais Sustentáveis (Decreto nº 11.815/2023).

Para implantar o programa, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Embrapa, publicou em um livro mais de 30 sugestões de políticas públicas, que o país tem experiência e tecnologia desenvolvida para implantação.

Planejamento 
Apesar da expertise acumulada, a efetivação é um desafio. Cada área a ser recuperada exige estudo local. O planejamento das ações “deve levar em consideração informações sobre o ambiente biofísico, a infraestrutura, o meio ambiente e questões socioeconômicas. Além disso, é preciso avaliar o histórico de evolução pecuária no local e entender quais fatores condicionam a adoção dos sistemas vigentes”, descreve o livro publicado pela estatal.

A partir do planejamento, é necessário criar condições para o reaproveitamento das áreas: crédito, capacitação dos produtores e assistência. “É preciso integrar políticas públicas, fazer com que os produtores rurais tenham acesso ao crédito, ampliar o serviço de educação no campo, e dar assistência técnica e extensão rural para a estruturação de projetos e para haja um trabalho contínuo e não uma coisa pontual”, assinala o engenheiro agrônomo Eduardo Matos, superintendente de Estratégia da Embrapa.

Nesta sexta-feira (26), a empresa faz 51 anos de funcionamento. A cerimônia de comemoração, nesta quinta-feira (25), contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Um exemplar do livro foi entregue à comitiva presidencial.

No total, as áreas de pastagem ocupam 160 milhões de hectares, sendo aproximadamente 50 milhões de hectares formados por pasto natural e o restante pasto plantado. A área de produção de grãos totaliza 78,5 milhões de hectares, e as florestas plantadas para uso econômico ocupam uma área aproximada de 10 milhões de hectares.

De acordo com o IBGE, a atividade agropecuária ocupa mais de 15 milhões de pessoas no Brasil. Um terço desses empregos são na pecuária bovina (4,7 milhões). O país é o segundo maior produtor de carne bovina do mundo e o maior exportador (11 milhões de toneladas).

Fonte: Agência Brasil
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Bovinos / Grãos / Máquinas

Rentabilidade ao produtor de leite melhora impulsionada pela redução dos custos de produção e pela sazonalidade da oferta

Mercado de leite enfrenta um cenário desafiador, marcado por incertezas, queda na oferta interna e nos preços ao consumidor.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

O mercado nacional e global de leite ainda segue sob grandes incertezas. Na área internacional, os preços perderam um pouco o ritmo de elevação, influenciado principalmente, por uma menor demanda chinesa. Além disso, o gigante asiático vem estimulando a produção interna substituindo parte da importação.

O leite em pó integral fechou em US$3.269/tonelada no leilão GDT do dia 16 de abril. No mesmo mês em 2023 este preço estava no patamar de US$ 3.100/tonelada. Na Argentina, a oferta de leite segue complicada por uma piora na rentabilidade nas fazendas. Nos dois primeiros meses do ano, a produção de leite da Argentina caiu 13,6% na comparação com o mesmo período do ano passado.

Foto: Ari Dias

Já no mercado interno, as cotações de leite e derivados vêm reagindo, mas o cenário de menor competitividade em preços e queda de braço com as importações permanece. No primeiro trimestre de 2024, as importações brasileiras totalizaram 560 milhões de litros, com alta de 10,8% em relação a 2023. O diferencial de preços, tanto do leite em pó quanto do queijo muçarela, está mais favorável ao derivado importado.

Enquanto isso, governos estaduais tem se manifestado com medidas tributárias e fiscais para tentar reduzir a entrada de derivados lácteos oriundos do exterior. Vale lembrar que em 2023 as importações responderam por 9% da produção doméstica e um recuo nesse volume tende a deixar a oferta mais restrita, sustentando os preços internos. Mas também irá exigir uma resposta mais rápida da produção interna, suprindo a demanda brasileira.

Sazonalidade da produção de leite

A sazonalidade da produção de leite no Brasil é bastante pronunciada, mesmo considerando o crescimento dos sistemas de produção de maior adoção de tecnologias. Os meses de abril, maio e junho são aqueles de menor produção de leite e isso acaba refletindo nos preços neste momento. Os mercados de leite UHT e queijo muçarela tem registrado valorizações, ainda que modestas.

O preço ao produtor também vem registrando elevação, pelo quarto mês consecutivo.

Do ponto de vista macroeconômico, os indicadores de crescimento do PIB vêm melhorando, com perspectivas de expansão próxima de 2% em 2024. No comércio, as vendas dos supermercados seguem positivas, com expansão de 4,7% nos últimos 12 meses, enquanto a média do comércio em geral mostrou elevação de apenas 1,7%. Os indicadores do mercado de trabalho têm registrado crescimento importante. Em janeiro o salário real médio do brasileiro cresceu 4% sobre janeiro de 2023. O número de pessoas ocupadas também aumentou.

Foto: Fernando Dias

O preço dos lácteos ao consumidor, por outro lado, recuaram 2,8% nos últimos doze meses. No caso do UHT, a queda foi de 5,6%, o que acaba ajudando nas vendas. Neste mesmo período a inflação brasileira foi de 3,9%. Ou seja, os lácteos vêm contribuindo para redução da inflação brasileira neste momento.

Custo de produção

Na atividade de produção de leite, as informações de custo de produção têm mostrado um cenário mais positivo. Os preços de importantes insumos recuaram, contribuindo com queda no ICPLeite-Embrapa que, nos últimos 12 meses finalizados em março de 2024, apresentou recuo de 5,58%.

O farelo de soja recuou de 23% em relação a abril de 2023, ficando abaixo de R$2 mil/tonelada. No caso do milho, a queda foi também importante, com o cereal recuando 18,5% na comparação anual. Portanto, a combinação de recuo nos custos de produção com elevação no preço do leite vai sinalizando um ambiente de recuperação de rentabilidade para o produtor de leite, após um cenário difícil observado no segundo semestre de 2023.

Cadeia produtiva do leite

De todo modo, é importante avançar em uma agenda de competitividade da cadeia produtiva do leite, sobretudo com foco em melhorias na eficiência média das fazendas e na gestão. Tem sido observado uma heterogeneidade muito grande nos custos de produção de leite, em alguns casos com diferenças de até R$ 0,80 por litro. A importação traz perdas econômicas relevantes para o setor lácteo no Brasil, mas buscar cotações mais alinhadas ao cenário global é uma forma de reduzir estruturalmente as compras externas. Para isso a competitividade em custos é determinante. O momento ainda é de bastante incerteza, inclusive global. Internamente, a entressafra pode dar um fôlego para a alta recente dos preços de leite.

Fonte: Assessoria Centro de Inteligência do Leite
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