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Como o Brasil se tornou o maior produtor e consumidor de produtos de biocontrole

Embora tenha havido um grande aumento no número de registros de produtos para biocontrole isso não representa a realidade de adoção pelos produtores, pois houve um aumento na adoção da produção on farm ou caseira, ou seja, empresas que estabelecem indústrias de menor escala em suas fazendas para produzir os agentes de biocontrole de que precisam.

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Telenomus podisi parasitando ovos do percevejo Euschistus heros - Foto: Adair Carneiro/Embrapa

Três possíveis razões para o Brasil emergir como o maior produtor e usuário de agentes de biocontrole do mundo são a área cultivada, a ocupação constante dessas áreas cultivadas e também as condições climáticas. A produção agrícola do Brasil desempenha um papel fundamental na segurança alimentar global, como pode ser comprovado pela sua produção substancial. Em 2021/2022, o Brasil produziu 127 milhões de toneladas de soja (cerca de 38% da produção mundial) em aproximadamente 42 milhões de hectares, 656 milhões de toneladas de cana-de-açúcar (40% da produção mundial) em nove milhões de ha, 50 milhões de sacas (60 kg cada saca) de café (33% da produção mundial) em 1,9 milhão de ha, 116,5 milhões de toneladas de milho (11% da produção mundial) em 22 milhões de hectares, entre outras importantes culturas alimentícias, rações, fibras e combustíveis. A produção de todas essas culturas é altamente dependente tanto das condições climáticas quanto do controle de doenças de plantas, pragas e ervas daninhas.

Além disso, a longa história do país em biocontrole em condições de campo é outro aspecto importante. O uso do fungo Metarhizium anisopliae para controle de cigarrinha em cana-de-açúcar e estirpes fracas do vírus da tristeza dos citros para o controle desta doença na década de 1960, e de Baculovirus para o controle de lagarta da soja na década de 1970, são exemplos importantes.

Na mesma década, o controle da broca-da-cana-de-açúcar por meio do uso da vespinha Cotesia flavipes se tornou uma estratégia de manejo padrão em todo o país. O sucesso dessas estratégias de biocontrole fomentadas pelas pesquisas estimulou investimentos em estudos tanto de biocontrole de pragas quanto de doenças de plantas nas décadas seguintes. No entanto, o mesmo sucesso não foi obtido com o biocontrole de plantas daninhas.

Durante muitos anos, devido à falta de forte concorrência com os defensivos químicos e ao desinteresse das grandes empresas, os produtos biológicos eram em sua maioria produzidos pelos próprios agricultores ou vendidos sem registro. No entanto, esse cenário mudou no início dos anos 2000, quando as empresas de produtos biológicos foram pressionadas a registrar seus produtos na legislação de agrotóxicos.

Além disso, um novo método de registro de biológicos foi criado no início deste século: o registro de produtos para uso na agricultura orgânica. Por este método, as cepas registradas podem ser exploradas, mediante autorização, por diversas empresas, facilitando o processo de registro, tornando-o mais simples, rápido e econômico. Com o crescimento do mercado de produtos biológicos e com os problemas observados pelo uso dos agrotóxicos, a legislação foi alterada para priorizar o registro de biológicos. Outra melhoria importante na legislação foi o registro de biológicos por alvo, e não por cultura, como ocorre com os agrotóxicos. Esse aprimoramento regulatório, fomentou o registro e adoção de biológicos.

O Brasil validou as diretrizes para a agricultura tropical e se tornou o maior fornecedor das commodities mais importantes (café, soja, cana-de-açúcar, laranja e muitas outras). Essas commodities são produzidas o ano todo, com duas ou até três safras anuais, o que pode ser visto inicialmente como uma vantagem competitiva. No entanto, o conceito de “praga hibernante ou vazio biológico” não se aplica a nós.

Embora o clima tropical favoreça o crescimento das plantas, também permite que o patógeno e as plantas se multipliquem ao longo do ano. Com um número limitado de moléculas químicas e cultivares resistentes, o surgimento de populações de pragas resistentes é frequentemente relatado. Portanto, o biocontrole surgiu como a estratégia plausível para as abordagens de manejo integrado de pragas (MIP).

Segundo Bueno et al. (2020), com dados obtidos em 2018, numa aproximação grosseira, incompleta e provavelmente subestimada do uso de biocontrole no Brasil, a área sob uso de controle biológico foi de mais de 33 milhões de hectares. No entanto, considerando o ritmo de crescimento dos últimos anos, a área sob controle biológico no Brasil deve ser superior a 70 milhões de hectares. As maiores áreas sob controle biológico com bioprodutos registrados em 2022 foram soja (20 milhões de ha), milho (9,8 milhões de ha), cana-de-açúcar (6,6 milhões de ha), café (0,4 milhão de ha), outras culturas (4,1 milhões de ha) (Limberger, 2022-dados da Spark).

Também é importante observar o número de produtos biológicos registrados no Brasil, que passou de um, registrado em 2005, para 482 registrados em fevereiro de 2023. Atualmente, para cada doença de planta relevante, como por exemplo a ferrugem asiática da soja, a ferrugem do cafeeiro e o mofo-branco, já existe pelo menos um produto de biocontrole registrado.

A expansão de mercado mais extraordinária para o controle biológico foi para o manejo de nematoides. O biocontrole ultrapassou o mercado de nematicidas químicos e é hoje o maior mercado de biocontrole no Brasil, representando, em 2022, 44% das vendas de bioagentes. Considerando o controle de nematoides, os produtos biológicos representaram, na safra 2021/2022, 55%, 94% e 100% do mercado de nematicidas vendidos para cana-de-açúcar, soja e milho, respectivamente (Limberger, 2022-dados da Spark). Vale ressaltar que, na maioria dos ensaios de campo, os produtos à base de bactérias, fungos ou uma combinação de ambos superaram o nematicida químico na redução das populações da maioria dos nematoides parasitas de plantas.

Curiosamente, isso resultou não apenas na maior expansão do controle biológico para nematoides, mas também aumentou a conscientização sobre outras doenças de plantas causadas por patógenos habitantes do solo. Além disso, alguns dos produtos registrados para controle de nematoides, particularmente aqueles que possuem uma capacidade intrínseca de proteção de raízes, também protegem contra infecções radiculares por fungos de solo, como os causados por Fusarium.

Nova fronteira do biocontrole

Atualmente, qual seria a nova fronteira do biocontrole para o manejo de doenças de plantas? Há um aumento no uso de biocontrole para doenças foliares, como a ferrugem asiática da soja (Phakopsora pachyrhizi) e a ferrugem do cafeeiro (Hemileia vastatrix). Para esses alvos, todos os produtos registrados são à base de bactérias, principalmente Bacillus, que ampliam o raio de ação do fungicida químico.

Os biofungicidas são usados em combinação com fungicidas químicos e é importante que os produtos biológicos sejam compatíveis com os agrotóxicos mais usados e sejam pulverizados no início da estação, principalmente quando a resistência induzida é o principal modo de ação. Essa combinação resulta em maior rendimento e presumivelmente reduz a pressão de seleção exercida pelo uso exclusivo de fungicidas sistêmicos.

No mercado brasileiro, 142 produtos à base de Bacillus spp. (B. amyloliquefaciens, B. pumilus, B. subtilis e B. velezensis), Clonostachys rosea, Trichoderma spp. (T. afroharzianum, T. asperellum, T. harzianum, T. koningiopsis, T. reeseiT. stromaticum e T. viride) são registrados como biofungicidas; 17 baseados em B. subtilis são registrados como biobactericidas; e 96 baseados em B. amyloliquefacies, B. licheniformis, B. methylotrophicus, B. paralicheniformis, B. subtilis, B. velezensis, Paecilomyces lilacinus, Pasteuria nishizawae, Purpureocillium lilacinum, Trichoderma endophyticum e T. harzianum, entre outros são registrados como bionematicidas. Como bioinseticidas são registrados 263 produtos à base de Beauveria bassiana (95), Metarhizium anisopliae (91), Bacillus thuringiensis (44), Baculovirus anticarsia (14), Isaria fumosorosea (8) entre outros. Oitenta e seis produtos à base de Beauveria bassiana (76) e outros (10) são registrados como bioacaricidas. Ao contrário dos biofungicidas e bionematicidas, praticamente 80% dos bioinseticidas e bioacaricidas são baseados em um isolado de M. anisopliae IBCB 425 e em um isolado de B. bassiana IBCB 66. A tendência no mercado brasileiro é registrar bioprodutos formulados que contenham uma mistura de espécies de microrganismos ou mesmo misturas de múltiplas cepas da mesma espécie.

Embora tenha havido um grande aumento no número de registros de produtos para biocontrole, denominados biopesticidas ou bioprotetores, isso não representa a realidade de adoção pelos produtores, pois houve um aumento na adoção da produção on farm ou caseira, ou seja, empresas que estabelecem indústrias de menor escala em suas fazendas para produzir os agentes de biocontrole de que precisam. Existem diferentes níveis dessa produção industrial, desde a artesanal (como a produção de biofertilizante) até a produção industrial (semelhante àquelas que têm biológicos como seu negócio principal).

Tais iniciativas resultaram na criação de diversas indústrias de produtos biológicos do país. Embora haja controvérsia se tal sistema de produção será mais adotado do que os produtos comerciais registrados, todos concordamos que essa iniciativa de biocontrole de menor custo tem disseminado os benefícios da adoção do biocontrole no MIP em todo o país. Contudo, existem relatos de produtores que descontinuaram sua própria produção on farm ou caseira para adotar os bioprodutos comerciais disponíveis no mercado.

O que precisamos fazer urgentemente para que o controle biológico continue a crescer no Brasil?

1. Desenvolver bioherbicidas;

2. Realizar o controle da ferrugem asiática da soja e da folha do café, bem como do oídio em várias culturas exclusivamente com agentes de controle biológico e, eventualmente, em combinação com outras abordagens ecológicas, como cultivares resistentes e práticas de manejo de culturas;

3. Selecionar novos agentes de biocontrole adaptados ao clima tropical, bem como adaptados e capazes de lidar com as mudanças climáticas;

4. Treinar os envolvidos nas cadeias produtivas em controle biológico.

Fonte: Por Wagner Bettiol (wagner.bettiol@embrapa.br) e Flavio de Medeiros (flaviomedeiros@ufla.br), com revisão de Eliana Lima, da Embrapa Meio Ambiente.

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A revolução das soluções baseadas na natureza

A necessidade das empresas compensarem suas emissões, combinada à garantia de integridade e qualidade dos projetos NBS, deve resultar em um mercado promissor e no provável aumento dos valores dos créditos de carbono, que já proporcionam um retorno atrativo quando comparado a outras atividades econômicas, especialmente a pecuária extensiva em pastagens degradadas.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

“Hell de Janeiro”. A sensação térmica recorde de 62,3ºC registrada em uma estação do Rio de Janeiro durante a terceira onda de calor de 2024 gerou uma série de memes e muito desconforto, para dizer o mínimo. De acordo com um estudo liderado pela UFRJ, 48 mil pessoas morreram por ondas de calor entre 2000 e 2018 no Brasil. No ano passado, nove ondas de calor assolaram o país, num total de 65 dias com temperaturas muito acima da média histórica – até os anos 1990, eram sete dias em média de calor atípico, segundo dados do Instituto de Pesquisas Espaciais (INPE).

Definitivamente, as mudanças climáticas são a principal ameaça que a humanidade enfrenta. No último ano, a temperatura global esteve muito próxima do 1,5ºC acima dos níveis pré-industriais, marco limite do acordo de Paris, e para que não seja ultrapassado esse limiar as emissões de gases de efeito estufa devem ser reduzidas em 43% até 2030 (em relação a 2019), conforme a ONU. Para atingir essa meta ousada são necessárias diversas estratégias e atores, e contar com o engajamento das empresas para a redução e compensação das suas emissões.

As soluções baseadas na natureza (NBS, na sigla em inglês) podem proporcionar mais de um terço das reduções de emissões necessárias até 2030, de acordo com um estudo da The Nature Conservancy (TNC). É o caso de projetos de conservação e restauração florestal, e de manejo de terras agrícolas. Essas soluções não apenas ajudam a enfrentar as mudanças climáticas, mas também podem melhorar a saúde do solo, conservar e aumentar a biodiversidade e equilibrar o ciclo hidrológico, além de promover o desenvolvimento social de comunidades tradicionais.

Segundo o estudo da TNC, os projetos do tipo REDD+ (Reduções de Emissões provenientes de Desmatamento e Degradação) podem evitar a emissão de aproximadamente 3 GtCO2e (bilhões de toneladas equivalentes de dióxido de carbono) com a conservação de florestas nativas. Enquanto os projetos do tipo ARR (Afforestation, Reforestation and Revegetation) podem remover cerca de 1,6 GtCO2e da atmosfera com a restauração florestal. Já os projetos de ALM (Agricultural Land Management) podem garantir que mais de 5 GtCO2e sejam compensados com a adoção de boas práticas e tecnologias na agricultura e na pecuária. Os recursos financeiros para esses projetos vêm do mercado de carbono, onde empresas e governos do mundo inteiro estão estabelecendo metas de carbono zero (net zero) e regulamentações.

Mas, para que esse mercado atinja todo o seu potencial, é preciso garantir a qualidade e integridade dos créditos de carbono, gerados de acordo com padrões robustos e reconhecidos. Os projetos NBS precisam ter adicionalidade e monitoramento para assegurar o cumprimento de seus objetivos e proporcionar benefícios para o clima, para as comunidades e para a biodiversidade por um período mínimo de 40 anos. Os órgãos certificadores do mercado voluntário de carbono, como a Verra, têm buscado constantemente o aperfeiçoamento de suas metodologias para garantir a consistência dos projetos e a confiança do mercado.

A integridade e qualidade dos projetos estão ligadas à transparência, rastreabilidade e segurança. Tecnologias avançadas, como drones com sensores LiDAR e inteligência artificial, são importantes para aumentar a transparência e acurácia na mensuração do carbono e no monitoramento da biodiversidade e da degradação florestal. Tecnologias sociais, incluindo aplicativos de monitoramento ambiental comunitário e mecanismos de resolução de conflitos e geração de renda, fomentam a gestão colaborativa e a participação ativa em projetos NBS – as ações sociais são essenciais para assegurar a segurança e eficácia dos projetos no longo prazo, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida.

A necessidade das empresas compensarem suas emissões, combinada à garantia de integridade e qualidade dos projetos NBS, deve resultar em um mercado promissor e no provável aumento dos valores dos créditos de carbono, que já proporcionam um retorno atrativo quando comparado a outras atividades econômicas, especialmente a pecuária extensiva em pastagens degradadas. De acordo com um estudo da McKinsey, a demanda pelos créditos aumentará 15 vezes ou mais até 2030 e até 100 vezes até 2050, fazendo esse mercado saltar de US$1 bilhão em 2021 para US$50 a 100 bilhões até o final desta década.

Neste cenário, o Brasil possui uma posição promissora: 15% do potencial global de compensação de carbono por meio de soluções baseadas na natureza concentra-se em seu território, o equivalente a quase 2 GtCO2e – e apenas 1% dessa capacidade é aproveitada atualmente. Para que o país possa se beneficiar desse potencial de crescimento, faz-se necessário também a formação de pessoal capacitado para atender o aumento da demanda. Hoje o mercado já está carente de profissionais tanto na área de desenvolvimento de projetos NBS, quanto na área de auditoria por parte dos órgãos de verificação e validação dos projetos, bem como na área de sustentabilidade dentro das empresas.

Cobrir essas lacunas é essencial para termos condições de descarbonizar a economia, com agricultura e pecuária regenerativas e baseadas na floresta em pé, consolidando o Brasil como uma potência mundial em sustentabilidade. Esta é a revolução das Soluções Baseadas na Natureza.

Fonte: Por Danilo Roberti Alves de Almeida, engenheiro florestal, mestre em Ciências de Florestas Tropicais e doutor em Recursos Florestais.
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Genética: o pilar sustentável da produção animal

casamento entre a excelência genética e a inovação tecnológica não só impulsiona o progresso da pecuária, mas também consolida seu compromisso com a sustentabilidade e responsabilidade ambiental.

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Foto: Divulgação/ABS

A tríade imponente de sanidade, bem-estar e genética não é apenas uma teoria, mas sim a espinha dorsal de toda a produção animal. Esses três pilares não só garantem a eficiência, mas também são a base de uma abordagem verdadeiramente sustentável para a produção animal. Contudo, como a realidade do campo nos lembra incansavelmente, tudo começa com a genética.

Fotos: Divulgação/Arquivo OPR

Em um cenário em que as discussões sobre sustentabilidade ganham cada vez mais relevância e alcance, a urgência de ações concretas se torna evidente. Diariamente, vemos uma crescente pressão e culpabilização sobre a produção animal em relação aos impactos ambientais, como emissões de gases do efeito estufa e desmatamento. É hora de agir rapidamente, trazendo clareza aos debates por meio de dados concretos relacionados à capacidade da produção animal de ser sustentável, e a genética é o insumo permanente.

No contexto desafiador da produção animal sustentável, a genética se destaca como o alicerce desde o primeiro momento, moldando os anos subsequentes após cada seleção criteriosa. Ao longo de décadas, testemunhamos de perto os avanços tecnológicos no campo do melhoramento genético animal, uma saga de progresso que assegura a continuidade dos alelos favoráveis – as verdadeiras engrenagens que impulsionam a produção animal.

A busca por características que potencializam a eficiência animal está no centro das atenções e é amplamente adotada. Esta abordagem tem permitido a coleta de fenótipos relevantes, evidenciando a capacidade de animais com alto mérito genético em manter padrões elevados de qualidade e desempenho, ao mesmo tempo em que demonstram uma excepcional eficiência na conversão alimentar, no rendimento de carcaça e na redução do tempo de permanência na fazenda. Os pecuaristas contabilizam, ao final, um saldo positivo rastreado e almejado.

Na vanguarda da inovação na pecuária, a implementação estratégica de linhagens terminais nos rebanhos emerge como um exemplo marcante de avanço. Esta abordagem, que capitaliza a complementaridade entre raças e explora a heterose, tem impulsionado de forma notável a eficiência produtiva. Resultados tangíveis são observados na redução substancial do tempo de confinamento dos animais, além de um notável aumento no peso e rendimento da carcaça, bem como na qualidade da carne.

Além disso, destacamos a importância da aplicação de tecnologias de ponta e metodologias inovadoras, como as ômicas, que têm revolucionado o cenário da seleção genética. Este vasto campo promete uma nova era na pesquisa e aplicação, permitindo a identificação e expressão de características altamente desejáveis. Entre elas, destaca-se a atenção aos pilares da sustentabilidade, bem como a compreensão aprofundada da microbiota ruminal, cujo papel crucial na mitigação das emissões de gases do efeito estufa é cada vez mais reconhecido.

Assim, o casamento entre a excelência genética e a inovação tecnológica não só impulsiona o progresso da pecuária, mas também consolida seu compromisso com a sustentabilidade e responsabilidade ambiental.

Em resumo, a manutenção da conexão ciência-indústria-campo é um elemento vital na busca pela produção sustentável, permitindo a produção de animais mais eficientes, saudáveis e adaptados ao meio ambiente, garantindo estabilidade na produção animal e um futuro alimentar seguro e saudável para as gerações futuras.

Nessa jornada, há um setor engajado e com a busca incessante pela excelência genética, pois sabemos que é a partir dela que construímos os fundamentos de um amanhã mais promissor para a produção animal sustentável, sem esquecer de garantir a subsistência da próxima geração de agricultores e pecuaristas.

Fonte: Por Laís Grigoletto, gerente de Serviços Genéticos Corte Latam da ABS.
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Principais desafios logísticos para o agronegócio em 2024

Dentre eles estão a falta de rastreabilidade e segurança das cargas, tendo em vista que os tempos disponíveis para carregamento e descarga são curtos, principalmente em embarques em navios, fazendas e outros.

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Fotos: Divulgação/Arquivo OPR

Segundo dados levantados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP) em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o setor do agronegócio representou 24,8% do PIB brasileiro em 2022. Para 2023, a projeção, ainda de acordo com o Cepea e a CNA, é de 24,1% do PIB brasileiro. No ponto de vista da macroeconomia do país, o segmento representa uma parte importante para o desenvolvimento nacional.

Foto: Cláudio Neves

Uma parte vital para o contínuo crescimento do agronegócio é a logística, que envolve desde o planejamento da plantação e o armazenamento da colheita até a distribuição dos produtos finais. “Um investimento eficaz na logística garante a redução de custos, aumento de produtividade e maior satisfação do consumidor final. Entretanto, ainda existem alguns desafios logísticos no agronegócio que precisam ser superados para a melhora e o desenvolvimento do setor como um todo”, afirma André Pimenta, CEO de uma empresa do ramo logístico.

Pensando nesse panorama do setor, o executivo lista os três principais desafios logísticos para o segmento de agronegócio e como superá-los:

  • Complexidade de safra

A cada ano, a estratégia de safra precisa ser diferente, uma vez que ela é viva, imprevisível e está em constante mudança. No contexto atual, as empresas compram as sacas e dependem do valor de mercado para vendê-las. O que acontece algumas vezes é que quando o valor sobe, as empresas precisam de agilidade nas vendas e, consequentemente, na entrega dos produtos. Com isso, é muito comum que essas empresas não encontrem frotas de caminhões para suportar o transporte imediato dessas sacas.

  • Ausência de desenvolvimento tecnológico no setor

Segundo dados da Esalq/USP, a falta de tecnologia no segmento agrícola pode resultar em uma perda de aproximadamente 100 bilhões de reais para o agronegócio. Além disso, de acordo com valores do último Censo do IBGE, mais de 70% das propriedades rurais do Brasil não possuem acesso à internet, o que é preocupante, pois, com o uso de soluções tecnológicas no setor, as fazendas ganham aumento de produtividade, redução de custos e melhora no desempenho. É necessário entender todo o cenário do agro para melhorar essa questão e ser mais assertivo na criação de soluções tecnológicas para o setor.

  • Falta de segurança das cargas

No agronegócio, a grande maioria das cargas não são rastreadas, um sinal de alerta quando se trata de situações de segurança como embarques e desembarques rápidos, e até mesmo casos recorrentes de roubos das cargas. De acordo com a Pesquisa CNT Perfil Empresarial, roubo de mercadorias está entre as maiores preocupações do Transporte Rodoviário de Cargas.

Nesse meio, a falta de rastreabilidade e segurança traz um desafio ainda maior para a gestão, tendo em vista que os tempos disponíveis para carregamento e descarga são curtos, principalmente em embarques em navios, fazendas e outros. Por isso, criar uma solução que atenda este requisito, além de trazer segurança ao motorista, também trará visibilidade ao embarcador e ganhos incontáveis para a logística.  “O rastreamento de cargas ideal para o transporte rodoviário ainda está em desenvolvimento e com muitos estudos evoluindo no mercado da logística. Enquanto isso, existem outras soluções de segurança que podem tranquilizar transportadoras e embarcadores, como seguros para cargas, uma boa manutenção preventiva nos sistemas de segurança do veículo, apoio com a emissão correta de documentos, etc. Ações como essas podem facilitar muito situações de potencial crise”, expõe Pimenta.

Conforme o executivo, apesar de ainda vivermos um processo de avanços e investimentos na área, empresas do setor têm se preocupado com os desafios logísticos no agronegócio e se transformado, pouco a pouco, para ajudar no desenvolvimento do mercado.

Fonte: Assessoria Motz
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