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Cientistas usam sinais vibratórios para manejar percevejos-praga nas lavouras

Equipamento e o método para armazenamento, geração e reprodução dos sinais vibratórios emitidos pelos insetos podem ser fortes aliados no controle de pragas nas áreas de produção. Na foto, protótipo do reprodutor de sinais vibratórios conectado à uma planta de soja.

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Foto: Tiago Maboni Derlan/Embrapa

O uso de sinais vibratórios é a nova arma da ciência para ajudar no controle de pragas agrícolas, como os percevejos da família Pentatomidae, popularmente conhecidos como marias-fedidas e agrupados em, aproximadamente, 900 gêneros e 5 mil espécies. A tecnologia desenvolvida digitaliza esses sinais que os insetos usam para se comunicar e os reproduz artificialmente a fim de atraí-los ou afastá-los. Para chegar a esse resultado, a Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (DF) – em parceria com a Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso (Fapemat) e Fundação de Amparo à Pesquisa do Distrito Federal (FAPDF) – desenvolveu um dispositivo e um método para armazenamento, geração e reprodução desses sinais vibratórios.

Esse é um dos primeiros estudos no mundo visando a aplicação dos conhecimentos de comunicação vibracional para o manejo de percevejos na agricultura. A patente da tecnologia foi depositada em dezembro, no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), (n° BR102023026187-6).

Como funciona

“O método consiste em digitalizar os sinais vibracionais emitidos pelos insetos e reproduzi-los, de maneira contínua e repetidamente, para interferir no comportamento deles, a fim de, por exemplo, atraí-los ou afastá-los”, detalha o pesquisador Raúl Alberto Laumann, membro da equipe do Laboratório de Semioquímicos. Assim, é possível fazer a manipulação comportamental e o controle de insetos-praga em áreas de plantio pela redução da densidade populacional.

Além disso, a tecnologia permite que os sinais sejam reproduzidos em diferentes superfícies, como o caule e as folhas das plantas, ou outros substratos sólidos, o que possibilita sua aplicação sob condições diversas, atendendo a diferentes particularidades de controle.

“Embora a invenção do dispositivo e do método tenha sido motivada pela necessidade de manejo de percevejos, a tecnologia pode ser aplicada a uma vasta variedade de insetos”, assinala o pesquisador.

O equipamento

O dispositivo é composto por uma fonte de energia e um módulo regulador de tensão, que mantêm o equipamento funcionando; um módulo de áudio primário, configurado para captar o sinal vibracional dos insetos; um módulo de armazenamento, que armazena esse sinal gravado; um módulo amplificador, responsável pela amplificação do sinal; um microcontrolador, que gerencia o arranjo como um todo; uma interface de comunicação com o usuário, com um display e um teclado; e uma interface de saída para conexão de um reprodutor do sinal como, por exemplo, um alto-falante, que propaga as vibrações no ambiente.

Comunicação entre percevejos

Nos percevejos, os sinais vibratórios atuam na troca de informação entre os indivíduos quando eles se encontram a distâncias moderadas (1 a 2 metros) ou curtas (poucos centímetros ou contatos físicos). “Por meio desses sinais vibratórios, eles recebem e enviam informação a respeito do sexo do inseto que está ‘cantando’, receptividade para a cópula e distribuição espacial”, conta o cientista.

Estudos do processo de comunicação dos percevejos indicam que a comunicação entre eles se dá por meio de vibrações entre 60 e 130 hertz (Hz), produzidas pelo abdômen do inseto, as quais são transferidas para os tecidos da planta por suas patas, nas quais também se encontram os receptores sensoriais dos sinais vibratórios.

Desse modo, a utilização dessas vibrações identificadas na família Pentatomidae pode ser uma alternativa ou complemento ao uso de feromônios para serem incorporados em armadilhas de monitoramento. Os feromônios são sinais químicos que também fazer parte do sistema de comunicação dos insetos. “Adicionalmente, sinais vibratórios com efeito repelente ou que interferem na comunicação têm potencial para o manejo dessas pragas agrícolas, num sistema similar ao da confusão sexual com interrupção do acasalamento, sem o uso de substâncias químicas”, completa.

Alternativa ao uso de produtos químicos

Atualmente, os percevejos são pragas primárias das principais culturas de grãos no Brasil, sendo que nos últimos anos sua incidência tem se estendido a outras culturas, com relatos de ataques severos em algodão, hortaliças e mamona, entre outras. Os métodos de controle mais comuns baseiam-se na utilização de inseticidas sintéticos, que estão relacionados a riscos e efeitos negativos ao meio ambiente e à saúde humana.

“Mas o uso excessivo de agrotóxicos torna os sistemas agrícolas instáveis em decorrência da eliminação conjunta de inimigos naturais e da indução ao aumento de resistência dos insetos-praga. Isso gera condições que favorecem a ação dos insetos herbívoros e, por conseguinte, a ocorrência de ataques mais severos e com dano de maior intensidade às culturas”, alerta Laumann.

Assim, a possibilidade de interferir na comunicação e no comportamento sexual dos insetos e, consequentemente, no seu sucesso reprodutivo, é uma das estratégias com grande potencial para o manejo eficiente de suas populações, sem o uso de agrotóxicos.

“Várias etapas do comportamento reprodutivo de percevejos envolvem troca de informações. Os tipos de sinais mais conhecidos e estudados nesse grupo de insetos são os feromônios, mas os percevejos também trocam informações usando os sinais vibratórios”, destaca Laumann.

Para o pesquisador, já se observa uma crescente demanda por soluções que produzam, nas próximas décadas, alimentos, fibras e outros materiais derivados da agricultura com baixos níveis de impacto ao meio ambiente, principalmente nas áreas de preservação e mananciais.

A aplicação de práticas sustentáveis na agricultura mostra-se prioritária para atingir essa meta. É nesse contexto que o controle biológico e a manipulação comportamental de insetos se apresentam com grande potencial para uso no manejo de pragas, pois permitem minimizar o uso de agrotóxicos.

“Embora já existam práticas de controle biológico, ainda não há tecnologia de manipulação comportamental de insetos direcionada às principais pragas agrícolas que mantenha os índices de qualidade de vida e preservação ambiental, bem como os principais grãos livres de resíduos químicos”, afirma Laumann.

Pode ser associada a feromônios

“Um dos objetivos iniciais do desenvolvimento desse sistema foi a possibilidade de usá-lo para reproduzir sinais vibratórios de percevejos nas armadilhas de monitoramento populacional contendo o feromônio sexual, visando incrementar a eficiência de captura e a precisão das estimativas de densidade populacional. Assim, a ferramenta se tornaria mais precisa e útil para os produtores”, assinala Laumann.

Fonte: Embrapa

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Faesc celebra publicação da lei que reduz burocracia para Declaração do Imposto Territorial Rural 

Medida retira a obrigatoriedade de utilização do ADA para redução do valor devido do ITR e autoriza o uso do CAR para o cálculo de área.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc) celebra a conquista da Lei 14.932/2024 que reduz a burocracia da Declaração do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (DITR) para os produtores. A legislação foi publicada, na última quarta-feira (24), no Diário Oficial da União pelo Governo Federal.

A medida retira a obrigatoriedade de utilização do Ato Declaratório Ambiental (ADA) para redução do valor devido do ITR e autoriza o uso do Cadastro Ambiental Rural (CAR) para o cálculo de área tributável do imóvel.

O presidente do Sistema Faesc/Senar e vice-presidente de finanças da CNA, José Zeferino Pedrozo, ressalta que a publicação da Lei representa um avanço para o agronegócio. “Nós, da Faesc, e demais federações, trabalhamos em conjunto com a CNA, pela desburocratização e simplificação da declaração do ITR para o produtor rural. Essa conquista significa menos burocracia, mais agilidade e redução de custos para o campo, o que é fundamental para impulsionar a competitividade e o desenvolvimento do setor produtivo”.

De acordo com o assessor técnico da CNA, José Henrique Pereira, com a publicação da Lei 14.932/2024, o setor espera a adequação da Instrução Normativa 2.206/2024 que ainda obriga o produtor rural a apresentar o ADA neste ano, para fins de exclusão das áreas não tributáveis do imóvel rural. “A nova Lei já está em vigor e desobriga a declaração do Ato Declaratório Ambiental, então esperamos que a Receita Federal altere a Instrução Normativa e que a lei sancionada comece a valer a partir da DITR 2024”, explicou.

A norma é originária do Projeto de Lei 7611/17, do ex-senador Donizeti Nogueira (TO) e de relatoria do deputado federal Sérgio Souza (MDB/PR). O texto tramitou em caráter conclusivo e foi aprovado pela Câmara dos Deputados em dezembro do ano passado.

De acordo com a IN 2.206/2024, o prazo para apresentação da DITR 2024 começa a partir do dia 12 de agosto e vai até 30 de setembro de 2024.

Fonte: Assessoria Faesc
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Sancionada lei que permite o uso do CAR para cálculo do ITR

Nova legislação permite que os produtores utilizem o Cadastro Ambiental Rural para calcular a área tributável, substituindo o atual Ato Declaratório Ambiental.

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Foto: Roberto Dziura Jr

A nova legislação permite que os produtores utilizem o Cadastro Ambiental Rural (CAR) para calcular a área tributável, substituindo o atual Ato Declaratório Ambiental (ADA). O governo federal sancionou na última terça-feira (23) a Lei 14932/2024, uma medida que visa modernizar o sistema de apuração do Imposto Territorial Rural (ITR) e reduzir a burocracia para os produtores rurais.

Ex-presidente da FPA, deputado Sérgio Souza, destaca que medida visa a modernização do sistema tributário rural – Foto: Divulgação/FPA

Aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJC) da Câmara dos Deputados em dezembro de 2023, o projeto de lei (PL 7611/2017) foi relatado pelo ex-presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado Sérgio Souza (MDB-PR). O parlamentar destacou a importância da nova lei, afirmando que o CAR é um dos instrumentos mais avançados hoje para compatibilizar a produção com a preservação ambiental.

“O Cadastro Ambiental Rural é uma das ferramentas mais importantes do mundo em termos de compatibilização da produção agropecuária com os ditames da preservação ecológica. É, certamente, um instrumento que cada vez mais deve ser valorizado”, afirmou Sérgio Souza.

Atualmente, para apurar o valor do ITR, os produtores devem subtrair da área total do imóvel as áreas de preservação ambiental, apresentando essas informações anualmente ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), por meio do ADA. Esses mesmos dados também são incluídos no CAR, conforme exigência do Código Florestal.

Com a nova lei, essa duplicidade de informações será eliminada, facilitando o processo para os produtores. “Não faz sentido que o produtor rural seja obrigado a continuar realizando anualmente o ADA, uma vez que todas as informações necessárias à apuração do valor tributável do ITR estão à disposição do Ibama e da Receita Federal por meio do CAR”, ressaltou Sérgio Souza.

Fonte: Assessoria FPA
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Governo gaúcho anuncia medidas para atenuar perdas causadas pelas enchentes na cadeia leiteira

No Programa da Agrofamília, os R$ 30 milhões em bônus financeiros para custeio e investimentos no Plano Safra 2023/2024, estarão disponíveis a partir da segunda quinzena de agosto nas agências do Banrisul. Outros R$ 112,9 milhões serão destinados para a compra, pelo Estado, de leite em pó.

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Foto: Gisele Rosso

O pacote de medidas do Governo do Rio Grande do Sul para reerguer a agricultura gaúcha após a tragédia climática que assolou a produção primária inclui ações específicas destinadas ao setor do leite: bônus de 25% em financiamentos e compra de leite em pó. “Chegam em boa hora e são importantes porque beneficiam o pequeno produtor com subvenção, que é fundamental. Além da compra do leite em pó num volume considerável”, destaca Darlan Palharini, secretário-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat).

No Programa da Agrofamília, os R$ 30 milhões em bônus financeiros para custeio e investimentos no Plano Safra 2023/2024, estarão disponíveis a partir da segunda quinzena de agosto nas agências do Banrisul. Outros R$ 112,9 milhões serão destinados para a compra, pelo Estado, de leite em pó. A aquisição será feita junto às cooperativas gaúchas que não tenham importado leite, ao longo do ano vigente do programa, para atender mais de 100 mil crianças em municípios com Decreto de Calamidade.

O dirigente, que acompanhou o anúncio feito pelo governador Eduardo Leite e pelo secretário de Desenvolvimento Rural, Ronaldo Santini, na manhã desta quinta-feira (25/07), lembra que o setor ainda aguarda uma posição sobre a liberação do Fundoleite. “Recentemente, foi solicitado junto à Secretaria Estadual da Fazenda a atualização de saldos. A estimativa é dos valores se aproximem de R$ 40 milhões”, indica Palharini.

Fonte: Assessoria Sindilat-RS
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