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Notícias Levantamento parcial

Ciclone que atingiu Rio Grande do Sul causou prejuízos de R$ 320 milhões na avicultura e suinocultura

Houve perdas de produção, rebanho e infraestrutura, sobretudo, de ribeirinhos que se dedicam à produção de hortigranjeiros, avicultura, suinocultura e pecuária leiteira. Os danos também afetam unidades agroindustriais.

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Foto: Divulgação/Asgav

As enchentes e chuvas intensas provocadas pelo ciclone extratropical, que ocorreu no início de setembro no Sul do Brasil, geraram grandes transtornos e prejuízos. Até o momento, 47 mortes foram confirmadas no Rio Grande do Sul e um óbito em Santa Catarina. O fenômeno causou danos pelos altos volumes precipitados, ocorrência de granizo localizados e transbordamento de leitos de rios e arroios, ocasionando estragos em 102 cidades gaúchas, de acordo com o último boletim da Defesa Civil, divulgado na manhã desta sexta-feira (15).

Foto: Gustavo Mansur/Secom/RS

O ciclone extratropical teve origem em um sistema de baixa pressão e provocou chuva de granizo, rajadas de vento acima dos 100 km/h e tempestades, que causaram enxurradas e inundações em vários pontos do estado gaúcho.

De acordo com o mais recente balanço divulgado pela Defesa Civil do Rio Grande do Sul, existem ainda nove pessoas desaparecidas, 3.130 pessoas foram resgatadas, 4.898 estão desabrigados, que são pessoas que necessitam de abrigo público, e 20.973 desalojados, que se encontram em outras residências. O total de afetados chega a 354.701 mil pessoas. Além disso, há 943 feridos.

As cidades mais atingidas foram das regiões Norte, Serra e Vale do Taquari.

Pequenos produtores foram os mais afetados

Conforme balanço parcial da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater/RS-Ascar), na zona rural os pequenos agricultores foram os mais prejudicados. Houve perdas de produção, rebanho e infraestrutura, sobretudo, de ribeirinhos que se dedicam à produção de hortigranjeiros, avicultura, suinocultura e pecuária leiteira. Os danos também afetam unidades agroindustriais.

Foto: Departamento de Vigilância e Defesa Sanitária Animal/DDA

A Emater/RS-Ascar indica que 665 localidades e 10.787 propriedades foram afetadas. Em relação à infraestrutura, o evento climático afetou 4.456,8 quilômetros de estradas vicinais e causou problemas de escoamento da produção em 197 comunidades até o momento.

Houve danos em 1.192 casas, 621 galpões, 12 armazéns, 116 silos, 25 estufas de fumo, 25 estufas/túneis plásticos para horticultura, 128 açudes (piscicultura/irrigação), 53 aviários e 45 pocilgas.

Na pecuária morreram 29.356 animais, entre bovinos de corte e de leite, suínos e aves. Foram perdidas 370 caixas de abelhas e 35,5 toneladas de peixes, totalizando 346 produtores prejudicados. A produção não coletada de leite chega a 500 mil litros, lesando cerca de 813 produtores. Além do comprometimento de silos que foram alagados. “Mais de 800 produtores de leite de várias cidades gaúchas, principalmente das regiões da Serra e do Vale do Taquari, foram atingidos diretamente com danos na estrutura das suas instalações, assim como com a morte de animais”, ressalta o presidente da Associação de Criadores de Gado Holandês do Rio Grande do Sul (Gadolando), Marcos Tang.

Na produção primária, as chuvas torrenciais resultaram em sérias perdas na produção de frutas, olericultura, fumo e grãos, principalmente nas lavouras de milho e trigo, que tiveram grandes áreas atingidas e alto volume de produção perdidas. Ao todo, 1.616 produtores tiveram perdas na produção de grãos, 88 na fruticultura, 2.691 no fumo e 198 na olericultura.

As perdas na produção de forragens impactam diretamente na atividade pecuária, afetando a produção de carne e de leite, e representam um desafio adicional para os produtores, que buscam alternativas para suprir as necessidades alimentares de seus rebanhos. Foram atingidos 1.880 hectares de pastagem nativa, 10.730 hectares de pastagem cultivada e 50 hectares de silagem, com um total de 1.022 produtores prejudicados. Houve perda de 35,5 mil pés de eucalipto.

“Essas são informações gerais de todo o setor agropecuário. Mas a Emater/RS-Ascar está trabalhando no levantamento de perdas, produzindo laudos que geram informações técnicas eficientes e coordenando outras estratégias junto às famílias atingidas. Temos conhecimento dos estragos feitos, mas acredito, que logo teremos informações concretas dos danos causados por esse desastre natural”, menciona o presidente da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs), Valdecir Luis Folador.

Desde a passagem do ciclone extratropical no Rio Grande do Sul, existe uma mobilização pela situação de calamidade, com o intuito de socorrer as vítimas afetadas pelo desastre natural.

Foto: Nacir Penz

Danos à suinocultura

De acordo com a Acsurs, as chuvas afetaram duas granjas comerciais de suínos. Uma dessas granjas estava destinada para creche e os leitões haviam sido transferidos para a próxima fase de recria e engorda a cerca de três ou quatro dias antes da enchente, e a outra era responsável pela terminação dos suínos. “Na granja em que os animais estavam prontos para serem enviados ao frigorífico ocorreu a perda de quase todos os suínos”, lamenta Folador. “Foram somente duas granjas de suínos afetadas, estimo que os danos com a criação perdida e a infraestrutura das duas granjas atingidas devem ser próximos a R$ 4 milhões”, aponta.

O presidente da Acsurs ressalta que esses prejuízos foram localizados e não tiveram um impacto significativo no setor da suinocultura do Rio Grande do Sul.

SOS Rio Grande do Sul

A Acsurs concentra seus esforços em apoiar e promover as iniciativas que o governo do Rio Grande do Sul está implementando para auxiliar os produtores afetados pela enchente.

Uma dessas ações é a divulgação da conta SOS Rio Grande do Sul, criada no Banrisul para receber doações em dinheiro daqueles que quiserem ajudar as vítimas das enchentes. Foi estabelecida uma chave PIX (CNPJ: 92.958.800/0001-38) que já está disponível para que empresas e pessoas físicas possam repassar qualquer valor, de forma segura, para um canal oficial. “Neste momento, estamos focando nossos recursos e energia em disseminar informações sobre essa conta, a fim de incentivar contribuições tanto de dentro do Rio Grande do Sul como de todo o Brasil. Dessa forma, a Acsurs contribui indiretamente para o apoio aos produtores rurais e a todas as pessoas afetadas pela enchente”, expõe Folador.

Foto: Divulgação/Asgav

Além disso, o presidente da Acsurs frisa que o governo gaúcho está disponibilizando recursos próprios para a recuperação e reconstrução das áreas afetadas, enquanto o governo federal também anunciou medidas para auxiliar na recuperação das regiões danificadas pela enchente. Nesse contexto, a Acsurs atua como um canal de divulgação e mobilização para que a solidariedade e o apoio cheguem de maneira mais efetiva aos afetados.

Atividades suspensas temporariamente

A Cooperativa dos Suinocultores de Encantado (Cosuel) teve suas instalações inundadas pelas águas da enchente, tendo que suspender temporariamente suas operações de abate enquanto realiza os reparos e restaura o que foi danificado pelo desastre. “Durante este período os animais dos produtores cooperados integrados à Cosuel serão redirecionados para outras agroindústrias a fim de manter o fluxo de produção. Essa mudança, sem dúvida, deverá resultar em prejuízos para a cooperativa. O montante exato dessas perdas é difícil de estimar no momento”, ressalta Folador.

Prejuízos podem chegar a R$ 100 milhões na suinocultura gaúcha

Conforme Folador, o Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos do Rio Grande do Sul (Sips) estima que a cadeia suinícola gaúcha deve ter um prejuízo que varia entre R$ 70 a R$ 100 milhões, tanto de forma direta quanto indireta, devido às dificuldades no transporte de ração e na logística para retirada dos animais nas unidades produtoras afetadas pelo ciclone. “Esses prejuízos afetam não apenas a Cosuel, que foi a mais impactada, mas também outras agroindústrias de suínos na região”, pontua.

Perdas na indústria de aves são estimadas em R$ 220 milhões 

A Organização Avícola do Rio Grande do Sul (Asgav/Sipargs) estima que os impactos ocasionados pelas enchentes e chuvas intensas decorrentes do ciclone extratropical podem chegar a R$ 220 milhões em prejuízos para as indústrias de aves e derivados na região do Vale do Taquari.

Foto: Divulgação/Asgav

Com participação de 21% na produção total do Rio Grande do Sul, a região foi a mais atingida pelas chuvas. Segundo informações da Asgav, seis indústrias localizadas no Vale do Taquari foram danificadas pela passagem do ciclone extratropical. “A tragédia que atingiu a região não impactou totalmente esta participação, mas gerou danos consideráveis a seis indústrias locais”, afirmou em nota sobre o levantamento parcial dos prejuízos do setor.

Os danos estão relacionados a estruturas de indústrias, aviários, mortalidade de animais, genética, logística, danos elétricos, avarias em máquinas e equipamentos, além de impactos no mercado.

Segundo a associação, tanto as indústrias quanto os produtores afetados estão apurando os reais prejuízos que devem ter em decorrência do ciclone. No entanto, ainda são necessárias avaliações técnicas para obter uma visão mais precisa dos danos. “É um momento crítico para a região, para as indústrias e produtores impactados. O amparo governamental e de outras instituições será extremamente necessário e vital para a retomada”, avalia o presidente executivo da Asgav/Sipargs, José Eduardo dos Santos.

Medidas em apoio aos produtores rurais

Lideranças sindicais, representantes de associações, prefeitos e secretários municipais de 23 cidades, além de deputados, participaram de uma reunião  com a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul (AL-RS), a qual teve como foco principal discutir medidas de apoio aos agricultores afetados pelas chuvas nas regiões da Serra, Vale do Taquari e Vale do Rio Pardo.

Durante a reunião, foram formuladas 12 medidas em apoio aos produtores das áreas atingidas, que agora estão sendo apresentadas aos governos estadual e federal para que possam ser atendidas.

Dentre as reinvindicações ao Governo Federal estão a suspensão imediata da cobrança de todas as operações de crédito rural (custeios, investimentos, credito fundiário), vincendas nos próximos 180 dias, contratados por agricultores e pecuaristas atingidos pela intempérie climática (enchente, ciclone); anistia das operações de custeio e investimento, não amparadas por seguro (Proagro ou seguro agrícola); renegociação das dívidas de custeio e investimento contratadas pelos agricultores e pecuarista, atingidos pelo fenômeno climático; linha de crédito emergencial, para recuperação das unidades produtivas (recuperação de solo, compra de maquinários e equipamentos, reconstrução de Galpões, Pocilgas, Aviários, Estufas etc); com prazo de 10 anos para pagamento, 3 anos de carência, sem juros e com bônus de adimplência %; habitação – inclusão das famílias do meio rural que perderam suas casas, nas políticas de habitação destinadas a reconstrução das unidades habitacionais dos municípios atingidos; que os critérios para escolha dos municípios nos programas do Minha Casa Minha Vida, seja a situação de calamidade pública; linha de crédito não reembolsável, para compra de mobiliário e utensílios domésticos perdidos com a enchente, tendo por base o valor do saque emergencial do FGTS; (R$ 6.200,00); e recursos para recuperação de estradas vicinais, pontes e pontilhões, para permitir o escoamento da produção e o deslocamento entre as propriedades rurais.

Foto: Gustavo Mansur/Secom/RS

E ao Governo do Rio Grande do Sul serão solicitados recursos para recuperação de estradas vicinais, pontes e pontilhões, para permitir o escoamento da produção e o deslocamento entre as propriedades rurais; suspensão imediata da cobrança de todas as operações de crédito rural (custeios, investimentos, FEAPER), vincendas nos próximos 180 dias, contratados por agricultores e pecuaristas atingidos pela intempérie climática (enchente, ciclone); habitação – Inclusão das famílias do meio rural que perderam suas casas, nas políticas de habitação destinadas a reconstrução das unidades habitacionais dos municípios atingidos; anistia das operações de custeio, investimento e FEAPER, não amparadas por seguro (Proagro ou seguro agrícola); e linha de crédito não reembolsável, para compra de mobiliário e utensílios domésticos perdidos com a enchente, incluindo os agricultores no anúncio feito pelo estado de R$ 2,5 mil para as pessoas da CAD Único.

R$ 741 milhões de recursos federais

Governo federal destinou R$ 741 milhões em recursos para as regiões afetadas pelas chuvas provocadas pelo ciclone extratropical no Rio Grande do Sul. O Ministério das Cidades é o que vai destinar mais recursos às áreas afetadas, custeando a construção de moradias na região com R$ 195 milhões. Em seguida vem o da Integração, que vai disponibilizar R$ 185 milhões para ajudar na reconstrução dos municípios atingidos pelas chuvas.

Foto: Marinha do Brasil/RS

Entre outras ações, o governo também vai ajudar a reconstruir as Unidades Básicas de Saúde (UBS), a refazer uma ponte da BR-116 sobre o Rio das Antas e a liberar um auxílio de R$ 800 por pessoa, em duas parcelas de R$ 400, para os municípios afetados.

RS em alerta

O Rio Grande do Sul segue em alerta para altos volumes de chuva e temporais nos próximos dias, sobretudo na Metade Sul. O boletim da Sala de Situação do governo estadual, coordenada pela Defesa Civil e pela Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), aponta até esta sexta-feira (15) para risco de tempo severo em grande parte das regiões. Os volumes de chuva podem variar entre 100 milímetros e 200 milímetros nas regiões Sul, Campanha, Oeste, Centro, Sudeste, Leste e Noroeste e ultrapassar 250 milímetros em alguns pontos. Além disso, o risco é alto para queda de granizo.

Fonte: O Presente Rural

Notícias

Brasil se torna livre de febre aftosa sem vacinação, informa governo

Para conceder a declaração de país livre da febre aftosa sem vacinação, a OMSA exige a suspensão da vacinação contra a febre aftosa e a proibição de ingresso de animais vacinados nos estados por, pelo menos, 12 meses. O Brasil deve apresentar o pleito em agosto deste ano. Já o resultado, se aprovado, será apresentado em maio de 2025, durante assembleia geral da entidade.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

O governo federal informou na noite de quinta-feira (02) que o Brasil se tornou um país livre de febre aftosa sem vacinação animal. O anúncio foi feito pelo ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, e pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin. A autodeclaração ocorre após o fim da última campanha nacional de imunização contra a febre aftosa em 12 unidades da Federação e em parte do Amazonas.

“O Brasil sobe para o degrau de cima da sanidade animal, tão almejada. Os mercados mais exigentes e mais remuneradores vão estar abertos para o Brasil”, celebrou Fávaro.
Segundo ele, a medida abre caminho para que o Brasil possa exportar carne bovina para países como Japão e Coreia do Sul, por exemplo, que só compram de mercados livres da doença sem vacinação.

“Hoje é um dia histórico, porque sempre o Brasil sonhou em ser um país livre de febre aftosa sem vacinação, ou seja, um estágio bem avançado de sanidade animal e boa defesa agropecuária”, afirmou o vice-presidente Geraldo Alckmin.
A próxima etapa consiste na apresentação de documentação para Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), que é quem tem poder para reconhecer o novo status sanitário do país.

Para conceder a declaração de país livre da febre aftosa sem vacinação, a OMSA exige a suspensão da vacinação contra a febre aftosa e a proibição de ingresso de animais vacinados nos estados por, pelo menos, 12 meses. O Brasil deve apresentar o pleito em agosto deste ano. Já o resultado, se aprovado, será apresentado em maio de 2025, durante assembleia geral da entidade.

Atualmente, no Brasil, somente os estados de Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Acre, Rondônia e partes do Amazonas e do Mato Grosso têm o reconhecimento internacional de zona livre de febre aftosa sem vacinação pela OMSA.

Ao todo, segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária, mais de 244 milhões de bovinos e bubalinos em cerca de 3,2 milhões de propriedades deixarão de ser vacinados contra a doença, trazendo uma redução de custo direta, com a aplicação da vacina, de mais de R$ 500 milhões.

O ciclo de vacinação de bovinos e bubalinos contra a febre aftosa no Brasil começou há mais de 50 anos e o último registro da doença ocorreu em 2006. O fim da vacinação exigirá protocolos mais rígidos de controle sanitário por parte dos estados, enfatizou o ministro Carlos Fávaro.

A carne é o quarto principal item da pauta de exportações brasileira, atrás apenas da soja, petróleo bruto e minério de ferro.

Fonte: Agência Brasil
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Notícias No Paraná

Novo Porto Seco de Foz do Iguaçu vai dobrar movimentação de cargas na tríplice fronteira

Governador Carlos Massa Ratinho Junior participou na quinta-feira (02) do lançamento do projeto do novo empreendimento, no Oeste do Paraná, que deve dobrar e modernizar a movimentação de cargas na tríplice fronteira entre Brasil, Paraguai e Argentina. A estrutura terá investimento de R$ 500 milhões.

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Fotos: Geraldo Bubniak/AEN

O governador Carlos Massa Ratinho Junior participou na quinta-feira (02) do lançamento do projeto do novo Porto Seco de Foz do Iguaçu, no Oeste do Paraná, que deve dobrar e modernizar a movimentação de cargas na tríplice fronteira entre Brasil, Paraguai e Argentina. A estrutura será construída pela empresa Multilog, que venceu a licitação promovida pela Receita Federal e já é responsável pela operação do atual porto seco do município.

Com investimento previsto de R$ 500 milhões, a nova unidade alfandegada será instalada em uma área de 550 mil metros quadrados, às margens da rodovia BR-277, fora da área urbana da cidade, e de fácil acesso à Perimetral Leste e à Ponte de Integração Brasil-Paraguai, obras do Governo do Estado, governo federal e Itaipu Binacional. O terminal terá uma infraestrutura mais ampla e robusta que a atual, facilitando o comércio entre os três países, além da previsão de gerar 3 mil empregos diretos e indiretos. “Paraguai e Argentina são parceiros estratégicos do Paraná que, por sua localização na região, têm a vocação de ser a central logística da América do Sul, ajudando no desenvolvimento da região”, afirmou Ratinho Junior. “Foz do Iguaçu é a porta de entrada no Brasil dos produtos que vêm do Paraguai e Argentina, e tem que estar preparada para isso”.

O governador Carlos Massa Ratinho Junior participou na quinta-feira (02) da apresentação do projeto do novo porto seco de Foz do Iguaçu, o maior da América Latina em movimentação de cargas pela empresa Multilog

Para consolidar esse projeto de hub logístico, Ratinho Junior destacou os grandes investimentos que têm sido feitos desde o início de sua gestão para fortalecer os diferentes modais logísticos. Por estar localizada em uma área de fronteira, com grande potencial turístico e logístico, Foz do Iguaçu recebe obras importantes, como a Ponte de Integração, a Perimetral Leste, a duplicação da Rodovia das Cataratas e a modernização do Aeroporto Internacional das Cataratas, inclusive com concessão à iniciativa privada.

“E este projeto do porto seco se une aos demais, dando mais agilidade aos processos logísticos, no desembaraço alfandegário, facilitando o transporte de produtos. Tudo isso potencializa a atração de investimentos ao município”, ressaltou o governador.

“Temos um projeto multimodal para a região. O modal aéreo recebeu investimentos para ampliação da pista e já está com a concessão, para ter um aeroporto com voos internacionais maiores”, explicou o secretário estadual da Infraestrutura e Logística, Sandro Alex. “Também estamos trabalhando com o modal ferroviário, com o projeto da Nova Ferroeste, para avançar com os trilhos no Oeste e resolver os gargalos até chegar ao Porto de Paranaguá. E em rodovias estamos trabalhando praticamente em toda a região, com investimentos bilionários”.

Maior da américa latina Um dos principais operadores logísticos do Brasil, a Multilog administra desde 2016 o atual Porto Seco de Foz do Iguaçu, que foi construído nos anos 1980 e já está com sua capacidade de operação saturada. Porém, mesmo instalado no perímetro urbano do município, o terminal é o maior da América Latina em termos de movimentações de cargas terrestres. Somente em 2022, foram US$ 6,5 bilhões em cargas transportadas por 201,2 mil caminhões.

“Foz do Iguaçu é muito estratégica para o comércio internacional da tríplice fronteira. A nova área será três vezes maior que a atual, já prevendo o crescimento da movimentação na região”, destacou o presidente da Multilog, Djalma Vilela. “Trabalhamos incluindo o cenário da nova ponte e da perimetral, que também são importantes para o fortalecimento do comércio internacional. Tanto que a obra deve ser finalizada de forma sincronizada com esses projetos, com a previsão de ser entregue no final de 2025”.

Nova estrutura

O projeto foi dividido em duas etapas – a primeira começa a ser executada ainda neste semestre, com investimento inicial de R$ 240 milhões. Esta fase inclui a área de pátio, de 197 mil metros quadrados, destinada aos caminhões.

A parte de armazenagem e vistoria terá 7,2 mil metros quadrados de área coberta fechada, incluindo mais de 600 metros quadrados de câmara fria, com três docas exclusivas para o armazenamento de produtos que necessitam de temperaturas controladas.

A estrutura também contará com equipamentos modernos, como balanças de elevada precisão e scanner de cargas. Em termos de segurança, serão instaladas câmeras avançadas para vigilância interna e externa. Haverá quatro portões de entrada de veículos e dois de saída, com uma entrada e saída para cargas especiais com altura e largura excedentes. Os acessos terão sistemas de pesagem e identificação de veículos totalmente automatizados.

O complexo terá ainda com uma área de 1,9 mil metros quadrados destinada aos motoristas, dividida em oito espaços distintos, sendo sete deles internos ao porto seco, e um externo, localizado no bolsão de acesso. Os espaços vão contar com sanitários e áreas para descanso e permanência.

Comércio exterior

Paraguai e Argentina estão entre os principais parceiros comerciais do Paraná. Em 2023, o comércio de produtos paranaenses para a Argentina atingiu uma receita de aproximadamente US$ 1,6 bilhão, montante que perde apenas para as exportações para a China no período. Já o Paraguai foi o oitavo destino no mercado internacional do Paraná, com US$ 619,6 milhões movimentados no ano passado.

A parceria com os dois países contribuiu para manter a balança comercial paranaense em alta no ano passado. As exportações do Estado cresceram 13,7% em 2023, chegando a um montante de US$ 25,2 bilhões. Foi o maior na região Sul, segundo os dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). “Temos um trabalho importante de abertura de portas no mercado internacional, mas não podemos esquecer das nossas fronteiras mais próximas. É importante aprimorar esse comércio e, junto com a iniciativa privada, para destravar essa pauta de importação, principalmente de grãos, para atender a demanda própria, mas também para exportar pelo Porto de Paranaguá”, destacou o diretor-presidente, Eduardo Bekin.

Fonte: AEN-PR
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Novo sistema do Tecpar auxilia a monitorar qualidade da água dos mananciais do Paraná

A plataforma, já em uso, é chamada de Sistema de Monitoramento da Qualidade da Água In Natura (SISMA). Ela foi desenvolvida utilizando o software Tableau Desktop, que permite a visualização dos dados das análises laboratoriais realizadas pela Sanepar em seus 134 pontos de monitoramento em todo o Estado.

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Foto: Maurilio Cheli/Sanepar

Pesquisadores do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) desenvolveram uma plataforma para auxiliar no monitoramento da qualidade das águas superficiais captadas para o abastecimento no Paraná. Desde 2021, o Tecpar trabalha em parceria com a Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) na realização de uma série de ações para preservar os mananciais.

A plataforma, já em uso, é chamada de Sistema de Monitoramento da Qualidade da Água In Natura (SISMA). Ela foi desenvolvida utilizando o software Tableau Desktop, que permite a visualização dos dados das análises laboratoriais realizadas pela Sanepar em seus 134 pontos de monitoramento em todo o Estado.

Fotos: Hedeson Alves/Tecpar

A gerente do Centro de Tecnologia em Saúde e Meio Ambiente do Tecpar, Daniele Adão, explica que as informações apresentadas pelo sistema possibilitam fazer o controle de qualidade da água de forma mais assertiva, contribuindo com a tomada de decisões. “Identificamos a ausência de um método para unificação de dados laboratoriais, realizados em certo período, para monitorar a qualidade das águas captadas para o abastecimento no Estado. Assim, foram criadas ferramentas que permitem visualizar de modo fácil e didático os resultados de análises laboratoriais e também auxiliar na detecção de possíveis riscos e deficiências, desde a captação da água até o consumidor final, com o propósito de desenvolver e implementar o Plano de Segurança da Água”, detalha.

As ferramentas se basearam na metodologia e conteúdos recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), pelo Ministério da Saúde e na norma ABNT NBR 17080:2023 – que estabelece princípios e diretrizes para elaboração e implementação do plano de segurança da água.

O objetivo principal do SISMA é assegurar o monitoramento preventivo da qualidade da água para minimizar os riscos à saúde pelo consumo de água, protegendo a saúde da população, afirma Daniele. “Além disso, ao contribuir para uma vigilância mais eficaz da qualidade da água, também estamos protegendo nossos recursos naturais”, pontua.

Desenvolvimento

O convênio com a Sanepar para desenvolvimento e manutenção do SISMA iniciou em junho de 2021, com término previsto para dezembro de 2024. O investimento é de R$ 8 milhões no período de três anos. Para alimentar o sistema foram utilizadas informações públicas, além dos laudos usados pela Sanepar para avaliar a qualidade de águas superficiais desde 2008, e das análises periódicas realizadas durante o projeto.

Na primeira etapa, foram identificados os locais autorizados para o lançamento de efluentes nos mananciais. Depois foram pontuados no mapa georreferenciado do Paraná os locais de coleta de amostras para realizar o monitoramento da qualidade da água. Também foram indicados os resultados das análises laboratoriais periódicas contratadas pela Sanepar.

“Em seguida, foram definidos limites de alerta sobre a qualidade da água, de acordo com a legislação nacional vigente, para que a Sanepar consiga atuar nos sistemas hídricos utilizados no abastecimento, de modo preventivo e preditivo”, explica Daniele.

As informações integradas geraram um mapa interativo, que aponta os pontos de captação de água superficial, com os respectivos dados tratados das análises laboratoriais e históricas fornecidas pela Sanepar.

Fácil acesso

Com uma apresentação clara e acessível de dados, o SISMA foi construído para ser uma ferramenta totalmente funcional e disponível para uso diário. Isso traz mais agilidade na identificação de pontos críticos de controle da qualidade da água, possíveis fatores geradores de poluição e na previsão de futuras crises de qualidade da água.

A disponibilização desses dados à equipe gerencial da Sanepar é feita por meio do software Tableau Online. Ele permite o acesso remoto e rápido ao SISMA, por meio de qualquer navegador em qualquer dispositivo conectado à internet. Atualmente, o SISMA possui cinco painéis principais que variam no nível de detalhamento das informações e no escopo. Para auxiliar o usuário na utilização do SISMA foi elaborado um manual de uso e vídeo tutorial.

Funcionalidades

O sistema possui mapas interativos para melhorar a visualização e compreensão das informações. Os técnicos podem acessar detalhes geográficos, como hidrografia e relevos, em uma única visualização, e personalizar rótulos e dicas de ferramentas conforme necessário. Isso permite uma apresentação adaptável das informações para atender às necessidades específicas de cada contexto.

Os painéis de visualização têm múltiplas finalidades. Permitem visualizar os resultados mais recentes das análises laboratoriais feitas nos pontos de coleta da água monitorada e mostram os locais de coleta, em um mapa georreferenciado que detalha a hidrografia do Paraná. Também destacam as potenciais fontes de poluição em até 30 quilômetros a montante dos pontos de captação de água.

A cada atualização do banco de dados com as análises laboratoriais, o sistema alerta a Sanepar sobre os parâmetros que representam riscos à saúde ou que estejam fora dos limites normativos. Os usuários do SISMA podem identificar rapidamente os locais que apresentam riscos à saúde ou para o sistema hídrico, com base nas análises laboratoriais mais recentes. O SISMA também fornece um histórico com informações específicas sobre uma região ou local de coleta, permitindo avaliar se as ocorrências são pontuais ou sazonais.

Expertise

O Tecpar é habilitado pelo Instituto Água e Terra (IAT) para realizar análises laboratoriais físicas, físico-químicas e microbiológicas de águas superficiais em seus laboratórios. A atividade é reconhecida e acreditada pela Coordenação Geral de Acreditação do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) através do CRL 0244.

Fonte: AEN-PR
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CBNA – Cong. Tec.

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