Conectado com
VOZ DO COOP

Bovinos / Grãos / Máquinas

Cetose gera mais riscos no período de transição

Estes animais, cada vez mais especializados na produção de leite, demandam por consequência maiores cuidados quanto à manutenção da saúde

Publicado em

em

“Vacas cada vez mais produtivas merecem cada vez mais atenção”. O conselho é do médico veterinário Eduardo Eiti Ichikawa, gerente técnico Bovinos da Bayer Saúde Animal, que entende que prevenir doenças relacionadas à alta produtividade ainda é a melhor saída. Eduardo alerta que os avanços nos campos do melhoramento genético e da nutrição animal “têm contribuído para que tenhamos vacas leiteiras cada vez mais produtivas”. “Estes animais, cada vez mais especializados na produção de leite, demandam por consequência maiores cuidados quanto à manutenção da saúde”.

O profissional orienta os produtores atenção redobrada no período conhecido como período de transição, fase crítica para ocorrência das doenças metabólicas, que compreende as três semanas que antecedem o parto e as três semanas posteriores ao parto.  Ichikawa cita que durante este período, o organismo da vaca de leite passa por muitas alterações, destaque para o crescimento do feto, maior nas últimas semanas que antecedem o parto, e o início da produção de leite. “As doenças metabólicas ocorrem quando a demanda ou necessidade do organismo, por cálcio no caso da hipocalcemia ou por energia no caso da cetose, não podem ser devidamente atendidas, devido a diferentes fatores”, daí o alerta para a prevenção.

No campo, o produtor já percebeu que a demanda energética da vaca durante o período de transição tende a aumentar de forma significativa, principalmente devido ao início da lactação e ao comportamento da curva de lactação, que em condições normais se mantém ascendente nas primeiras semanas pós-parto. Sobre essa necessidade da vaca, Ichikawa comenta sobre o “Balanço Energético Negativo (BEN), situação em que a vaca gasta mais energia do que consome, tende a fazer com que o organismo da vaca procure utilizar reservas corporais, como a gordura, na tentativa de suprir a necessidade energética. De forma simples, quando a capacidade do fígado de transformar gordura em energia se esgota, o organismo da vaca começa o produzir substâncias chamadas corpos cetônicos. O acúmulo destes corpos cetônicos no sangue das vacas caracteriza o quadro conhecido como cetose”.

De olho nos sinais clínicos

A cetose, assim como outras doenças metabólicas, pode se apresentar na forma clínica, em que são evidentes os sinais clínicos como a queda na produção de leite, falta de apetite, hálito cetônico (cheiro de acetona), tremores musculares, distúrbios visuais, ranger de dentes e decúbito, ou na forma subclínica, quando o animal encontra-se doente, mas sem sinais clínicos aparentes, sendo que neste caso, a doença é de extrema importância pelos prejuízos causados.

Vista entre os veterinários como um ladrão silencioso, a cetose subclínica preocupa tanto do ponto de vista financeiro como de longevidade da vaca. O médico veterinário explica que o percentual de vacas com cetose subclínica nas duas primeiras semanas pós-parto é muito variável, pois sua ocorrência está diretamente ligada ao potencial produtivo das vacas, manejo no período de transição e qualidade da dieta.  “Vale ressaltar que o impacto negativo da cetose subclínica não se restringe somente na produção de leite, também aumentando significativamente a incidência de doenças como retenção de placenta, metrite, mastite e deslocamento de abomaso”.

Para o profissional, o balanceamento e fornecimento correto da dieta no período de transição  ajudam na prevenção. “Neste período as vacas tendem a diminuir o consumo de alimento por uma questão fisiológica e isto é um fator crítico para o aparecimento da cetose, por isso uma nutrição correta nesse período é essencial”.

Adição de ionóforos e propileno-glicol

Dois produtos têm sido frequentemente citados como alternativas potenciais para este problema, um pela capacidade gliconeogênica intrínseca (propileno-glicol) e outro pela alteração fermentativa que produz no rúmen (monensina), favorecendo a maior participação de ácido propiônico no pool ruminal.

Inclusão de niacina na dieta

O resultado do uso de niacina como suplemento apresenta-se de forma bastante rápida, sendo de grande importância para o criador, onde os animais que podem responder economicamente incluem-se os rebanhos de alta produção, vacas com balanço energético negativo, vacas com tendência a cetose, vacas secas com grande deposição de gordura e vacas com baixo consumo de matéria seca no início da lactação. Para manterem-se os níveis mais altos de niacina no parto e para minimizar a formação do fígado gorduroso, a niacina deve ser suplementada de 1 a 2 semanas no pré parto e até 10-12 semanas pós parto.

Atenção para o escore corporal

O controle de escore corporal dos animais na fase final de gestação é fundamental, alerta o profissional. “Esse monitoramento deve iniciar no período de final de lactação, quando os animais têm mais tendência a ganhar peso. Para avaliarmos esse escore de condição corporal (ECC) utilizamos valores de 1 a 5 (onde 1 é o animal bastante magro e 5 o animal obeso)”.

Monitoramento

O monitoramento da doença deve ser feito através de aparelhos específicos por meio da mensuração de Beta hidroxibutirato por uma gota de sangue, diagnosticando a cetose subclínica para eventuais tratamentos e diminuindo perdas econômicas. Essa mensuração deve ser realizada entre os dias 5 a 10 pós-parto. Animais com níveis acima de 1,2 mg/dl de BHBA no sangue devem ser tratados, aconselha. O principal fator a corrigir na terapia de cetose é a ingestão deficitária de alimento, retornando o equilíbrio energético.

Impacto na reprodução

Eduardo Eiti Ichikawa finaliza alertando para as implicações da cetose no desempenho reprodutivo, baseado em estudos sobre  a cetose e o retardo na retomada da ovulação dos animais.

Ichikawa relata que vacas leiteiras que apresentam cetose subclínica na primeira semana pós-parto apresentaram redução de 20% na probabilidade de concepção na primeira inseminação artificial. E vacas leiteiras que apresentaram cetose subclínica nas duas semanas pós parto reduziram em 50% as chances de emprenhar na primeira inseminação artificial. Outro impacto da cetose é o aumento significativo no intervalo entre parto/concepção.  “Estudos demonstraram que animais com a doença demoraram 57,8 dias a mais para emprenhar, comparado a animais que não apresentaram cetose” finaliza.

Mais informações você encontra na edição de Bovinos, Grãos e Máquinas de junho/julho de 2017 ou online.

Fonte: O Presente Rural

Continue Lendo

Bovinos / Grãos / Máquinas Em Uberaba (MG)

Casa do Girolando será inaugurada durante 89ª ExpoZebu

A raça Girolando terá agenda cheia na feira, incluindo lançamento do Ranking Rebanho, encontro com comitivas internacionais, julgamento e assembleia geral.

Publicado em

em

Foto: Divulgação/Girolando

Tudo pronto para mais uma participação da raça Girolando na ExpoZebu (Exposição Internacional de Raças Zebuínas), que acontece entre sábado (27) e 05 de maio, em Uberaba (MG). A partir deste ano, a Associação Brasileira dos Criadores de Girolando passa a contar com um espaço fixo dentro do Parque Fernando Costa, a “Casa do Girolando”, onde recepcionará os visitantes ao longo de todo o evento.

A inauguração da Casa do Girolando será na próxima segunda-feira (29), a partir das 18 horas. “O parque é palco de importantes exposições ao longo de todo o ano, como a ExpoZebu e a Expoleite, que contam com a presença da raça Girolando. E agora poderemos atender a todos na Casa do Girolando, levando mais informação sobre a raça para os visitantes”, assegura o presidente da entidade, Domício Arruda.

Durante o evento, também acontecerá o lançamento do Ranking Rebanho 2023, que traz os melhores criadores que melhor desempenham o trabalho de seleção, produção e sanidade dentro de seus rebanhos. “O Ranking Rebanho é uma referência para os criadores de Girolando que buscam melhorar seus indicadores e, como consequência, elevar a rentabilidade de seus negócios”, diz o coordenador Técnico do Programa de Melhoramento Genético da Raça Girolando (PMGG), Edivaldo Ferreira Júnior. Outro evento marcado para o dia 29 de abril, a partir das 13h, é a Assembleia Geral Ordinária, para prestação de contas.

A associação ainda receberá comitivas internacionais durante a 89ª ExpoZebu. Estão agendados encontros com grupos da Índia e do Equador, quando serão apresentados os avanços da raça Girolando, que é uma das que mais exporta sêmen no Brasil.

Competições

A raça Girolando competirá em julgamento nos dias 29 e 30 de abril, pela manhã e tarde, sob o comando do jurado Celso Menezes. Participarão 120 animais de 17 expositores.

Fonte: Assessoria da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando
Continue Lendo

Bovinos / Grãos / Máquinas

Embrapa propõe políticas para reaproveitamento de pastagens degradadas

Brasil tem pelo menos 28 milhões de hectares de áreas de pastagens em degradação com potencial para conversão em agricultura, reflorestamento, aumento da produção pecuária ou até para produção. de energia.

Publicado em

em

Foto: Divulgação/Arquivo OPR

O Brasil tem pelo menos 28 milhões de hectares (ha) de áreas de pastagens em degradação com potencial para conversão em agricultura, reflorestamento, aumento da produção pecuária ou até para produção de energia. O volume de hectares equivale ao tamanho do estado do Rio Grande do Sul.

O cerrado é o bioma com o maior número de áreas em degradação. Os estados com as  maiores áreas são o Mato Grosso (5,1 milhões de ha), Goiás (4,7 milhões de ha), Mato Grosso do Sul (4,3 milhões de ha), Minas Gerais (4,0 milhões de ha) e o Pará (2,1 milhões de ha).

Para ter uma ideia das possibilidades de reaproveitamento, se toda essas áreas fossem usadas para o cultivo de grãos (arros, feijão, milho, trigo, soja e algodão) haveria uma aumento de 35% a área total plantada no Brasil (comparação com a safra 2002/2023).

A extensão do problema e as diferentes possibilidades de reaproveitamento econômico dessas áreas fizeram o governo federal a criar no final do ano passado o Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas em Sistemas de Produção Agropecuários e Florestais Sustentáveis (Decreto nº 11.815/2023).

Para implantar o programa, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Embrapa, publicou em um livro mais de 30 sugestões de políticas públicas, que o país tem experiência e tecnologia desenvolvida para implantação.

Planejamento 
Apesar da expertise acumulada, a efetivação é um desafio. Cada área a ser recuperada exige estudo local. O planejamento das ações “deve levar em consideração informações sobre o ambiente biofísico, a infraestrutura, o meio ambiente e questões socioeconômicas. Além disso, é preciso avaliar o histórico de evolução pecuária no local e entender quais fatores condicionam a adoção dos sistemas vigentes”, descreve o livro publicado pela estatal.

A partir do planejamento, é necessário criar condições para o reaproveitamento das áreas: crédito, capacitação dos produtores e assistência. “É preciso integrar políticas públicas, fazer com que os produtores rurais tenham acesso ao crédito, ampliar o serviço de educação no campo, e dar assistência técnica e extensão rural para a estruturação de projetos e para haja um trabalho contínuo e não uma coisa pontual”, assinala o engenheiro agrônomo Eduardo Matos, superintendente de Estratégia da Embrapa.

Nesta sexta-feira (26), a empresa faz 51 anos de funcionamento. A cerimônia de comemoração, nesta quinta-feira (25), contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Um exemplar do livro foi entregue à comitiva presidencial.

No total, as áreas de pastagem ocupam 160 milhões de hectares, sendo aproximadamente 50 milhões de hectares formados por pasto natural e o restante pasto plantado. A área de produção de grãos totaliza 78,5 milhões de hectares, e as florestas plantadas para uso econômico ocupam uma área aproximada de 10 milhões de hectares.

De acordo com o IBGE, a atividade agropecuária ocupa mais de 15 milhões de pessoas no Brasil. Um terço desses empregos são na pecuária bovina (4,7 milhões). O país é o segundo maior produtor de carne bovina do mundo e o maior exportador (11 milhões de toneladas).

Fonte: Agência Brasil
Continue Lendo

Bovinos / Grãos / Máquinas

Rentabilidade ao produtor de leite melhora impulsionada pela redução dos custos de produção e pela sazonalidade da oferta

Mercado de leite enfrenta um cenário desafiador, marcado por incertezas, queda na oferta interna e nos preços ao consumidor.

Publicado em

em

Foto: Divulgação/Arquivo OPR

O mercado nacional e global de leite ainda segue sob grandes incertezas. Na área internacional, os preços perderam um pouco o ritmo de elevação, influenciado principalmente, por uma menor demanda chinesa. Além disso, o gigante asiático vem estimulando a produção interna substituindo parte da importação.

O leite em pó integral fechou em US$3.269/tonelada no leilão GDT do dia 16 de abril. No mesmo mês em 2023 este preço estava no patamar de US$ 3.100/tonelada. Na Argentina, a oferta de leite segue complicada por uma piora na rentabilidade nas fazendas. Nos dois primeiros meses do ano, a produção de leite da Argentina caiu 13,6% na comparação com o mesmo período do ano passado.

Foto: Ari Dias

Já no mercado interno, as cotações de leite e derivados vêm reagindo, mas o cenário de menor competitividade em preços e queda de braço com as importações permanece. No primeiro trimestre de 2024, as importações brasileiras totalizaram 560 milhões de litros, com alta de 10,8% em relação a 2023. O diferencial de preços, tanto do leite em pó quanto do queijo muçarela, está mais favorável ao derivado importado.

Enquanto isso, governos estaduais tem se manifestado com medidas tributárias e fiscais para tentar reduzir a entrada de derivados lácteos oriundos do exterior. Vale lembrar que em 2023 as importações responderam por 9% da produção doméstica e um recuo nesse volume tende a deixar a oferta mais restrita, sustentando os preços internos. Mas também irá exigir uma resposta mais rápida da produção interna, suprindo a demanda brasileira.

Sazonalidade da produção de leite

A sazonalidade da produção de leite no Brasil é bastante pronunciada, mesmo considerando o crescimento dos sistemas de produção de maior adoção de tecnologias. Os meses de abril, maio e junho são aqueles de menor produção de leite e isso acaba refletindo nos preços neste momento. Os mercados de leite UHT e queijo muçarela tem registrado valorizações, ainda que modestas.

O preço ao produtor também vem registrando elevação, pelo quarto mês consecutivo.

Do ponto de vista macroeconômico, os indicadores de crescimento do PIB vêm melhorando, com perspectivas de expansão próxima de 2% em 2024. No comércio, as vendas dos supermercados seguem positivas, com expansão de 4,7% nos últimos 12 meses, enquanto a média do comércio em geral mostrou elevação de apenas 1,7%. Os indicadores do mercado de trabalho têm registrado crescimento importante. Em janeiro o salário real médio do brasileiro cresceu 4% sobre janeiro de 2023. O número de pessoas ocupadas também aumentou.

Foto: Fernando Dias

O preço dos lácteos ao consumidor, por outro lado, recuaram 2,8% nos últimos doze meses. No caso do UHT, a queda foi de 5,6%, o que acaba ajudando nas vendas. Neste mesmo período a inflação brasileira foi de 3,9%. Ou seja, os lácteos vêm contribuindo para redução da inflação brasileira neste momento.

Custo de produção

Na atividade de produção de leite, as informações de custo de produção têm mostrado um cenário mais positivo. Os preços de importantes insumos recuaram, contribuindo com queda no ICPLeite-Embrapa que, nos últimos 12 meses finalizados em março de 2024, apresentou recuo de 5,58%.

O farelo de soja recuou de 23% em relação a abril de 2023, ficando abaixo de R$2 mil/tonelada. No caso do milho, a queda foi também importante, com o cereal recuando 18,5% na comparação anual. Portanto, a combinação de recuo nos custos de produção com elevação no preço do leite vai sinalizando um ambiente de recuperação de rentabilidade para o produtor de leite, após um cenário difícil observado no segundo semestre de 2023.

Cadeia produtiva do leite

De todo modo, é importante avançar em uma agenda de competitividade da cadeia produtiva do leite, sobretudo com foco em melhorias na eficiência média das fazendas e na gestão. Tem sido observado uma heterogeneidade muito grande nos custos de produção de leite, em alguns casos com diferenças de até R$ 0,80 por litro. A importação traz perdas econômicas relevantes para o setor lácteo no Brasil, mas buscar cotações mais alinhadas ao cenário global é uma forma de reduzir estruturalmente as compras externas. Para isso a competitividade em custos é determinante. O momento ainda é de bastante incerteza, inclusive global. Internamente, a entressafra pode dar um fôlego para a alta recente dos preços de leite.

Fonte: Assessoria Centro de Inteligência do Leite
Continue Lendo
SIAVS 2024 E

NEWSLETTER

Assine nossa newsletter e recebas as principais notícias em seu email.