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Celeiro do mundo, agro brasileiro precisa trazer a debate mais pautas sobre o clima

O futuro do planeta depende da nossa capacidade de agir agora, de forma decisiva e corajosa, para promover um agro mais verde, justo e sustentável. Não podemos esperar mais. O momento é agora e o Brasil deve estar na vanguarda dessa transformação.

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Foto: Shutterstock

De acordo com um relatório da BTG Pactual, o Brasil é o celeiro do planeta, produzindo alimentos suficientes para atender as demandas calóricas de 900 milhões de pessoas – o equivalente a 11% da população mundial – além de ser o maior exportador do mundo de soja, milho, café, açúcar, suco de laranja, carne bovina e carne de frango. Neste cenário, em que o agro brasileiro desempenha um papel crucial na segurança alimentar global, eventos que promovem o desenvolvimento do setor, tornam-se cada vez mais importantes e necessários.

Recentemente estive presente no Web Summit Rio 2024, um dos maiores evento de tecnologia, para além da possibilidade de conhecer startups incríveis e fazer conexões com pessoas extremamente qualificadas, tive a oportunidade de observar e avaliar um ponto de atenção para o agronegócio brasileiro: a carência de presença e comunicação robusta do setor no cenário internacional, principalmente em eventos de tecnologia. Precisamos comunicar nosso agro e trazer temas relevantes como o apelo pela agricultura regenerativa e mudanças climáticas!

Quando discutimos agricultura regenerativa, estamos indo além da contabilização de créditos de carbono. Embora o carbono possa ser um aspecto monetizável, os verdadeiros ganhos das práticas regenerativas transcendem a commoditização do carbono, oferecendo benefícios muito mais amplos e profundos para o solo, biodiversidade, e saúde econômica das comunidades rurais. Esse duplo benefício — econômico e ambiental — fortalecerá a posição do Brasil de ser líder global em soluções climáticas e agrícolas.

Além das possibilidades do mercado de carbono, o Brasil também tem um case interessante para compartilhar sobre como saímos de um dos principais importadores de alimentos para ocupar a posição de um dos principais exportadores do mundo. O agronegócio brasileiro precisa ir além da marcação de presença em feiras agrícolas, como a Agrishow, e elevar a voz nos palcos globais. Para além da partilha de conhecimentos sobre tecnologia, é crucial que os representantes do setor debatam sobre sustentabilidade e agricultura regenerativa.

Governos e instituições globais devem reconhecer a urgência de apoiar startups que endereçam soluções ao setor e produtores que querem realizar a transição para uma agricultura regenerativa. O Brasil já é o pioneiro na adoção de biológicos na produção, por que não ser líder em práticas de agricultura regenerativa e exemplo de inovação e responsabilidade ambiental?

Não há outro caminho a seguir se quisermos mitigar os efeitos devastadores do aquecimento global e garantir um futuro sustentável para as próximas gerações. É hora de liderar pelo exemplo, compartilhando nossos avanços e incentivando práticas regenerativas em todos os fóruns possíveis, influenciando políticas e inspirando ações globais.

O futuro do planeta depende da nossa capacidade de agir agora, de forma decisiva e corajosa, para promover um agro mais verde, justo e sustentável. Não podemos esperar mais. O momento é agora e o Brasil deve estar na vanguarda dessa transformação.

Fonte: Por Henrique Galvani, CEO e sócio-fundador da Arara Seed.

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O flagelo do desperdício de alimentos

É assustadora a revelação de que se jogaram fora mais de um bilhão de refeições por dia em todo o mundo no ano de 2022, segundo o Relatório do Índice de Desperdício Alimentar 2024. Numa irônica estatística, 783 milhões de pessoas foram afetadas pela fome e um terço da humanidade enfrentou a insegurança e a incerteza quanto à possibilidade de comer de maneira regular.

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Foto: Divulgação/Freepik

É assustadora a revelação de que se jogaram fora mais de um bilhão de refeições por dia em todo o mundo no ano de 2022, segundo o Relatório do Índice de Desperdício Alimentar 2024, que acaba de ser divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). Numa irônica estatística, 783 milhões de pessoas foram afetadas pela fome e um terço da humanidade enfrentou a insegurança e a incerteza quanto à possibilidade de comer de maneira regular.

Devido ao grave problema, que poderia ser muito atenuado pela consciência e melhores atitudes inerentes ao civismo, geraram-se 1,05 bilhão de toneladas de resíduos alimentares em 2022, totalizando 132 quilos per capita e quase um quinto de toda a comida disponível para os consumidores. Esse imenso volume, em vez de abastecer os necessitados, sobrecarregou os aterros sanitários, expeliu carbono e prejudicou o meio ambiente, agravando as mudanças climáticas e a poluição dos ecossistemas. Do total desperdiçado, 60% referem-se aos domicílios, 28%, aos restaurantes, bares e outros serviços do setor e 12%, ao varejo.

O impacto negativo alcança grandes proporções e merece máxima atenção da sociedade e dos governos. O PNUMA expõe dados preocupantes: as perdas de alimentos representaram entre 8% e 10% das emissões globais de gases de efeito estufa no período abrangido pelo relatório, quase cinco vezes mais do que o setor da aviação. Ademais, provocaram redução expressiva da biodiversidade, pois as lavouras do que foi desprezado ocupariam o equivalente a quase um terço das terras agrícolas mundiais. Há, ainda, o custo para a economia, estimado em cerca de um trilhão de dólares, valor maior do que o PIB da grande maioria das nações.

Artigo escrito pelo engenheiro, empresário e membro da Academia Nacional de Agricultura, João Guilherme Sabino Ometto – Foto: Divulgação

No Brasil, o cenário também é complicado e paradoxal, pois é um dos principais fornecedores de alimentos, mas um dos maiores esbanjadores. De acordo com o IBGE, cerca de 30% do total produzido são descartados, significando 46 milhões de toneladas e um prejuízo estimado em R$ 61,3 bilhões por ano. Há, ainda, os danos ambientais e sociais.

No País, que ocupa a 10ª posição no ranking do desperdício da ONU, o fato manifesta-se nas distintas etapas da cadeia alimentar. Na produção, as causas são fenômenos climáticos e falta de infraestrutura adequada de armazenamento e transporte. Na distribuição e comercialização, verifica-se acentuado descarte em decorrência de padrões exigentes de aparência e estética de frutas, verduras e legumes, além de dificuldades logísticas. No consumo das famílias, responsável por 60% das perdas, ocorrem compras excessivas, falta de planejamento de refeições e descuido com a conservação.

É urgente encontrar soluções para essa situação tão nociva à humanidade. Um caminho a ser seguido é apontado no próprio relatório do PNUMA: os esforços para reduzir o desperdício devem ser mais direcionados às cidades, porque as áreas rurais apresentam índices muito menores. Isso faz todo o sentido, pois quem sabe o quanto é duro plantar, colher e produzir alimentos não joga fora.

Fonte: Por João Guilherme Sabino Ometto, engenheiro, empresário e membro da Academia Nacional de Agricultura (ANA).
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Seguro Rural: cuidados na hora de assinar o contrato

Apólices devem especificar quais os sinistros que serão abonados.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Produtores de todo o país, afetados diretamente pelas condições climáticas adversas, têm buscado assegurar, no mínimo, os custos de produção por meio do seguro rural. No ano passado, segundo dados do Ministério da Agricultura, foram disponibilizados R$ 933,1 milhões para o pagamento de subvenções a apólices de seguro.

No período, foram atendidas mais de 107 mil apólices, o que beneficiou mais de 70 mil produtores. O advogado cível Ivan Coelho Dias avalia que a busca por seguro é uma tendência crescente, especialmente devido às oscilações climáticas, principais causadoras da tragédia que abalou o Rio Grande do Sul, destruindo plantações em todo o estado, e que provocam quebras de safra não só no Sul, mas em todo o Brasil.

Antes de contratar um seguro, produtores ou organizações que os representam, como cooperativas, devem se atentar a algumas questões burocráticas. A primeira, segundo Dias, é que o contrato de seguro rural deve abranger o máximo possível dos riscos a serem cobertos (riscos nomeados), especialmente quanto às modalidades que podem ter especificações e formas diferentes de riscos. “Essa cláusula é fundamental para a efetividade da cobertura securitária. Uma análise cuidadosa do contrato é essencial para aumentar a garantia do produtor”, observa o especialista.

Após a ocorrência de sinistro, o produtor deve comunicar imediatamente o ocorrido e coletar todos os documentos exigidos para acelerar o processo de indenização. “O seguro rural é de suma importância para o produtor, proporcionando garantias em caso de intempéries, problemas sanitários ou outras adversidades comuns na vida no campo. No entanto, é necessário cuidado na análise do contrato de seguro, visando aumentar a cobertura contra os possíveis riscos”, enfatiza.

Fonte: Assessoria Martinelli Advogados
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Isenção de IOF para seguro rural pode beneficiar toda a cadeia agrícola

Veículos de transporte e locais de armazenamento e recebimento da produção também podem contar com o benefício

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

A isenção do IOF para contratos de seguro rural, estabelecida pelo art. 19 do Decreto-Lei nº. 73/1966 é antiga. Contudo, segundo o advogado especialista em Direito Tributário, Guilherme Follador,  o que muitos não sabem é que a expressão seguro rural tem um alcance que vai além da simples proteção das culturas ou rebanhos, abrangendo, por exemplo, bens empregados na produção, como veículos de transporte e locais de recebimento e armazenamento da produção. “A Receita Federal tem reconhecido a aplicação da isenção a contratos de seguro que não levam o nome de seguro rural”, expõe.

Muitos produtores e seguradoras desconhecem a extensão dessa isenção, resultando em repasse indevido do imposto ao governo e encarecimento do seguro. Com a isenção, o seguro se torna mais acessível, beneficiando um maior número de produtores. Esse seguro protege contra perdas, principalmente, causadas por fenômenos climáticos adversos.

Seguros de veículos utilizados no transporte de safra, insumos agrícolas e locais de armazenamento e recebimento da produção, inclusive das cooperativas de produtores, também têm direito à isenção do IOF. “Toda a cadeia produtiva até o momento da industrialização pode se beneficiar com a isenção do IOF”, explica Follador. “É possível, inclusive, avaliar contratos de seguro e solicitar a restituição de valores pagos anteriormente”, complementa.

Ao longo de 2023, a área agrícola segurada no Brasil atingiu 6,2 milhões de hectares. Desse total, 962 mil hectares (pouco mais de 15%) pertenciam ao estado gaúcho. O Paraná, líder do ranking, tem 1,8 milhão de hectares segurados. No ano passado, foram contratadas 107.451 apólices de seguro rural.

Fonte: Assessoria Nied e Follador - Advogados
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