Conectado com
VOZ DO COOP

Bovinos / Grãos / Máquinas

Brasil gasta mais que o dobro do que EUA para exportar à China

Investir em ferrovias e hidrovias é questão fundamental para que produtor brasileiro deixe de pagar tão caro no transporte de seus produtos

Publicado em

em

“O povo brasileiro é extremamente competitivo em nível de produção. Mas infelizmente, quando parte da porteira para fora, nós perdemos parte dessa competitividade”. A afirmação é do diretor executivo do Movimento Pró-Logística do Mato Grosso, Edeon Vaz Ferreira, que falou sobre os desafios da logística no Brasil durante o primeiro Congresso das Mulheres do Agronegócio. Para ele, o país necessita muito da produção agrícola, porém, o produtor está pagando um preço muito alto para o transporte desta produção. De acordo com Ferreira, enviar um produto brasileiro para a China custa mais que o dobro do que pagam os produtores americanos.

O profissional mostrou que dos dez produtos mais exportados pelo Brasil em 2015, somente dois não eram do agronegócio. “Isso mostra a importância que o setor tem”, afirma. Porém, existem grandes problemas quando o assunto é logística. Ele explica que grande parte da produção da região Norte do país vai para os portos de Santos, SP, e Paranaguá, PR, para ser exportado. “O Mato Grosso produziu em 2014 cerca de 26,5 milhões de toneladas de soja, e segundo a projeção do Imea (Instituto Mato Grossense de Economia Agropecuária), a safra de 2024/25 no Estado deve ser de aproximadamente 46,2 milhões de toneladas”, conta. “Nós temos que ter logística para escoar toda essa produção. Isso é um desafio enorme”, afirma.

Analisando a situação, explica Ferreira, em 2003 o gasto do frete era de US$ 28 por tonelada para levar os produtos até os portos. Enquanto isso, o custo na Argentina era de US$ 14 e nos Estados Unidos de US$ 15. “À medida que o tempo passou, devido à distância, principalmente das regiões Norte e Nordeste dos portos, houve aumento desse valor. Hoje, o produtor brasileiro paga uma média de US$ 92 por tonelada, um aumento de 228% em dez anos”, informa.

Para exemplificar, o diretor explicou que na cidade de Sorriso, MT, o produtor gasta US$ 79 para levar o produto até o porto de Santos, SP. “E gastamos ainda mais US$ 23 para levar o produto até Xangai, na China”, relata. Enquanto isso, continua, um produtor dos Estados Unidos gasta em torno de US$ 20 para levar a produção até o porto e mais US$ 31 para levar até Xangai. “Ou seja, temos um custo de colocar o produto em Xangai de US$ 112 por tonelada, enquanto os Estados Unidos o valor é de US$ 51 por tonelada. Considerando que as distâncias entre os dois países até o destino final é praticamente a mesma”, afirma.

Segundo Ferreira, essa diferença nos preços acontece porque a safra norte-americana é transportada basicamente por hidrovias e ferrovias. “É uma concorrência desproporcional”, diz. Ele explica que na área hidroviária, os norte-americanos são privilegiados, já que utilizam o sistema hidroviário do Rio Mississipi. “O produtor paga de Saint Louis até o Novo México de US$ 10 a US$ 18 a tonelada. Lá, todas as empresas de navegação são geradoras de energia. Então, importam o carvão mineral e voltam com a soja, por isso é tão barato”, explica. “Isso faz com que eles sejam campeões em logística”, afirma.

Pensando em como a produção brasileira é transportada, comparada com a norte-americana, a diferença é notável, afirma. “61% da produção brasileira é transportada por rodovias, 21% por ferrovias e somente 14% pelo sistema hidroviário. Enquanto isso, a produção norte-americana é transportada 28% por rodovia, 43% por ferrovias e 25% pelo sistema hidroviário”, aponta.

Movimento

Para resolver esse problema de logística, foi criado no Mato Grosso um modelo diferente de cobrar do governo as melhorias necessárias. “Foi organizado o Movimento Pró-Logística, encabeçado por dez órgãos envolvidos diretamente no setor”, conta Ferreira. Ele explica que a partir do Movimento foi possível montar um sistema de cobrança contínua do governo federal. “Temos projetos de rodovias, ferrovias, hidrovias e portos. E todas as prioridades estão acontecendo, seja em obra, projeto ou licenciamento, tudo está rodando”, conta.

O profissional diz que, de forma organizada, é possível fazer com que o governo veja o que é necessário e faça o que é preciso. “O governo somente se mexe se a força da iniciativa privada se movimentar também. Temos que parar de achar que o governo vai fazer as coisas. Nós temos que nos movimentar e cobrar o que precisamos”, afirma. Ferreira diz que as cobranças devem ser insistentes. “É preciso que cobremos 24 horas por dia, todos os dias do ano. É isso que estamos fazendo, e as coisas estão acontecendo”, conta.

Para Ferreira, a alternativa para a redução dos custos no frete no Brasil está exatamente nos sistemas hidroviário e ferroviário. “Já temos o sistema rodoviário. Sem dúvidas precisa melhorar, mas é na hidrovia que precisamos concentrar nossos esforços para que possamos diminuir os custos aqui no Brasil”, afirma.

Quanto maior for o custo para o produtor, maior será o desconto e menos ele receberá. “A nossa preocupação é com a rentabilidade do produtor, por isso estamos desenvolvendo esse trabalho para melhorar essas questões de logística”, comenta Ferreira. “Se trabalharmos juntos, isso vai transformar a rentabilidade do agronegócio brasileiro”, diz.

Mais informações você encontra na edição de Nutrição e Saúde Animal de novembro/dezembro de 2016 ou online.

Fonte: O Presente Rural

Continue Lendo

Bovinos / Grãos / Máquinas

Indicador do milho tem queda real de 13,6% em um ano

De acordo com pesquisadores do Cepea, produtores seguem voltados ao desenvolvimento da segunda safra e à colheita da safra verão, postergando a comercialização do cereal.

Publicado em

em

Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Em abril, o Indicador do milho Esalq/BM&FBovespa (referência região de Campinas – SP) caiu 5,9% em relação ao mês anterior.

Na comparação anual, a queda é de 13,6%, em termos reais (calculado por meio do IGP-DI de março de 2024).

De acordo com pesquisadores do Cepea, produtores seguem voltados ao desenvolvimento da segunda safra e à colheita da safra verão, postergando a comercialização do cereal.

Do lado da demanda, pesquisadores do Cepea apontam que os estoques remanescentes de 2022/23, a colheita da safra verão em bom ritmo e as lavouras de segunda safra desenvolvendo sem grandes problemas têm levado compradores a limitarem as aquisições apenas para o curto prazo.

Ainda conforme levantamentos do Cepea, a colheita da safra verão no Rio Grande do Sul foi paralisada nos últimos dias devido ao excesso de chuvas e aos alagamentos em diversas regiões do estado.

No Sul de Mato Grosso do Sul, Paraná e São Paulo, o baixo volume de chuvas e as altas temperaturas começam a deixar agentes apreensivos.

Fonte: Assessoria Cepea
Continue Lendo

Bovinos / Grãos / Máquinas

A espera de reação no preço, pecuaristas se afastam do mercado

No acumulado de abril, o Indicador do boi gordo Cepea/B3 cedeu 1,3%, fechando a R$ 229,35 no dia 30. Quando considerada a média mensal, de R$ 230,51, verificam-se quedas de 1% frente à de março de 2024 e de 17% em relação à de abril de 2023.

Publicado em

em

Foto: Divulgação/Arquivo OPR

O mês de abril se encerrou com ritmo lento de negócios, mas vendedores se mostram otimistas para maio.

Muitos pecuaristas consultados pelo Cepea acreditam que as ofertas estarão menores neste mês e observam que as escalas já estão um pouco mais curtas.

Com esta expectativa, na última semana e no início desta, vendedores se afastaram do mercado, esperando ofertas em valores maiores.

No acumulado de abril, o Indicador do boi gordo Cepea/B3 cedeu 1,3%, fechando a R$ 229,35 no dia 30.

Quando considerada a média mensal, de R$ 230,51, verificam-se quedas de 1% frente à de março de 2024 e de 17% em relação à de abril de 2023, em termos reais (IGP-DI).

Fonte: Assessoria Cepea
Continue Lendo

Bovinos / Grãos / Máquinas

Aliança Láctea Sul Brasileira avança nas ações de promoção do desenvolvimento da cadeia produtiva do leite

Evento reuniu um grupo de especialistas do setor lácteo, representantes das Secretarias de Agricultura dos três estados do Sul, dos Sindicatos das Indústrias de Laticínios e das Federações de Agricultura dos três estados do Sul.

Publicado em

em

Objetivo foi atualizar sobre o cenário atual da Aliança Láctea Sul-Brasileira e relatar as ações de cada estado do Sul

Atualizar sobre o cenário atual da Aliança Láctea Sul-Brasileira (ALSB), relatar as ações de cada estado, principalmente sobre a entrada de leite em pó importado do Mercosul e conhecer o diagnóstico do leite no Paraná, feito pelo Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná) foram as pautas da reunião ordinária da ALSB promovida nesta quinta-feira (2), na sede da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc).

Encontro teve como anfitrião o presidente do Sistema Faesc/Senar e vice-presidente de finanças da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), José Zeferino Pedrozo – Fotos: Silvania Cuochinski/MB Comunicação

O encontro teve como anfitrião o presidente do Sistema Faesc/Senar e vice-presidente de finanças da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), José Zeferino Pedrozo, e reuniu um grupo de especialistas do setor lácteo, representantes das Secretarias de Agricultura dos três estados do Sul, dos Sindicatos das Indústrias de Laticínios e das Federações de Agricultura dos três estados.

A programação foi conduzida pelo coordenador geral da Aliança Láctea, Rodrigo Ramos Rizo, e contou com a participação do presidente do secretário de Agricultura e Pecuária de Santa Catarina, Valdir Colatto, do secretário da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Rio Grande do Sul, Giovani Feltes, do secretário da Agricultura e Abastecimento do Paraná, Norberto Anacleto Ortigara, do presidente Sistema Farsul, Gedeão Silveira Pereira, do representante do Sistema Faep e presidente da Comissão Nacional de Pecuária do Leite da CNA, Ronei Volpi, do presidente do Sindileite Paraná, Éder Quinto Salvadori Deconsi, do presidente da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), Otamir Cesar Martins, entre outras lideranças.

Após um momento de solidariedade com a grave situação do Rio Grande do Sul, o presidente Pedrozo agradeceu aos representantes da Aliança Láctea pela participação no evento, comentou sobre a importância do Programa Leite Bom, recém-criado pelo Governo do Estado de Santa Catarina, falou sobre a longa trajetória para conquistar o valioso status sanitário catarinense e realçou o êxito do trabalho da ALSB para cumprir o propósito de atuar de forma conjunta para solucionar os problemas comuns enfrentados pelo setor. Também frisou o quanto o Plano de Desenvolvimento da Competitividade Global do Leite Sul-Brasileiro (PDCGL) é essencial para propor ações que contribuem para um ambiente favorável aos investimentos na ampliação da produção. “Com cooperação será possível aumentar nossa competitividade no mercado global e criar oportunidades para potencializar o setor”.

Rodrigo Ramos Rizo agradeceu a receptividade da Faesc e salientou que a reunião foi fundamental para vencer mais alguns pontos importantes do setor. “O encontro teve um início muito emocional em função do quadro que o Rio Grande do Sul está vivendo neste momento pelas chuvas e enchentes, mas avançamos nas questões que a Aliança Láctea tem se proposto, ou seja, nos dez itens que representam a nossa bíblia no sentido de fortalecermos as exportações e trabalharmos cada vez mais as nossas indústrias para que estejam adequadas ao mercado internacional. Sabemos que os produtores não exportam, ou seja, quem exporta é a indústria, mas somos todos elos de uma cadeia só. Acredito que é possível avançarmos. Também estão de parabéns os representantes do Paraná que elaboraram todo esse trabalho de levantamento de diagnóstico muito bem feito. Além disso, a presença dos secretários de agricultura conosco abrilhantou a reunião trazendo toda a sua bagagem, conhecimento e as ações que cada estado tem feito no sentido de barrar a entrada de leite em pó do Mercosul”.

Leite Bom SC

Valdir Colatto enfatizou as iniciativas desenvolvidas pelo Governo do Estado para fortalecer a cadeia produtiva do leite e, entre as medidas, citou o Leite Bom SC – programa que beneficia direta ou indiretamente os 22,2 mil produtores catarinenses. O pacote garante R$ 300 milhões em apoio ao setor nos próximos três anos. Paralelamente aos investimentos, decreto do governador Jorginho Mello suspende a concessão de qualquer incentivo fiscal para a importação de leite e derivados por Santa Catarina, acabando com a concorrência desleal que vinha prejudicando a produção leiteira catarinense. O pacote se divide em três ações: o decreto, os financiamentos aos produtores e os incentivos fiscais para a indústria leiteira. “Santa Catarina hoje está produzindo hoje cerca de 3,2 bilhões de litros de leite, o que corresponde a 9,3% da produção do Brasil. É um setor importante que precisamos valorizar e proteger para que nossos agricultores possam superar esses momentos difíceis de custo de produção e outros prejuízos”, assinalou Colatto.

Norberto Anacleto Ortigara frisou a importância do encontro para evoluir nas questões que envolvem a cadeia produtiva do leite e ressaltou que Paraná também tem dado passos importantes no sentido de continuar construindo uma política adequada aos interesses brasileiros, especialmente, do Sul do Brasil. Giovani Feltes destacou ações que o Rio Grande do Sul já vem colocando em prática para minimizar os efeitos da importação de leite, principalmente do Mercosul. “Nosso estado já vem há algum tempo tentando proteger, de acordo com suas possibilidades, a cadeia produtiva leiteira”, afirmou.

A Aliança Láctea foi constituída como o fórum público-privado para desenvolver e fomentar a implementação de um plano para harmonizar o ambiente produtivo, industrial e comercial dos três estados. Confira os 10 objetivos do Plano de Desenvolvimento da Competitividade Global do Leite Sul-Brasileiro.

  • Produzir leite com alta qualidade, a custo baixo e com organização logística eficiente para ser competitivo no mercado global em relação aos principais exportadores mundiais.
  • Melhorar a eficiência e o desempenho agronômico e zootécnico da produção de leite na região Sul do Brasil, adequando a produção aos princípios da sustentabilidade, ESG e bem-estar animal.
  • Aumentar a escala de produção e reduzir os custos médios por litro de leite produzido e transportado.
  • Melhorar a qualidade e o rendimento industrial do leite, com aumento do percentual de gordura e proteína na sua composição e pagamento por sólidos totais.
  • Melhorar a logística e a infraestrutura nas regiões produtoras de leite com investimentos em estradas, energia trifásica e Internet.
  • Melhorar a organização e governança da cadeia produtiva do leite com estratégias setoriais pré-competitivas, eliminação de assimetrias tributárias, intercooperação visando eficiência na logística e investimentos em marketing e informação geral para aumento consciente do consumo de lácteos.
  • Promover a fidelização do relacionamento comercial entre produtores de leite e indústrias de laticínios por meio de parcerias duradouras.
  • Conquistar e manter a excelência sanitária e biossegurança dos rebanhos com robustos serviços públicos e privados de defesa agropecuária e sanidade.
  • Adequar e harmonizar o serviço de inspeção de produtos de origem animal.
  • Criar mecanismos para estimular indústrias a instalar ou adequar plantas voltadas à exportação de lácteos.

Fonte: Assessoria Aliança Láctea Sul Brasileira
Continue Lendo
SIAVS 2024 E

NEWSLETTER

Assine nossa newsletter e recebas as principais notícias em seu email.