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Suínos / Peixes Suinocultura

Biosseguridade: pontos críticos a serem trabalhados e a desinfecção a seco

Proteger o principal patrimônio da suinocultura brasileira, ou seja, a sanidade do plantel, exige total dedicação

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Arquivo/OP Rural

Artigo escrito por Ana Caselles, médica veterinária e gerente técnica de Aves para América Latina da Sanphar; e Paulo Eduardo Bennemann, médico veterinário e gerente Técnico de Suínos para América Latina da Sanphar

Os desafios cada vez maiores dos animais nos sistemas de produção exigem uma maior atenção em relação as práticas de produção animal e, da mesma forma, na mudança de atitude das pessoas envolvidas no dia a dia.

Nos últimos anos temos enfrentado uma série de problemas sanitários pelo mundo como: Diarreia Epidêmica Suína, Peste Suína Africana, Peste Suína Clássica dentre outras que têm causado grandes prejuízos econômicos. Diante desse cenário global, podemos dizer que o Brasil tem uma condição sanitária favorável em relação aos outros grandes produtores e é partir dessa situação que o país precisa tirar vantagem, mantendo as atenções voltadas para a prevenção das enfermidades.

Biosseguridade não é nada novo na suinocultura, porém a implantação e, porque não dizer a rotina de auditorias, de forma efetiva deste programa é o segredo do sucesso. O planejamento, implantação, treinamento das pessoas e uma rotina de auditorias em um programa de biosseguridade é fundamental para que o mesmo seja exitoso. Isso exige uma mudança de comportamento de todos os envolvidos na cadeia produtiva. As medidas de biosseguridade devem ser levadas a sério tal qual os manejos básicos relacionados a imunidade dos suínos e redução de pressão de infecção a qual os animais são submetidos.

Biosseguridade baseia-se em normas rígidas para prevenção da entrada ou ocorrência de problemas sanitários no sistema de produção e redução da pressão infecciosa, incluindo programas de limpeza, desinfecção e vacinação (controles internos), além de controles externos, com barreiras vegetais ou físicas e toda a infraestrutura que impede o acesso facilitado à granja (barreira sanitária, cercas perimétricas, arco de desinfecção, fluxo de veículos, pessoas e animais). Não podemos mais pensar sobre que atitude iremos tomar se formos acometidos por uma emergência sanitária. Nossa visão deve ser previamente definida sobre o que fazer quando tal agente chegar e para isso, planos de contingência bem estruturados são fundamentais para se antever aos possíveis desafios sanitários.

As vias de transmissão de patógenos são diversas (figura 1) como água, ingredientes nutricionais, via aerógena, reposição de reprodutores, veículos, pessoas e vetores (moscas e roedores). Dessa forma, termos o controle destas vias se faz necessário.

Figura 1. Principais via de transmissão de enfermidades em um sistema de produção

Todo o programa de Biosseguridade passa necessariamente pelo treinamento e, principalmente, pelo entendimento das pessoas envolvidas sobre a importância das ações a serem executadas. No momento que a equipe compreende o porquê trabalhar com biosseguridade e seus conceitos tudo se torna mais fácil. Biosseguridade é mudança de atitude.

Quando se avalia o risco dos roedores na introdução de doenças em um sistema de produção de suínos, um pesquisador demonstrou que camundongos foram capazes de se infectar e eliminar Lawsonia intracellularis através das fezes e serem fontes de infecção deste agente para suínos suscetíveis. Também, outros agentes como Escherichia coli, Leptospira e Salmonella também podem ser veiculados por roedores.

Moscas, as quais são comuns em sistemas de criação, da mesma forma apresentam um possível potencial de disseminação de agentes patogênicos, sejam bacterianos ou virais. Outro pesquisador relata que as moscas são agentes importantes em transmissões de doenças a curta distância, inclusive para a Peste Suína Africana.

Sendo assim, o controle de vetores deve ser um importante fator de risco a ser monitorado no sistema de produção.

No entanto, dentre todos os pontos importantes em um programa de biosseguridade, o conceito de redução da pressão de infecção através da adoção de programas de limpeza e desinfeção talvez seja ou dos mais críticos na perpetuação de problemas sanitários. Situações em que existe uma alta pressão de infecção fazem com que o sistema imune do animal permaneça ativado, implicando em um maior consumo de energia a qual é desviada do desempenho zootécnico (Tabela 1). Apesar de serem desenvolvidos em qualquer propriedade, boas práticas de limpeza e desinfecção ainda são negligenciadas e a capacitação contínua das equipes é algo a ser trabalhado.

Um bom programa de limpeza e desinfecção deve contemplar:

  1. Redução de matéria orgânica: a matéria orgânica (sujeira) atua como um fator de interferência na efetividade da ação dos desinfetantes, além de contribuir como abrigo e fonte de alimento para a multiplicação de microrganismos;
  2. Utilização de soluções detergentes: é imprescindível para a remoção completa da matéria orgânica e de biofilmes. Os componentes surfactantes dos detergentes reduzem a tensão superficial da água promovendo dessa forma uma maior atuação, principalmente em superfícies porosas;
  3. Escolha correta do desinfetante: este é outro ponto crítico que merece atenção. Os desinfetantes não atuam da mesma forma e a sua eficácia depende de uma série de fatores como: tipo de agente patogênico; tipo de superfície de contato; temperatura; qualidade da água utilizada na diluição (pH, dureza, qualidade microbiológica e presença de matéria orgânica); tempo de contato e efeito residual. Assim, conhecer qual é o desafio ou agente a ser enfrentado é o ponto de partida para a escolha de desinfetante. O desafio é bacteriano, viral ou protozoário? O vírus é envelopado ou não? Estas perguntas devem ser respondidas prontamente. O fato de um desinfetante ser de amplo espectro, muitas vezes não é suficiente.
  4. Volume de solução desinfetante utilizado: desinfetantes são dose-dependente e, portanto, qualquer fator que leve a uma menor concentração ou volume de aplicação irá comprometer o resultado. Da mesma forma atuam por tempo de contato sendo recomendado, um mínimo, de 10 minutos de contato da solução desinfetante com a superfície a ser desinfetada. Para que este tempo seja atingido, é necessário que seja utilizado um volume adequado (compatível com a característica da superfície, temperatura ambiente e umidade relativa do ar). Outro ponto importante para é a presença de água residual, ou seja, é recomendado que a superfície a ser desinfetada esteja seca ou sem acúmulo de água que possa re-diluir a solução desinfetante abaixo da concentração mínima para a sua efetividade. De uma forma prática, é recomendado que seja utilizado, pelo menos, 800 mL de solução desinfetante por cada metro quadrado de superfície (piso) a ser desinfetada. Este volume já contempla superfícies como paredes e tetos. Apesar de existirem diferentes formas de cálculo de volume de solução desinfetante, o valor médio obtido geralmente é de 700 a 800 mL por metro quadrado.
  5. Limpeza das tubulações de fornecimento de água: a água é um importante abrigo e veículo de agentes patogênicos causadores, principalmente, de processos entéricos. Da mesma forma a presença de bactérias, matéria orgânica e biofilme, além de comprometer a qualidade da água, altera o consumo e aumenta a interação de substâncias como desinfetantes e antimicrobianos quando adicionados a água. A presença de biofilme é um dos principais pontos de atenção, pois ele é uma fonte de constante contaminação da água. Sendo assim, a limpeza das tubulações não deve ser negligenciada em um protocolo de limpeza e desinfecção, assim como a cloração para manter a potabilidade da água.

Estes são alguns dos principais pontos críticos em um programa de limpeza e desinfecção e tentando mitigar as ocorrências de falhas, principalmente no que se refere a limpeza úmida, surgiu na Europa e agora no Brasil um processo de desinfecção a seco através da utilização de um composto a base de um blend de minerais. A desinfecção a seco se baseia no processo de dessecação, alteração de pH e remoção de gases nocivos do ambiente (Foto 1). Da mesma forma que atua reduzindo a pressão de infecção contra agentes potencialmente patogênicos como bactérias, vírus e protozoários. Como grande vantagem deste processo, temos a atuação mesmo frente a presença de matéria orgânica e pode ser realizado na presença dos animais.

Foto 1. Processo de desinfecção a seco na presença a seco para redução da pressão de infecção ambiental

Frente aos desafios enfrentados constantemente, a evolução através da busca de métodos alternativos e eficientes de redução da pressão de infecção se faz necessário.

Em resumo, não podemos pensar em biosseguridade sem pensarmos em: treinamento de pessoas; programa eficiente de limpeza e desinfecção e auditorias constantes. Proteger o nosso principal patrimônio, ou seja, a sanidade do nosso plantel, exige total dedicação. Biosseguridade é mudança de atitude.

Outras notícias você encontra na edição de Suínos e Peixes de julho/agosto de 2021 ou online.

Fonte: O Presente Rural

Suínos / Peixes

Marcos Sipp celebra 30 anos dedicados à suinocultura

Atual gerente das UPLs da Coopavel conquistou recentemente o 1º lugar na categoria Sustentabilidade no Programa Open Farm AWARDS.

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Fotos: Arquivo pessoal

Em uma trajetória marcada por dedicação e paixão pelo campo, Marcos Jovani Sipp, atual gerente das Unidades de Produção de Leitões (UPLs) da Coopavel Cooperativa Agroindustrial, reflete sobre suas três décadas de contribuição para o setor. “Parece que foi ontem, mas já se passaram 30 anos”, recorda.

Técnico em Agropecuária e Administrador, Sipp iniciou sua carreira profissional em 28 de março de 1994 como extensionista na suinocultura da BRF. Esses anos foram repletos de aprendizado e conquistas para Marcos, que destaca: “Como extensionista tive a oportunidade de conhecer, aprender e levar muita informação para a tomada de decisão dos produtores por onde passei, sempre com muita dedicação, competência, inconformismo e resiliência”, enfatiza.

Ao longo de sua carreira, o profissional acumulou diversos prêmios, sendo o mais recente o 1º lugar na categoria Sustentabilidade em um projeto da Estação de Tratamento de Efluente (ETE) no Programa Open Farm AWARDS, no qual a Coopavel concorreu com outros cinco projetos.

O técnico em Agropecuária ressalta a importância da gratidão e da reflexão sobre os erros e acertos que moldaram sua trajetória. “Carrego na bagagem muita história boa para contar. De acertos e erros que nos fazem corrigir rapidamente o rumo que deve ser seguido, com muita gratidão a Deus, que sempre me acompanha a cada passo. Sei que ainda tem muito a ser feito”, pontua.

Entre os desafios da atual função que exerce na Coopavel, Sipp diz que estão planejar, executar e desenvolver novos talentos, destacando a importância de profissionais com capacidade de organização, planejamento e entrega de resultados superiores. “Sinto-me realizado, vitorioso e muito feliz com as conquistas alcançadas e com as vitórias que ainda estão por vir. Aprendi que sozinho vou mais rápido, mas que juntos vamos mais longe. Com essa reflexão, gostaria de deixar registrado o meu agradecimento a cada um que fez parte dessa história, sejam produtores, empresas parceiras, amigos e, em especial, ao presidente da Coopavel, Dilvo Grolli, pela confiança. Agradeço também à minha família e aos meus colegas de trabalho e parceiros da cadeia produtiva”, ressalta.

 

Fonte: O Presente Rural
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Suínos / Peixes

Peixes têm quantidade limitada para captura em 2024

Cotas foram limitadas por dois ministérios

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Foto: Adriano Gambarini/OPAN/Agência Brasil

Quatro espécies de peixes muito consumidos na culinária brasileira tiveram cotas de pesca estabelecidas para este ano de 2024. Os limites de captura valem para as espécies albacora-branca (Thunnus alalunga), albacora-bandolim (Thunnus obesus), espadarte (Xiphias gladius) e tubarão-azul (Prionace glauca), tanto em águas nacionais, quanto internacionais, inclusive na Zona Econômica Exclusiva (ZEE), que é a região de responsabilidade ambiental do Brasil e que vai até 200 milhas além da costa, onde embarcações brasileiras têm direito prioritário para pesca.

Para a espécie albacora-branca, também conhecida como atum branco ou voador, o limite é de 3.040 toneladas e para o albacora-bandolim, também conhecido por atum-cachorro ou patudo, é permitida a captura de até 5.639 toneladas.

Espadarte

A cota para pesca do espadarte foi limitada em 2.839 toneladas no Atlântico Sul (abaixo do paralelo 5ºN) e em 45 toneladas no Atlântico Norte (acima do paralelo 5ºN). Já o tubarão-azul, conhecido popularmente como cação, teve a captura autorizada este ano em até 3.481 toneladas.

As cotas foram determinadas por portaria conjunta dos Ministérios da Pesca e Aquicultura e Meio Ambiente e Mudança Climática, publicada nesta quarta-feira (27), no Diário Oficial da União. A medida tem como objetivo a sustentabilidade no uso dos recursos pesqueiros e atende à Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável da Aquicultura e da Pesca.

Fonte: Agência Brasil
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Suínos / Peixes

Semana Nacional da Carne Suína 2024 na era da personalização: tem para todo mundo, tem para você!

De 4 a 19 de junho a 12ª edição da SNCS levará a diversidade da carne suína para as maiores e melhores redes de varejo do Brasil

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Foto: Divulgação/Assessoria ABCS

De 4 a 19 de junho, prepare-se para mais uma edição da Semana Nacional da Carne Suína (SNCS), a maior vitrine e case de sucesso da proteína no varejo brasileiro. Em um mundo onde a diversidade crescente apresenta um mar de escolhas individuais cada dia maior, a décima segunda edição da SNCS emerge nas maiores e melhores redes de varejo do país não apenas como uma data comercial, mas como uma celebração da diversidade e da personalização. Reconhecendo cada preferência, cada necessidade e cada desejo dos consumidores, sem esquecer que as diferenças não mais afastam, mas sim agregam.

A SNCS é a maior estratégia de incentivo às vendas e ao consumo de carne suína no Brasil, uma iniciativa premiada com resultados comprovados que agrega valor à proteína suína e traz ganhos financeiros para toda a suinocultura brasileira, com o apoio do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (FNDS). Desde sua primeira edição, a campanha vem arrecadando crescimento e foi essencial para a conquista dos 20,68 kg per capita de 2023, totalizando um crescimento de mais de 50% no período de 12 anos.

É por isso que a Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS) se inspira em um insight verdadeiro para o tema deste ano: existe diversidade no prato, mas também união na mesa. “Reconhecemos que cada um de nós tem suas próprias preferências e restrições. E seja você um mestre do churrasco buscando a peça perfeita, alguém procurando opções saudáveis e econômicas, ou um chef de cozinha inovador à procura de ingredientes para aquela receita especial, a carne suína tem uma opção para você”, explica o presidente da ABCS, Marcelo Lopes.

Saudabilidade, Sabor e Economia: esses são os pilares que sustentam a paixão pela carne suína. Mais do que uma escolha econômica, ela é uma fonte de nutrição saborosa adaptável a um estilo de vida saudável, a um cotidiano prático e a momentos inesquecíveis. A carne suína incorpora tecnologia e consciência ambiental, refletindo o compromisso da suinocultura brasileira em promover melhorias contínuas para garantir mais saúde, menos desperdício e práticas sustentáveis.

Este ano, é hora de redescobrir a carne suína. Porque sabemos que, independentemente da preferência, ela tem algo para todos. Para Maria e João. Para o churrasqueiro e para o chef premiado. Para todas as receitas e necessidades. Para cada geração, à sua maneira. Afinal, a carne suína é para todos. Há opções para quem tem pouco tempo, para o forno e para a airfryer, para todas as necessidades. Para quem busca economia, para quem procura uma opção mais saudável, para aquela receita especial. Para o churrasco, para os conectados e, é claro, para você! Por isso, nada mais claro do que dizer este ano: Semana Nacional da Carne Suína. Tem para todo mundo. Tem para você.

A diretora de marketing da ABCS, Lívia Machado, e também especialista em comportamento do consumidor aponta que a SNCS deste ano está ainda mais conectada com o conceito do consumidor ao centro e da necessidade de propor, a cada interação, uma experiência única que retrate os benefícios da carne suína para todas as gerações. “Estamos cada vez mais dentro da era do “e”, deixando o conceito do “ou” para trás. Lidamos constantemente com as mudanças e os conflitos de interesse geracionais e dentro deste contexto, temos o desafio de promover a carne suína de forma interessante e que cative a atenção das pessoas. A SNCS de 2024 está em consonância com tudo isso”.

O compromisso da ABCS é garantir que a carne suína não apenas satisfaça paladares diversos, mas também contribua para um mundo melhor. Isso inclui uma comunicação mais personalizada, sem perder o senso de comunidade. Varejo, produtores e consumidores unidos para celebrar tradições e criar novas memórias em torno da mesa, onde a carne suína é a grande anfitriã.

Fonte: Assessoria ABCS
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