Avicultura
Benefícios do cromo orgânico para superar os desafios das altas temperaturas na postura comercial
Estudos têm evidenciado a atuação do cromo orgânico na melhoria de fatores produtivos de poedeiras que apresentam cortisol elevado no sangue.
Sabemos que a temperatura externa influencia diretamente o desempenho de poedeiras comerciais por terem dificuldade na dissipação do calor e por dedicarem uma quantidade significativa de energia para que este processo ocorra, energia esta vinda da dieta fornecida. Portanto, boa parte da energia que deveria ser utilizada para a produção é direcionada pelo organismo da ave para que ela possa se manter viva, reduzindo assim a sua produtividade e gerando prejuízos financeiros.
Durante a exposição da ave a temperaturas altas, ocorre uma liberação elevada de cortisol na corrente sanguínea e este hormônio é conhecido como o hormônio do estresse. Altas concentrações de cortisol no sangue geram antagonismo à atividade da insulina. Quando o metabolismo da insulina está prejudicado, a digestão dos carboidratos e de proteínas fica comprometida, alterando fatores biológicos como imunidade, integridade intestinal, reprodução (ovos), crescimento e ingestão de alimento.
eIsto se dá pela ligação do cromo a uma proteína intracelular específica denominada apoacromodulina, que amplifica a cascata de sinais intracelulares, estimulando a sensibilidade à insulina.
Em estudo realizado a campo, buscou-se avaliar o comportamento do padrão produtivo, variação relativa em comparação entre o lote tratado com propionato de cromo e o observado no lote recorde da propriedade, além da uniformidade do lote e a variação de peso em relação ao ideal proposto pelo manual da linhagem. Para isso, foi avaliado o desempenho de um galpão vertical convencional contendo 41.422 aves alojadas, e os dados foram confrontados ao lote recorde da propriedade (aves de mesma linhagem criadas em galpões semelhantes) e ao controle que se classificava como o padrão da linhagem. O período para essa avaliação foi de agosto a fevereiro, período de elevada temperatura no Centro-Oeste.
O cromo orgânico foi fornecido na suplementação de 200 ppb via ração, na forma de propionato de cromo, ofertado a partir da 56ª semana de vida das aves, as primeiras duas semanas de adaptação e a partir das semanas seguintes foram realizadas medições para avaliar os índices zootécnicos em relação aos lotes comparados. Na Figura 1 é possível notar que anteriormente a utilização do 200 ppb de cromo, o lote apresentava um padrão produtivo abaixo do lote recorde (em verde) e, muitas vezes, do padrão da linhagem (em cinza) e após a utilização do proprionato de cromo é possível notar uma recuperação da produção.
Para melhor avaliar essa situação, realizamos uma comparação relativa (figura 2), ou seja, a diferença da produção semanal do lote que recebeu o propionato de cromo (em vermelho) em relação ao lote recorde da propriedade (em azul) citados na figura 1. Avaliou-se com o comportamento apresentando na figura 2, que conforme foram passando as semanas de utilização do propionato de cromo na dieta das aves, a variação relativa de produção tendeu a se aproximar do lote recorde da granja, mesmo em período de calor. Na semana 74 em diante a variação relativa ficou quase 0 em relação ao lote objetivo, e na semana 77 notou-se que a variação ficou positiva, demonstrando uma recuperação do lote tratado com propionato de cromo em relação ao lote recorde.
Este comportamento, pode ser explicado pela ação do cromo como um veículo facilitador de aproveitamento da insulina, diminuindo as concentrações de cortisol no sangue e com isso equilibrando o metabolismo para um estado homeostático, favorecendo o ganho de massa magra e a diminuição do acúmulo de lipídios. Esse comportamento fica bem evidenciado ao analisarmos os dados de % de uniformidade (figura 3) e peso relativo do lote (figura 4).
Na figura 3 estão apresentados os dados de uniformidade do lote nas semanas 58, 64, 68 e 72. Nota-se que ao decorrer do tempo de suplementação de cromo orgânico na dieta, as aves apresentaram melhor uniformidade. A redução dos desafios causados pelo estresse nas aves pode ter auxiliado na regulação de consumo de alimento e água, bem como o aproveitamento energético.
Na figura 4, podemos observar a tendência da variação de peso ideal. A partir da semana 68, as aves demonstraram maior tendência a se aproximar do peso ideal, isto pode estar relacionado com o melhor aproveitamento dos carboidratos, resultando um aumento de massa magra das aves e redução de massa gorda, mostrando um estado metabólico mais anabólico, sendo comum em situação de estresse o catabólico. Neste mesmo estudo, foi verificado que a taxa de gordura abdominal ao início do tratamento era de 3,51%, e ao final este dado foi de 2,78%. Indicando que o processo de aproveitamento dos lipídios estava se dando de forma mais eficaz e o metabolismo entrando em homeostase.
A suplementação de cromo orgânico na dieta pode auxiliar o produtor de poedeiras comerciais a reduzir os prejuízos zootécnicos causados pelo estresse nos períodos mais quentes do ano. As referências bibliográficas estão com o autor.
Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor avícola acesse acesse gratuitamente a edição digital Avicultura Corte e Postura. Boa leitura!
Avicultura
Encontro MercoLab de Avicultura traz pesquisadores nacionais e estrangeiros
Evento acontece nesta terça-feira (10) no Centro de Convenções e Eventos de Cascavel, no Oeste do Paraná.
A eficácia e a qualidade do controle sanitário animal brasileiro é o maior patrimônio e, ao mesmo tempo, desafio permanente da cadeia produtora nacional de proteínas. Os temas mais pertinentes do setor, responsável por fazer do Brasil o segundo maior produtor e o maior exportador de carne de frango do planeta, vão ser debatidos nesta terça-feira (10), em Cascavel (PR), durante a 15ª edição do Encontro MercoLab de Avicultura.
Cerca de 400 pessoas, de várias regiões do País, estarão no Centro de Convenções e Eventos de Cascavel, localizado à rua Fortunato Bebber, 987, para participar de um evento de atualização técnica consagrado e de bastante tradição. Os inscritos dessa 15ª edição terão a chance de ouvir pesquisadores brasileiros e estrangeiros convidados a compartilhar os mais recentes e importantes conhecimentos técnicos e descobertas para melhorar ainda mais a qualidade e os resultados da área da produção comercial de frangos. “Vamos contar com a participação de grandes especialistas nos mais diferentes assuntos da cadeia da avicultura, focando principalmente em aspectos considerados centrais para a sanidade dos plantéis”, informa o diretor do MercoLab e coordenador do encontro, o médico-veterinário Alberto Back.
Além de contribuir para a atualização de conteúdos, o Encontro permite unificar acesso a informações estratégicas para a prevenção de doenças avícolas capazes de impor restrições sanitárias severas ao Brasil e provocar prejuízos incalculáveis aos produtores e à economia.
Além dos especialistas brasileiros (programa abaixo), estão confirmados estrangeiros Sjaak de Wit do Instituto Royal GD da Holanda, que falará sobre “Bronquite infecciosa: visão global e suas consequências econômicas”, e a pesquisadora norte-americana Holly Sellers da Universidade da Georgia, que abordará o tema “Reovírus: Recentes avanços na pesquisa nos EUA”. Ao organizar um evento técnico dessa magnitude, observa Alberto Back, o MercoLab coloca-se ao lado da avicultura brasileira, que é destaque no mundo alcançando os mais diferentes mercados.
Liderança
O Brasil produziu em 2023 mais de 14,8 milhões de toneladas de carne de frango, atrás apenas dos Estados Unidos. Com 5,1 milhões de toneladas comercializadas e US$ 9,61 bilhões faturados (R$ 52 bilhões), o Brasil se consolida como o maior exportador dessa proteína. O Paraná é o maior produtor nacional. Sozinho, o Estado responde por 42% de tudo o que o País manda para 172 países. A produção mundial de carne de frango, no ano passado, foi de 102 milhões de toneladas.
O Brasil, que caminha para se consolidar como o maior celeiro exportador de alimentos do planeta, abastece a mesa de um bilhão de pessoas, ou 12% dos habitantes da Terra. E para manter essa liderança e o crescimento de cadeias tão indispensáveis para a economia nacional, com previsão de crescimento de 13% na de frango nos próximos sete anos, eventos como o Encontro MercoLab de Avicultura se tornam cada vez mais necessários, ressalta Alberto Back.
Inscrições
As inscrições para o 15º Encontro MercoLab de Avicultura ainda estão abertas e podem ser feitas clicando aqui. Para estudantes o valor é de R$ 100. O pagamento da inscrição pode ser feito pelo PIX 04.857.370/0001-09 ou ainda por meio de depósito/transferência (Bradesco): Agência 1987-9, Conta Corrente 12350-1.
Palestras confirmadas no 15º Encontro MercoLab de Avicultura
Abertura | Boas-vindas
Alberto Back, diretor do Mercolab
Palestras:
Desafios da produção de frangos: Presente e futuro
Ricardo Santin, presidente da ABPA – SP
Gestão do Programa de Autocontrole do Campo ao Abatedouro
Liris Kindlein
Professora e pesquisadora da UFRGS – RS
Diagnóstico e monitoria molecular de Reovírus, Bronquite infecciosa e Gumboro: Visão atual e futura
Jorge Marchesi
Biologia molecular – MercoLab – Cascavel – PR
Reovírus: Recentes avanços na pesquisa nos EUA
Holly Sellers
Pesquisadora da University of Georgia – EUA
Reovírus: Realidade brasileira
Jônatas Wolf
Corporativo técnico da JBS – Itajaí/SC
Bronquite infecciosa: Visão global e suas consequências econômicas
Sjaak de Wit
Instituto Royal GD – Holanda
Controle de salmonela: Importância da cama e da cadeia
Marcos DaiPrá
Consultor corporativo sanidade BRF – Curitiba/PR
O evento
O Encontro MercoLab de Avicultura, organizado pelo laboratório veterinário MercoLab, discute uma ampla gama de temas relacionados à sanidade avícola do Brasil e do mundo. Esse evento busca atualizar a cadeia produtiva ao divulgar resultados de pesquisas e novos conhecimentos que contribuirão para otimizar os custos e melhorar a produção, além de abordar aspectos econômicos da atividade e perspectivas futuras do setor.
Com mais de 90 colaboradores, distribuídos entre a matriz, em Cascavel, e a filial de Chapecó, em Santa Catarina, incluindo seis médicos veterinários e diversos profissionais com mestrado e doutorado, o MercoLab presta serviços de monitoramento e diagnóstico em todo o Brasil. O laboratório se dedica a treinar e a capacitar a sua equipe continuamente, consciente de que seus maiores patrimônios são os seus clientes e colaboradores.
Inicialmente focado na sanidade animal, o MercoLab também realiza análises ambientais (água e efluentes), bromatológicas e de alimentos para consumos humano e animal, fundamentado no princípio de que existe um só mundo e uma só saúde.
Avicultura
Conbrasfran 2024 debate monitoramento sanitário, estratégias para redução de condenas e programas de qualidade em plantas de abate
Painel sobre avanços nos processos em plantas de abate e o papel do médico-veterinário vai contar com a partipação de representantes da Embrapa, Cobb, Seara e Aurora Coop. A discussão será um dos destaques do evento, de 25 a 27 de novembro, em Gramado (RS).
O monitoramento microbiológico do desempenho sanitário no processo de abate, o atual cenário e estratégias para redução de condenações de carcaças em frigoríficos e a elaboração e o monitoramento de programas de qualidade em plantas de abate são alguns dos temas que serão discutidos com pesquisadores e representantes da agroindústria durante a Conbrasfran 2024, a Conferência Brasil Sul da Indústria e Produção de Carne de Frango, que vai ser realizada pela Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), entre os dias 25 e 27 de novembro, em Gramado, no Rio Grande do Sul.
O painel Avanços nos processos e o papel vital do médico-veterinário vai começar a partir das 08h45 do dia 27 de novembro e vai reunir especialistas renomados da cadeia produtiva. O pesquisador da Embrapa Suínos e Aves, Arlei Coldebella, vai abrir a programação com um debate sobre o “Monitoramento microbiológico do desempenho higiênico-sanitário do processo de abate”.
Em seguida, o especialista em Processos de Qualidade da Cobb-Vantress, Eder Barbon, vai destacar o “Cenário atual: Estratégias e alternativas em abatedouros para redução de condenas” e a diretora de Qualidade da Seara Alimentos, Marisete Cerutti, vai apresentar o tema “Aprimorando a elaboração e o monitoramento de programas de controle de qualidade: principais aspectos e estratégias”. O coordenador de Relações Institucionais e Governamentais da Aurora Coop, Rafael Santos, vai moderar estes debates.
O painel Avanços nos processos e o papel vital do médico-veterinário faz parte da programação do 5º Encontro de Qualidade Industrial na Avicultura – Frigoríficos, promovido pela Asgav. Outras informações sobre a Conbrasfran 2024 podem ser encontradas no site do evento (www.conbrasfran.com.br), pelo e-mail conbrasfran@asgav.com.br, através do telefone (51) 3228.8844, do WhatsApp (51) 9 8600.9684 ou pelo Instagram do encontro (@conbrasfran).
Avicultura ABPA 10 anos
Uma década de conquistas da avicultura e suinocultura brasileira
À medida que a ABPA celebra essa década de vitórias, fica claro que a entidade não apenas atingiu seus objetivos iniciais, mas está estabelecendo um legado de profissionalismo que continuará a beneficiar o Brasil e o mundo nos próximos anos.
Ao longo de seus dez anos de existência, a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) tem sido um pilar fundamental para o desenvolvimento e a promoção da proteína animal no Brasil. Desde a sua criação, em 2014, a entidade tem alcançado conquistas significativas, abrindo novos mercados e derrubando barreiras comerciais e sanitárias.
Uma das maiores conquistas da ABPA foi a abertura de novos mercados internacionais para a carne de aves e suína brasileira. Com um trabalho incansável de diplomacia e negociação, a ABPA conseguiu firmar parcerias comerciais com países de todos os continentes, aumentando significativamente a participação do Brasil no comércio global de proteína animal.
São várias conquistas nesses dez anos. No mercado internacional, podemos mencionar as diversas aberturas de mercados para os dois setores, como a abertura da Coreia do Sul, Argélia, México, entre outros, além da ampliação e regulamentação de tantos outros como Reino Unido, Filipinas, Singapura, Chile e outros. Nos fortalecemos como maiores exportadores de carne de frango e estamos próximos do terceiro lugar em carne suína”, destaca o presidente da ABPA, Ricardo Santin.
Sua atuação também contribuiu para a expansão do consumo de proteínas no mercado interno. “No mercado interno, avançamos significativamente em termos de consumo per capita – estamos em 99% dos lares brasileiros, segundo pesquisa recente. Ampliamos nossa capacidade produtiva, chegamos ao segundo posto na produção mundial de carne de frango”, aponta Santin.
O presidente da ABPA lembra que essa expansão teve relação direta com a imagem que o mundo tem da proteína animal brasileira. “Reforçamos nossa estratégia global de imagem e construímos importantes alicerces para o nosso setor por meio de iniciativas como o nosso SIAVS, agora Salão Internacional de Proteína Animal”, menciona Santin.
Novos negócios
O presidente da ABPA destaca que o Brasil tem diferentes cleitnes ao redor do mundo, o que é bom para não depender de apenas poucos compradores. Grandes mercados são determinantes, frisa Santin, mas participar de outros mercados e buscar sempre novas opções é trabalho contínuo da ABPA. “O grande diferencial brasileiro é que a ampla capilaridade das exportações permitem menor dependência de poucos mercados. Mas é claro que temos que ressaltar a grande importância da China, do Japão, da União Europeia, das Filipinas e dos Países do Oriente Médio em nossas exportações. Nestes também miramos o futuro das nossas ações, assim como em mercados com perspectivas positivas e com provável incremento das importações, como Argélia, México, Paquistão e outros”.
Impacto econômico e social
As conquistas da ABPA tiveram um impacto profundo na economia brasileira. A abertura de novos mercados e o aumento das exportações contribuíram significativamente para o crescimento do setor agropecuário, gerando empregos e impulsionando o desenvolvimento econômico nas regiões produtoras. Com a expansão das exportações, milhares de empregos foram criados nas cadeias produtivas de aves e suínos. Desde trabalhadores rurais até profissionais de logística e comércio exterior, o impacto positivo foi sentido em diversos níveis da economia. “A avicultura e a suinocultura são mais que cadeias produtivas: são promotores da segurança alimentar e da geração de renda em todo o país. A ampliação da produção permitiu o fomento à inovação, o fortalecimento da industrialização e a ampliação de oportunidades para produtores e para colaboradores, com mais posto de trabalho nestes núcleos produtivos. Como cadeia produtiva, todo o entorno é influenciado positivamente, seja para aqueles que suprem estes setores como os comércios e demais negócios nos núcleos urbanos onde estão instalados”, pondera o presidente da ABPA.
Dez anos depois, a ABPA entende que o caminho foi produtivo, mas é preciso continuar avançando. “(Avalio os 10 anos) com satisfação e o entendimento de dever cumprido, mas certos, também, de que há uma longa caminhada pela frente. Avançamos e nos tornamos uma nação de referência para a biossegurança da produção, para qualidade e para a produtividade. Somos reconhecidos nacionalmente e politicamente por nossa relevância para a economia e o desenvolvimento do país, e estamos na pauta prioritária das ações do poder público. Mas sabemos que, como cadeias produtivas altamente competitivas e estratégicas para o país, devemos seguir avançando constantemente”, cita o presidente da ABPA.
Legado de profissionalismo
Os dez anos de atuação da ABPA foram marcados por conquistas que contribuíram com o setor de proteína animal no Brasil. A abertura de novos mercados, a derrubada de barreiras comerciais e sanitárias e são apenas alguns dos marcos que refletem o sucesso da entidade. O impacto econômico e social dessas ações é evidente, com a geração de empregos, o desenvolvimento regional e o reconhecimento internacional.
À medida que a ABPA celebra essa década de vitórias, fica claro que a entidade não apenas atingiu seus objetivos iniciais, mas está estabelecendo um legado de profissionalismo que continuará a beneficiar o Brasil e o mundo nos próximos anos.
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