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VOZ DO COOP

Suínos / Peixes Boas práticas de produção animal

Benefícios da inspeção diária dos suínos sobre o bem-estar animal e eficiência produtiva da granja

Prevista pela IN n° 113, a inspeção diária dos suínos não apenas assegura o bom funcionamento da unidade produtiva como eleva o bem-estar dos animais e os resultados zootécnicos das unidades de produção. Especialista explica como executar, com qualidade, esse manejo rotineiro.

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Divulgação/Agroceres

Desde que entrou em vigor, a Instrução Normativa nº 113 tornou-se um importante instrumento de apoio aos produtores brasileiros. Além de garantir segurança jurídica ‒ ao estabelecer regras claras para as boas práticas de produção animal nas unidades produtivas ‒ a IN retoma e regulamenta conceitos e manejos essenciais para a sustentabilidade dos sistemas de produção, dentro do conceito de “One Health” proposto pela OIE.

Juliana Cristina do Rego Ribas, gestora de Boas Práticas e Bem-estar animal da Agroceres PIC – Foto: Divulgação/Agroceres PIC

Esse é o caso, por exemplo, da inspeção diária dos suínos. Pela instrução normativa, é necessário registrar e controlar sua execução nas unidades de produção. “Em um primeiro momento, a tarefa exige um esforço maior para ser sistematizada, porém sua aplicação correta tem baixo custo e traz benefícios ao produtor”, explica Juliana Cristina do Rego Ribas, gestora de Boas Práticas e Bem-estar animal da Agroceres PIC.

Segundo ela, trata-se de uma atividade básica e fundamental, uma vez que permite não apenas assegurar o bom funcionamento da granja, como atuar de maneira preventiva em relação à saúde dos animais, evitando complicações e perdas por mortalidade ou descarte precoce, o que traz ganhos reais para o bem-estar e o desempenho dos animais, otimizando as metas de produção.

Estudo científico conduzido pela pesquisadora Ana Paula Mellagi, do Setor de Suínos da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, demonstra, por exemplo, que fêmeas com lesões médias e severas perdem até 20% em taxa de parição (gráfico 1), o que tem um impacto econômico expressivo na atividade.

“Esse fato só corrobora a importância da realização sistemática da inspeção diária, por meio da qual,  ao identificarmos precocemente lesões e animais enfermos, somos mais eficientes na medicação e no tratamento, reduzindo as perdas produtivas,” afirma a especialista da Agroceres PIC. Há três anos, a companhia de genética definiu o bem-estar animal como uma de suas políticas prioritárias e vem intensificando seus investimentos, inclusive com a criação de um departamento exclusivamente dedicado ao tema.

Critérios para a inspeção diária

Embora simples, a inspeção diária dos animais deve seguir critérios objetivos para ser realizada de forma sistemática dentro da unidade produtiva. Atividade prioritária, a inspeção dos animais deve ser realizada em todos os setores da unidade de produção, de preferência por um colaborador especialmente designado para a tarefa. “O período ideal para realizar esse manejo é pela manhã, durante o arraçoamento, que é o momento em que os animais ficam de pé e fica mais fácil visualizar e identificar problemas”, orienta Juliana. “O que muitas vezes acontece é que a atividade é deixada para o final do dia e acaba não sendo realizada”, completa.

Outro ponto fundamental é aferir se há, na granja, colaboradores suficientes para realizar a inspeção. O índice de tratamento individual dos animais pode ser o parâmetro usado para verificar a disponibilidade da equipe. De maneira geral, a expectativa de medicações iniciadas por semana é de 2 a 3% do número total do inventário de animais estimado da granja. “Se esse índice estiver acima de 4% é sinal de que há problema sério na unidade de produção. Já índice abaixo de 1% indica dificuldade da equipe em identificar ocorrências no plantel. Em ambos os casos é necessário promover intervenções”, explica Juliana Ribas.

Analisar o tempo necessário para a realização da inspeção diária dos animais é outra forma de estimar se a equipe da granja é capaz de atender corretamente essa atribuição. Em média, esse procedimento exige entre 2 e 3 segundos por suíno, ou 2 horas para 2.400 animais. “A partir desse cálculo é possível verificar se o número de colaboradores existentes na granja é capaz de realizar a observação diária dos animais de maneira efetiva”, afirma a especialista da Agroceres PIC.

O que inspecionar e como inspecionar

O cuidado diário com os suínos é um esforço essencial para otimizar o desempenho dos animais. A inspeção cotidiana produz resultados consistentes, mas exige compromisso e empenho da equipe. “O colaborador designado para a tarefa precisa estar instruído, equipado e familiarizado com o que vai fazer”, observa Juliana. De acordo com ela, elaborar um checklist com todas as checagens que precisam ser realizadas no dia a dia da granja, não apenas orienta e sistematiza a inspeção, como contribui para a organização das atividades, tornando sua execução mais efetiva.

No momento da inspeção, explica Juliana, o colaborador deve levar consigo um bastão marcador e um spray curativo – para sinalizar e assistir os animais que precisam de cuidados – e, também, a folha de marcação ou tablet para promover o registro das ocorrências. “É preciso observar se os animais estão se alimentando, se movimentando, se estão machucados, se têm pequenas feridas na pele, nos cascos, artrites ou abscessos”, afirma. O comportamento dos suínos é outro ponto importante. É necessário checar se eles estão em conforto térmico, tremendo, amontoados ou ofegantes.

A análise de eventuais lesões precisa ser minuciosa, enfatiza a especialista. “É necessário observar com atenção os membros dianteiros e traseiros; a cauda, prepúcio, pênis e vulva; o dorso, a cabeça e a orelha dos animais. Caso a lesão seja pequena, o colaborador deve utilizar um spray curativo”, explica. “Já se o animal apresentar alguma condição ou lesão que necessite de tratamento injetável, é preciso marcá-lo com o bastão, registrar a ocorrência na planilha ou tablet e voltar realizando a medicação injetável”, orienta.

Baia hospital e cuidado com as instalações   

Atenção especial deve ser dada à baia ou gaiola hospital. Segundo Juliana Ribas, essas instalações devem estar localizadas em áreas de fácil visualização no galpão e equipadas para assegurar totais condições de recuperação dos suínos. “Essas instalações devem dispor de fonte de calor extra, piso antiderrapante ou qualquer outro tipo de equipamento ou recurso dependendo da fase de produção do animal”, comenta.

Anotar e monitorar o uso da medicação individual, segundo a especialista, é outro procedimento diário que não pode ser negligenciado. “Esse controle é necessário para rastrear o uso de medicamentos e, principalmente, avaliar a recuperação do animal e a necessidade de realizar a eutanásia. Por isso, é preciso registrar a causa da medicação, quantas doses foram administradas e o colaborador responsável pelo tratamento”.

Juliana explica também que, além dos animais, é necessário inspecionar a estrutura das instalações e o funcionamento dos equipamentos. Isso inclui a verificação diária dos comedouros, bebedouros, sistemas de ventilação, condições do piso, corredores, portões e equipamentos de emergência.

As instalações precisam estar íntegras no momento do manejo para minimizar a ocorrência de lesões nos animais. “A inspeção diária é uma tarefa prioritária e obrigatória na unidade produtiva. Ela é fundamental para facilitar o manejo e assegurar o bem-estar dos animais. Sua correta execução não apenas otimiza a performance zootécnica dos suínos, como os resultados produtivos e econômicos do produtor, com redução de descartes, perdas e mortalidade, além do uso racional de medicamentos”, sustenta Juliana Ribas.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor suinícola e da piscicultura acesse gratuitamente a edição digital Suínos e Peixes.

Suínos / Peixes

Brasil detém 32% do mercado global de cortes congelados de carne suína

Santa Catarina desponta como líder nas exportações de cortes cárneos congelados de suínos em 2023, com uma impressionante fatia de 56%. O Rio Grande do Sul e o Paraná seguem atrás, com 23% e 14% de participação, respectivamente.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

O Departamento de Economia Rural (Deral) do Paraná divulgou, na quinta-feira (25), o Boletim de Conjuntura Agropecuária, trazendo um panorama abrangente dos setores agrícolas e pecuários referente à semana de 19 a 25 de abril. Entre os destaques, além de ampliar as informações sobre a safra de grãos, o documento traz dados sobre a produção mundial, nacional e estadual de tangerinas.

Segundo dados da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), a produção global de tangerinas atingiu a marca de 44,2 milhões de toneladas em 2022, espalhadas por uma área de 3,3 milhões de hectares em 68 países. A China, indiscutivelmente, lidera nesse cenário, com uma contribuição de 61,5% para as colheitas mundiais e dominando 73,1% da área de cultivo da espécie. O Brasil, por sua vez, figura como o quinto maior produtor, com uma fatia de 2,5% das quantidades totais.

No contexto nacional, o Paraná se destaca, ocupando o quarto lugar no ranking de produção de tangerinas. Cerro Azul, situado no Vale do Ribeira, emerge como o principal centro produtor do país, respondendo por 9,2% da produção e 8,4% do Valor Bruto de Produção (VBP) nacional dessa fruta. Não é apenas Cerro Azul que se destaca, mas outros 1.357 municípios brasileiros também estão envolvidos na exploração desse cítrico.

Cortes congelados de carne suína

Além das tangerinas, o boletim também aborda a exportação de cortes congelados de carne suína, um mercado no qual o Brasil assume uma posição de liderança inegável. Detentor de cerca de 32% do mercado global desses produtos, o país exportou aproximadamente 1,08 bilhão de toneladas, gerando uma receita de US$ 2,6 bilhões. Os Estados Unidos aparecem em segundo lugar, com uma participação de 29%, seguidos pela União Europeia (23%) e pelo Canadá (15%).

No cenário interno, Santa Catarina desponta como líder nas exportações de cortes cárneos congelados de suínos em 2023, com uma impressionante fatia de 56%. O Rio Grande do Sul e o Paraná seguem atrás, com 23% e 14% de participação, respectivamente.

 

Fonte: Com informações da AEN-PR
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Suínos / Peixes

O que faz o Vale do Piranga ser o polo mineiro de incentivo à suinocultura?

Além de oferecer oportunidades de aprendizado e capacitação por meio de seminários, ampliando as habilidades dos colaboradores de granjas e profissionais da área, feira facilita o acesso dos produtores rurais do interior mineiro às mais recentes tecnologias do agronegócio.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

A Suinfair, maior feira de suinocultura de Minas Gerais, acontece no Polo Mineiro de Incentivo à Suinocultura, situado no Vale do Piranga, uma área que se destaca nacionalmente pela sua produção suinícola. Esta região representa, aproximadamente, 35% do rebanho de suínos de Minas Gerais, produzindo anualmente cerca de 370 milhões de quilos de carne suína. O trabalho diário de levar alimento à mesa de diversas famílias faz com que mais de cinco mil empregos sejam gerados diretamente pela suinocultura, além das mais de trinta e cinco mil pessoas que trabalham indiretamente na área.

Com um histórico consolidado, a região foi oficialmente reconhecida como Polo Mineiro de Incentivo à Suinocultura por meio de legislação, o que fortalece ainda mais a cadeia produtiva local. Nesse contexto, a Suinfair surge como uma iniciativa voltada para as necessidades específicas dos suinocultores.

Além de oferecer oportunidades de aprendizado e capacitação por meio de seminários, ampliando as habilidades dos colaboradores de granjas e profissionais da área, a Suinfair facilita o acesso dos produtores rurais do interior mineiro às mais recentes tecnologias do agronegócio.

Desde equipamentos estruturais até grandes máquinas agrícolas e robôs, os suinocultores têm a chance de conhecer de perto as inovações do mercado e estabelecer contatos diretos com os fabricantes. Isso resulta na concretização de negócios baseados em condições justas, fomentando o crescimento dos produtores e incentivando a presença dos fornecedores na região.

A Suinfair é, portanto, um evento feito sob medida para a suinocultura, representando uma oportunidade única de aprendizado, networking e desenvolvimento para todos os envolvidos nesse importante segmento do agronegócio.

Fonte: Assessoria Suinfair
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Suínos / Peixes

PorkExpo Brasil & Latam 2024 abre inscrições para receber trabalhos científicos do mundo inteiro

Disputa científica tradicional da suinocultura vai distribuir R$ 6 mil em dinheiro e reconhecer as quatro pesquisas mais inovadoras da indústria da carne suína.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Inscrições para envio de trabalhos científicos à PorkExpo Brasil & Latam 2024 estão abertas. Esse é um convite conhecido da suinocultura internacional há mais de duas décadas. Encontro inovador, que debate de ponta a ponta a cadeia produtiva da suinocultura, vai confirmar mais uma vez a tradição de incentivar as pesquisas da indústria mundial da carne suína, com a Mostra de Trabalhos Científicos, que será realizada nos dias 23 e 24 de outubro, no Recanto Cataratas Thermas Resort & Convention, em Foz do Iguaçu (PR).

O evento reúne o 12º Congresso Latino Americano de Suinocultura e o 2º Congresso Nacional Mulheres da Suinocultura, que seguem com as inscrições abertas aqui.

A 12ª edição convida pesquisadores e estudiosos para contribuir com seus conhecimentos e inovações. “Em cada edição da PorkExpo são recebidos ao menos 200 trabalhos”, exalta a CEO da PorkExpo Brasil & Latam 2024, Flávia Roppa

Neste ano, a premiação vai premiar quatro pesquisas científicas, sendo três referencias e um grande vencedor. O total da premiação chega a R$ 6 mil.

Flávia explica que os trabalhos devem abranger temas essenciais à atividade, como produção, sanidade, bem-estar animal, marketing da carne suína, economia, extensão rural, nutrição, reprodução, aproveitamento de resíduos e meio Ambiente, refletindo a amplitude e profundidade tecnológica que o setor apresenta a cada década que passa. “A PorkExpo apoia consistentemente o conhecimento por parte dos pesquisadores, professores, profissionais e estudantes, que buscam inovações para subsidiar a produção de campo, a indústria de processamento e o aumento do consumo da nossa carne pelos consumidores. Um propósito que ratificamos em duas décadas. E esperamos pela participação máxima desses estudiosos, do mundo inteiro”, enfatizou Flávia.

Inscrições

Os trabalhos precisam ser totalmente inéditos e entregues impreterivelmente até o dia 11 de agosto, podendo ser redigidos em Português, Inglês ou Espanhol. “Todos serão submetidos pelo site da Universidade Estadual do Oeste do Paraná. Os inscritos precisam informar o e-mail, telefone para contato e endereço completo de uma pessoa que vai ser a responsável pelo trabalho para futuros contatos com a organização do evento”, informa a CEO da PorkExpo.

Os interessados devem enviar os trabalhos formatados em duas páginas, em papel A4 (21 x 29,7 cm), digitados no Word para Windows, padrão 6.0 ou superior e salvos na extensão .doc, fonte dos textos em Arial, para o endereço: flavia@porkexpo.com.br. “Não serão aceitos trabalhos fora do padrão”, reforça Flávia.

Todas as informações referentes às inscrições e normas de redação podem ser consultadas clicando aqui. Os autores dos trabalhos avaliados pela Comissão Científica serão comunicados da sua aceitação ou não. “Participe e faça a diferença. Não perca a chance de participar desse movimento que define o amanhã da suinocultura. Junte-se aos líderes que estão construindo o futuro da indústria mundial de carnes”, convida Flávia, acrescentando: “Esperamos por sua ideia eficiente e inovadora”.

Fonte: Com informações da assessoria PorkExpo Brasil & Latam
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CBNA – Cong. Tec.

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