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Suínos / Peixes

Bem-estar animal e legislação: reflexões da agroindústria no manejo pré-abate

A crescente pressão dos consumidores por alimentos seguros, éticos e de alta qualidade impõe novos desafios e responsabilidades a todos os envolvidos na produção e no transporte de suínos.

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Fotos: Shutterstock

Especialistas e profissionais do setor suinícola se reuniram para compartilhar conhecimentos e discutir os desafios e oportunidades envolvendo o delicado processo de carregamento e transporte de suínos para abate em meados de março, no Encontro Regional da Associação Brasileira de Veterinários Especialistas em Suínos (Abraves), realizado em Toledo, região Oeste do Paraná. Entre os holofotes desse evento crucial, despontou a palestra de Luana Torres da Rocha, médica-veterinária e gerente de Suprimentos Suínos na Frimesa, uma das maiores agroindústrias do país. Em sua abordagem, Luana delineou não apenas os intricados aspectos práticos do manejo pré-abate, mas também ecoou a preocupação uníssona da indústria com o bem-estar animal e a conformidade legal.

Médica-veterinária e gerente de Suprimentos Suínos na Frimesa, Luana Torres da Rocha: “Somos parte integrante de uma extensa cadeia de valor, na qual cada elo desempenha um papel fundamental. Quando um desses elos se enfraquece ou se rompe, todos os demais são afetados” – Foto: Francieli Baumgarten/OP Rural

Luana aborda de maneira abrangente as complexidades envolvidas em cada etapa do processo e destaca a importância crucial do bem-estar animal e da conformidade com a legislação vigente. “Somos parte integrante de uma extensa cadeia de valor, na qual cada elo desempenha um papel fundamental. Quando um desses elos se enfraquece ou se rompe, todos os demais são afetados”, considera.

Ela frisa a crescente pressão dos consumidores por alimentos seguros, éticos e de alta qualidade, o que impõe novos desafios e responsabilidades a todos os envolvidos na produção e no transporte de suínos. “Estão cobrando cada vez mais os estabelecimentos de abate, as agroindústrias e cooperativas. E com aumento na produção e comercialização da proteína animal, principalmente exportação, estamos sendo cada vez mais cobrados. Com isso, além da busca por alimentos seguros, com qualidade sensorial, também há a busca por qualidade ética. Que são produtos derivados de animais que foram nascidos, criados e abatidos em sistemas que promoveram o bem-estar animal adequado”, relata.

Manejo pré-abate

No cerne das preocupações está o manejo pré-abate, considerado o momento mais estressante na vida dos animais. “Nele temos a etapa de jejum alimentar, manejo de embarque, transporte, manejo de desembarque no frigorífico, o período de descanso onde a insensibilização é propriamente dita, é o momento onde o suíno será insensibilizado então, posteriormente, sangrado. Sendo a sangria a última etapa do bem-estar animal”, explica a palestrante.

“É fundamental assegurar o bem-estar dos suínos em todas as etapas, desde o embarque até o momento do abate, conforme preconizado pela legislação, na qual somos legalmente responsáveis por sua proteção”, ressalta a médica veterinária. Ela também fez referência à legislação vigente, em particular ao Artigo 88 do Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal (RIISPOA), que atribui aos estabelecimentos a responsabilidade de adotar medidas para garantir o bem-estar dos animais durante o transporte. “É importante ressaltar que estamos sujeitos a autuações caso ocorram intercorrências durante o embarque e transporte dos suínos”, alerta Luana.

Durante sua explanação, a profissional identificou diversos fatores estressantes para os animais, como a separação dos companheiros de baia, o tamanho dos grupos de condução, as condições de manejo, a locomoção em longas distâncias e a angulação do embarcadouro. “Além disso, há situações desafiadoras envolvendo os suínos ambulatoriais, sejam eles lesionados ou não. Com o aumento do peso médio dos animais abatidos e o embarque realizado em diferentes horários do dia, é comum encontrar suínos cansados e ofegantes durante o processo de transporte”, explica.

No que diz respeito ao transporte, Luana destaca o risco de mortalidade e lesões se não forem seguidas as práticas adequadas. “Muitas vezes o transporte já recebeu um suíno que

estava inapto, conduzirá o animal que vai acabar morrendo durante o transporte”, diz. Fatores como a densidade do transporte também são levantados por Luana. “É um espaço confinado e atualmente tem sido utilizado 235 kg/m², o que é considerado, hoje, bom para o Brasil, mas acredito que com o tempo isso mudará, pois, até mesmo a legislação europeia está aumentando esse espaçamento”.

Além disso, ela menciona a duração da viagem, que pode afetar diretamente o estado dos animais durante o transporte. “Podemos identificar a duração de uma viagem mais longa e uma mais curta, ambas com pontos positivos e negativos. Comumente as pessoas pensam que uma viagem curta é muito benéfica, mas observamos uma alta ocorrência de animais cansados e fadigados, pois acabaram de passar por um manejo de embarque, não tiveram tempo de descansar e já têm que ser desembarcados”, relata.

“Temos também as condições climáticas, já que no verão é observado um índice maior de mortalidade durante o transporte. A condução inadequada dos veículos também pode causar mortalidade, fraturas e contusões. E a parada do veículo em rodovias também pode ser maléfica aos animais. Além disso observamos a

mortalidade em transporte. Embarque realizado em períodos quentes do dia gera atraso no processo de embarque e mortalidade”, aponta Torres.

Problemas na carne

A questão da carne PSE (pálida, flácida e exsudativa) também foi abordada pela palestrante, que ressalta a importância de minimizar o estresse nos animais nas horas que antecedem o abate, a fim de evitar prejuízos financeiros e perda de confiança dos clientes. “Há toda uma mudança do metabolismo e da transformação do músculo, geralmente ocasiona esse tipo de carne quando o animal passa por estresse nas últimas horas que antecedem o abate. A carne baixa o pH ainda com a carcaça quente, o que acaba desnaturando as proteínas. Isso gera, obviamente insatisfação e reclamação por parte dos clientes, além das perdas financeiras graves, acarreta na perda de credibilidade com esses clientes”.

Luana reforça a importância da orientação contínua e do compromisso com a melhoria constante em todas as etapas do processo. “Quando a ‘batata quente’ chega no frigorífico não temos mais muito o que fazer, pois não podemos voltar atrás e fazer diferente. Mas temos o dever de repassar e orientar para que das próximas vezes mude”, ressalta. “Vale lembrar que o período de descanso no frigorífico tem que ser utilizado como aliado na recuperação adequada do suíno, utilizando também eletrólitos na recuperação do balanço hidroeletrolítico, que apresenta grande diferença. E também utilizar o enriquecimento ambiental visando a redução de brigas. Porém há uma incógnita por que esse fator pode aumentar a atividade dos animais durante o período de descanso e isso pode afetar a recuperação da musculatura”, menciona Luana ao proporcionar observações importantes para os profissionais do setor.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo na suinocultura acesse a versão digital de Suínos clicando aqui. Boa leitura!

Fonte: O Presente Rural

Suínos / Peixes

Embarques de carne suína crescem 2,7% em maio

No ano, as exportações de carne suína totalizaram 506,6 mil toneladas, número 5,3% superior ao total acumulado no mesmo período de 2023, com 481,1 mil toneladas.

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Foto: Shutterstock

As exportações de carne suína (considerando todos os produtos, entre in natura e processados) totalizaram 104,4 mil toneladas em maio, informa a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). O número supera em 2,7% o total embarcado no mesmo período do ano passado, com 101,7 mil toneladas.

A receita gerada pelas exportações de maio totalizou US$ 225,2 milhões, saldo 10,4% menor que o total efetivado no mesmo período do ano passado, com US$  251,4 milhões.

No ano (janeiro a maio), as exportações de carne suína totalizaram 506,6 mil toneladas, número 5,3% superior ao total acumulado no mesmo período de 2023, com 481,1 mil toneladas. A receita gerada pelos embarques nos cinco primeiros meses do ano chegou a US$ 1,064 bilhão, saldo 7,3% menor que o total acumulado no mesmo período do ano passado, com US$ 1,149 bilhão. “O ritmo das exportações segue paralelo positivo em relação ao recorde obtido em 2023. A Ásia e nações das Américas seguem como ‘motor’ das vendas internacionais do setor, porém, com mudanças no tabuleiro dos principais importadores. A expectativa é que tenhamos resultado equivalente ou superior aos registrados no ano passado, porém, com maior presença de outros destinos”, destaca o presidente da ABPA, Ricardo Santin.

Principal importador de carne suína, a China foi destino de 111,4 mil toneladas do produto entre janeiro e maio, número 36,7% menor do que o total embarcado no mesmo período do ano passado. Em fluxo diferente, as Filipinas importaram 70,2 mil toneladas, com crescimento de 84,8% em relação ao mesmo período de 2023. Em seguida estão Chile, com 43,017 mil toneladas (+25,7%), Hong Kong, com 43,006 mil toneladas (-16,2%), Singapura, com 32,3 mil toneladas (+11,2%) e Japão, com 27,4 mil toneladas (+92,8%). “O fluxo de exportações para a Ásia está ganhando novos contornos, com o notável crescimento das vendas para Filipinas, Singapura e Japão, assimilando as quedas das importações chinesas e ampliando a capilaridade das exportações brasileiras.  Ao mesmo tempo, vemos um antigo parceiro do Brasil, a Rússia, retomando as importações do produto”, destaca Luís Rua, Diretor de mercados da ABPA.

No levantamento por estado, Santa Catarina segue como principal exportador, com 280,5 mil toneladas exportadas entre janeiro e maio, número 7,3% superior ao registrado no mesmo período do ano passado. Em seguida está o Rio Grande do Sul, com 106,2 mil toneladas (-4,1%), Paraná, com 65,3 mil toneladas (-1,75%), Mato Grosso, com 14,8 mil toneladas (+46,3%) e Mato Grosso do Sul, com 11 mil toneladas (+1,4%)

Fonte: Assessoria ABPA
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Suínos / Peixes

Preços do suíno vivo têm novas altas, exportações seguem intensas

Impulso vem do bom desempenho das vendas. Apesar dos embarques terem recuado em maio, frente ao mês anterior, o ritmo continuou intenso.

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Foto: Ari Dias

Os preços do suíno vivo e da carne suína seguem em alta em todas as praças acompanhadas pelo Cepea.

Segundo pesquisadores deste Centro, o impulso vem do bom desempenho das vendas.

Quanto às exportações brasileiras (considerando-se produtos in natura e processados), apesar de terem recuado em maio, frente ao mês anterior, o ritmo continuou intenso.

Conforme dados da Secex, analisados pelo Cepea, a média diária de escoamento foi praticamente a mesma da registrada em abril, de 4,4 mil toneladas; a queda na comparação mensal se deve ao menor número de dias úteis em maio.

No balanço, o Brasil embarcou 103,3 mil toneladas de carne suína, volume 7,4% inferior ao de abril, mas 2,7% superior ao de maio/2023.

Vale ressaltar que, em abril/2024, as exportações foram recordes para o período e atingiram o melhor desempenho mensal deste ano.

 

Fonte: Assessoria Cepea
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Suínos / Peixes

Fraca demanda e oferta elevada de tilápia pressionam valores

Nem mesmo o ritmo intenso dos embarques do produto evitou recuos internos de preços.

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Foto: Jonathan Campos

O mercado de tilápia registrou procura lenta em maio, ao passo que a oferta de peixes esteve elevada.

Segundo pesquisadores do Cepea, esse cenário pressionou as cotações em todas as regiões acompanhadas.

Nem mesmo o ritmo intenso dos embarques do produto evitou recuos internos de preços.

Pesquisadores do Cepea ressaltam, ainda, que esse período do ano é marcado por desvalorizações, devido à menor demanda com a chegada das temperaturas amenas.

Quanto às exportações brasileiras de tilápia (filés e produtos secundários), o volume embarcado somou 1,389 mil toneladas em maio, expressivo aumento de 65,7% frente ao de abril e de 40% na comparação maio/23, segundo dados da Secex.

Fonte: Assessoria Cepea
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