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Avicultura

As “estranhas” ferramentas que têm efeito dos antimicrobianos tradicionais como promotores de crescimento

Alternativamente, encontramos outras substâncias não sintéticas que podem colaborar por meio de mecanismos se não iguais, muito semelhantes, com o resultado de desempenho das aves

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Artigo escrito por Mariel Neves Tavares, gerente Regional de Vendas – Brasil – da Olmix

O nutricionista avícola encontra-se hoje bombardeado por possibilidades incontáveis de ferramentas que auxiliam na redução do uso de antibióticos como promotores de crescimento, ficando sempre a dúvida para qual caminho seguir. É importante que para a redução do uso de antimicrobianos como vem clamando os programas de saúde única, com objetivo de preservar moléculas, evitando assim o desenvolvimento de cepas bacterianas hiper-resistentes, consigamos reduzir a pressão de infecção bacteriana. Para essa função dos antibióticos, ações de biosseguridade em qualquer ambiente de aglomeração são fundamentais, vimos trabalhando há mais de década com esse conceito implementando e seguindo protocolos, e também há menos tempo vem o setor de saúde pública realizando tais medidas.

Os programas de vacinação também auxiliam na prevenção de doenças e aumento de pressão de infecção bacteriana. Para isso, existem opções de cloração, acidificação de água, produtos que auxiliam a manutenção da qualidade de cama e compostagens, desidratadores para redução do volume de resíduos, desinfetantes, etc., bem como diversas tecnologias com vacinas disponíveis.

Já quando falamos do efeito promotor de crescimento dos antimicrobianos, descobertos com essa função nos idos de 1950, temos que lembrar os possíveis mecanismos de ação já relatados e compará-los às ferramentas que vem sendo ofertadas hoje pelo mercado.

O aumento do crescimento de cepas benéficas à composição da flora intestinal em detrimento do crescimento das adversas reduz a atividade bioquímica das bactérias, que é tóxica às células intestinais, promovendo constante resposta inflamatória, sendo por isso um dos mecanismos anti-inflamatórios, assim como altera a membrana celular de bactérias da microflora, tornando-as mais débeis e por isso mais suscetíveis à destruição por diferentes agentes, como ácidos ou álcalis do próprio conteúdo intestinal e ainda geração de lesões nas bactérias que impedem sua fixação na parede do trato gastrointestinal.

A redução da taxa de turnover das células da mucosa intestinal, aumento da eficiência de absorção com redução do tempo de trânsito também são fatores, bem como mecanismos bioquímicos que propiciam redução da fermentação de glicose pela microflora, diminuindo produção de ácido lático, redução dos níveis de fosfatase alcalina e de colitaurina hidrolase alteram quali e quantitativamente a absorção de nutrientes no intestino, aumento da absorção de nitrogênio, reduz a necessidade proteica das dietas, possivelmente pelo melhor aproveitamento de carboidrato e gorduras que não são fermentados quando da diminuição de bactérias adversas no ambiente de absorção intestinal.

Metabolicamente há relatos de redução nas quantidades de amoníaco e aminas tóxicas, possivelmente atreladas a seleção de bactérias que a produzem e em decorrência de degradação de aminoácidos. A deleção de bactérias produtoras de urease também pode ser atribuída à seleção de microflora proporcionada pelos antimicrobianos.

Alternativas

Alternativamente, encontramos diversas outras substâncias não sintéticas que podem colaborar por meio de mecanismos se não iguais, muito semelhantes, com o resultado de desempenho das aves. Os probióticos, considerados substância suplementar na alimentação que beneficia o hospedeiro, melhorando o equilíbrio microbiano, podendo ser bacterianos, como Lactobacillus, Bifidobacterium, Bacillus, e Enterococcus. ou não, como levedura ou fungos que incluem Aspergillus oryzae, Candida pintolopesii, Saccharomyces bourlardii e Saccharomyces cerevisiae .

Essas substâncias podem atuar de diversas formas no sistema gastrointestinal, assim, como os antimicrobianos, alterando a população microbiana por meio de uma mudança no equilíbrio de microrganismos benéficos e prejudiciais. Reduzindo microrganismos patogênicos no intestino pela produção de substâncias antimicrobianas, como as bacteriocinas, e adesão dos microrganismos probióticos ao epitélio intestinal, excluindo patógenos competitivamente ou induzindo resposta do sistema imunológico.

A modulação mais comum da microflora por probióticos é um aumento nas populações de Lactobacillus e Bifidobacteria, enquanto populações de coliformes particularmente Escherichia coli e Clostridium spp. diminuem. Este padrão de modificação da microflora ocorre com todos os tipos comuns de bactérias usadas como probióticos, como as bactérias do ácido láctico. Além disso, essas bactérias produzem ácidos graxos de cadeia curta, como ácido acético e ácido láctico, que podem inibir as bactérias nocivas ao intestino.

Mais benefícios

Assim, de modo geral, os probióticos são capazes de promover aumento da digestão e absorção de alimentos, produção de substâncias antimicrobianas, alteração da expressão genética de microrganismos patogênicos, estimulação da supressão da resposta imune, melhora no reestabelecimento da imunidade intestinal pela recomposição da barreira.

Híbridos de argilas e algas disponibilizam cátions para ligações aniônicas, atuando como cofator inespecífico de enzimas digestivas, propiciando melhor digestibilidade de aminoácidos e gorduras. Algumas misturas naturais de óleos essenciais puderam apresentar ação melhoradora do desempenho, com as quais já foram apresentados estudos que atribuíram o incremento dos dados zootécnicos em aves com mais de 21 dias de idade, à estimulação da secreção de enzimas endógenas.

Polissacarídeo marinhos sulfatados (MSP), obtidos a partir de macroalga verde Ulva armoricana, podem ter efeito antibacteriano contra 42 bactérias cepas e isolados encontrados em animais de produção. Os patógenos mais suscetíveis são Pasteurella multocida, Mannheimia haemolytica, Erysipelothrix rhusiopathiae,Staphylococcus aureus e Streptococcus suis, Enterococcus cecorum, Streptococcus dysgalactiae, Corynebacterium, Trueperella pyogenes e  cepas de Bordetella bronchiseptica.

E ainda o uso de tecnologias de amplo espectro que auxilie na retirada de elementos anti-nutricionais, como toxinas, pode ser importante na redução dos efeitos negativos que causam sobre as células intestinais. Optando-se por alguma das estratégias citadas ou ainda associando-as pode-se obter resultados semelhantes aos obtidos com antimicrobianos tradicionais sem prejuízo à avicultura.

Mais informações você encontra na edição de Aves de setembro/outubro de 2018 ou online.

Fonte: O Presente Rural

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Avicultura

Apesar de isolado, foco de Newcastle no Rio Grande do Sul preocupa setor

Uma eventual suspensão das compras de carne de frango brasileira que exceda os 21 dias do embargo já imposto pelo próprio País pode resultar em um aumento acentuado da disponibilidade interna da proteína, seguido de fortes quedas de preços.

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Foto: Shutterstock

A confirmação de um foco da doença de Newcastle numa granja comercial de frangos no município de Anta Gorda (RS), na região do Vale do Taquari, no final da semana passada, vem deixando o setor em alerta.

Segundo pesquisadores do Cepea, uma eventual suspensão das compras de carne de frango brasileira que exceda os 21 dias do embargo já imposto pelo próprio País pode resultar em um aumento acentuado da disponibilidade interna da proteína, seguido de fortes quedas de preços, podendo, inclusive, afetar a relação de competitividade com as concorrentes bovina e suína.

Diante disso, no curto prazo, pesquisadores do Cepea explicam que devem ocorrer ajustes no alojamento de aves.

O Brasil é, atualmente, o maior exportador de carne de frango do mundo. No segundo trimestre, os embarques superaram em 12,1% os dos três primeiros meses do ano e em 4,1% os de abril a junho do ano passado, conforme dados da Secex compilados e analisados pelo Cepea.

 

Fonte: Assessoria Cepea
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Avicultura

Área de emergência zoossanitária para contenção da doença de Newcastle é limitada a cinco municípios gaúchos

Durante sua vigência, há o isolamento sanitário da área afetada, com a restrição da movimentação de material de risco relacionado à disseminação da doença, incluindo o direcionamento de trânsito por vias públicas para desinfecção, ou mesmo o bloqueio de acessos.

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Foto: Julia Chagas

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) restringiu a área de abrangência da emergência zoossanitária para contenção da doença de Newcastle, limitando-a aos municípios que estão no raio de dez quilômetros a partir do foco confirmado: Anta Gorda, Doutor Ricardo, Putinga, Ilópolis e Relvado. O Governo do Estado publicou, na quinta-feira (25), decreto em que declara estado de emergência de saúde animal nos mesmos municípios.

Inicialmente, o Ministério havia publicado, em 18 de julho, uma portaria colocando todo o Rio Grande do Sul em estado de emergência zoossanitária. “O trabalho da Secretaria da Agricultura foi essencial para a revisão do perímetro do estado de emergência zoossanitária no Rio Grande do Sul. Foi com nossos dados e informações que o Ministério se embasou para tomar esta decisão”, detalha a diretora do Departamento de Vigilância e Defesa Sanitária Animal da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (DDA/Seapi), Rosane Collares.

O estado de emergência tem duração de 90 dias, podendo ser prorrogado em caso de evolução do estado epidemiológico. Durante sua vigência, há o isolamento sanitário da área afetada, com a restrição da movimentação de material de risco relacionado à disseminação da doença, incluindo o direcionamento de trânsito por vias públicas para desinfecção, ou mesmo o bloqueio de acessos.

Até quarta-feira (24), o Serviço Veterinário Oficial do estado já havia vistoriado todas as propriedades dentro do raio de três quilômetros (área perifocal) e iniciava revisitações a estes locais. Foram visitados 78% dos estabelecimentos incluídos no raio de dez quilômetros (área de vigilância) a partir do foco. Somando as duas áreas, são 858 propriedades no total, entre granjas comerciais e criações de subsistência.

As barreiras sanitárias continuam funcionando, ininterruptamente, em quatro pontos na área perifocal e dois locais na área de vigilância. Até o momento, foram abordados 726 veículos alvo na área perifocal e 415 na área de vigilância.

Após o caso confirmado que levou ao decreto de estado de emergência zoossanitária, não houve novas suspeitas de foco da doença. Duas amostras coletadas no município de Progresso, com suspeita fundamentada de síndrome respiratória e nervosa das aves, foram encaminhadas para o Laboratório Federal de Defesa Agropecuária de Campinas (SP) e apresentaram resultado negativo.

Todas as suspeitas da doença, que incluem sinais respiratórios, neurológicos ou mortalidade alta e súbita em aves, devem ser notificadas imediatamente à Secretaria da Agricultura, por meio da Inspetoria ou Escritório de Defesa Agropecuária, pelo sistema e-Sisbravet ou pelo WhatsApp (51) 98445-2033.

Fonte: Assessoria Seapi
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Avicultura

Carne de frango ganha cada vez mais espaço na mesa do brasileiro

Preço acessível, alto valor nutricional e ampla aceitação cultural e religiosa estão entre as vantagens da proteína.

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Produção do frango é mais rápida e sustentável do que outras proteínas - Foto: Jonathan Campos

Considerada uma das melhores opções nutricionais para compor o cardápio, a carne de frango é a proteína animal mais consumida no Brasil. A preferência é atribuída a vários fatores, incluindo preço acessível, alto valor nutricional, versatilidade na culinária e ampla aceitação cultural. De acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), em 2023, o consumo per capta de carne de frango no país chegou a aproximadamente 45,1 kg, confirmando suas vantagens nutricionais e acessibilidade econômica. Em 2009, o consumo individual no Brasil era de 37,5 kg por ano, mas vem crescendo a cada ano.

Nesse mercado, o Paraná é o maior produtor e exportador de aves e derivados do Brasil. O estado é responsável por cerca de 36% da produção nacional, além de 42% do volume de exportações do segmento. O empresário Roberto Kaefer, presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar), destaca que os mercados nacional e internacional estão atentos às vantagens e ao custo-benefício da carne de frango, o que vem impulsionando a demanda gradativamente. “Além do consumo interno, o produto brasileiro tem compradores em diversos países, em especial na Ásia e Oriente Médio, que são locais com grande demanda em função de questões religiosas e culturais”, analisa.

Em países com predominância de culturas muçulmanas e hindus, o consumo de carne bovina é proibido ou restrito devido às práticas religiosas. O frango, por outro lado, é amplamente aceito, pois não está sujeito às mesmas restrições religiosas. “Além disso, a culinária asiática e do Oriente Médio inclui muitas receitas tradicionais que utilizam carne de frango”, comenta Kaefer.

Custo-benefício

A eficiência produtiva da carne de frango é outro diferencial. Cassiano Marcos Bevilaqua, diretor associado de Marketing LatCan, explica que a produção de frango possui um ciclo significativamente mais curto e econômico comparado a outras proteínas animais. Segundo ele, um frango consome cerca de 1,5 kg de ração para cada quilo de carne produzida, levando aproximadamente 42 dias para atingir o peso ideal de abate. O prazo é bem inferior ao da produção de suínos e bovinos, que têm ciclos de produção muito mais longos e menos eficientes.

Bevilaqua fala que um porco, por exemplo, precisa consumir 3 kg de ração e leva mais de 150 dias para ser abatido. No caso do boi, a taxa de conversão é de 4×1 e precisa de pelo menos dois anos para ser abatido. “Por ter um ciclo mais rápido e mais eficiência produtiva, o frango elimina menos dejetos, consome menos alimento e necessita de menos espaço para a produção, o que torna a carne de frango muito mais sustentável do que as demais”, esclarece.

Dieta equilibrada

Foto: Divulgação/OP Rural

Um dos grandes atrativos da carne de frango é o seu valor nutricional. Trata-se de um alimento rico em proteínas de alta qualidade e que fornece todos os aminoácidos essenciais que o corpo humano necessita, segundo a USDA National Nutrient Database. Em 100 gramas de peito de frango cozido, por exemplo, há cerca de 31 gramas da proteína, essencial para o crescimento e reparação dos tecidos.

Outra vantagem é o baixo teor de gorduras saturadas, especialmente quando consumida sem pele, com aproximadamente 3,6 gramas de gordura total por 100 gramas, e um total de 165 kcal. A carne de boi, por outro lado, contém mais gorduras saturadas (10g de gordura total por 100g de carne magra cozida) e é mais calórica (250 kcal por 100g). O mesmo ocorre com os suínos, que tem de 10 a 12g de gordura total por 100g de carne magra cozida e 242 kcal.

Composição nutricional

Roberto Alexandre Yamawaki, gerente de Serviços Técnicos e Produtos para a América Latina da Hubbard, aponta outros benefícios nutricionais. Ele pontua a presença de nutrientes que são essenciais para a dieta, tais como aminoácidos essenciais e proteínas de alta qualidade, importantes para a construção e reparação de tecidos, bem como para a produção de enzimas e hormônios.

Segundo o especialista, o consumo regular de carne de frango oferece múltiplos benefícios para a saúde. A inclusão da proteína na dieta pode ajudar no controle de peso, fortalecer o sistema imunológico, melhorar o crescimento muscular e fornecer energia sustentável.

Entre os nutrientes presentes no frango estão Omega-6 e colina, vitaminas do Complexo B – como Vitamina B3 (Niacina), Vitamina B6 (Piridoxina) e a Vitamina B12 (Cobalamina) –, além de minerais como fósforo, selênio e zinco. “A carne de frango possui vários benefícios específicos que a torna uma escolha adequada e popular para o consumo. Pois ela possui uma grande versatilidade culinária, o que a torna uma opção prática para diferentes refeições e estilos de culinária”, reforça.

Sindiavipar

O Sindiavipar representa as indústrias de produtos avícolas. A carne de frango produzida no Paraná é exportada para 150 países.

O processamento de aves no Paraná se concentra em 29 municípios e 35 indústrias. Além disso, a avicultura gera 95,3 mil empregos diretos e cerca de 1,5 milhão de empregos indiretos no Estado. São mais de 19 mil aviários, aproximadamente e 8,4 mil propriedades rurais distribuídas em 312 municípios paranaenses. As indústrias associadas ao Sindiavipar são responsáveis por 94% da produção estadual.

Segundo o Relatório da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), o Brasil ocupa o primeiro lugar no mercado global de carne de frango, sendo o principal exportador do produto.

 

Fonte: Assessoria Sindiavipar
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