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Antibióticos X Anti-inflamatórios em bovinos

Embora tenham nomenclaturas semelhantes é importante ressaltar que são classes distintas com mecanismos de ação e efeito diferenciado

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A pecuária é uma das atividades mais expressivas do agronegócio brasileiro. Em 2020, o rebanho bovino do Brasil se aproximou ao número de 220 milhões de cabeças, se tornando o maior do mundo e representando uma fatia de 14,3% do rebanho mundial.

Sabe-se que a alta performance do setor acontece de forma mais eficaz quando o bem-estar animal está intimamente associado ao manejo e criação, mas ainda assim infecções e traumas ainda fazem parte da rotina das fazendas.

Como o objetivo de assegurar a máxima produtividade animal e auxiliar na garantia do sucesso e evolução do setor, a indústria farmacêutica se faz cada vez mais presente estimulando a incorporação de estratégias terapêuticas e profiláticas no manejo rotineiro dos animais, sendo os agentes antibióticos  uma classe de grande relevância, seguida pelos anti-inflamatórios. Embora tenham nomenclaturas semelhantes, é importante ressaltar que são classes de drogas distintas, com mecanismo de ação e efeitos bem diferenciados.

Antibióticos

Antibióticos são medicamentos de importância histórica na construção da sociedade humana assim como na criação de animais. Sua ação tem como objetivo o controle de infecções,  especialmente das infecções por bactérias. Assim, de acordo com sua ação sobre as bactérias podemos classificá-los como:  bacteriostáticos e/ou  bactericidas. Os antibióticos bactericidas atuam eliminando diretamente a colônia bacteriana, enquanto os antibióticos bacteriostáticos inibem seu crescimento e multiplicação.

Os antibióticos são imprescindíveis na manutenção do bem-estar e preservação da vida quando doenças infecciosas ocorrem ou quando o risco de ocorrência dessas doenças é premente. Entretanto a utilização dos antibióticos deve ser criteriosa e o mais certeira quanto possível, buscando o efeito desejado para proporcionar a recuperação, o retorno ao bem-estar e a produtividade, além da preservação das moléculas, a fim de se evitar o desenvolvimento da resistência bacteriana tanto em veterinária, quanto na medicina humana. Portanto a presença do médico veterinário é imprescindível, pois ele é o profissional capaz de diagnosticar as doenças e determinar as melhores opções de tratamento.

Anti-inflamatórios

Diferentemente dos antibióticos, os anti-inflamatórios não têm como objetivo eliminar agentes infecciosos, mas sim reduzir os efeitos nocivos determinados pelas inflamações que podem ou não acompanhar os processos infecciosos.

Sempre que o organismo sofre alguma agressão, o sistema imune entra em ação com participação das células de defesa e mediadores químicos para proteger a região afetada, reparar danos e tentar eliminar a agressão. Caracteristicamente o processo inflamatório apresenta cinco sinais clássicos que são:  inchaço ou edema (tumor),  calor, vermelhidão (rubor), dor e se não controlado haverá perda da função. A fim de se evitar este processo lançamos mão dos anti-inflamatórios.

Os medicamentos anti-inflamatórios são divididos em dois grandes subgrupos: esteroidais (glicocorticoides) e não-esteroidais (AINE’s).

Os anti-inflamatórios esteroidais são análogos sintéticos aos hormônios esteroides envolvidos em diversas funções fisiológicas e podem ser classificados como de ação curta (cortisona e hidrocortisona), ação intermediária (prednisona, prednisolona, metilprednisolona e triamcinolona) e de ação longa (dexametasona e betametasona). Eles atuam bloqueando a enzima que é envolvida logo no início do processo inflamatório, a fosfolipase. Entretanto, os corticosteroides, como também são denominados os anti-inflamatórios esteroidais, podem trazer reações indesejadas quando usados sem critério, especialmente sobre os sistemas renal, cardiovascular e imune, metabolismo energético, dentre outros.

Os anti-inflamatórios não esteroidais são outra opção para o controle inflamatório e possuem propriedades analgésicas, antitérmicas, anti-inflamatória e antitrombótica. Alguns também possuem propriedade anti-endotóxica, auxiliando na recuperação de doenças que podem determinar toxemias,. Eles atuam principalmente através da inibição da enzima cicloxigenase (COX) que participa na etapa logo a seguir a ação da Fosfolipase. Assim inibem a formação de prostaglandinas e tromboxano A2, substâncias resultantes da ação da COX inflamatória, denominada COX-2.

É importante destacar que também temos uma cicloxigenase que exerce importantes papéis no organismo, a COX-1. A ação da COX-1 protege os sistemas gastrointestinal, renal, cardiovascular, reprodutivo e na coagulação sanguínea.

No universo dos AINE’s, a maioria dos medicamentos existentes inibem tanto a ação da COX-1, fisiológica, quanto da COX-2, inflamatória. Dependendo do AINE teremos uma maior ou menor inibição da COX-2, e isso tem relação com o potencial surgimento de reações indesejáveis, como distúrbios gastrointestinais, cardiovasculares, renais e de coagulação do sangue.

Assim temos os AINE’s seletivos COX-2 que atuam basicamente inibindo essa enzima com efeito quase nulo sobre a COX-1, os AINE’s denominados preferenciais com maior ação sobre a COX-2 e muito pouca ação sobre a COX-1 e aqueles que inibem tanto a COX-1 quanto a COX-2, com maior ou menor efeito sobre a COX-1 de acordo com cada um deles. Na medicina veterinária de equinos e pequenos animais há opção de COX-2 seletivo, além dos outros AINE’s. Já para bovinos ainda não há  a opção COX-2 seletivo, mas as outras opções ocorrem.

Ainda na formação do processo inflamatório além da participação da COX-2 resultando na produção de prostaglandinas e tromboxano A2, também temos a via da lipoxigenase que resultará na formação de leucotrienos, outros agentes inflamatórios. No universo dos AINE’s temos alguns deles que inibem tanto a via da COX-2 quanto a via da lipoxigenase.

Existem situações infecciosas em que o uso combinado das duas classes de medicamentos, antibióticos e anti-inflamatórios, é indicado, principalmente quando as inflamações são causadas por certas doenças bacterianas, que resultam em reações inflamatórias severas que dificultam a cura e comprometem a vida como alguns tipos de manifestação de mastites, pneumonias e diarreias, por exemplo. Nestes casos a presença dos agentes bacterianos, sua multiplicação e produção de toxinas, promove um processo inflamatório grave e o uso de antimicrobianos isolados pode não resultar no efeito desejado ou atrasar a recuperação. Portanto, nestes casos, a associação de terapias com antibióticos adequados junto a anti-inflamatórios é necessária. Porém, nem toda inflamação é provocada por uma infecção bacteriana e nem toda infecção bacteriana apresenta sinais de inflamação grave.

Para tratar um animal é importante ter em mente qual é o objetivo de cada um dos medicamentos a serem usados, como eles agem, o que eles provocam, e possíveis reações indesejadas, visando ter real sucesso com a abordagem terapêutica sem renunciar aos cuidados com o bem-estar do paciente a ser tratado assim como do rebanho em geral. Então, mais uma vez a participação do médico veterinário é imprescindível, pois ele quem irá determinar o tratamento com a participação de uma ou outra classe de medicamentos e até mesmo de ambas as classes.

Referências:

ANDRADE, S. F. Manual de Terapêutica Veterinária. 2 ed. Editora Roca: São Paulo. 2002.

BRENOL, J. C. T.; XAVIER, R. M.; MARASCA, J. Antiinflamatórios não hormonais convencionais. Revista Brasileira de Medicina. 2000; p 57.

REGIANATO, J.B. & LEAL, R.M.P. Comportamento e Impacto Ambiental de Antibióticos usados na Produção Animal Brasileira. Revista Brasileira de Ciência do Solo. 2010. e 34. p 601-616.

SPINOZA, H.S.; GÓRNIAK, S.L. & BERNARDI, M.M. Farmacologia aplicada à medicina veterinária. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2006.

Fonte: Assessoria

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Sindiavipar critica decisão do STF sobre desoneração da folha de pagamento

Sindicato faz um apelo aos membros do Congresso para que intervenham e revertam essa decisão, visando preservar as condições já estabelecidas para os setores empresariais afetados.

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Foto: Jonas Oliveira

O Sindicato das Indústrias Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar) manifestou, nesta sexta-feira (26), sua preocupação diante da decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Cristiano Zanin, de suspender a desoneração de impostos da folha de pagamentos dos setores empresariais que mais empregam no país.

Anteriormente, esta medida havia sido aprovada pelo Congresso Nacional com ampla maioria de votos.

De acordo com o Sindiavipar, a decisão do STF responde a um pedido do governo federal e pode impactar negativamente o emprego, elevar os custos de produção, agravar a inflação e acentuar a insegurança jurídica no país.

Diante disso, o sindicato faz um apelo aos membros do Congresso para que intervenham e revertam essa decisão, visando preservar as condições já estabelecidas para os setores empresariais afetados.

Confira a nota na íntegra: 

É com extrema preocupação e profunda decepção que o Sindicato das Indústrias Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar) recebe a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal, Cristiano Zanin, de suspender a desoneração de impostos da folha de pagamentos dos setores empresariais que mais empregam no país, que havia sido duplamente referendada pelo Congresso Nacional por esmagadora maioria de votos dentro do mais transparente processo democrático.

Além de ferir o princípio constitucional da equidade dos três poderes, a lamentável medida, que atende inoportuno pedido do governo federal, expõe mais uma intromissão indevida do STF em atribuições que são exclusivas do legislativo, com potencial para levar à demissão milhões de trabalhadores, restringir novas contratações, elevar os custos de produção com forte impacto inflacionário e aumentar a insegurança jurídica do Brasil, fator que já vem desestimulando novos investimentos na economia e travando o crescimento nacional.

O Sindiavipar espera que os senadores e deputados federais, representantes legítimos dos interesses e das aspirações da população brasileira, tomem as necessárias e urgentes providências para derrubar o ato infeliz do ministro do STF e restaurar a vontade soberana do Parlamento, evitando um grave retrocesso que trará desastrosos prejuízos econômicos e sociais para o país.

Sindiavipar

Curitiba, 26 de abril de 2024

Fonte: O Presente Rural
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Com presença de autoridades, 89ª ExpoZebu será aberta oficialmente neste sábado

Expectativa é que 400 mil pessoas passem pela maior feira da pecuária zebuína do mundo até o dia 6 de maio, 35 comitivas internacionais com 700 estrangeiros.

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Foto: Divulgação/ABCZ

Será aberta oficialmente neste sábado (27), a 89ª ExpoZebu – Genética Além das Fronteiras. O presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), Gabriel Garcia Cid, fará a abertura da solenidade às 10 horas no Parque Fernando Costa, em Uberaba (MG).

Confirmaram presença no evento o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, o governador do Ceará, Elmano de Freitas, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Carlos Fávaro, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, o secretário de Defesa Agropecuária do Mapa, Carlos Goulart.

A expectativa é que 400 mil pessoas passem pela maior feira da pecuária zebuína do mundo até o dia 6 de maio, 35 comitivas internacionais com 700 estrangeiros.

A ExpoZebu deste ano ressalta a força da cadeia produtiva da carne e do leite destacando avanços da genética zebuína, a relevância dos subprodutos da pecuária, trazendo ampla gama de produtos e serviços especializados.

Além disso, evidencia para criadores, investidores, profissionais do setor, estudantes e toda a comunidade as mais recentes técnicas de produção, manejo de rebanhos, nutrição animal, inovação tecnológica e oportunidades de negócios, apresentando muito mais do que uma exposição de gado.

Esta edição conta com 2.520 animais que participarão dos julgamentos entre os dias 28 e abril a 4 de maio. A programação também inclui o 2º Congresso Mundial de Criadores de Zebu (Comcebu), o 44º Torneio Leiteiro, 38 leilões, 8 shoppings de animais, palestras educativas, workshops práticos, demonstrações ao vivo voltadas ao impulsionamento da eficiência e produtividade porteira adentro.

Além disso, atrações para todos os públicos como a tradicional Feira de Gastronomia e Alimentos de Minas, a 39º Mostra do Museu do Zebu e shows, o que contribui para a movimentação da economia com geração de 4.200 empregos diretos e indiretos.

O Parque Fernando Costa estará aberto para visitação durante os dias de feira das 7h30 às 22h. Especialmente neste sábado, os visitantes poderão degustar pipoca e algodão doce gratuitamente no período da manhã.

A ‘89ª ExpoZebu – Genética Além das fronteiras’ é uma realização da ABCZ, com patrocínio de Cervejaria Petrópolis – Itaipava, Neogen, Banco do Brasil, Cachaça 51: uma boa ideia, Sistema CNA/Senar, Programa leilões, Chevrolet, SETPAR empreendimentos e Caixa – Governo Federal e apoio de Geneal, Sicoob Credileite, Prefeitura de Uberaba – Geoparque, Sindicato Rural de Uberaba e Fazu.

Fonte: Assessoria ABCZ
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ABCZ lança campanha para valorização do produtor rural e da produção de carne e leite

Vídeos educativos serão exibidos em painéis no Parque Fernando Costa, durante a 89ª ExpoZebu.

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A Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) inicia a 89ª ExpoZebu, maior feira de pecuária zebuína do mundo, uma campanha de valorização do produtor rural e da produção de carne e leite. Trata-se de vídeos educativos com informações importantes sobre o setor.

‘Conhecer para Admirar’ é uma série de 3 episódios com histórias de personagens que tiveram as vidas transformadas pelo agronegócio. A ABCZ também divulgará dois vídeos educativos evidenciando os benefícios da carne e do leite.  “Nós precisamos ampliar o diálogo com a população para combater informações equivocadas sobre a pecuária e agronegócio. Por isso, na campanha, mostraremos exemplo de trabalho e superação na produção rural, além dos benefícios da carne e do leite: empregos gerados, produtos e subprodutos, e principalmente as qualidades nutricionais indispensáveis para a nossa saúde. Tudo isso é fruto do melhoramento genético”, destaca o presidente da ABCZ, Gabriel Garcia Cid.

O trabalho desenvolvido pela ABCZ contribuiu para o desenvolvimento da genética no país. Entidade ligada ao Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), a ABCZ é responsável pelos registros de animais zebuínos no Brasil. Ao longo de seus 105 anos, a associação já registrou cerca de 23 milhões de animais. E esse progresso genético levou o Brasil ao topo do ranking de exportadores de carne bovina.

Os vídeos serão lançados nesta sexta-feira (26), durante reunião da Frente das Associações de Bovinos do Brasil (FABB). Em seguida, serão publicados nas redes sociais da ABCZ e serão divulgados nos telões do Parque Fernando Costa, durante a 89ª ExpoZebu, por onde passam cerca de 400 mil pessoas.

Fonte: Assessoria ABCZ
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