Notícias Entre janeiro e outubro
Agricultores receberam R$ 3,6 bilhões em indenizações de seguro rural
Valor pago por companhias seguradoras representa crescimento de 75,6% sobre os R$ 2,097 bilhões pagos no mesmo período de 2020.
A Superintendência de Seguros Privados (Susep) divulgou a Síntese Mensal dos principais dados relativos ao desempenho do setor de seguros até outubro de 2021. As informações foram obtidas a partir dos dados encaminhados pelas companhias supervisionadas. Os dados agregados são disponibilizados para diversos segmentos, dentre eles o de seguro rural das atividades agrícolas, aquícolas, de florestas e pecuária, que são passíveis de participação no Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
Nessas atividades, as 15 companhias seguradoras habilitadas no PSR, pagaram R$ 3,6 bilhões em indenizações aos agricultores entre janeiro e outubro de 2021, que representa um aumento de 75,6% sobre os R$ 2,097 bilhões pagos no mesmo período de 2020. O ano passado fechou com total de R$ 2,5 bilhões em pagamentos de sinistros.
O diretor do Departamento de Gestão de Riscos da Secretaria de Política Agrícola do Mapa, Pedro Loyola, afirma que muitas informações da Susep são contábeis e ainda não há um detalhamento por cultura, evento e região dos sinistros ocorridos no ano. Esses dados são compilados, criticados e revisados em relatório anual que será publicado no próximo ano.
Loyola explica que o milho de segunda safra foi o ponto fora da curva em 2021, pois os produtores do Paraná, Mato Grosso do Sul e São Paulo tiveram sinistros com estiagem agravadas com geadas. Além da estiagem e geadas no milho de segunda safra, contribuíram para um aumento da sinistralidade nas lavouras brasileiras em 2021 as geadas ocorridas no café, principalmente em Minas Gerais e São Paulo.
O PSR teve um papel importante na alavancagem de contratações de seguro rural em 2021 para as culturas de milho de segunda safra e café. O Mapa apoiou praticamente toda a demanda de seguro dessas culturas com subvenção de 40%. Para o milho de segunda safra foram 33.735 apólices de uma área segurada de 2,3 milhões de hectares, com um valor segurado de R$ 7 bilhões. O Mapa destinou R$ 278,3 milhões em subvenção ao prêmio para produtores, de um total emitido de R$ 712,2 milhões para a cultura. No café, o PSR apoiou a contratação de 8.635 apólices, totalizando uma área segurada de 210,5 mil hectares, com valor segurado de R$ 2,1 bilhões, que contou com a geração de R$ 57,4 milhões em prêmio total, dos quais R$ 22,8 milhões foram pagos pelo PSR.
Orçamento 2021 e 2022 do PSR
O PSR começou o ano, após cortes no orçamento, com o valor de R$ 924 milhões para aplicação em 2021. O valor permite proteger uma área de 9,7 milhões de hectares, número inferior aos 13,7 milhões amparados no ano anterior, mesmo com orçamento maior que o liberado em 2020, de R$ 881 milhões Com o aumento dos custos de produção e de preços das commodities agrícolas acima de 30%, o valor segurado também aumenta, acarretando um prêmio (valor da apólice) maior e, consequentemente, a necessidade de um volume de recursos maior para a subvenção.
Desde agosto de 2021, o Mapa tem pleiteado junto ao Ministério da Economia e ao Congresso Nacional, recurso suplementar de R$ 376 milhões, que somados aos R$ 924 milhões atingiria o montante de R$ 1,3 bilhão, recurso que poderia atender os 13,7 milhões de hectares em 2021. Até o momento já foram obtidos R$ 77 milhões e outros R$ 80 milhões estão tramitando no Congresso Nacional. Além disso, há uma demanda do Mapa que solicita, ao Ministério da Economia, os valores restantes de R$ 218,8 milhões, que ainda serão analisados pela Junta de Execução Orçamentária.
Para 2022, a demanda é de R$ 1,4 bilhão para o PSR. O Projeto de Lei Orçamentária – PLOA 2022, em tramitação no Congresso Nacional, prevê o montante de R$ 990 milhões, sendo necessários ainda R$ 410 milhões em recursos complementares para que atinja o valor necessário.
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Clana 2024 será palco de discussão sobre os caminhos da produção competitiva na nutrição animal
Encontro vai reunir profissionais do setor da América Latina que buscam expandir conhecimentos e se atualizarem das inovações que estão transformando a indústria de alimentação animal mundial.
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Novo indicador e recorde de produtividade marcam a 16ª edição do Melhores da Suinocultura Agriness
Os ganhadores da 16ª edição do Prêmio Melhores da Suinocultura Agriness foram conhecidos na última sexta-feira, dia 3 de maio, em cerimônia realizada no Hotel Intercity, em Florianópolis/SC, e transmitida pelo canal da Agriness no YouTube.
Nessa edição, o maior projeto de benchmarking da suinocultura contou com a participação de 2.493 granjas e 2.206.191 matrizes de 24 países da América Latina, da Europa e da Ásia. Com o tema “Onde muitos compartilham informações, todos ganham”, o Melhores reforça a importância do compartilhamento de informação para o crescimento das granjas, da indústria e de um país.
O prêmio é concedido aos produtos de suínos que alcançam os melhores resultados em produtividade durante o ano. Em 2023 o Melhores teve a participação de granjas de 24 países divididas nas categorias Brasil, Argentina, Colômbia e Outros Países, que reúne granjas de diferentes países em uma mesma base de comparação e classificação. O indicador avaliado é o DFA (desmamado/fêmea/ano), sendo premiados os produtores que alcançaram os melhores resultados nesse indicador. No Brasil a premiação é realizada por faixa de matriz (tamanho de granja) e nos demais países por classificação geral.
A edição foi marcada pelo recorde de produtividade de 41,34 DFA alcançado pela Granja Las dos Emilias, de Chivilcoy, Buenos Aires, Argentina. Essa é a primeira vez, em dez anos de campeonato, que a Argentina conquista o Troféu Reynaldo Migliavacca.
Além disso, também foi apresentado para a comunidade o novo indicador de produtividade: o LPV – Leitões Produzidos na Vida da matriz. O LPV representa a quantidade de leitões que a matriz produziu na sua vida útil, antes de ser removida do plantel, por descarte ou morte. O LPV foi criado após observações de necessidade da suinocultura atual frente ao custo genético.
O Melhores da Suinocultura Agriness é idealizado e realizado pela agriness e, em 2024, conta com o apoio das empresas American Nutrients, Danbred Brasil, De Heus, Suinorte, Zoetis e ZooProfit na premiação Brasil, e Provimi na premiação Colômbia.
Conheça os ganhadores:
Brasil
Produtor Evolução DFA
Leitão Pérola: Granja Princesa Isabel – Laíze Heidemann Hang (Santa Rosa de Lima/SC) – de 30,23 para 35,54 desmamados/fêmea/ano.
Até 300 matrizes
Leitão de Ouro: Granja Everaldo Klein – Everaldo Klein (Salgado Filho/PR) – 37,32 desmamados/fêmea/ano
Leitão de Prata: Chácara Vó Ita – Mateus Simão (Castro/PR) – 37,20 desmamados/fêmea/ano
Leitão de Bronze: Granja Rhaetia 103 – Wienfriend Matthias Leh (Guarapuava/PR) – 25,50 desmamados/fêmea/ano
301 a 500 matrizes
Leitão de Ouro: Fazenda Cinco Estrelas – Ricardo Santos Bartholo (Patrocínio/MG) – 40,83 desmamados/fêmea/ano
Leitão de Prata: Granja São Bartolomeu – José Mário Russo Maroca (Rio Casca/MG) – 38,13 desmamados/fêmea/ano
Leitão de Bronze: Granja Canal – Adelício Antonia Canal (Itá/SC) – 37,32 desmamados/fêmea/ano
501 a 1000 matrizes
Leitão de Ouro: Fazenda Várzea do Pau D’Alho – Joaquim Campos Pereira (Lima Duarte/MG) – 37,64 desmamados/fêmea/ano
Leitão de Prata: Granja Nossa Senhora Aparecida – Rodolfo Oliveira Chavaglia (Rio Verde/GO) – 37,11 desmamados/fêmea/ano
Leitão de Bronze: Granja Bela Vista – Luciano Salgado Arantes (Urucânia/MG) – 36,61 desmamados/fêmea/ano
1001 a 3000 matrizes
Leitão de Ouro: Pôr do Sol II – Flávio José de Abreu David (Martinho Campos/MG) – 37,84 desmamados/fêmea/ano
Leitão de Prata: UPL Kunz – Vernei Kunz (Travesseiro/RS) – 37,62 desmamados/fêmea/ano
Leitão de Bronze: Santa Vitória – Murilo da Silveira Coelho, Grupo Cabo Verde (Santa Vitória/MG) – 36,83 desmamados/fêmea/ano
Acima de 3000 matrizes
Leitão de Ouro: Granja Becker – Milton Becker (Quatro Pontes/PR) – 36,52 desmamados/fêmea/ano
Leitão de Prata: Fazenda Jacaré – Tito Garavani Soares e Outros (Ponte Nova/MG) – 34,85 desmamados/fêmea/ano
Leitão de Bronze: Agrobisollo 02 – Rodrigo Bisollo (Seara/SC) 34,56 desmamados/fêmea/ano
Argentina
Produtor Evolução DFA
Leitão Pérola: Las dos Emilias – RE Hermanos S.R.L (Chivilcoy/B.A.) – de 36,31 para 41,34 desmamados/fêmea/ano.
Leitão de Ouro: Las dos Emilias – RE Hermanos S.R.L (Chivilcoy/B.A.) – 41,34 desmamados/fêmea/ano
Leitão de Prata: Cara Cara – Tarraneo Lautaro (San Andrés de Giles/B.A.) – 39,33 desmamados/fêmea/ano
Leitão de Bronze: Establecimiento Porcal – Establecimiento Porcal S.A. (Despeñadores/C.B.A) – 39,02 desmamados/fêmea/ano.
Colômbia
Produtor Evolução
Leitão de Pérola: Granja Cria San Juan – Compañia Industrial de Productos Agropecuarios (Fredonia/ANT) – de 29,50 para 34,59 desmamados/fêmea/ano.
Leitão de Ouro: Granja Lomitas – Jamones del Huila (Garzon/HUI) – 37,41 desmamados/fêmea/ano
Leitão de Prata: La Piedrahita – Campañia Industrial de Productos Agropecuarios (Donmatías/ANT) – 36,55 desmamados/fêmea/ano
Leitão de Bronze: La Capadocia – La Capadocia Ltda (Pensilvania/CAL) – 36,22 desmamados/fêmea/ano
Outros Países
Produtor Evolução
Leitão Pérola: Agropecuária San Luis – Walter Luiz Haas (Alto Verá/PRY) – de 29,43 para 32,56 desmamados/fêmea/ano.
Leitão de Ouro: Granja San Bernardo – Granja San Bernardo S.A. (Santa Rita/PRY) – 35,79 desmamados/fêmea/ano.
Leitão de Prata: Santa Patrícia Sede – Pisco – Negociación Pecuaria Santa Patrícia S.A (Pisco/PER) – 35,20 desmamados/fêmea/ano.
Leitão de Bronze: Granja El Espino – Wei Ting Chen (Santa Cruz de La Sierra/BO) 33,64 desmamados/fêmea/ano.
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Os benefícios da formalização do trabalho rural
No ano de 2023, 26% da ocupação profissional total do Brasil estava no campo.
De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), 28 milhões de pessoas trabalham no agro, isso significa pouco mais de ¼ da população brasileira empregada no campo (um estudo divulgado em 03/2024).
Com as crescentes discussões sobre direitos trabalhistas e a crescente demanda de oportunidades no campo, essa questão ressalta o quanto o empregador do agro precisa ficar atento à formalização do trabalho rural, seja ele pelos meios da contratação temporária ou fixa, por meio da CLT. Para organizar de forma preventiva e Legal, a advocacia trabalhista atua no agro de forma preventiva, auxiliando às empresas rurais ao resguardo de possíveis litígios com empregados.
A formalização do trabalho rural agrega benefícios de via dupla: tanto para o empregador como para o empregado.
Entre eles podemos destacar cinco pontos:
- Esclarecer ao empregado que a formalização não significa um ônus em seus rendimentos mas, sim, uma segurança em diversos aspectos;
- Assegurar ao empregado seus direitos trabalhistas;
- Aliviar os desafios diários do produtor e empregador rural em relação a muitos pontos, entre eles, ausências não justificadas ou doenças;
- Facilitar ao produtor rural o controle de jornada e a correta remuneração por horas adicionais trabalhadas, o que também favorece o trabalhador rural;
- Treinamento adequado para prevenção de acidentes de trabalho e entre outros.
Trabalho no campo
Existem diversas normas exclusivas para reger o trabalho realizado pelos profissionais do campo. Como base, temos a Lei 5879: que institui normas regulatórias para o Trabalhador Rural, de 08 de junho de 1973. Esse estatuto contempla 21 artigos, alguns atualizados em 2008. “A interpretação e aplicação correta dessas bases Legais no ambiente de trabalho rural é fundamental para proteger tanto o trabalhador como o empregador”, ressalta a advogada Nayara Marcato Sanders, especialista em advocacia preventiva trabalhista.