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Suínos / Peixes

Adensamento e intensificação aumentam riscos sanitários

Pesquisador da Iowa State University, Daniel Linhares, alerta para aumento dos riscos de introdução e disseminação de patógenos nas granjas com sistemas atuais de produção

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A sanidade ocupa hoje lugar-central entre as preocupações do setor suinícola mundial. Os eventos sanitários registrados nos últimos anos – em especial a ocorrência da Diarreia Epidêmica dos Suínos (PED), nos Estados Unidos, e a Peste Suína Clássica, na Europa – colocaram o setor em estado de alerta e evidenciaram a necessidade de se desenvolver mecanismos mais ágeis de monitoramento, detecção, controle e erradicação de enfermidades na suinocultura. É o que defende o médico veterinário Daniel Linhares, professor e diretor do Curso de Pós-Graduação da Iowa State University, nos Estados Unidos, que conduziu um debate durante o 12º Seminário Internacional de Suinocultura Agroceres PIC, realizado em meados de setembro, no Rio de Janeiro.

Para o estudioso, a modernização da atividade, com a intensificação da produção e o adensamento dos animais em unidades com múltiplos sítios em propriedade cada vez maiores, aumentou o risco de introdução e disseminação de patógenos nas granjas suinícolas. “A cadeia de produção de proteína animal é cada vez mais complexa e moderna. Complexa no sentido de ser dependente de milhares de eventos de transferência de animais desde a fase reprodutiva até o abate. Para se ter uma ideia, aproximadamente 350 mil suínos são transferidos diariamente no Brasil” afirmou Linhares. “Ao mesmo tempo, houve uma modernização da operação, com granjas cada vez maiores, alto capital empregado e uso intensivo de tecnologia. Isso significa que o risco econômico da atividade é cada vez maior”, completou.

Segundo o pesquisador, diante desse novo modelo de produção, um dos maiores riscos da atividade suinícola passa a ser o sanitário. “Os animais são expostos diariamente a agentes infecciosos. E a infecção de lotes de animais com agentes economicamente importantes afeta significativamente a sustentabilidade da operação a curto, médio ou longo prazos”, afirmou.

Linhares citou como exemplo aos cerca de 400 participantes um levantamento feito com suinocultores estadunidenses que aponta oportunidade econômica de US$ 20 por cevado produzido naquele país. “E esses US$ 20 por cevado podem ser a diferença entre o lucro e o prejuízo certo”, observou.

Emergentes, Reemergentes ou Endêmicos

De acordo com Linhares, independente de serem emergentes, reemergentes ou endêmicos, os patógenos sempre ocasionam perdas no desempenho dos animais e impactos econômicos negativos na produção. “A Lawsonia (microorganismo causador da Enteropatia Proliferativa dos Suínos, ou Ileíte) é um patógeno que afeta muito o desempenho dos animais. Mas há agentes que geralmente não causam grandes impactos, mas a eventual mudança do equilíbrio entre animal-patógeno-ambiente os faz ganhar força, como é o caso da E.coli e do Senecavirus A”, afirmou Linhares. “E, obviamente existem os patógenos que realmente são novos em determinado ponto no tempo/espaço e que causam grandes prejuízos, como por exemplo os diversos Coronavirus suínos registrados nos Estados Unidos entre os anos de 2013 e 2014”, lembrou.

Embora faça questão de enfatizar que todos os patógenos são relevantes e devem ser adequadamente monitorados e controlados, Linhares apontou o vírus da PRSS (Síndrome Reprodutiva e Respiratória dos Suínos) como o mais importante nos Estados Unidos e Europa. Segundo ele, um estudo de 2011, realizado pela Iowa State University, calculou que o PRRSv custa para a indústria suinícola dos Estados Unidos US$ 664 milhões por ano. Na Europa, os números são estimados em 1,5 bilhão de euros por ano.

De acordo com o especialista, em resposta à PRRS, as granjas norte-americanas têm adotado uma série de procedimentos para conter ou minimizar os impactos da doença. Entre eles, a adoção de fluxos adequados de leitoas (unidades de preparação de leitoas), monitoria sanitária intensa e rigorosa, fluxos unidirecionais “todos dentro-todos fora”, entre outros.

Ele aponta as maiores preocupações no Brasil, apesar de o país ser livre de alguns dos principais patógenos que causam perdas no setor. “No Brasil, não temos a PRRS, mas temos muitas misturas de origem, ventilação natural, sistemas contínuos, etc., o que faz com que doenças bacterianas floresçam e se perpetuem”, observou Linhares.

Mais Controle

Frente a essa realidade, preconizou o especialista, o primeiro passo para o controle do impacto econômico dos agentes infecciosos na produção suinícola é a prevenção e, em alguns casos, a construção da imunidade do rebanho. “Isso significa estruturar um bom programa de biossegurança, focado, sobretudo, na redução de número de eventos, como redução da introdução de animais, estabelecimento rigoroso dos períodos de vazio sanitário, dias de remoção de dejetos no ano, etc.”, sugeriu o palestrante.

O segundo ponto a ser observado nos protocolos de biossegurança, defendeu o especialista, é reduzir ao máximo o risco dos eventos não evitáveis através da adoção de normas sanitárias rígidas em procedimentos corriqueiros, como a obrigatoriedade de banho na entrada e saída da granja, a descontaminação eficiente de caminhões e o controle da entrada de suprimentos, além do desenvolvimento de tecnologias de filtragem de ar nos galpões e a quantificação de risco para diferentes tipos de infecções.

Já quanto à imunidade do rebanho, Linhares apontou a vacinação e a aclimatação estratégica das leitoas de reposição como pontos-chave para a redução do impacto das enfermidades endêmicas e/ou potencialmente re-emergentes. Já para proteção sanitária dos sistemas de produção, o pesquisador da Iowa State University indicou piramidização da produção, a realização de vazios sanitários sistematizados e a determinação de fluxos adequados para o trânsito de veículos, sobretudo das carretas, como fatores que fazem muita diferença na mitigação do risco de “mover” patógenos entre granjas. “Na suinocultura moderna o sucesso depende de pequenos detalhes, e os sistemas de biossegurança são feitos de uma soma deles. Por isso a biossegurança deve ser vista como prioridade e fator-chave para o sucesso a longo prazo”, defendeu Linhares.

Mais informações você encontra na edição de Suínos e Peixes de outubro/novembro de 2016 ou online.

Fonte: O Presente Rural

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Suínos / Peixes

Brasil detém 32% do mercado global de cortes congelados de carne suína

Santa Catarina desponta como líder nas exportações de cortes cárneos congelados de suínos em 2023, com uma impressionante fatia de 56%. O Rio Grande do Sul e o Paraná seguem atrás, com 23% e 14% de participação, respectivamente.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

O Departamento de Economia Rural (Deral) do Paraná divulgou, na quinta-feira (25), o Boletim de Conjuntura Agropecuária, trazendo um panorama abrangente dos setores agrícolas e pecuários referente à semana de 19 a 25 de abril. Entre os destaques, além de ampliar as informações sobre a safra de grãos, o documento traz dados sobre a produção mundial, nacional e estadual de tangerinas.

Segundo dados da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), a produção global de tangerinas atingiu a marca de 44,2 milhões de toneladas em 2022, espalhadas por uma área de 3,3 milhões de hectares em 68 países. A China, indiscutivelmente, lidera nesse cenário, com uma contribuição de 61,5% para as colheitas mundiais e dominando 73,1% da área de cultivo da espécie. O Brasil, por sua vez, figura como o quinto maior produtor, com uma fatia de 2,5% das quantidades totais.

No contexto nacional, o Paraná se destaca, ocupando o quarto lugar no ranking de produção de tangerinas. Cerro Azul, situado no Vale do Ribeira, emerge como o principal centro produtor do país, respondendo por 9,2% da produção e 8,4% do Valor Bruto de Produção (VBP) nacional dessa fruta. Não é apenas Cerro Azul que se destaca, mas outros 1.357 municípios brasileiros também estão envolvidos na exploração desse cítrico.

Cortes congelados de carne suína

Além das tangerinas, o boletim também aborda a exportação de cortes congelados de carne suína, um mercado no qual o Brasil assume uma posição de liderança inegável. Detentor de cerca de 32% do mercado global desses produtos, o país exportou aproximadamente 1,08 bilhão de toneladas, gerando uma receita de US$ 2,6 bilhões. Os Estados Unidos aparecem em segundo lugar, com uma participação de 29%, seguidos pela União Europeia (23%) e pelo Canadá (15%).

No cenário interno, Santa Catarina desponta como líder nas exportações de cortes cárneos congelados de suínos em 2023, com uma impressionante fatia de 56%. O Rio Grande do Sul e o Paraná seguem atrás, com 23% e 14% de participação, respectivamente.

 

Fonte: Com informações da AEN-PR
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Suínos / Peixes

O que faz o Vale do Piranga ser o polo mineiro de incentivo à suinocultura?

Além de oferecer oportunidades de aprendizado e capacitação por meio de seminários, ampliando as habilidades dos colaboradores de granjas e profissionais da área, feira facilita o acesso dos produtores rurais do interior mineiro às mais recentes tecnologias do agronegócio.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

A Suinfair, maior feira de suinocultura de Minas Gerais, acontece no Polo Mineiro de Incentivo à Suinocultura, situado no Vale do Piranga, uma área que se destaca nacionalmente pela sua produção suinícola. Esta região representa, aproximadamente, 35% do rebanho de suínos de Minas Gerais, produzindo anualmente cerca de 370 milhões de quilos de carne suína. O trabalho diário de levar alimento à mesa de diversas famílias faz com que mais de cinco mil empregos sejam gerados diretamente pela suinocultura, além das mais de trinta e cinco mil pessoas que trabalham indiretamente na área.

Com um histórico consolidado, a região foi oficialmente reconhecida como Polo Mineiro de Incentivo à Suinocultura por meio de legislação, o que fortalece ainda mais a cadeia produtiva local. Nesse contexto, a Suinfair surge como uma iniciativa voltada para as necessidades específicas dos suinocultores.

Além de oferecer oportunidades de aprendizado e capacitação por meio de seminários, ampliando as habilidades dos colaboradores de granjas e profissionais da área, a Suinfair facilita o acesso dos produtores rurais do interior mineiro às mais recentes tecnologias do agronegócio.

Desde equipamentos estruturais até grandes máquinas agrícolas e robôs, os suinocultores têm a chance de conhecer de perto as inovações do mercado e estabelecer contatos diretos com os fabricantes. Isso resulta na concretização de negócios baseados em condições justas, fomentando o crescimento dos produtores e incentivando a presença dos fornecedores na região.

A Suinfair é, portanto, um evento feito sob medida para a suinocultura, representando uma oportunidade única de aprendizado, networking e desenvolvimento para todos os envolvidos nesse importante segmento do agronegócio.

Fonte: Assessoria Suinfair
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Suínos / Peixes

PorkExpo Brasil & Latam 2024 abre inscrições para receber trabalhos científicos do mundo inteiro

Disputa científica tradicional da suinocultura vai distribuir R$ 6 mil em dinheiro e reconhecer as quatro pesquisas mais inovadoras da indústria da carne suína.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Inscrições para envio de trabalhos científicos à PorkExpo Brasil & Latam 2024 estão abertas. Esse é um convite conhecido da suinocultura internacional há mais de duas décadas. Encontro inovador, que debate de ponta a ponta a cadeia produtiva da suinocultura, vai confirmar mais uma vez a tradição de incentivar as pesquisas da indústria mundial da carne suína, com a Mostra de Trabalhos Científicos, que será realizada nos dias 23 e 24 de outubro, no Recanto Cataratas Thermas Resort & Convention, em Foz do Iguaçu (PR).

O evento reúne o 12º Congresso Latino Americano de Suinocultura e o 2º Congresso Nacional Mulheres da Suinocultura, que seguem com as inscrições abertas aqui.

A 12ª edição convida pesquisadores e estudiosos para contribuir com seus conhecimentos e inovações. “Em cada edição da PorkExpo são recebidos ao menos 200 trabalhos”, exalta a CEO da PorkExpo Brasil & Latam 2024, Flávia Roppa

Neste ano, a premiação vai premiar quatro pesquisas científicas, sendo três referencias e um grande vencedor. O total da premiação chega a R$ 6 mil.

Flávia explica que os trabalhos devem abranger temas essenciais à atividade, como produção, sanidade, bem-estar animal, marketing da carne suína, economia, extensão rural, nutrição, reprodução, aproveitamento de resíduos e meio Ambiente, refletindo a amplitude e profundidade tecnológica que o setor apresenta a cada década que passa. “A PorkExpo apoia consistentemente o conhecimento por parte dos pesquisadores, professores, profissionais e estudantes, que buscam inovações para subsidiar a produção de campo, a indústria de processamento e o aumento do consumo da nossa carne pelos consumidores. Um propósito que ratificamos em duas décadas. E esperamos pela participação máxima desses estudiosos, do mundo inteiro”, enfatizou Flávia.

Inscrições

Os trabalhos precisam ser totalmente inéditos e entregues impreterivelmente até o dia 11 de agosto, podendo ser redigidos em Português, Inglês ou Espanhol. “Todos serão submetidos pelo site da Universidade Estadual do Oeste do Paraná. Os inscritos precisam informar o e-mail, telefone para contato e endereço completo de uma pessoa que vai ser a responsável pelo trabalho para futuros contatos com a organização do evento”, informa a CEO da PorkExpo.

Os interessados devem enviar os trabalhos formatados em duas páginas, em papel A4 (21 x 29,7 cm), digitados no Word para Windows, padrão 6.0 ou superior e salvos na extensão .doc, fonte dos textos em Arial, para o endereço: flavia@porkexpo.com.br. “Não serão aceitos trabalhos fora do padrão”, reforça Flávia.

Todas as informações referentes às inscrições e normas de redação podem ser consultadas clicando aqui. Os autores dos trabalhos avaliados pela Comissão Científica serão comunicados da sua aceitação ou não. “Participe e faça a diferença. Não perca a chance de participar desse movimento que define o amanhã da suinocultura. Junte-se aos líderes que estão construindo o futuro da indústria mundial de carnes”, convida Flávia, acrescentando: “Esperamos por sua ideia eficiente e inovadora”.

Fonte: Com informações da assessoria PorkExpo Brasil & Latam
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