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Suínos / Peixes Bem-estar Animal

Aclimatação de leitoas de reposição livres de Mycoplasma hyopneumoniae: uma tendência que veio para ficar

Com uma melhor compreensão sobre a prevalência e a dinâmica de infeção do Mhyo, a aclimatação de leitoas negativas emerge como uma estratégia efetiva para o controle do agente nas unidades de produção

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A aclimatação de leitoas é um procedimento primordial para a construção da imunidade do plantel. É o momento em que os animais recém-chegados são expostos, de forma controlada, aos patógenos existentes na granja de destino, estimulando seu sistema imunológico. O objetivo central da aclimatação é assegurar que as leitoas de reposição cheguem ao instante da cobertura e ao primeiro parto com o mínimo desafio sanitário possível, condição básica para evitar a transmissão de enfermidades para os leitões.

 Novos estudos têm permitido um melhor entendimento sobre a prevalência do Mycoplasma hyopneumoniae (Mhyo) e de sua dinâmica de infeção, dando origem a novos conceitos para a prevenção, controle e erradicação do agente nas unidades de produção. Uma das tendências científicas que ganha força e espaço rapidamente é a aclimatação de leitoas livres de Mhyo, prática hoje predominante entre os principais produtores globais de carne suína. “O avanço dos estudos sobre o Mycoplasma hyopneumoniae vem provocando a revisão de alguns conceitos e quebrando paradigmas. Um deles é quanto aos impactos do alojamento de leitoas livres de Mhyo sobre o desempenho reprodutivo do plantel e sobre a estabilidade sanitária da granja”, explica Luciano Brandalise, dos Serviços Veterinários da Agroceres PIC.

Observações à campo

De acordo Brandalise, os bons resultados que essa prática vem obtendo no campo tem provocado uma mudança de mentalidade no setor e ampliado sua adesão. Segundo ele, 80% dos clientes da PIC no mundo já optaram por receber animais de reposição negativos para o agente. “O recebimento de leitoas de reposição livres avança por conta dos benefícios que proporciona. Além da garantia da procedência de origem, planteis livres de Mhyo possuem alto padrão sanitário, condição que, consequentemente, traz impactos positivos para os índices produtivos e econômicos da granja”, afirma Brandalise.

No Brasil, embora incipiente, a prática começa a despertar o interesse do setor. “Está cada vez mais claro para o produtor que receber um animal positivo não garante a estabilidade sanitária do rebanho. Ao contrário, o Mhyo nunca está sozinho, sempre existem agentes oportunistas junto, muitas vezes, até mais perigosos”, afirma o especialista. “Leitoas negativas apresentam alto status sanitário, o que é uma garantia de não carrear novas variantes de Mhyo ou agentes secundários não existentes na granja do produtor. A chave para o sucesso não está no fato de receber leitoas positivas e sim em seguir um bom protocolo de aclimatação”, completa Brandalise.

Estudos retratam a realidade brasileira

Atenta a essa tendência, empresas têm realizado diferentes estudos para entender, a partir da realidade brasileira, como se comporta a dinâmica de infecção do Mhyo em leitoas de reposição negativas para o agente. Os resultados têm sido elucidativos.

Uma das principais descobertas se refere ao período de transmissão e aclimatação dos animais para Mhyo verificado nas granjas brasileiras. Experimentos realizados em granjas, com leitoas de reposição negativas, alojadas aos 150 dias de idade, teve como objetivo identificar o tempo de colonização e excreção do agente do alojamento até o pré-parto. “Cabe registrar que, durante o estudo, a administração de antibióticos para as leitoas alojadas foi restrita, pois quando utilizados de forma inadequada, são antagônicos ao processo de aclimatação e, na maioria das vezes, o principal motivo para retardar o seu início na granja”, explica Brandalise.

Ao contrário do que apontam os estudos tradicionais, o experimento demonstrou que a transmissão ocorreu de forma rápida mesmo com exposição de forma natural, que é o método tradicional utilizado na suinocultura brasileira: 30 dias após alojamento mais de 90% dos animais já haviam sido testados positivos (Tabela 1). Foi observado também a soroconversão responsiva à curva de infecção, o que evidencia a colonização do trato respiratório do animal pelo agente.

O tempo médio de excreção verificado foi inferior aos 214 dias relatados pelos estudos mais antigos e de referência. Os experimentos revelaram uma baixa porcentagem de animais excretando o agente ao primeiro parto, com baixa variação entre as granjas observadas. “O período na parada da excreção após a primeira positividade não difere significativamente entre as granjas, demonstrando ser uma característica do agente, o que indica que a aclimatação deve iniciar o mais rápido possível”, explica Brandalise.

O estudo apontou também um baixo percentual de leitões positivos para Mhyo – 1,33% – no momento do desmame, o que, segundo Brandalise, demostra a efetividade da aclimatação para o controle do agente, já que o número de animais positivos ao desmame é um indicativo da doença clínica nas fases seguintes de produção.

“Esse estudo nos permitiu entender a dinâmica de infecção do Mhyo em animais alojados com 150 dias e em condições brasileiras de produção. São números importantes e que revelam que com uma aclimação adequada é possível chegar ao momento do pré-parto com um pequeno número de leitoas excretando o Mhyo. E o mais importante: todas as leitoas tiveram contato com o agente”, comenta e especialista.

Novas variantes de Mhyo

Outro resultado que chama a atenção é quanto ao papel da reposição de leitoas para a introdução de novas variantes de Mhyo no plantel. Duas das granjas analisadas receberam novas leitoas de reposição de uma mesma granja de origem externa e positiva, em um mesmo período, durante o decorrer do experimento. Uma das granjas voltou a detectar leitoas positivas, demonstrando uma possível reinfecção com uma nova variante de Mhyo. A outra granja iniciou a detecção de leitoas positivas de forma tardia, demonstrando a introdução de animais com excreção ativa. Nessas granjas, o índice de leitoas excretando o agente no período pré-parto foi, respectivamente, de 13% e 30%. “O estudo enfatiza a importância do status sanitário dos animais de reposição e demostra que leitoas positivas, a exemplo das negativas, também precisam ser aclimatadas”, explica.

De acordo com Brandalise, além das diferentes variantes de Mhyo, estudos recentes demostram que uma porcentagem significativa de leitoas de autorreposição e de origem positiva nunca foi detectada positiva ao agente até os 150 dias de vida. “Diante disso, e além da necessidade em aclimatar as fêmeas independente da origem, seria adequado alojar animais de origem desconhecida e correr o risco de expor o rebanho a novos agentes patogênicos?”, questiona o especialista.

Tendência crescente

Os estudos trazem revelações importantes, que ajudam a entender a prevalência e dinâmica da infecção de Mhyo em condições brasileiras de produção, e projetam a aclimatação de leitoas de reposição negativas como uma ferramenta eficiente para reduzir a infeção por Mhyo nos planteis. No campo e na prática, a técnica tem permitido atenuar a excreção da bactéria durante a lactação e aumentar a proteção dos leitões nos primeiros dias de vida, diminuindo a transmissão e atuando positivamente nas demais fases de produção dos lotes.

Segundo Brandalise, os experimentos também quebram paradigmas quanto a seus impactos sobre o desempenho reprodutivo do plantel e sobre a estabilidade sanitária da granja. “Se as leitoas de origem negativa ao Mhyo fossem as responsáveis por desestabilizar a sanidade da granja, a sintomatologia clínica seria perceptível no plantel residente, o que não ocorre”.

Brandalise ressalta também que, além da melhora dos indicadores zootécnicos do plantel, a aclimatação de leitoas negativas eleva o status sanitário da granja, oportunizando a redução do uso de antimicrobianos, que é uma demanda crescente do mercado consumidor, e a otimização dos resultados econômicos. “A aclimatação de leitoas livres de Mhyo é uma prática em ascensão pelos consideráveis benefícios sanitários, produtivos e econômicos que oferece. Trata-se de um caminho sem volta, de uma tendência que veio para ficar”, menciona.

Outras notícias você encontra na edição de Suínos e Peixes de outubro/novembro de 2020 ou online.

Fonte: O Presente Rural

Suínos / Peixes

Brasil detém 32% do mercado global de cortes congelados de carne suína

Santa Catarina desponta como líder nas exportações de cortes cárneos congelados de suínos em 2023, com uma impressionante fatia de 56%. O Rio Grande do Sul e o Paraná seguem atrás, com 23% e 14% de participação, respectivamente.

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O Departamento de Economia Rural (Deral) do Paraná divulgou, na quinta-feira (25), o Boletim de Conjuntura Agropecuária, trazendo um panorama abrangente dos setores agrícolas e pecuários referente à semana de 19 a 25 de abril. Entre os destaques, além de ampliar as informações sobre a safra de grãos, o documento traz dados sobre a produção mundial, nacional e estadual de tangerinas.

Segundo dados da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), a produção global de tangerinas atingiu a marca de 44,2 milhões de toneladas em 2022, espalhadas por uma área de 3,3 milhões de hectares em 68 países. A China, indiscutivelmente, lidera nesse cenário, com uma contribuição de 61,5% para as colheitas mundiais e dominando 73,1% da área de cultivo da espécie. O Brasil, por sua vez, figura como o quinto maior produtor, com uma fatia de 2,5% das quantidades totais.

No contexto nacional, o Paraná se destaca, ocupando o quarto lugar no ranking de produção de tangerinas. Cerro Azul, situado no Vale do Ribeira, emerge como o principal centro produtor do país, respondendo por 9,2% da produção e 8,4% do Valor Bruto de Produção (VBP) nacional dessa fruta. Não é apenas Cerro Azul que se destaca, mas outros 1.357 municípios brasileiros também estão envolvidos na exploração desse cítrico.

Cortes congelados de carne suína

Além das tangerinas, o boletim também aborda a exportação de cortes congelados de carne suína, um mercado no qual o Brasil assume uma posição de liderança inegável. Detentor de cerca de 32% do mercado global desses produtos, o país exportou aproximadamente 1,08 bilhão de toneladas, gerando uma receita de US$ 2,6 bilhões. Os Estados Unidos aparecem em segundo lugar, com uma participação de 29%, seguidos pela União Europeia (23%) e pelo Canadá (15%).

No cenário interno, Santa Catarina desponta como líder nas exportações de cortes cárneos congelados de suínos em 2023, com uma impressionante fatia de 56%. O Rio Grande do Sul e o Paraná seguem atrás, com 23% e 14% de participação, respectivamente.

 

Fonte: Com informações da AEN-PR
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Suínos / Peixes

O que faz o Vale do Piranga ser o polo mineiro de incentivo à suinocultura?

Além de oferecer oportunidades de aprendizado e capacitação por meio de seminários, ampliando as habilidades dos colaboradores de granjas e profissionais da área, feira facilita o acesso dos produtores rurais do interior mineiro às mais recentes tecnologias do agronegócio.

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A Suinfair, maior feira de suinocultura de Minas Gerais, acontece no Polo Mineiro de Incentivo à Suinocultura, situado no Vale do Piranga, uma área que se destaca nacionalmente pela sua produção suinícola. Esta região representa, aproximadamente, 35% do rebanho de suínos de Minas Gerais, produzindo anualmente cerca de 370 milhões de quilos de carne suína. O trabalho diário de levar alimento à mesa de diversas famílias faz com que mais de cinco mil empregos sejam gerados diretamente pela suinocultura, além das mais de trinta e cinco mil pessoas que trabalham indiretamente na área.

Com um histórico consolidado, a região foi oficialmente reconhecida como Polo Mineiro de Incentivo à Suinocultura por meio de legislação, o que fortalece ainda mais a cadeia produtiva local. Nesse contexto, a Suinfair surge como uma iniciativa voltada para as necessidades específicas dos suinocultores.

Além de oferecer oportunidades de aprendizado e capacitação por meio de seminários, ampliando as habilidades dos colaboradores de granjas e profissionais da área, a Suinfair facilita o acesso dos produtores rurais do interior mineiro às mais recentes tecnologias do agronegócio.

Desde equipamentos estruturais até grandes máquinas agrícolas e robôs, os suinocultores têm a chance de conhecer de perto as inovações do mercado e estabelecer contatos diretos com os fabricantes. Isso resulta na concretização de negócios baseados em condições justas, fomentando o crescimento dos produtores e incentivando a presença dos fornecedores na região.

A Suinfair é, portanto, um evento feito sob medida para a suinocultura, representando uma oportunidade única de aprendizado, networking e desenvolvimento para todos os envolvidos nesse importante segmento do agronegócio.

Fonte: Assessoria Suinfair
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Suínos / Peixes

PorkExpo Brasil & Latam 2024 abre inscrições para receber trabalhos científicos do mundo inteiro

Disputa científica tradicional da suinocultura vai distribuir R$ 6 mil em dinheiro e reconhecer as quatro pesquisas mais inovadoras da indústria da carne suína.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Inscrições para envio de trabalhos científicos à PorkExpo Brasil & Latam 2024 estão abertas. Esse é um convite conhecido da suinocultura internacional há mais de duas décadas. Encontro inovador, que debate de ponta a ponta a cadeia produtiva da suinocultura, vai confirmar mais uma vez a tradição de incentivar as pesquisas da indústria mundial da carne suína, com a Mostra de Trabalhos Científicos, que será realizada nos dias 23 e 24 de outubro, no Recanto Cataratas Thermas Resort & Convention, em Foz do Iguaçu (PR).

O evento reúne o 12º Congresso Latino Americano de Suinocultura e o 2º Congresso Nacional Mulheres da Suinocultura, que seguem com as inscrições abertas aqui.

A 12ª edição convida pesquisadores e estudiosos para contribuir com seus conhecimentos e inovações. “Em cada edição da PorkExpo são recebidos ao menos 200 trabalhos”, exalta a CEO da PorkExpo Brasil & Latam 2024, Flávia Roppa

Neste ano, a premiação vai premiar quatro pesquisas científicas, sendo três referencias e um grande vencedor. O total da premiação chega a R$ 6 mil.

Flávia explica que os trabalhos devem abranger temas essenciais à atividade, como produção, sanidade, bem-estar animal, marketing da carne suína, economia, extensão rural, nutrição, reprodução, aproveitamento de resíduos e meio Ambiente, refletindo a amplitude e profundidade tecnológica que o setor apresenta a cada década que passa. “A PorkExpo apoia consistentemente o conhecimento por parte dos pesquisadores, professores, profissionais e estudantes, que buscam inovações para subsidiar a produção de campo, a indústria de processamento e o aumento do consumo da nossa carne pelos consumidores. Um propósito que ratificamos em duas décadas. E esperamos pela participação máxima desses estudiosos, do mundo inteiro”, enfatizou Flávia.

Inscrições

Os trabalhos precisam ser totalmente inéditos e entregues impreterivelmente até o dia 11 de agosto, podendo ser redigidos em Português, Inglês ou Espanhol. “Todos serão submetidos pelo site da Universidade Estadual do Oeste do Paraná. Os inscritos precisam informar o e-mail, telefone para contato e endereço completo de uma pessoa que vai ser a responsável pelo trabalho para futuros contatos com a organização do evento”, informa a CEO da PorkExpo.

Os interessados devem enviar os trabalhos formatados em duas páginas, em papel A4 (21 x 29,7 cm), digitados no Word para Windows, padrão 6.0 ou superior e salvos na extensão .doc, fonte dos textos em Arial, para o endereço: flavia@porkexpo.com.br. “Não serão aceitos trabalhos fora do padrão”, reforça Flávia.

Todas as informações referentes às inscrições e normas de redação podem ser consultadas clicando aqui. Os autores dos trabalhos avaliados pela Comissão Científica serão comunicados da sua aceitação ou não. “Participe e faça a diferença. Não perca a chance de participar desse movimento que define o amanhã da suinocultura. Junte-se aos líderes que estão construindo o futuro da indústria mundial de carnes”, convida Flávia, acrescentando: “Esperamos por sua ideia eficiente e inovadora”.

Fonte: Com informações da assessoria PorkExpo Brasil & Latam
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