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ACCS emite nota expondo preocupação com atual cenário da suinocultura catarinense

No documento são destacados os altos custos de produção, principalmente dos produtores independentes, que giram atualmente na faixa de R$ 8 enquanto o preço pago pelo suíno vivo é R$ 4,50 na região Oeste catarinense, o que representa um prejuízo de R$ 350 na venda de um suíno de 100 quilos. 

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Arquivo/OP Rural

A Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS) divulgou na tarde desta quarta-feira (12) uma nota à imprensa sobre a atual situação da suinocultura no Estado de Santa Catarina. No documento, assinado pelo secretário de Agricultura de Braço do Norte e membro da ACCS Regional Sul, Adir Engel, destaca os altos custos de produção, principalmente dos produtores independentes, que giram atualmente na faixa de R$ 8 enquanto o preço pago pelo suíno vivo é R$ 4,50 na região Oeste catarinense, o que representa um prejuízo de R$ 350 na venda de um suíno de 100 quilos.

Outro problema exposto na nota é a super oferta de animais no mercado interno, sendo citado como uma das causas a diminuição das importações para a China, maior comprador de carne suína brasileira, desde outubro passado. Engel diz que a situação pode fazer com que muitos produtores que investiram pesado no aumento do plantel abandonem a atividade.

Nesta quarta-feira, uma comitiva com a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Tereza Cristina estará em Chapecó (SC) para visitar propriedades afetadas pela estiagem, oportunidade que o presidente da ACCS, Losivanio Lorenzi, irá acompanhar a visita e apresentará as demandas dos suinocultores.

Abaixo confira a nota na íntegra.

NOTA À IMPRENSA

Nossos cumprimentos. Passando para falar algumas palavras sobre a atual situação da Suinocultura em nossa região e hoje não sendo diferente em nenhuma região produtora deste Brasil afora. Fato é que a situação é de desespero, principalmente para os produtores independentes. Os custos de produção continuam na faixa dos 8,00 o kg (milho passando dos 100,00 a saca) e o preço recebido hoje pelo produtor aqui é de 4,50 por kg do suíno vivo. Isto significa 3,50 de prejuízo por quilo. Um suíno de 100 kg dando um prejuízo de R$ 350.

Quem aguenta ficar produzindo assim?

A melhor época do ano para venda de carne é final de ano. E este se vendeu muito novamente, mas o preço não ajudou. Aqui na região o preço na última semana do ano foi de 5,20.

Qual a explicação para esta situação?

Simples. Super oferta.

Empresas, cooperativas e produtores todos investiram em aumento de plantel, acreditando que as exportações não iriam diminuir ou acabar. A China foi a aposta maior. Mas todos cresceram e hoje está aí uma super produção com uma China comprando menos desde outubro. Os grandes jogaram suas sobras de suíno no mercado independente. Aqui mesmo na região entraram carretas e mais carretas de suínos da região Oeste do Estado. Situação está tão grave que tem integrados ficando com os leitões na granja já há 15 dias. Existe uma super oferta de leitões de quase todas as grandes agroindústrias do Estado. Leitões e suínos gordos. Eles que até outubro compravam dos independentes agora estão oferecendo.

A lei da oferta e procura está pairando em todos os cantos. Até quando? Boa pergunta, mas sem uma resposta de fundamento.

Existe a cota de 100 mil toneladas para a Rússia agora no início do ano. Existe a alegria de ver o Frigorífico Catarinense voltar a abater. Mas isso não resolve a situação do produtor.

O que fazer? Já foram tantas crises mas está afetando grandes, pequenos, independentes e integrados porque hoje o preço base para o leitão também baixou.

Que vai acontecer se muitos abandonarem a atividade? Onde os nossos frigoríficos vão buscar matéria-prima? No Oeste catarinense? Andar 600 km para buscar o suíno? Abater e ter condições de ser competitivo? Não. Infelizmente estamos perto de entrar numa crise onde não podeAmos medir as consequências.

Só no município de Braço do Norte se abate 60.000 suínos/mês. São 720.000 no ano. Façam a conta quanto isto movimenta só em suínos vivos, se cada suínos desse fosse vendido pelo preço de custo, ou seja, 800,00. Isso mesmo que você calculou. Quantos empregos? Quantas famílias vivem deste segmento?

Uma triste realidade onde não se vê uma luz no fundo do túnel.

Ah, e o preço ao consumidor final? Os preços praticados ao produtor ainda não são sentidos pelo consumidor final. Nada de super ofertas de carne suína. Enquanto se fala em carcaça a 7,50 o quilo, sendo vendida pelos frigoríficos, as ofertas chegam no máximo em 13,00 nos supermercados nas grandes cidades. Pelo menos alguém está ganhando alguma coisa.

Hoje, a Ministra da Agricultura Teresa Cristina vem a Chapecó ver a situação dos prejuízos da seca. A ACCS, através do seu Presidente Losivanio Luiz de Lorenzi, vai apresentar toda esta situação a Ministra ( aqui no Sul também foram mandadas sugestões do Sindicato Rural de Braço do Norte, ACCS e ACCB). Sabemos que o Governo não vai resolver o problema. Pode ajudar a amenizar. Mas a solução vem da lei da oferta e procura. Que fazer? Incentivar matar os leitões nascidos para ser crucificado pelos protetores dos animais? Situação bem difícil. Quem tiver a solução que a apresente.

Adir Engel
Secretario de Agricultura de Braço do Norte
Membro da ACCS Regional Sul

Fonte: Assessoria ACCS

Colunistas

A revolução das soluções baseadas na natureza

A necessidade das empresas compensarem suas emissões, combinada à garantia de integridade e qualidade dos projetos NBS, deve resultar em um mercado promissor e no provável aumento dos valores dos créditos de carbono, que já proporcionam um retorno atrativo quando comparado a outras atividades econômicas, especialmente a pecuária extensiva em pastagens degradadas.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

“Hell de Janeiro”. A sensação térmica recorde de 62,3ºC registrada em uma estação do Rio de Janeiro durante a terceira onda de calor de 2024 gerou uma série de memes e muito desconforto, para dizer o mínimo. De acordo com um estudo liderado pela UFRJ, 48 mil pessoas morreram por ondas de calor entre 2000 e 2018 no Brasil. No ano passado, nove ondas de calor assolaram o país, num total de 65 dias com temperaturas muito acima da média histórica – até os anos 1990, eram sete dias em média de calor atípico, segundo dados do Instituto de Pesquisas Espaciais (INPE).

Definitivamente, as mudanças climáticas são a principal ameaça que a humanidade enfrenta. No último ano, a temperatura global esteve muito próxima do 1,5ºC acima dos níveis pré-industriais, marco limite do acordo de Paris, e para que não seja ultrapassado esse limiar as emissões de gases de efeito estufa devem ser reduzidas em 43% até 2030 (em relação a 2019), conforme a ONU. Para atingir essa meta ousada são necessárias diversas estratégias e atores, e contar com o engajamento das empresas para a redução e compensação das suas emissões.

As soluções baseadas na natureza (NBS, na sigla em inglês) podem proporcionar mais de um terço das reduções de emissões necessárias até 2030, de acordo com um estudo da The Nature Conservancy (TNC). É o caso de projetos de conservação e restauração florestal, e de manejo de terras agrícolas. Essas soluções não apenas ajudam a enfrentar as mudanças climáticas, mas também podem melhorar a saúde do solo, conservar e aumentar a biodiversidade e equilibrar o ciclo hidrológico, além de promover o desenvolvimento social de comunidades tradicionais.

Segundo o estudo da TNC, os projetos do tipo REDD+ (Reduções de Emissões provenientes de Desmatamento e Degradação) podem evitar a emissão de aproximadamente 3 GtCO2e (bilhões de toneladas equivalentes de dióxido de carbono) com a conservação de florestas nativas. Enquanto os projetos do tipo ARR (Afforestation, Reforestation and Revegetation) podem remover cerca de 1,6 GtCO2e da atmosfera com a restauração florestal. Já os projetos de ALM (Agricultural Land Management) podem garantir que mais de 5 GtCO2e sejam compensados com a adoção de boas práticas e tecnologias na agricultura e na pecuária. Os recursos financeiros para esses projetos vêm do mercado de carbono, onde empresas e governos do mundo inteiro estão estabelecendo metas de carbono zero (net zero) e regulamentações.

Mas, para que esse mercado atinja todo o seu potencial, é preciso garantir a qualidade e integridade dos créditos de carbono, gerados de acordo com padrões robustos e reconhecidos. Os projetos NBS precisam ter adicionalidade e monitoramento para assegurar o cumprimento de seus objetivos e proporcionar benefícios para o clima, para as comunidades e para a biodiversidade por um período mínimo de 40 anos. Os órgãos certificadores do mercado voluntário de carbono, como a Verra, têm buscado constantemente o aperfeiçoamento de suas metodologias para garantir a consistência dos projetos e a confiança do mercado.

A integridade e qualidade dos projetos estão ligadas à transparência, rastreabilidade e segurança. Tecnologias avançadas, como drones com sensores LiDAR e inteligência artificial, são importantes para aumentar a transparência e acurácia na mensuração do carbono e no monitoramento da biodiversidade e da degradação florestal. Tecnologias sociais, incluindo aplicativos de monitoramento ambiental comunitário e mecanismos de resolução de conflitos e geração de renda, fomentam a gestão colaborativa e a participação ativa em projetos NBS – as ações sociais são essenciais para assegurar a segurança e eficácia dos projetos no longo prazo, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida.

A necessidade das empresas compensarem suas emissões, combinada à garantia de integridade e qualidade dos projetos NBS, deve resultar em um mercado promissor e no provável aumento dos valores dos créditos de carbono, que já proporcionam um retorno atrativo quando comparado a outras atividades econômicas, especialmente a pecuária extensiva em pastagens degradadas. De acordo com um estudo da McKinsey, a demanda pelos créditos aumentará 15 vezes ou mais até 2030 e até 100 vezes até 2050, fazendo esse mercado saltar de US$1 bilhão em 2021 para US$50 a 100 bilhões até o final desta década.

Neste cenário, o Brasil possui uma posição promissora: 15% do potencial global de compensação de carbono por meio de soluções baseadas na natureza concentra-se em seu território, o equivalente a quase 2 GtCO2e – e apenas 1% dessa capacidade é aproveitada atualmente. Para que o país possa se beneficiar desse potencial de crescimento, faz-se necessário também a formação de pessoal capacitado para atender o aumento da demanda. Hoje o mercado já está carente de profissionais tanto na área de desenvolvimento de projetos NBS, quanto na área de auditoria por parte dos órgãos de verificação e validação dos projetos, bem como na área de sustentabilidade dentro das empresas.

Cobrir essas lacunas é essencial para termos condições de descarbonizar a economia, com agricultura e pecuária regenerativas e baseadas na floresta em pé, consolidando o Brasil como uma potência mundial em sustentabilidade. Esta é a revolução das Soluções Baseadas na Natureza.

Fonte: Por Danilo Roberti Alves de Almeida, engenheiro florestal, mestre em Ciências de Florestas Tropicais e doutor em Recursos Florestais.
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Monitoramento agrícola aponta que condições climáticas favorecem desenvolvimento do milho 2ª safra

Plantio antecipado do milho segunda safra, junto com boas condições climáticas, resultou em um crescimento vegetativo acima da média em várias regiões, exceto no Oeste paranaense.

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Foto: Bing

Dados do Boletim de Monitoramento Agrícola (BMA), divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) na quinta-feira (25), apontam que as chuvas que ocorreram nas primeiras semanas de abril foram suficientes para o desenvolvimento do milho segunda safra na maioria das regiões produtoras.

O estudo apresenta a análise das condições agroclimáticas e de imagens de satélite dos cultivos de verão da safra 2023/2024 e, nesta edição, mostra que os maiores volumes de precipitações deram-se em áreas dos estados do Pará e do Maranhão, com prejuízos nas operações de colheita e de logística da soja. No Rio Grande do Sul, o excedente hídrico causou danos pontuais às lavouras, mas, no geral, favoreceu a manutenção do armazenamento hídrico no solo.

O Boletim revela ainda que os menores volumes de chuva foram registrados em áreas do Centro-Sul e Centro-Norte da Bahia, do Norte de Minas Gerais e do Centro de São Paulo, causando restrição hídrica às lavouras, principalmente, devido às chuvas irregulares e às temperaturas elevadas. No Sudoeste de Mato Grosso do Sul, a umidade no solo restringiu parcialmente o desenvolvimento do milho segunda safra.

Os gráficos de evolução do índice de vegetação (IV) das principais regiões produtoras de milho segunda safra apresentam a emergência avançada na atual safra, devido à antecipação na semeadura. Esse adiantamento, associado às condições climáticas favoráveis, na maioria das regiões, têm resultado na evolução do IV acima da safra anterior e da média histórica. No Matopiba (que engloba os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), o IV da safra atual está evoluindo próximo da média. Contudo, no oeste paranaense, houve uma redução do IV, devido às condições climáticas adversas em período anteriores ao monitoramento.

O BMA é um estudo publicado mensalmente, resultado da colaboração entre Conab, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e o Grupo de Monitoramento Global da Agricultura (Glam), além de agentes colaboradores que contribuem com dados pesquisados em campo.

Fonte: Assessoria Conab
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Estados do Sul discutem em maio agricultura de baixa emissão de carbono

Evento vai reunir especialistas, produtores e gestores para discutir o futuro sustentável da agricultura dos estados do Paraná, Santa Catarina e do Rio Grande do Sul.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Estão abertas as inscrições para o Simpósio Sul Brasileiro ABC+ Agricultura de Baixa Emissão de Carbono, que vai debater as práticas para redução da emissão de Gases de Efeito Estufa no setor da agricultura. O evento, na Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc), em Florianópolis (SC), ocorrerá no dia 03 de maio, e deverá reunir especialistas, produtores e gestores para discutir o futuro sustentável da agricultura na região Sul do Brasil. A organização é dos Grupos Gestores Estaduais de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul. As inscrições podem ser feitas clicando aqui.

“Este evento é de suma importância porque mostra a sinergia, a união dos três estados do Sul para promover as tecnologias do Plano de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono. A região Sul é a única do país que já tem as metas estabelecidas do Plano para adoção de boas práticas”, destaca o pesquisador da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), Jackson Brilhante, coordenador do Plano ABC+RS. Segundo ele, o Simpósio é também uma oportunidade para troca de experiências e conhecimentos entre os envolvidos na cadeia.

O Simpósio vai debater os planos estaduais ABC+, as metas 2030 de baixa emissão de carbono no sul do Brasil, as experiências de sucesso com relação ao tema, o enfrentamento às mudanças climáticas em decorrência da emissão de gases, além de explanações técnicas.

O Plano ABC+

O Plano ABC+ é uma extensão do Plano ABC (Agricultura de Baixa Emissão de Carbono), uma iniciativa do governo federal, que visa promover práticas agrícolas sustentáveis, reduzindo a emissão de gases de efeito estufa e fortalecendo a resiliência do setor agropecuário.

O Plano ABC+ estende-se até 2030, com metas de descarbonização das cadeias produtivas e adoção de tecnologias inovadoras, entre elas a redução da emissão de carbono equivalente em 1,1 bilhão de toneladas no setor agropecuário.

No Rio Grande do Sul, o objetivo é expandir 4,6 milhões de hectares com agricultura de baixo carbono até 2030 e mitigar 75 milhões de dióxido de carbono equivalente com adoção de oito práticas de produção sustentável. São elas, práticas para recuperação de pastagens degradadas, adoção de sistema de plantio direto, sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta e Sistemas Agroflorestais, florestas plantadas, bioinsumos, sistemas irrigados, manejo de resíduos da produção animal e bovinos em terminação intensiva.

Programação do Simpósio Sul Brasileiro ABC+ Agricultura de Baixa Emissão de Carbono

08h30 – Recepção e café

09h – Mesa redonda: Apresentação dos Planos e Resultados para a Agricultura de Baixa Emissão de Carbono no Sul do Brasil (Secretários de Estado)

10h20 – Painel GGEs do Sul do Brasil – Metas da Região SUL (Coordenadores)

11h – Abertura oficial

13h30 – Apresentação de Banners (Resumo expandido)

14h – Experiências de sucesso para as tecnologias ABC+:

– Recuperação de pastagens degradadas

– ILPF – Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

– SPDH+SPDG (Sistema Plantio Direto Hortaliças + Sistema Plantio Direto Grãos)

–  Biometano

16h40 – Sessão de perguntas e respostas

17h30 – Coquetel de encerramento

Fonte: Assessoria Seapi
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CBNA – Cong. Tec.

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