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A Itaipu do agro é coop: conheça mais sobre a história e os planos da Cooperitaipu

Cooperativa catarinense atua nas principais áreas da agropecuária: suínos, leite, aves e grãos, mas também busca novos mercados que podem agregar renda e valor para os cooperados. O programa Voz do Cooperativismo, do jornal O Presente Rural, ouviu o presidente Arno Pandolfo.

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Fotos: Divulgação/Cooperitaipu

Com uma trajetória de 54 anos de trabalhos em prol do desenvolvimento cooperativista e agropecuário de Santa Catarina, a Cooperitaipu acumula conquistas muito importantes na sua caminhada. Liderada há 13 anos pelo presidente Arno Pandolfo, que trabalha há mais de 50 anos na cooperativa, ela almeja crescimentos ainda mais significativos. Recentemente, uma equipe do O Presente Rural esteve em Santa Catarina e entrevistou o presidente para o programa Voz do Cooperativismo. Confira alguns trechos.

O Presente Rural – Conte um pouco sobre sua trajetória e seu envolvimento com o cooperativismo e com a Cooperitaipu?

Presidente da Cooperitaipu, Arno Pandolfo

Arno Pandolfo – A Cooperitaipu foi fundada em 26 de abril de 1969, como a Cooperativa Mista Pinhalense. Naquela época, todos agrônomos da Iasc, que hoje é a Epagri, receberam um missão do presidente, que era o senhor Glauco Lima. Ele foi para a Alemanha e trouxe o modelo de cooperativa de lá. Ele deu a missão para que cada agrônomo criasse uma cooperativa no seu município. Quando a Cooperativa Mista Modelense teve dificuldades, ela e a Pinhalense uniram-se e desta fusão surgiu a Cooperativa Regional Itaipu. O nome Itaipu é por causa da hidrelétrica de Itaipu, no Paraná. Em 1987 incorporamos a Cooperativa Agropecuária Saudades e, mais recentemente, há dois anos adquirimos ativos da Cooper Erê. Então, são quatro cooperativas que formam a Cooper Itaipu, com 13 municípios na área de atuação.
Falar da minha história dentro da cooperativa é um desafio. Aqui foi o meu primeiro emprego com carteira assinada. Eu tinha 17 anos quando iniciei. Comecei no serviços gerais, fui balanceiro, gerente de unidades, gerente de produção, gerente comercial. Passei por todos os setores da cooperativa, fiz um ano e meio como mandato tampão do presidente que saiu e agora faz treze anos que eu fui eleito presidente. Eu tenho duas famílias, a minha família e a família da Cooperitaipu, pois fazem 51 anos que eu trabalho aqui. A gente conhece tudo o que aconteceu dentro da cooperativa, mas cada dia é um dia diferente. Todas as manhãs precisamos renovar os ânimos para conseguir superar as demandas. Mas é uma coisa muito importante, tá na veia da gente a Cooperitaipu. Nós também fazemos parte do grupo Aurora e da Fecoagro. Nossa cooperativa é sólida, temos 686 funcionários, contamos com 3,1 mil cooperados e o nosso faturamento está orçado para esse ano em R$ 1,8 bilhão.
Uma conquista muito importante dos últimos anos é que a cooperativa conseguiu ter a dívida a longo prazo maior do que a curto prazo, porque isso é uma coisa saudável para uma cooperativa. Eu sempre digo que somos uma cooperativa sólida pelos cooperados que nós temos e pelos colaboradores que a gente tem. A gente renova todo ano uma parte da rede de colaboradores, mas também criamos um plano de previdência para segurar os melhores funcionários, porque é importante que eles passem este ânimo para os demais.

O Presente Rural – Hoje a sede é aqui é em Pinhalzinho e qual é a abrangência? Onde que a Cooperitaipu atua?

Arno Pandolfo – Estamos em 13 municípios de atuação, nós temos Saudades, Pinhalzinho, Modelo, Sul Brasil, Serra Alta, Saltinho, Campo Erê. Agora há pouco tempo fomos para Ampére, no Mato Grosso. Estamos em São Miguel do Oeste, Coronel Freitas e Nova Erechim. Ampere faz agora dois anos, recentemente inauguramos uma bateria de silos nova para 300 mil sacos. Então a gente está muito satisfeito porque faz dois anos e meio que estamos em Campo Erê e um ano e pouco em Ampere e a gente já conseguiu colher bons frutos lá em compra de cereais. Por que a gente foi para Ampere? Porque a gente precisa de muito milho e trigo para fazer ração e farinha. Claro que a gente também trabalha com soja, mas o principal objetivo é trigo e milho, por isso a gente foi pra lá.

O Presente Rural – São mais de 50 anos trabalhando no cooperativismo, o que é cooperativismo para o senhor, especialmente o cooperativismo agropecuário.

Gravação do programa Voz do Cooperativismo, do jornal O Presente Rural, em Pinhalzinho (SC), na sede da Cooperitaipu, com o presidente Arno Pandolfo

Arno Pandolfo – Eu digo uma coisa para vocês muito séria, se não tivesse o cooperativismo no Oeste de Santa Catarina não existiria 50% dos produtores, eles estariam nas mãos dos concorrente e isso é muito complicado. Por exemplo, nós temos as agroindústrias, mas ela a qualquer momento muda de opinião ou produtor cresce ou ele sai. A cooperativa não. Para ela não importa o tamanho, ela sustenta o produtor. Nós estamos no guarda-chuva da Aurora, uma cooperativa central que foi criada pelas cooperativas singulares, que é a nossa indústria. É um pouco diferente do Paraná. No Paraná, quase todas as cooperativas singulares têm uma indústria, aqui em Santa Catarina não. A Aurora industrializa os suínos, as aves e o leite das cooperativas, nenhuma cooperativa tem indústria de suínos, leite ou aves. A Aurora é um guarda-chuva, é lógico que ela não paga mais ou menos, ela baliza o preço.
E o cooperativismo aqui em Santa Catarina, com certeza o próprio pessoal do governo do Estado já sabe que 70% da exportação de Santa Catarina é do agro. Então eles estão vendo que o agro é muito forte, e é tudo pequeno produtor. Nós temos em Xanxerê, Campos Novos e Curitibanos grandes propriedades e o resto é tudo pequena propriedade, em torno de 20 hectares.

O Presente Rural – Presidente, hoje vocês possuem várias frentes não é mesmo. São grãos, suínos, aves e leite, o que o senhor poderia falar de cada um destes segmentos hoje?

Arno Pandolfo – Hoje se a gente pegar estas quatro frentes, principalmente suínos, aves e leite estamos passando uma dificuldade muito grande. Caiu demais o preço do leite e do frango. Mas, para o produtor de suínos e aves, ele ganha pela conversão alimentar e pela mortalidade. Ele não pode ter muita mortalidade e precisa ter uma conversão boa de ganho de peso. Desta forma, o produtor ganha em cima disso. O preço sobe ou desce e não muda nada para ele. Agora, para a cooperativa e para a Aurora muda muito. O leite é mais complicado, ele baixa direto para o produtor. Mas se a cooperativa tivesse ficado só com suínos, aves e leite, ela havia parado há muito tempo. Então a cooperativa entrou em outras atividades também. Por exemplo, nós temos 13 postos de combustíveis. Não é um dinheiro grande, mas todo dia vende um pouquinho. Estamos com 9 supermercados, os resultados dos dois são mais ou menos equiparados.
Também temos duas fábricas de rações. Uma de suínos e a outra de bovinos. Nós temos duas indústrias de farinha de trigo que é um negócio muito bom. Já está em andamento um investimento alto para triplicar a moagem de trigo. Nós vamos moer em torno de 9 mil sacos por dia ou 2 milhões de sacos de trigo por ano e 3,5 milhões de milho. Por isso a gente foi para lá para trazer esse produto, ou traz do Paraguai ou do Rio Grande do Sul, mas para nós aqui o trigo do Rio Grande do Sul não é muito bom, porque ele é mais para pão normal e assim a gente faz muito para as indústrias. Temos também tudo em eletrodoméstico, lojas agropecuárias, que é um negócio que não é o maior faturamento, mas é o que mais resultado dá, que é adubo, ureia, defensivos, o que você pensar.
Há pouco tempo abrimos uma representação de máquinas e implementos agrícolas como acessórios de peças, nós acreditamos muito nisso. Começamos a vender placa solar, motores, e geradores. Então tem muito campo para crescer. Nos últimos anos investimentos mais de R$ 150 milhões e a agora temos que dar mais uma paradinha para depois dar mais um salto.
O Presente Rural – Nessa questão de energia elétrica, o produtor está bem interessado na questão da energia solar, é isso mesmo presidente?
Arno Pandolfo – Olha, a gente não pensava que iria ser assim. Está todo mundo buscando este benefício. Quando saiu o Plano Safra, todos foram atrás para financiar. Eu digo que hoje 20 a 30% dos produtores já têm energia solar e não vai dois anos teremos 80% a 90% de produtores com energia solar. E a cidade é a mesma coisa, porque para quem produz para si mesmo, não tem burocracia nenhuma. Para quem produz e consome não tem problema.

O Presente Rural – Como a Cooperitaipu aborda a biosseguridade, considerando a necessidade crucial de proteger a produção de proteína animal, especialmente diante de preocupações como a Influenza aviária e doenças como a PRRS nos Estados Unidos, que ainda não afetaram o Brasil?

Arno Pandolfo – Isso é um trabalho que realizamos a longo prazo. Nós fazemos parte da Aurora, que é a indústria que abate os animais e quando vem um grupo de pessoas de qualquer país, eles não vão mais olhar o frigorífico, eles vão olhar os produtores que entregam matéria-prima à cooperativa. Por isso, a gente tem um cuidado muito grande com a biosseguridade. Pedimos a toda hora para que os produtores tenham os cuidados necessários, a cooperativa produz e distribui folhetos explicativos, para não deixar ninguém entrar na propriedade. E não pode entrar porque muitas vezes o italiano, ele gosta de mostrar as coisas, né? Recomendamos que os produtores fechem toda a propriedade, não pode ter passarinho, nem cachorro, nem recebam ninguém em sua propriedade. Só podem receber o técnico da cooperativa, que vai entrar e vai seguir todos os protocolos e normas, para não termos nenhum problema. Então fazemos um trabalho muito grande de desinfecção dos caminhões que entram nas propriedades para entregar ração e recolher animais. Ou seja, a biosseguridade é um trabalho muito grande. O agro é muito forte em nosso país e se por acaso chegar alguma doença dessas, os prejuízos que podemos ter ainda são incalculáveis.

O Presente Rural – Presidente, com relação aos prospecções para o futuro, o que vocês têm agendado na Cooperitaipu de crescimento para os próximos anos?

Arno Pandolfo – Assim que eu assumi a cooperativa nós iniciamos um trabalho com planejamento estratégico. Contratamos uma equipe que promove a cada dois ou três anos este trabalho. Neste momento estamos trabalhando neste novo planejamento, que chamamos de Cooperitaipu rumo aos 60 anos, então vai dar cinco anos e meio, e estamos fazendo um planejamento a longo prazo pra ver onde vamos chegar. Porque agora a Aurora, ela tem um projeto que é chegar a 3 milhões de litros de leite por dia, 3 milhões de frango por dia e 46 mil suínos por dia, hoje o abate é de 28 mil ao dia. Então nós temos que andar parelho com eles, porque se você não aumentar o que eles esperam aumentar, nós automaticamente ficamos para trás. Então estamos trabalhando em cima do projeto deles, mas com o nosso projeto de ampliação também.
Nós estamos trabalhando em criar um posto TRR para atender os produtores, além de ampliar os outros postos também. Outro sonho que temos na cooperativa é criar uma indústria pet para cachorro e gato. Se você pensar um quilo de alimento para as pessoas está um terço do que está o de cachorro e gato. Se olharmos esse mercado apenas pelo dinheiro é uma boa fonte de dinheiro, não é? Só que não é negócio do produtor. Mas eu sempre digo aos produtores assim, a gente está saindo do negócio do produtor para trazer dinheiro pro produtor, porque todos os anos a gente distribui sobra para os produtores, isso não acontece em todas as cooperativas. Todos os anos nós corrigimos a cota e levamos para a assembleia e distribuímos metade dos lucros e a outra metade é capitalizada na cota capital e a cota capital pode ser retirada quando ele atingir a idade necessária. Também ofertamos aos cooperadores planos de assistência médica, funerária, temos uma ajuda caso um produtor ou produtora quando um deles venha a ficar viúvo, bem como assistência técnica, secagem e armazenagem dos grãos. Ou seja, ofertamos muitos serviços para os produtores que são nossos cooperados. Eu acredito que a nossa cooperativa vem crescendo bastante por conta destes incrementos que ofertamos aos nossos associados e porque somos muito transparentes com a nossa gestão.

O Presente Rural – Qual é o envolvimento da Cooperitaipu com seus colaboradores, associados e com a comunidade. Que ações que vocês promovem e que podem beneficiar estas três partes?

Arno Pandolfo – Para o cooperado nós temos um programa de cursos que auxiliam na boa administração da propriedade. Eles ensinam desde os princípios importantes para uma boa administração e gestão da empresa, bem como tratam de aspectos sobre sustentabilidade. Então nós trabalhamos com os líderes, com casais, com jovens, com mulheres, palestras para casais.
Para os funcionários também ofertamos oportunidades. Se um funcionário faz faculdade que tem algum vínculo com a cooperativa, ou seja, que o curso vai agregar valor no desempenho da sua função aqui na empresa, através do Sescoop nós conseguimos pagar 50% da mensalidade da faculdade. Nós também criamos uma previdência privada para ele ficar mais tempo na cooperativa. Pagamos plano de assistência médica para os nossos colaboradores e eles também têm participação nos resultados. Então temos muitos benefícios para os nossos funcionários.
Nossa cidade enxerga hoje a cooperativa com outros olhos, porque há um tempo atrás éramos só produtores. Hoje temos mercado, postos de combustíveis… A maioria da nossa equipe também faz parte de algum clube de serviço da cidade. Nós cobramos o nosso pessoal para que eles participem da nossa cidade, porque é onde a gente vive. E com isso a cidade também começou a ver a cooperativa com outros olhos. Então colaboradores e associados, todos têm o mesmo valor e a mesma importância damos à nossa cidade.

O Presente Rural – De que forma a tecnologia vem impactando a cooperativa hoje?

Arno Pandolfo – Ela está se desenvolvendo com passos largos e vem ajudando muito. Por exemplo, ela ajuda a decidir muitas coisas. Hoje não precisamos decidir as coisas nas escuras, pois a tecnologia nos auxilia muito com os dados, essa possibilidade não tínhamos anos atrás. Antigamente o balanço era feito em março, hoje, com o auxílio da tecnologia, no oitavo dia nós temos o balancete do mês. Isso porque a tecnologia propicia um sistema integrado, é claro que não dá para depender só da tecnologia.
Para os produtores também mudou muito, pois hoje existem muitas ferramentas tecnológicas que auxiliam nos trabalhos do dia a dia da granja, bem como na gestão. Temos tecnologias que fazem análise do solo, tratores e ceifas autônomas, sou muito fã do presidente da John Deere que disse o seguinte que hoje o produtor não consegue extrair 80% de uma máquina, então tu está pagando uma máquina de 100%, mas só usa 70%, 80%, porque ele não tem conhecimento de tanta tecnologia que a máquina tem. Então a tecnologia é muito importante e ela veio para somar para todas as pessoas e todas as empresas, basta saber usar.

O Presente Rural – Com relação ao bem-estar animal e ao ESG, como a cooperativa tem trabalhado com isso?

Arno Pandolfo – Nós primamos muito pelo bem-estar animal, a gente cuida muito para que todos tenham alimentação segura e água de qualidade. Com os animais de leite cuidamos muito com o sombreamento também. Os suínos já estamos começando com baias coletivas. Os frangos e suínos são mais bem tratados do que nós quando éramos criança. Muitas vezes têm missões de outros países, ou quando a gente participa de congresso, nós escutamos falar que o Brasil está destruindo a Amazônia e tal, mas isso não é verdade. Nós plantamos 9% do nosso território e podemos dobrar a nossa produção sem derrubar nenhuma árvore, aproveitando a pastagem que tem, confinando o boi e com isso podemos aumentar bastante a nossa produção. Têm outros países que derrubaram tudo, como os Estados Unidos. Propiciar o bem-estar animal traz ganhos financeiros porque ajuda a produzir mais, mas não que o produtor está sendo recompensado por isso.

O Presente Rural – Como a Cooperitaipu vem trabalhando a questão da inclusão dos jovens e mulheres hoje no campo, para não acontecer um êxodo rural?

Arno Pandolfo – Muito boa esta pergunta. Nós promovemos cursos anuais de desenvolvimento de liderança para mulheres e jovens, resultando em um aumento significativo no índice de decisão familiar em nosso município. Com o crescimento da Aurora, conseguimos distribuir mais suínos e aves, permitindo que jovens, inclusive meninas de 16 a 20 anos, permaneçam e gerenciem as propriedades. A inclusão das mulheres na cooperativa e na gestão das propriedades, iniciada em 1998, eliminou a antiga dinâmica de tomada de decisões apenas pelos chefes de família. Hoje, temos três mulheres que fazem parte do Conselho de Administração da cooperativa e vemos uma transformação notável, onde discussões e planejamentos conjuntos evitaram falências, proporcionando oportunidades e estabilidade financeira às famílias. Hoje a mulher precisa assinar junto os financiamentos, então vemos que os cursos oferecidos às mulheres trazem muitos benefícios. No dia da formatura, realizada em conjunto com os jovens, é um momento emocionante, marcando a mudança significativa nas oportunidades e no papel das mulheres na comunidade. E a sucessão se deu por causa dos suínos e aves, leite nem tanto. O pessoal do leite está meio que vazando. Então sentimos que as boas propriedades onde os filhos ficaram são aqueles que os pais e os filhos começaram a trabalhar junto, agora aqueles pais que não têm coragem de passar o bastão para o filho, aí estes filhos estão saindo da propriedade e indo procurar outras atividades.

O Presente Rural – Quais as perspectivas de faturamento da Cooperitaipu para 2023 e de onde vem as fatias deste faturamento?

Arno Pandolfo – Este ano para chegarmos em R$ 1,8 bilhão, inicialmente era para chegar em R$2 bilhões, mas como os preços caíram ficou em R$ 1,8 bilhão. Deste montante, o maior percentual é de ração de suínos, depois os cereais, a agropecuária e então os mercados e postos de combustíveis. Também da fábrica de ração de bovinos, e a indústria de moagem de trigo, que também é um faturamento muito bom. Temos também as máquinas e implementos agrícolas e os eletrodomésticos. São treze negócios que a cooperativa tem. O percentual que se destaca é a fábrica de ração de suínos, que produz muito, mas não é o maior resultado. Aliás, suínos também não é o maior resultado. O resultado bom da cooperativa hoje são os dois moinhos, as duas fábricas de ração, os postos de combustíveis, os mercados e as máquinas e implementos agrícolas.

O Presente Rural – Podemos dizer que a Cooperitaipu é um ícone da produção de trigo. Vocês investem muito no trigo, por que isso? Conta um pouquinho mais sobre este setor.

Arno Pandolfo – Nós conversamos o seguinte com o produtor de trigo. Aquele que compra tudo na cooperativa, desde a semente e os insumos, porque a gente tem uma semente especial para eles plantar. Por que rende mais para fazer a farinha, né? Daí a gente paga R$ 2 a mais o saco de trigo, porque nós precisamos do trigo. Nós vamos ampliar a indústria de farinha e a gente precisa de mais trigo.
Nós vamos moer cerca de 2 milhões de sacos de trigo. Santa Catarina não colheu 3 milhões de toneladas de trigo neste ano, foi algo em torno de 2,8 milhão e 2,9 milhões de toneladas e precisamos de 7 milhões de toneladas. E soja também. Temos duas grandes esmagadoras, mas também precisamos trazer soja de fora. E milho todos precisam trazer. Temos o Paraná pertinho, mas pagamos ICMS sobre este milho que trazemos do Paraná ou Rio Grande do Sul, se você trouxer do Paraguai, precisa pagar o PIS e Cofins, que é a mesma coisa. Então, estamos sempre brigando com o governo do Estado para isentar esse imposto, porque esse ICMS vai embora, se ele fizer a conta, ele está pegando dinheiro, ele que vai ter que pagar esse ICMS para fora. Mas aqui em Santa Catarina eles não entendem muito. Eu estive há pouco tempo no Paraná, em um encontro e o governador do estado do Paraná, o (governador) Ratinho (Junior) disse que ele tem R$ 1,7 bilhão de ICMS que é recolhido das cooperativas do Paraná, então naquele encontro eles liberaram 700 milhões para investir em armazenagem. Nós aqui em Santa Catarina, não temos este diálogo aberto, não tivemos nenhuma liberação de incentivos. A nossa Secretaria da Agricultura não tem 1 centavo de orçamento, seria muito importante poder contar com apoio do governo do nosso estado.

O Presente Rural – Presidente, vocês realizam um importante evento que é o Itaipu Rural Show. No próximo ano, vocês completam 25 anos deste evento. Conta um pouco para a gente sobre a história desta programação.

Arno Pandolfo – Nosso evento começou pequeno, com um tradicional Dia de Campo. Ele foi evoluindo e hoje digo que é o maior evento agrícola de Santa Catarina e digo que do nosso foco, é o maior do Brasil. Iniciamos com o foco em sementes de milho e implementos para aves e suínos, mas fomos crescendo. Hoje contamos com uma área de 18 hectares e meio de área própria e mais 2 hectares de terreno alugado e com a participação de diversas empresas. Temos uma forte parceria com a Embrapa, e por isso nosso evento destaca-se por apresentar tecnologias inovadoras, oferecendo soluções e oportunidades de negócios para produtores familiares. Apesar dos desafios de espaço, o Itaipu Rural Show proporciona uma experiência rica em conteúdo para produtores e suas famílias. É um evento que surpreende, pois traz muitos conteúdos que ajudam muito o produtor. E não queremos parar por aqui, temos ideia de expandir ainda mais. O último ano tivemos um recordo enorme de público, de vendas. Todos os anos é um desafio trazer e apresentar inovações para o setor. Para o setor agrícola ele é super importante, dizemos que é uma universidade a céu aberto. Em quatro dias conseguimos mostrar tudo que temos de tecnologia no Brasil e no mundo. É um evento muito familiar e que também atende os pequenos produtores.

O Presente Rural – Para 2024, o que a Cooperitaipu espera?

O Presente Rural – Estamos bem ansiosos, especialmente após um ano desafiador. A expectativa é de normalização, pois os produtores adquiriram insumos a preços mais baixos. No entanto, há preocupações com a reforma tributária, e a incerteza sobre suas consequências. Isso sempre gera receios. Esperamos um ano de muito trabalho, mas sou otimista e acredito que vai ser melhor, mas sempre temos um pouco de medo. Apesar das incertezas, a Cooperitaipu mantém otimismo. Em nome da nossa cooperativa eu agradeço a oportunidade de receber a equipe do O Presente Rural aqui e como mensagem final eu gostaria de dizer que que devemos confiar nas pessoas, nosso governo que está no poder agora precisa formar uma boa equipe e trabalhar, pois assim vamos avançar e progredir.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo na Nutrição e Saúde Animal clique aqui. Boa leitura!

Fonte: O Presente Rural

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Ministério da Agricultura destaca vocação brasileira na exportação de carne de frango

Brasil exporta carne de frango para 172 países, é o maior exportador e terceiro maior produtor.

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Foto: Shutterstock

A carne de frango é uma das proteínas mais consumidas pelo Brasil à fora, e para destacar este setor, o Conselho Mundial da Avicultura criou o Dia Mundial do Frango, celebrado nesta sexta-feira (10).

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) trabalha no fomento e incentivo da produção e exportação de produtos provenientes da avicultura. Para o ministro Carlos Fávaro, o setor é uma das molas propulsoras da economia brasileira. “É indiscutível a importância da avicultura para o Brasil. Além de alimentar a população brasileira, gera oportunidades, gera empregos e renda para dentro do país. Merece o reconhecimento e incentivo para crescer cada vez mais”, destacou.

Foto: Jonathan Campos

De acordo com a Secretaria de Comércio e Relações Internacionais (SCRI), o Brasil exporta carne de frango para 172 países, sendo o maior exportador e terceiro maior produtor.

Em 2023, foram exportados mais de US$ 9,61 bilhões, representando 5 milhões de toneladas. Até março deste ano, foram exportados mais de 1,1 milhão de toneladas, US$ 2,10 bilhões.

De acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), em abril a venda de produtos in natura e processados de frango foi de aproximadamente 480 mil toneladas, sendo o segundo melhor resultado da série histórica do setor.

O secretário da SCRI, Roberto Perosa, salientou que o Brasil destina cerca de 33% da sua produção ao mercado externo, “isso é resultado da eficiência da cadeia produtiva e o rigoroso sistema sanitário que garante a alta qualidade e segurança dos produtos que oferecemos internacionalmente”, disse.

O Brasil é também o maior exportador de carne halal do mundo, em que incluem a avicultura. O frango halal é aquele que atende todos os requisitos religiosos do abate Halal e as especificações de cada país importador.

O Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal da Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA) apresenta que o abate em preceitos religiosos, na maioria das vezes, prescinde da insensibilização dos animais antes da sangria, que é um procedimento tecnológico estabelecido pelo Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal (Riispoa) e pela Portaria nº 365/2021. A insensibilização dos animais visa resguardar o abate dos animais de forma humanitária.

Em abril, o Mapa publicou a Portaria nº 676 que aprova os procedimentos para solicitação, avaliação, concessão e revogação da autorização excepcional para abate e processamento de produtos de origem animal de espécies de açougue, de acordo com preceitos religiosos. A norma determina que os estabelecimentos com registro junto ao Serviço de Inspeção Federal (SIF) poderão requerer a realização de abate e processamento de produtos de origem animal de espécies de açougue de acordo com preceitos religiosos, com permissão para dispensa de atendimento de regras previstas em atos normativos específicos.

O Brasil vende carne de frango halal para mais de 30 países. Em 2023 foram exportados mais de 2.2 milhões de toneladas e mais de US$3.9 bilhões. No último mês, foram habilitados novos quatro frigoríficos para a exportação para a Malásia. “A crescente demanda também por nossa carne de frango halal do Brasil tem evidenciado a capacidade do país de atender a mercados diversificados, reforçando nosso compromisso com a excelência e a segurança alimentar do mundo”, ressaltou o secretário da SCRI, Roberto Perosa.

Fonte: Assessoria Mapa
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Embarques de carne suína crescem 7,8% em abril

Considerando o primeiro quadrimestre deste ano, as exportações de carne suína totalizaram 402,1 mil toneladas, número 6% maior em relação ao acumulado entre janeiro e abril do ano passado, com 379,4 mil toneladas.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

As exportações brasileiras de carne suína (considerando todos os produtos, entre in natura e processados) totalizaram 112,7 mil toneladas em abril, informa a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). O número supera em 7,8% o total exportado no mesmo período do ano passado, com 104,5 mil toneladas.

A receita obtida com as exportações do mês chegou a US$ 241,8 milhões, saldo 3,8% menor em relação ao mesmo período de 2023, com US$ 251,3 milhões.

Considerando o primeiro quadrimestre deste ano, as exportações de carne suína totalizaram 402,1 mil toneladas, número 6% maior em relação ao acumulado entre janeiro e abril do ano passado, com 379,4 mil toneladas. Com estes embarques, a receita registrada no mesmo período comparativo chegou a U$ 839,6 milhões, número 6,5% menor em relação ao mesmo período do ano passado, com US$ 897,7 milhões.

No ranking dos maiores destinos, a China segue na liderança, com 21,5 mil toneladas importadas em abril (-35,9%), seguida por Filipinas, com 16,7 mil toneladas (+66,5%), Hong Kong, com 9,1 mil toneladas (-34,7%), Singapura, com 8,1 mil toneladas (+3%), Chile, com 7,3 mil toneladas (+22,7%), Japão, com 7 mil toneladas (+82,4%) e Vietnã, com 5,3 mil toneladas (+99,1%). “A demanda internacional tem influenciado positivamente os preços ao longo deste ano, que apresenta uma recuperação significativa entre janeiro e abril. Ao mesmo tempo, o bom ritmo das exportações deverá se manter, estabelecendo patamar de embarques acima das 100 mil toneladas”, destaca o presidente da ABPA, Ricardo Santin.

Santa Catarina segue como maior exportador brasileiro de carne suína, com 62 mil toneladas embarcadas em abril (+9,1%), seguida pelo Rio Grande do Sul, com 21,6 mil toneladas (-7,5%), Paraná, com 17,1 mil toneladas (+15,4%), Mato Grosso, com 4 mil toneladas (+62,5%), e Mato Grosso do Sul, com 2,3 mil toneladas (+2,2%). “Há um aumento na capilaridade das exportações de carne suína do Brasil, que agora alcançam com maior expressividade outros mercados de alto valor agregado, como é o caso do Japão e outras nações da Ásia. Destaque também para os crescentes volumes embarcados para as Américas, em especial Estados Unidos, Porto Rico e Chile, em certa medida fruto de novas habilitações conquistadas pelo setor. Por sua vez, expectativas ainda mais positivas nos próximos meses nas Filipinas, que recentemente aceitou o sistema de pre-listing do Brasil. Este movimento de diversificação dos destinos deve se manter ao longo deste ano”, analisa o diretor de mercados da ABPA, Luís Rua.

Fonte: Assessoria ABPA
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StoneX reduz produção brasileira de trigo 2024/25 para 8,59 milhões de toneladas

Além das perdas no Rio Grande do Sul, as baixas observadas no oeste de Santa Catarina, principal região produtora do estado, também contribuíram para a diminuição.

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Foto: Jaelson Lucas

A StoneX atualizou sua estimativa para a produção de trigo 2024/25 do Brasil, projetando queda de 6,8%, passando de 9,22 para 8,59 milhões de toneladas.

Em um momento em que as atenções estão voltadas para o Rio Grande do Sul (RS), após inundações terem causado grandes perdas materiais e humanas, um primeiro corte foi realizado na área plantada do estado, que inicialmente se reduziria em 200 mil hectares, podendo haver novas atualizações nas próximas divulgações.

“As perdas poderiam se ampliar por duas frentes: a logística e a capacidade financeira dos agricultores. Por um lado, estradas e pontes foram afetados, dificultando o acesso aos portos tanto para escoamento dos produtos, como para acesso a insumos. Por outro lado, após três safras de verão consecutivas com rendimentos abaixo do esperado, a capitalização dos produtores encontra-se fragilizada, constituindo outro elemento que poderia diminuir os investimentos nas lavouras, com repercussões na produtividade”, avaliou a consultoria, em relatório, nesta sexta-feira (10).

Além das perdas em solos gaúchos, a redução também reflete o oeste de Santa Catarina, principal região produtora do estado.

Com a queda produtiva, o primeiro ajuste realizado para cima foi nas possíveis importações, uma vez que em um cenário que já se encontrava ajustado e sem perspectivas de maiores excedentes para exportações, agora espera-se uma maior necessidade de se comprar mais trigo do exterior, com a estimativa de importação passando de 5,71 para 6,25 milhões de toneladas.

É preciso acompanhar também o uso para semente e o consumo interno. Em relação às sementes a estimativa foi reduzida em quase 7%. Já para a demanda doméstica, a situação é de instabilidade, uma vez que o aumento esperado inicialmente pode não se concretizar.

Assim, apesar de um cenário ainda é incerto, foi reduzida a oferta em 0,6%.

Fonte: Assessoria StoneX Brasil
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CBNA – Cong. Tec.

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