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Avicultura Saúde Animal

A importância da escolha da cepa para o sucesso no uso de probióticos

Principal benefício de um probiótico ao hospedeiro, pensando em avicultura, é garantir a saúde intestinal

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Artigo escrito por Camila Oro, coordenadora Técnico-Comercial da Cinergis Saúde Animal

Os probióticos são produtos naturais que estão em ascensão na cadeia avícola, principalmente pelo contexto de restrições no uso de antimicrobianos químicos, devido à pressão do mercado externo e do risco da resistência antimicrobiana aos princípios ativos, entre outros fatores.

Para que uma cepa de bactéria possa ser utilizada como probiótico, ela precisa passar por alguns critérios de avaliação:

O principal benefício de um probiótico ao hospedeiro, pensando em avicultura, é garantir a saúde intestinal, proporcionando melhores resultados zootécnicos e maior segurança sanitária. A saúde intestinal depende de três fatores principais:

  • Estrutura física íntegra, ou seja, adequado desenvolvimento e renovação da mucosa intestinal
  • Rápida e eficiente resposta do sistema imune associado ao intestino
  • Microbiota equilibrada

 

Compreendendo o efeito sistêmico da saúde intestinal

Novos estudos demonstram com frequência a relação da saúde intestinal com outros órgãos. Muitos mecanismos ainda são desconhecidos, mas o que já se sabe é que existem relações diretas e indiretas entre o equilíbrio da microbiota e a saúde sistêmica da ave.

  • Sistema vascular: o equilíbrio da microbiota pode proporcionar melhor desenvolvimento do sistema vascular do intestino e regular a pressão sanguínea;
  • Sistema adiposo: a eficiência na extração de nutrientes pelas bactérias probióticas possibilita aumento do comprimento de vilos, consequentemente, maior área de absorção de nutrientes e maior estoque energético, além da produção de ácidos graxos de cadeia curta que aumentam a disponibilidade de energia melhorando ganho de peso e
  • Tecido nervoso: o aumento de cortisol causa desequilíbrio na microbiota devido ao estímulo de produção de citocinas, à irregularidade da secreção de muco e ao aumento do peristaltismo. Além disso, alguns neurometabólitos produzidos por bactérias probióticas podem agir como neurotransmissores ou moduladores da neurotransmissão aumentando os níveis de serotonina e dopamina.
  • Tecido ósseo: a microbiota de forma indireta aumenta a reabsorção de cálcio ósseo pelos osteoclastos por meio do intermédio de células do sistema imune.

Compreendendo o microbioma intestinal das aves de produção

Na microbiota intestinal das aves de produção existem diversas bactérias que interagem entre si, controlando a densidade populacional e trabalhando de forma sinérgica com o hospedeiro. Essa interação intra e interespécies bacterianas é denominada Quorum sensing e se baseia em um sistema de comunicação por meio da emissão de estímulos e respostas. Desta forma, as bactérias que colonizam as aves não são inertes e sua modulação ocorre por diversos fatores, como:

  • Mudança na alimentação, rotina e ambiente
  • Doenças
  • Tratamentos químicos
  • Fatores estressantes

O desequilíbrio da microbiota possibilita a multiplicação de bactérias que resultam em risco sanitário e prejuízo econômico à indústria.

De forma natural, a microbiota se modifica durante a vida da ave, aumentando em diversidade e número. Fora isso, existem especificidades anatômicas e fisiológicas nos órgãos do trato digestório das aves e, consequentemente, diferentes espécies de bactérias colonizadoras. O entendimento da fisiologia e do microbioma do sistema digestório das aves é fundamental para escolher a melhor cepa probiótica.

Pontos-chaves para escolher a cepa probiótica:

  • Colonização precoce: a pouca diversidade de bactérias intestinais nos embriões ou pintinhos recém eclodidos possibilita e facilita a colonização intestinal de bactérias probióticas agindo preventivamente contra bactérias patogênicas por meio da exclusão competitiva e inibindo bactérias que são transmitidas via ovo como a Salmonella Portanto, é importante oferecer o probiótico o mais precoce possível e com cepas naturais da faixa etária e da espécie para garantir maior sucesso na colonização intestinal.
  • Fornecimento contínuo: quando o desafio com patógenos entéricos é muito alto no campo, por falhas de manejo e/ou biosseguridade, o fornecimento contínuo de probiótico, garantirá maior segurança que não existirão sítios de ligação no intestino para que essas bactérias patogênicas possam se fixar. Nessa fase do frango é importante aumentar a diversidade e a quantidade das cepas, simulando o aumento natural de bactérias que acontece com o decorrer da idade da ave.
  • Entender o mecanismo de ação das bactérias: algumas bactérias colonizam o intestino enquanto outras permanecem no lúmen intestinal, devido à rápida multiplicação que impede sua completa eliminação juntamente à excreta.

  1. Bactérias não colonizadoras: os Bacillus são bactérias que vivem no lúmen intestinal e agem no intestino por competição de nutrientes e por estimulação na produção de anticorpos, mas sua ação de importância é a competição com bactérias patogênicas na cama, impedindo sua proliferação no ambiente e inibindo outras bactérias de transformarem os uratos das excretas em amônia (vilã dos dias frios em aviários). Outra vantagem desse gênero é a formação de esporos que as tornam resistentes aos tratamentos na ração e na cama do aviário.
  2. Bactérias colonizadoras: as bactérias colonizadoras, também conhecidas como residentes, possuem diversos benefícios. Porém, como desvantagem, são bactérias mais sensíveis e que demandam das empresas fabricantes uma tecnologia que faça a proteção e a estabilização. Fazem parte desse grupo as bactérias láticas (gêneros Lactobacillus, Enterococcus, Pediococcus, etc) que, além de competirem por sítios de ligação e por nutrientes no intestino, são responsáveis por outras ações, como:
  • Imunomodulação: no intestino das aves existem células de tecido linfóide denominado de Galt (do inglês gut-associated lymphoid tissue) divididas em placas de peyer’s, com células M intermeadas nos enteróticos, responsáveis pelo reconhecimento dos antígenos e, folículos com células de memória B e T; existem também na lâmina própria células de resposta inata como células dendríticas e linfócitos. A estimulação antigênica provocada pela presença das bactérias probióticas e a capacidade de produzir sinalizadores que indicam para as células do sistema imune a presença da bactéria patogênica, tornam a resposta inflamatória mais rápida e eficaz (imunoestimulação).

  • Proteção estrutural: a presença de bactérias probióticas possibilita também proteção física à mucosa intestinal devido à quebra de nutrientes, dos quais as aves não possuem enzimas para extração, tornando-os disponíveis para a renovação de enterócitos em caso de reação inflamatória exacerbada diante de um desafio. Essas bactérias controlam também a produção de muco pelas células caliciformes presentes na mucosa intestinal, melhorando a barreira física contra patógenos entéricos.
  • Antagonismo: é na ação antagonista que essas bactérias se destacam. Além de produzirem ácidos que inibem indiretamente as bactérias sensíveis à mudança de pH, elas produzem pequenos peptídeos chamados de bacteriocinas que inibem outras bactérias patogênicas, produzindo também indutores que, como o próprio nome diz, induzem outras bactérias a expressarem genes que também produzirão essas bacteriocinas.

Desta forma, o probiótico de forma preventiva pode resultar em muitos benefícios para a saúde da ave, melhorando o desempenho e, consequentemente a lucratividade das empresas. Contudo, no momento da escolha do produto é importante levar em consideração os gêneros das bactérias e a forma de estabilização, proteção e utilização, além de considerar o uso estratégico com mais de um probiótico, entre outros produtos e medidas de biosseguridade, uma vez que, muitas doenças possuem causas multifatoriais.

Outras notícias você encontra na edição de Aves de julho/agosto de 2021 ou online.

Fonte: O Presente Rural

Avicultura

Apesar de isolado, foco de Newcastle no Rio Grande do Sul preocupa setor

Uma eventual suspensão das compras de carne de frango brasileira que exceda os 21 dias do embargo já imposto pelo próprio País pode resultar em um aumento acentuado da disponibilidade interna da proteína, seguido de fortes quedas de preços.

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Foto: Shutterstock

A confirmação de um foco da doença de Newcastle numa granja comercial de frangos no município de Anta Gorda (RS), na região do Vale do Taquari, no final da semana passada, vem deixando o setor em alerta.

Segundo pesquisadores do Cepea, uma eventual suspensão das compras de carne de frango brasileira que exceda os 21 dias do embargo já imposto pelo próprio País pode resultar em um aumento acentuado da disponibilidade interna da proteína, seguido de fortes quedas de preços, podendo, inclusive, afetar a relação de competitividade com as concorrentes bovina e suína.

Diante disso, no curto prazo, pesquisadores do Cepea explicam que devem ocorrer ajustes no alojamento de aves.

O Brasil é, atualmente, o maior exportador de carne de frango do mundo. No segundo trimestre, os embarques superaram em 12,1% os dos três primeiros meses do ano e em 4,1% os de abril a junho do ano passado, conforme dados da Secex compilados e analisados pelo Cepea.

 

Fonte: Assessoria Cepea
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Avicultura

Área de emergência zoossanitária para contenção da doença de Newcastle é limitada a cinco municípios gaúchos

Durante sua vigência, há o isolamento sanitário da área afetada, com a restrição da movimentação de material de risco relacionado à disseminação da doença, incluindo o direcionamento de trânsito por vias públicas para desinfecção, ou mesmo o bloqueio de acessos.

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Foto: Julia Chagas

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) restringiu a área de abrangência da emergência zoossanitária para contenção da doença de Newcastle, limitando-a aos municípios que estão no raio de dez quilômetros a partir do foco confirmado: Anta Gorda, Doutor Ricardo, Putinga, Ilópolis e Relvado. O Governo do Estado publicou, na quinta-feira (25), decreto em que declara estado de emergência de saúde animal nos mesmos municípios.

Inicialmente, o Ministério havia publicado, em 18 de julho, uma portaria colocando todo o Rio Grande do Sul em estado de emergência zoossanitária. “O trabalho da Secretaria da Agricultura foi essencial para a revisão do perímetro do estado de emergência zoossanitária no Rio Grande do Sul. Foi com nossos dados e informações que o Ministério se embasou para tomar esta decisão”, detalha a diretora do Departamento de Vigilância e Defesa Sanitária Animal da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (DDA/Seapi), Rosane Collares.

O estado de emergência tem duração de 90 dias, podendo ser prorrogado em caso de evolução do estado epidemiológico. Durante sua vigência, há o isolamento sanitário da área afetada, com a restrição da movimentação de material de risco relacionado à disseminação da doença, incluindo o direcionamento de trânsito por vias públicas para desinfecção, ou mesmo o bloqueio de acessos.

Até quarta-feira (24), o Serviço Veterinário Oficial do estado já havia vistoriado todas as propriedades dentro do raio de três quilômetros (área perifocal) e iniciava revisitações a estes locais. Foram visitados 78% dos estabelecimentos incluídos no raio de dez quilômetros (área de vigilância) a partir do foco. Somando as duas áreas, são 858 propriedades no total, entre granjas comerciais e criações de subsistência.

As barreiras sanitárias continuam funcionando, ininterruptamente, em quatro pontos na área perifocal e dois locais na área de vigilância. Até o momento, foram abordados 726 veículos alvo na área perifocal e 415 na área de vigilância.

Após o caso confirmado que levou ao decreto de estado de emergência zoossanitária, não houve novas suspeitas de foco da doença. Duas amostras coletadas no município de Progresso, com suspeita fundamentada de síndrome respiratória e nervosa das aves, foram encaminhadas para o Laboratório Federal de Defesa Agropecuária de Campinas (SP) e apresentaram resultado negativo.

Todas as suspeitas da doença, que incluem sinais respiratórios, neurológicos ou mortalidade alta e súbita em aves, devem ser notificadas imediatamente à Secretaria da Agricultura, por meio da Inspetoria ou Escritório de Defesa Agropecuária, pelo sistema e-Sisbravet ou pelo WhatsApp (51) 98445-2033.

Fonte: Assessoria Seapi
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Avicultura

Carne de frango ganha cada vez mais espaço na mesa do brasileiro

Preço acessível, alto valor nutricional e ampla aceitação cultural e religiosa estão entre as vantagens da proteína.

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Produção do frango é mais rápida e sustentável do que outras proteínas - Foto: Jonathan Campos

Considerada uma das melhores opções nutricionais para compor o cardápio, a carne de frango é a proteína animal mais consumida no Brasil. A preferência é atribuída a vários fatores, incluindo preço acessível, alto valor nutricional, versatilidade na culinária e ampla aceitação cultural. De acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), em 2023, o consumo per capta de carne de frango no país chegou a aproximadamente 45,1 kg, confirmando suas vantagens nutricionais e acessibilidade econômica. Em 2009, o consumo individual no Brasil era de 37,5 kg por ano, mas vem crescendo a cada ano.

Nesse mercado, o Paraná é o maior produtor e exportador de aves e derivados do Brasil. O estado é responsável por cerca de 36% da produção nacional, além de 42% do volume de exportações do segmento. O empresário Roberto Kaefer, presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar), destaca que os mercados nacional e internacional estão atentos às vantagens e ao custo-benefício da carne de frango, o que vem impulsionando a demanda gradativamente. “Além do consumo interno, o produto brasileiro tem compradores em diversos países, em especial na Ásia e Oriente Médio, que são locais com grande demanda em função de questões religiosas e culturais”, analisa.

Em países com predominância de culturas muçulmanas e hindus, o consumo de carne bovina é proibido ou restrito devido às práticas religiosas. O frango, por outro lado, é amplamente aceito, pois não está sujeito às mesmas restrições religiosas. “Além disso, a culinária asiática e do Oriente Médio inclui muitas receitas tradicionais que utilizam carne de frango”, comenta Kaefer.

Custo-benefício

A eficiência produtiva da carne de frango é outro diferencial. Cassiano Marcos Bevilaqua, diretor associado de Marketing LatCan, explica que a produção de frango possui um ciclo significativamente mais curto e econômico comparado a outras proteínas animais. Segundo ele, um frango consome cerca de 1,5 kg de ração para cada quilo de carne produzida, levando aproximadamente 42 dias para atingir o peso ideal de abate. O prazo é bem inferior ao da produção de suínos e bovinos, que têm ciclos de produção muito mais longos e menos eficientes.

Bevilaqua fala que um porco, por exemplo, precisa consumir 3 kg de ração e leva mais de 150 dias para ser abatido. No caso do boi, a taxa de conversão é de 4×1 e precisa de pelo menos dois anos para ser abatido. “Por ter um ciclo mais rápido e mais eficiência produtiva, o frango elimina menos dejetos, consome menos alimento e necessita de menos espaço para a produção, o que torna a carne de frango muito mais sustentável do que as demais”, esclarece.

Dieta equilibrada

Foto: Divulgação/OP Rural

Um dos grandes atrativos da carne de frango é o seu valor nutricional. Trata-se de um alimento rico em proteínas de alta qualidade e que fornece todos os aminoácidos essenciais que o corpo humano necessita, segundo a USDA National Nutrient Database. Em 100 gramas de peito de frango cozido, por exemplo, há cerca de 31 gramas da proteína, essencial para o crescimento e reparação dos tecidos.

Outra vantagem é o baixo teor de gorduras saturadas, especialmente quando consumida sem pele, com aproximadamente 3,6 gramas de gordura total por 100 gramas, e um total de 165 kcal. A carne de boi, por outro lado, contém mais gorduras saturadas (10g de gordura total por 100g de carne magra cozida) e é mais calórica (250 kcal por 100g). O mesmo ocorre com os suínos, que tem de 10 a 12g de gordura total por 100g de carne magra cozida e 242 kcal.

Composição nutricional

Roberto Alexandre Yamawaki, gerente de Serviços Técnicos e Produtos para a América Latina da Hubbard, aponta outros benefícios nutricionais. Ele pontua a presença de nutrientes que são essenciais para a dieta, tais como aminoácidos essenciais e proteínas de alta qualidade, importantes para a construção e reparação de tecidos, bem como para a produção de enzimas e hormônios.

Segundo o especialista, o consumo regular de carne de frango oferece múltiplos benefícios para a saúde. A inclusão da proteína na dieta pode ajudar no controle de peso, fortalecer o sistema imunológico, melhorar o crescimento muscular e fornecer energia sustentável.

Entre os nutrientes presentes no frango estão Omega-6 e colina, vitaminas do Complexo B – como Vitamina B3 (Niacina), Vitamina B6 (Piridoxina) e a Vitamina B12 (Cobalamina) –, além de minerais como fósforo, selênio e zinco. “A carne de frango possui vários benefícios específicos que a torna uma escolha adequada e popular para o consumo. Pois ela possui uma grande versatilidade culinária, o que a torna uma opção prática para diferentes refeições e estilos de culinária”, reforça.

Sindiavipar

O Sindiavipar representa as indústrias de produtos avícolas. A carne de frango produzida no Paraná é exportada para 150 países.

O processamento de aves no Paraná se concentra em 29 municípios e 35 indústrias. Além disso, a avicultura gera 95,3 mil empregos diretos e cerca de 1,5 milhão de empregos indiretos no Estado. São mais de 19 mil aviários, aproximadamente e 8,4 mil propriedades rurais distribuídas em 312 municípios paranaenses. As indústrias associadas ao Sindiavipar são responsáveis por 94% da produção estadual.

Segundo o Relatório da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), o Brasil ocupa o primeiro lugar no mercado global de carne de frango, sendo o principal exportador do produto.

 

Fonte: Assessoria Sindiavipar
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