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“Green Future – Smart Technology”, “Futuro Verde – Tecnologia Inteligente”: Oportunidades e desafios da transformação digital na agricultura

Agricultura não é indústria. Isso porque, na produção industrial, prevalecem as mesmas condições de trabalho em todos os dias do ano, diferente do dia-a-dia do agricultor, sempre dependente do clima

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– Professor catedrático Hans W. Griepentrog, Universidade de Hohenheim

Maquinaria agrícola assistida por tecnologia digital já é realidade na lavoura. Tratores autônomos, técnicas de dosagem variável para fertilizantes e defensivos, colheitadeiras com mapeamento automático da lavoura são alguns exemplos da transformação digital na agricultura. O mesmo se vê na produção animal: ordenha robótica, sensores, banco de dados e uma grande diversidade de aparelhos digitais prestam grande auxílio ao produtor rural.

Além dessas melhorias, a agricultura digital hoje significa, acima de tudo, a conexão total entre sistemas de informações da propriedade rural que antes atuavam tecnicamente isolados. E essa interação entre processos produtivos e máquinas rurais vai além da norma ISOBUS. O novo cenário resulta em sistemas produtivos de alta complexidade, produto das vantagens da telecomunicação portátil e portais de internet. Sistemas como esse denotam grandes expectativas por ter enorme potencial de alavancar melhorias em diversos setores da agricultura.

Isso não significa, porém, que tudo correria de forma totalmente automatizada como num balcão de fábrica. Agricultura não é indústria. Isso porque, na produção industrial, prevalecem as mesmas condições de trabalho em todos os dias do ano, diferente do dia-a-dia do agricultor, sempre dependente do clima. O processo de produção agrícola é marcado por variáveis do acaso que se influenciam constantemente. E é por isso que a experiência do agricultor continuará imprescindível no futuro. O produtor rural é desafiado constantemente a corrigir rumos ou fazer as escolhas certas baseadas nos dados que os sistemas digitais lhe oferecem.

Hoje o nosso entendimento de agricultura de precisão se baseia sobretudo em tecnologias de aplicação de insumos em taxa variável e, de modo mais abrangente, na automação. A aplicação de insumos em taxa variável se diferencia da gestão tradicional – onde havia uniformidade de dosagens – ao se adaptar à variabilidade das condições de cada talhão do cultivo. Com a automação, sistemas de direção automática e controle automático de seções de barra (de pulverização) proporcionaram uma enorme contribuição na redução do uso de insumos, energia e tempo de produção. A chamada Smart Farming (agricultura inteligente) ampliou a agricultura de precisão fazendo uso mais intenso de sensoriamento em tempo real aproveitando a fusão de dados de sensores para aprimorar as tomadas de decisão.

O conceito de agricultura digital ou fazenda digital só está começando. Avanços como a chamada Internet das coisas (Internet of Things), computação de nuvem e técnicas de big data estão entrando no mercado, para tornar ainda mais proveitoso o potencial de sistemas de produção na agricultura.

Hoje, o gerenciamento agrícola por talhão de cultivo falha muitas vezes por não conseguir mais dar conta da quantidade de informações coletadas pelos processos de agricultura de precisão. Além disso, a dosagem do fertilizante costuma ser modificada com base em apenas um único parâmetro, embora na maioria dos casos diversos parâmetros deveriam ser levados em conta. Essas deficiências poderão ser evitadas se houver uma maior fusão entre sistemas de sensoriamento e mapeamento com automação em tempo real. Assim parâmetros relevantes – tanto de mapeamento ou de medição – serão utilizados de forma cada vez mais eficiente. Isso poderia revolucionar a gestão de cultivos por talhão baseada na Agricultura de Precisão apoiando o produtor rural a fazer uso da conexão de dados para tomadas de decisão.

Isso vale também para toda a propriedade rural, pois uma análise abrangente dos sistemas de operação pode fazer crescer a sustentabilidade de toda a produção. Preservaria recursos garantindo que normas ambientais fossem cumpridas, como no exemplo de distribuidores e pulverizadores que interrompem o funcionamento quando se aproximam da distância mínima de extensões de água. A análise de sistema e a transparência em combinação com um mapa dos talhões da lavoura permitiriam uma documentação constante da produção trazendo diversas vantagens ao produtor rural.

Métodos especiais de big data podem ser úteis nos processos operacionais de toda a propriedade rural. Na Alemanha, banco de dados regionais permitem analisar informações da região, como a administração de estoques, comportamento de espécies, aplicação de agentes ou do momento mais adequado para uma aplicação. Essa análise tem o potencial de prestar uma grande ajuda ao agricultor, pois não só a sua própria experiência pode ser catalogada, mas também o conjunto de experiências de seus colegas com problemas semelhantes. Agricultores da mesma região poderiam, numa plataforma coletiva, disponibilizar e consultar informações sobre certas culturas. Outros prestadores de serviços também poderiam analisar os dados coletados recomendando medidas de acordo com o terreno ou o até mesmo do talhão.

A transformação digital na agricultura não representa, porém, uma nova etapa da mecanização. Significa que os custos não só ficam menos dependentes do grau de utilização de uma máquina, os custos são ajustados pelo processo operacional. A expectativa é que propriedades pequenas e médias tenham acesso a essa técnica por funcionarem, na maioria dos casos, com hardware já existente, preservando mais a estrutura do tamanho da propriedade rural.

A agricultura digital também pode beneficiar a agricultura orgânica, pois o conhecimento em tempo real do desenvolvimento das culturas e das condições do campo possibilita um melhor resultado da produção. É possível imaginar também uma harmonia entre a agricultura orgânica e a robótica, pois máquinas autônomas abrem novas possibilidades, estimulando maior eficiência do aproveitamento de recursos e biodiversidade. Teriam a capacidade de revolver o solo por meio de tecnologia de sensoriamento, plantando sementes de maneira extremamente cuidadosa, tratando das culturas durante a vegetação e as retirando de acordo com a relevância de colheita e da qualidade. A agricultura de precisão também é, nesse caso, útil para o preparo do solo e para a dosagem de nutrientes. Insumos são reduzidos a uma quantidade mínima alcançando grandes colheitas de qualidade além de sustentabilidade e preservação do meio-ambiente.

No que se refere ao uso de rede de sistemas digitais, devemos dar alta prioridade à política de privacidade. Os dados da propriedade rural coletados por meio da agricultura de precisão devem ser utilizados somente com a autorização do agricultor, pois informações desse porte se tornaram hoje bens econômicos com enorme valor comercial. Quando modelos de negócio estão em jogo, o agricultor, sendo dono de seus dados, deve se beneficiar economicamente dessas informações, e as suas respectivas operações de negócio devem ser catalogadas de forma transparente.

Existe hoje uma sensibilidade cada vez maior quando a classe política se refere a normas de política de privacidade, pois a segurança da produção de alimentos será dependente de uma rede de sistemas interligados digitalmente. Tal cenário é perigoso em face a ataques de hackers. O fato de o Órgão Federal Alemão de Segurança da Tecnologia da Informação (BSI) ter incluído a agricultura nas chamadas "infraestruturas críticas" só reforça a relevância deste assunto.

Fonte: Ass. de Imprensa

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Notícias Após oito anos

UFSM retoma tradicional Simpósio de Sanidade Avícola

Evento será realizado de forma on-line, entre os dias 05 e 07 de junho, permitindo a participação de estudantes e profissionais de diversas regiões do país.

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Foto: Julio Bittencourt

A Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) está em clima de celebração com o retorno do Simpósio de Sanidade Avícola, que volta a acontecer após um hiato de oito anos. Este evento, anteriormente coordenado pela professora doutora Maristela Lovato Flores, teve sua última edição em 2016 e agora ressurge graças aos esforços do Grupo de Estudos em Avicultura e Sanidade Avícola da UFSM (Geasa/UFSM). O Jornal O Presente Rural será parceiro de mídia da edição 2024 do evento.

Sob a nova liderança dos professores doutores Helton Fernandes dos Santos e Paulo Dilkin, o evento chega a 11ª edição e promete manter o alto padrão técnico-científico que sempre marcou suas edições anteriores. “Estamos imensamente satisfeitos e felizes em anunciar o retorno deste evento tão importante para a comunidade avícola”, declararam os coordenadores.

O Simpósio está marcado para os dias 05, 06 e 07 de junho e será realizado de forma on-line, permitindo a participação de estudantes e profissionais de diversas regiões do país. “Com um programa cuidadosamente planejado ao longo dos últimos meses, o evento pretende aprofundar os conhecimentos sobre sanidade avícola, abrangendo temas atuais e pertinentes à Medicina Veterinária, Agronomia e Zootecnia”, evidenciou o presidente do Geasa/UFSM, Matheus Pupp de Araujo Rosa.

Entre as novidades deste ano, destaca-se o caráter beneficente do evento. Em solidariedade às vítimas das recentes enchentes que atingiram o estado do Rio Grande do Sul, 50% do valor arrecadado com as inscrições será doado para ajudar aqueles que foram afetados por essa adversidade.

Os organizadores também garantem a presença de palestrantes de renome, que irão abordar as principais pautas relacionadas à sanidade nos diversos setores da avicultura. “Estamos empenhados em proporcionar um evento de alta qualidade, que contribua significativamente para o desenvolvimento profissional dos participantes”, afirmaram.

Em breve, mais detalhes sobre os palestrantes, temas específicos e informações sobre inscrições serão divulgados. Para acompanhar todas as atualizações, você pode também seguir  o perfil oficial do Geasa/UFSM pelo Instagram. “O Simpósio de Sanidade Avícola é uma excelente oportunidade para a comunidade acadêmica e profissional se reunir, trocar conhecimentos e contribuir para o avanço da avicultura, enquanto também apoia uma causa social de grande relevância”, ressalta Matheus.

Fonte: O Presente Rural
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Notícias

Carne de frango ganha competitividade frente a concorrentes

No caso da carne suína, as cotações iniciaram maio em alta, impulsionadas pela oferta mais “enxuta” e pelo típico aquecimento da procura em começo de mês. Quanto ao mercado de boi, apesar dos valores da arroba seguirem pressionados, as exportações intensas de carne podem ajudar a limitar a disponibilidade interna e, consequentemente, a sustentar os valores da proteína no atacado.

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Foto: Shutterstock

Enquanto a carne de frango registra pequena desvalorização em maio, frente ao mês anterior, as concorrentes apresentam altas nos preços – todas negociadas no atacado da Grande São Paulo.

Como resultado, pesquisas do Cepea mostram que a competitividade da proteína avícola tem crescido frente às concorrentes.

Para o frango, pesquisadores do Cepea explicam que a pressão sobre os valores vem da baixa demanda em grande parte da primeira quinzena de maio (com exceção da semana do Dia das Mães), o que levou agentes atacadistas a baixarem os preços no intuito de evitar aumento de estoques.

No caso da carne suína, levantamento do Cepea aponta que as cotações iniciaram maio alta, impulsionadas pela oferta mais “enxuta” e pelo típico aquecimento da procura em começo de mês.

Quanto ao mercado de boi, apesar dos valores da arroba seguirem pressionados na maioria das regiões acompanhadas pelo Cepea, as exportações intensas de carne podem ajudar a limitar a disponibilidade interna e, consequentemente, a sustentar os valores da proteína no atacado.

 

Fonte: Assessoria Cepea
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Notícias Em apoio ao Rio Grande do Sul

Adapar aceita que agroindústrias gaúchas comercializem no Paraná

Medida é válida para agroindústrias do Rio Grande do Sul com selo de inspeção municipal ou estadual e tem validade de 90 dias. A Adapar enviou uma declaração expressa ao Ministério alinhada a essa autorização, e vai disponibilizar no site oficial uma lista dos estabelecimentos aptos a vender esses produtos.

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Foto: Mauricio Tonetto/Secom RS

A Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) vai aceitar que agroindústrias gaúchas com selo de inspeção municipal ou estadual vendam seus produtos em território paranaense.

A Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA) do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) publicou na última quarta-feira (15) a Portaria Nº 1.114, permitindo temporariamente a comercialização interestadual de produtos de origem animal do Rio Grande do Sul, em caráter excepcional.

A Adapar enviou uma declaração expressa ao Ministério alinhada a essa autorização, e vai disponibilizar no site oficial uma lista dos estabelecimentos aptos a vender esses produtos, garantindo a segurança e a qualidade alimentar para os consumidores.

A decisão atende a uma solicitação da Associação Gaúcha de Laticinistas e Laticínios (AGL) pela flexibilização das regulamentações vigentes, com o objetivo de garantir a continuidade da venda dos produtos de origem animal produzidos em território gaúcho, tendo em vista o impacto das enchentes para os produtores rurais.

O assunto foi debatido em uma reunião online realizada na terça-feira (14) entre os órgãos e entidades de defesa agropecuária do Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Minas Gerais e o Mapa.

“Essa medida representará um alívio significativo para as pequenas empresas, com o escoamento de produtos que poderão ser revendidos nos estabelecimentos distribuídos por diversos estados brasileiros”, explica o diretor-presidente da Adapar, Otamir Cesar Martins. As autorizações dispostas na Portaria do Ministério são válidas pelo prazo de 90 dias.

Para a gerente de Inspeção de Produtos de Origem Animal da Adapar, Mariza Koloda, a iniciativa representa um importante passo na busca por soluções ágeis e eficazes para enfrentar os desafios impostos pelo cenário de crise no Rio Grande do Sul.

“A cooperação entre os órgãos de defesa agropecuária e o Ministério demonstra o compromisso em atender às necessidades dos produtores e consumidores, ao mesmo tempo em que se mantém a integridade e segurança dos alimentos comercializados em todo o País”, diz.

Segundo a AGL, a grande maioria das agroindústrias familiares depende de feiras, restaurantes, empórios, hotéis, vendas digitais para consumidor direto ou de compras institucionais pelo Poder Público. O impacto das chuvas prejudicou a comercialização das agroindústrias em todas as regiões, com produtores que perderam animais, lavouras e instalações.

Fonte: AEN-PR
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CBNA – Cong. Tec.

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